domingo, 23 de agosto de 2009

“O Contador de Histórias”, uma história para ser vista


Em cartaz desde 07/08/2009 nos cinemas, o filme “O Contador de Histórias” merece ser visto por todos! O filme conta a história de Roberto Carlos Ramos, pedagogo e considerado um dos dez melhores contadores de histórias do mundo. Nascido em família pobre, em Belo Horizonte, é internado na FEBEM, na década de 1970, pela mãe, por acreditar que o menino teria educação, alimentação, e sairia de lá “doutor”, conforme a propaganda da televisão na época.

Entretanto, como a FEBEM colocava juntos meninos internos de famílias pobres com menores infratores, logo Roberto iniciou suas fugas e delitos. Aos 13 anos, já era considerado irrecuperável. Entra na história uma pedagoga francesa, Margherite, que vem ao Brasil fazer pesquisa sobre educação, e vai à FEBEM entrevistar um interno. Lá, ela conhece Roberto, e se interessa em saber sua história. Mas Roberto já está muito desconfiado das intenções das pessoas, e apronta todas com Margherite, inclusive roubando dela. Apesar de tudo, ela não desiste dele, o leva para casa, e lhe dá educação, atenção, limites e amor. Ele estuda, e torna-se pedagogo e contador de histórias. Mas, o mais interessante é a história em si, e não seu desfecho, que também é lindo e dá esperanças às pessoas, tão descrentes da educação, família e boa vontade.

O filme tem cenas bem feitas, elaboradas com cuidado, como o passar do tempo, desde a primeira fuga dele, até as últimas, em que são mostradas a pernas dos meninos correndo em fuga, e, crescendo durante a corrida.

Também maravilhosa é a cena da conversa entre Margherite e a diretora da FEBEM, sobre Roberto ter encontrado Margherite. Ali se vê o discurso da vitoriosa, Margherite, por ter trabalho e educado um menino considerado irrecuperável; e o discurso triste da diretora da FEBEM, se sentindo derrotada por estar numa “guerra pela educação, que já começou perdida, pelos pais colocarem os filhos para estudar na FEBEM porque já perderam a guerra para a pobreza”, nas palavras dela. O discurso da diretora é precioso quando diz à Margherite que ela fez o papel de mãe para o Roberto, pois deu-lhe casa, educação e amor; e que ela gostaria muito de poder fazer isso por todos os meninos internos da FEBEM, mas que isso não possível pela quantidade de internos, e porque FEBEM é política pública!

Enfim, é um filme para ver sem preconceito com o governo da época, sem preconceito com a própria FEBEM, e tendo claro que educação não é só na escola. Sem base e apoio da família, não é possível educar! Não deixem de assistir!

Tania acredita que professor é professor, e não pode assumir o papel que a família tem na vida da criança. Acredita ainda que educação muda as pessoas, como no caso do contador de histórias, mas que é preciso respeito ao professor e apoio da família!

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