sábado, 29 de novembro de 2008

Ensaio Sobre a Visão

Desde os nove anos uso óculos. Sou uma míope clássica, daquelas que mal consegue levantar da cama sem os óculos. Durante longos anos gostei de usar óculos. Na adolecência odiava, claro! Mas por um bom tempo tive nos óculos um aliado… nunca fui santa, mas ele me deixava com cara de séria e todas as mães dos meus amigos me adoram até hoje porque acham que eu sou sempre uma boa companhia. Comecei a dar aula há seis anos, e meus alunos vão de adolescentes a senhores. Desde então os óculos funcionam quase que como um disfarce. Fico com cara de professora, brava e cabeção. Ele me ajudou, quando precisei, a parecer mais velha e a ganhar o respeito dos meus alunos. Nos fins de semana, em geral uso lentes descartáveis.

Atrás dos óculos também me escondo. As vezes uso ele como pretexto pra não fazer a sobracelha tanto quanto deveria pois quem vai vê-la atrás dessa muralha! Uso ele para fingir que não estou vendo a pele da pálpebra mudando de textura e os pés de galinha que insistem em querer aparecer pra gente feito fantasmas.

Faz algum tempo que venho matutando a idéia de fazer a cirurgia de correção da miopia. Antes não podia porque meu grau não estava estabilizado. Depois não podia porque morria de medo. Agora o grau estabilizou e o medo passou! Ufa! Chegou a hora! E lá vou eu, cheia de coragem e expectativa! Quinta, as oito da matina!
Mas calma, queridos óculos, companheiro de taaaantas aventuras! Tenho um tiquinho de astigmatismo, e ainda vou usá-lo pra ler, pra trabalhar no computador e afins.

Mariana escreve aqui esporadicamente e em breve estará mais leve, mas livre.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O moribundo

“Faça um estudo comparativo do Funcionalismo de Durkheim, Merton e Luhmann”.

E foi assim, com este enunciado, que tornou-se moribundo meu sonho de fazer mestrado na USP. Um ano de preparação e de estudo para chegar na hora H e a ansiedade jogar tudo por terra. Quarenta minutos para conseguir elaborar uma linha de raciocínio minimamente coerente e somente uma hora pra discorrer sobre um assunto que já foi objeto de tratados e mais tratados. Quer dizer, como comparar, em escassas quatro laudas um tema polêmico sob o ponto de vista de um filósofo, um jurista e um sociólogo?!!

“O resultado desta etapa será a média das duas provas que cada um de vocês já fez e desta, sendo que os dez melhores resultados serão convocados para uma outra etapa.”

Mexeu o moribundo. Ora, a prova de inglês eu fechei e na prova técnica tirei 89. Tudo bem, tudo bem, eu poderia ter tirado mais, mas, minhas amigas, participar de um processo seletivo da Faculdade de Direito da USP por si só já é um fator de ansiedade a mais. Haja coração, além de estudo. Enfim, se eu conseguir tirar uma nota sofrível nesta etapa de ontem, quem sabe não consigo pelo menos passar pra próxima?

“E Minas, Laeticia, como é que estão as coisas por lá?”

“Está tudo indo bem, professor, parei de advogar, só ajudo o Dr. Fulano com os clientes dele, mas não assino mais nada. Definitivamente, operar o Direito exige um estômago que eu não tenho.”

“E a prova?”

“Minha prova não está boa, professor... apesar do meu estudo. Fui a Luhmann e Merton, mas Durkheim eu simplesmente não consegui elaborar...”

“Eu vou ler aqui, mas fique tranqüila.”

Alguém aí pode me dizer como é que se fica tranqüilo depois de praticamente assassinar um sonho?!! Como é que se dorme bem depois de estudar horrores e às vésperas da prova a vida te surpreender com circunstâncias que simplesmente te impedem de raciocinar como de costume e pelas quais você nunca esperaria passar?

