segunda-feira, 26 de maio de 2008

As canções de nossos sonhos

Sapatos envernizados, branco e pretos, às vezes, branco e marrons; saias rodadas, azuis, pretas, brancas, mas sempre com poás, saltos, meias-calças, cabelos cacheados, maquiagem completa, por vezes, demais; sim, Anastácia queria voltar no tempo, algumas décadas, queria dançar músicas dos anos 50/60 e, de preferência, com alguém capaz de rodopiá-la no ar; sim, Anastácia continuava a sonhar acordada. Em seu quarto Anastácia sonhava, nunca havia caído da cama, mas, invariavelmente, caía no mundo, na realidade, e se assustava com o que via; sim, frequentemente Anastácia preferia voltar para seu mundo fantástico e esquecer aonde estava, esquecer todas as faltas, todas as equações mal resolvidas, todas as respostas que insistiam em evaporar no ar; sim, no mundo mágico de Anastácia tudo era mais real. Tendo sempre uma música como pano de fundo, Anastácia sonhava, ah e como gostava de sonhar. Tudo era mais forte, mais compreensível, mesmo o inexplicável fazia sentido. E não, ela não sonhava apenas com momentos felizes, mas com fatos concretos, na verdade, ela apenas seguia o ritmo das músicas, boiava nas ondas das vozes, flutuava junto com os instrumentos e suas variações; sim, Anastácia acreditava que não precisava de muita coisa enquanto tivesse as músicas de que tanto gostava de ouvir, enquanto tivesse a trilha sonora que a fazia bailar num salão onde todas as pessoas sabiam sentir e dizer, e onde ninguém temia seus próprios sentimentos, mas, ao contrário, cantavam juntas a canções de suas vidas.


Assim como Anastácia, Silvia espera o dia em que poderá cantar “The way You Look Tonight”, “Night and Day”, “Don’t Explain”, e quem sabe, encontrar pessoas que queiram cantar junto com ela as suas e outras canções.



Um comentário:

  1. Sabe que às vezes também acho que não preciso de mais nada além das músicas que amo...

    Vc fez falta no encontro... espero que esteja no próximo.

    Bjos

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