Odeio quando me dizem pra ficar tranqüila nestas horas. Eu não quero ficar tranqüila. Quero mitigar minha ansiedade, conferir o site quinze vezes por hora, até sair o resultado e eu poder relaxar, independentemente de sucesso ou fracasso. O estado de cansaço em que estou fez com que o resultado em si perdesse um pouco da sua importância. O que eu quero é saber no que vai dar. Porque aí vai estar acabado e não haverá mais ansiedade, mais preocupação, mais sofrimento. Pode até ser que comece tudo de novo no ano que vem, ainda não me decidi, prefiro esperar o resultado pra pensar sobre ele depois, mas pelo menos terei um tempo de descanso.

Tudo que ando querendo é deitar cedo, acordar tarde, tomar café da manhã sem pressa, parar de olhar o relógio, de conferir e mails, de carregar o celular a tira colo. Mas não consigo. Simplesmente não consigo.

Como não consigo parar de pensar um minuto sequer que o moribundo mexeu. Eu achava que ele tinha morrido, meu sonho de fazer mestrado no Largo de São Francisco, mas ele mexeu. E agora eu me pego na esperança de que o moribundo abra os olhos, profira algumas palavras e fique novamente de pé. E ao mesmo tempo tenho medo. Tenho medo de que ele nunca mais se mexa. Pior, tenho medo de que ele abra os olhos, fale, se levante e depois caia de novo. Desta vez definitivamente.

Neste exato momento estou em vigília. Meu moribundo não me deixa dormir, não me dá descanso. Sinto meus músculos das costas se contraírem, chego quase a sentir dor. Tento me controlar. É difícil, mas estou conseguindo. O moribundo não pára, balbucia alguma coisa e eu me assusto. Não, penso eu, ele só se mexeu um pouco, ainda não consegue balbuciar nada. Acho que o cansaço está me vencendo. Vou me entregar. Mesmo que eu queira lutar por este moribundo, acho que agora já não é o melhor momento. Preciso recarregar as baterias. Nem que seja para sofrer menos no velório e no enterro de um sonho que agora está moribundo.

Laeticia está muito, muito cansada. Estudou seriamente pra esta prova, pois sabia que não seria fácil. Só não contava com baterias fracas justamente neste momento. Mas segue acreditando que o moribundo pode sair desta.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

P.S. EU TE AMO

Outro dia Laeticia escreveu a respeito de um filme que acabou de estrear nos cinemas e que ela simplesmente amou. Era um Woody Allen a la Almodóvar! Hoje vou imitar a Laeticia, falando também a respeito de um filme, algo que eu nunca havia feito aqui no Blog, até então.

INTRODUÇÃO:

O meu filme é um filme de mulherzinha, desses de assistir em casa preferencialmente, com baldinho de pipoca, um copão de coca-cola ou/e brigadeiro de panela, por que não?!

Ah, sem marido ou sem namorado, porque eles provavelmente não vão gostar ou, caso gostem, não vão admitir – o que vai te matar de raiva!

DESENVOLVIMENTO:

O filme chama-se P.S. Eu te amo e é classificado como comédia romântica. O título, a princípio, me deixou meio intrigada, mas despertou minha curiosidade, já que adoro literatura e tudo mais que seja relacionado a missivas.

A atriz principal é a mesma que fez a boxeadora do filme Menina de Ouro, só que numa versão light, delicada e feminina. Ela é casada... muito bem casada... muitíssimo bem casa! O ator, gente, é um gato!

O filme é a respeito da história dos dois e se inicia com uma briga entre eles. Briga comum, corriqueira, como a de qualquer outro casal. Acho que isso provoca uma identificação imediata do telespectador com os personagens. No nosso caso então, mulheres de trinta, acho que essa identificação é maior ainda, porque eles são um casal jovem, na faixa dos trinta anos também, vivendo experiências e tendo expectativas como nós.

Em tempo, a personagem principal se torna uma mulher de trinta durante o filme e a partir de alguns acontecimentos que nos fazem rir e chorar quase que ao mesmo tempo, ela tem que reinventar a si mesma. Lindo!

Não vou contar mais porque você é quem tem que conferir a beleza e a emoção que o filme transmite. Vale a pena!

CONCLUSÃO:

Geralmente não dou muita sorte com os filmes que são muito comentados e indicados. Com Titanik foi assim, Tropa de Elite não acabei de ver... acho que eu crio muita expectativa, sei lá. Mas com este filme foi diferente. Umas cinco pessoas comentaram a respeito dele comigo “assiste, assiste, você vai gostar” e eu não apenas gostei, como AMEI!

P.S. Vanessa diz: “assiste, assiste, você vai gostar”. Beijos!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Cirandinha

Era uma vez três mocinhas lindas. Sim, lindas realmente. Conheceram-se no local de trabalho. Em princípio a convivência foi formal, cordial. Depois, muitos acontecimentos foram aproximando as três, aliás, duas delas já tinham descoberto muitas semelhanças, só faltava uma na roda.

Vivi, tão simpática, risonha, é o imã do trio. Tudo é motivo para uma brincadeirinha e um montão de risadas. Sabe ouvir, qualidade indispensável a uma amigona.

Fabi, um doce de menina. E parece mesmo uma menina. Tão meiga e delicada...e pode ser forte se assim precisar...aprende fácil com a vida. Faz carinho com os olhos.

Angel, euzinha. A mais tosca de todas, claro! Doce, ainda que saiba ser amarga. Sente-se meio mãe das duas, por isso é tão dura às vezes. E pede colo quando se sente filha.

Claro que fui eu a última a entrar na roda. Mesmo porque, quando cheguei, Fabi e Vivi já cantavam “Fui na fonte do tororó...”.

Observei um tanto antes de me aproximar, afinal não posso negar minhas origens de “bicho do mato”. Mas valeu esperar.

Aos poucos fomos nos conhecendo, trocando confidências, sorrisos e cultivando a confiança. Agora somos a Cirandinha. Isso mesmo! Três conseguem formar uma roda. As três mocinhas do desenho no guardanapo, uma de cada cor, diferentes. E iguais na amizade.

Hoje um amor forte e sincero nos une. A felicidade de uma é sempre multiplicada por três. Assim como todo o resto.

Era uma vez três amigas. Amigas realmente! Dividindo sonhos, expectativas, problemas e tudo mais, vão se amando e fortalecendo a cirandinha.


“Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar...”. Vivi e Fabi, amo vocês

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Encontros Seguintes

Se pelo pó ou pela sombra ou inchaço por outros motivos, seus olhos não se abriam completamente. Os primeiros dias, usualmente, são sempre os melhores, quando não se sabe ao certo por onde anda, ou onde se pisa, pois pequenos detalhes não foram ainda anunciados, tornando difícil se dizer aonde está. Se sentia eufórica, trêmula – resumidamente – feliz. O soube sempre, que seria, assim. De quando em quando seus olhos se encontravam, pouco era-se dito, mas tudo parecia pontualmene esclarecido; ambos tinham um acordo silencioso, sentiam o mesmo. Quando do primeiro encontro, ela tão pouco se lembrava, mas outros foram suficientes para retomarem suas estória, e inadiavelmente, assim como a chegada a partida súbita tambem o seria. Aquele ao seu lado nada falava e em concordância ela nada perguntava. Assim ela previa o futuro próximo. Como migalhas adormecidas ela acordou num desses dias. 

 

Aos atores dessa estória, trágico-comicâ, por me fazerem sentir mais e explicar menos, por me fazerem mais, do que menos.

sábado, 22 de novembro de 2008

Vida

Quando se vive, deve-se atentar para evitar que a vida passe por nós, atropelando.
Se vive ao respirar, ao trabalhar, ao caminhar. Mas quantas vezes passam as horas, passa o dia, passa o tempo e a gente nem percebe! Quem permite isso não é a vida corrida demais, nem o tempo que encurta micromilissegundos de tanto em tanto tempo, somos nós mesmos! Sou eu mesma, que às vezes cometo o sacrilégio de torcer para que o tempo voe, passe correndo.
Quando deito, à noite, e penso no que aconteceu durante o dia, muitas vezes percebo que não aproveitei, não vivi com consciência as pequenas e as grandes coisas, os bons e os maus momentos. Parece muito com quando cochilo em partes de um filme, tento lembrar o que aconteceu entre uma parte e outra, mas eu não consigo.
Venho procurando estar presente quando respiro, quando escuto alguém, quando como, quando me espreguiço, quando estou sozinha, quando estou acompanhada. Quando sinto prazer e quando sinto dor. Quando rio e quando choro.
Não tiro o valor de, em alguns momentos, desligar o cérebro e pensar em nada... Algo como dar uma limpada no pensamento.
Mas acredito que se aproveita muito mais da vida quando se está nela, de corpo, alma e mente.

Renata está vivendo. E gostando muito.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Vicky Cristina Barcelona

“Duas jovens americanas com visões completamente opostas em relação ao amor. Elas viajam de férias a Barcelona e acabam por conhecer um pintor que mudará suas vidas.” 

Eu já tinha visto o trailler deste filme, mas tinha certeza que era um Almodóvar quando fui ao cinema. Me enganei. Woody Allen na veia, mas nunca assisti um Woody Allen tão Almodóvar!!

A Scarlett Johanssen, muito linda, como sempre! O Javier Barden, horrendo, mas não tão feio como em Onde os Fracos Não Têm Vez (sinceramente, neste filme ele está caracterizado de Beiçola, personagem de A Grande Família). A Penélope Cruz, simplesmente surpreendente.

A Penélope Cruz, aliás, é um caso à parte. Em alguns filmes eu acho a mulher linda, em outros, acho que ela é bem mais ou menos, mas muito charmosa. Mas neste, ela está linda e engraçadíssima!! Louca a personagem!! Completamente desvairada!!

Não vou ficar aqui contando um filme que acabou de estrear nos cinemas, mas, meninas! Vocês precisam ver. Muito bacana, muitas questões sobre amor e formas de amar, permeadas por muito riso e lágrima. Um filme emocionante. 

Laeticia adorou Vicky Cristina Barcelona, queria escrever mais, mas não quer estragar a surpresa do filme; confessa que se identificou muito e espera não ser tão passional pra sempre!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Reinventar

Eu já disse aqui que sou uma pessoa altamente viciável. E é a mais pura verdade. Qualquer diversão me vicia. Igual criança com brinquedo novo. Um dos meus vícios mais duradouros é a internet. Adoro. Eu sou aquele tipo de pessoa que trabalha o dia todo na frente do computador. E vocês sabem qual é a primeira coisa que faço quando chego em casa? Ligo o computador. 

Exagero? Creio que não. Se fosse, eu não teria me preocupado em ter um celular que me permitisse ver emails e acessar a internet. Sim, eu faço isso pelo celular. Embora eu ainda não tenha descoberto como postar textos nesse blog através dele. 

Acontece que ultimamente – acho que nos últimos dois meses – eu tenho reinventado o conceito de cansaço. Tenho assumido tantas atividades que o tempo que sempre dediquei aos meus vícios foi drasticamente reduzido. 

Não tenho tido disposição para bater papo no gtalk ou no msn. Não tenho conseguido me concentrar o suficiente para atualizar decentemente esse blog. Não tenho tido sequer tempo de responder os meus scraps, acessar meus sites preferidos ou assistir os novos episódios das séries que eu costumava acompanhar. 

Como não consigo vislumbrar uma redução no meu ritmo de trabalho, tenho pensado em como reinventar o modo de descansar. Dormir da meia-noite às sete já não tem sido suficiente. Nadar duas vezes por semana não me dá endorfinas suficientes para resistir. A coisa está realmente bem feia. 

Alguém pode, por favor, antecipar o Natal? 

Milena escreve aqui às quintas.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Pantufa Actinoplanis Descabelata

Ela chegou em um dia de chuva, saltitando na empresa onde trabalhamos. É uma delícia quando aparece um cachorrinho por aqui, pois eles chegam apavorados de fome, carentes e loucos por uma brincadeira. Porém, é uma delícia triste, pois sabemos de onde estes cuzcos vêm e para onde eles vão. Eles vêm de pessoas irresponsáveis que encheram o saco do animalzinho depois de descobrirem que ele era genioso, ou que são obrigadas a se mudar repentinamente sem conseguir encontrar um novo lar para o peludo, em ambos os casos abandonando os cãezinhos na beira de uma estrada deserta, esperando que eles morram atropelados ou que alguém se compadeça. Infelizmente o primeiro destino é quase sempre o que acaba prevalecendo.           

Outros peludos tocaram meu coração nesta situação, mas morávamos em um apê, onde ficava bem difícil de recolher um sarnento, carrapatento, pulguento, para tratar e dar carinho. Quando estávamos nos mudando, apareceu um pretinho serelepe que foi bem cogitado em ser levado para casa. Mas não conseguimos pegá-lo. Coitadinho, tinha tanto mede de gente que não deixava ninguém chegar perto.           

Fazia tempo que eu queria um cachorro, e vinha na maior campanha doméstica para que a idéia fosse aceita. Estávamos quase lá, escolhendo raça, quando seria a melhor época e tal. Até que neste dia de chuva, inesperadamente, Pantufa apareceu. Ela correu o dia todo pela fábrica, subindo e descendo o morro, seguindo as pessoas, pulando e arregaçando a barriga para qualquer um. Um segurança retardado mental chegou a apontar uma arma para a bichinha dizendo “que já resolvia este assunto”. Imaginei o fim daquela vira-latinha tão inocente, tão feinha, mas tão esperta e amorosa e não pude resistir. Quando o namorido desceu o morro para bater o ponto eu esperava ao lado do relógio, com ela molhada, enlameada, fedorenta e enrolada em um saco de estopa no meu colo. Já era.           

A cachorra estava tão exausta que largou o peso no meu colo e dormiu instantaneamente no caminho do veterinário. Lá descobrimos que ela deve ter uns cinco ou seis meses, mas ainda age como um filhotinho e ainda tem dentes de leite que cairão. Ela devia estar perdida ou abandonada por pouco tempo, pois ela não era arredia e estava bem de saúde, com o pêlo saudável e com poucos carrapatos. Na primeira noite dormiu como um anjo, e eu achei que esta história de adaptação à casa nova era balela. Na segunda noite ela colocou o quarteirão inteiro abaixo, uivando, ganindo, latindo e destruindo o quintal. Não dormimos um segundo sequer e cogitamos até o absurdo de abrir o portão e liberar na rua o monstrinho Gremlin que tinha surgido lá em casa. Resistimos todos, ela e nós.           

Agora a moça já está se sentindo em casa. Dorme tranqüila e quando se passa, reclamando de madrugada de alguma coisa, cala logo a boca com o grito do vizinho ou uma bronca nossa. Tivemos o grande evento do banho e em cada dia descobrimos uma nova faceta do bichinho. Ela é cinza-preto-branco-cor-de-burro-quando-foge, tem focinho comprido, bigode e orelhas com pêlos espevitados, o rabo comprido, a pontinha das patas brancas e orelhas que viram do avesso. Parece o cão chupando manga deste jeito, mas não é. Ela faz cara de coitada, cara de quem não está entendendo, cara de vítima, já destruiu metade do quintal e os óculos escuros, pula com as quatro patas juntas do chão, adora brincar mordendo um pote plástico enquanto enfia uma pata dentro dele e corre com as outras três, corre atrás do rabo, pesca insetos no ar com a boca e já aprendeu a sentar quando a gente manda. Pantufa Actinoplanis Descabelata. É isso aí, esse é o nome da mais nova moradora do Solar, nossa nova vira-lata, SRD com orgulho. Pantufa para os íntimos e Pam para os muito íntimos. 

Gisele Lins escreve aqui às quartas-feiras. Particularmente contente com a nova integrante da família e moradora do solar.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Os insanos de todos os dias

O transporte que uso todos os dias, tanto para trabalhar quanto para estudar, é o ônibus. E tenho de admitir que não existem apenas desvantagens em “pegar o busão” todos os dias. Felizmente, podemos encontrar, nessas viagens, pessoas gentis, solidárias e simpáticas e até fazer algumas amizades naqueles minutos diários de viagem. 

Pois bem, ainda assim, são os insanos do “busão” que me enlouquecem. Em tempos de chuvas como agora, a situação se agrava bastante. No primeiro ônibus que utilizo no dia, fico de pé todo o percurso. Em dias de chuva, como ontem, enlouqueço só de olhar o veículo com as janelas fechadas, todas fechadas. E penso: o que passa na cabeça dessas pessoas que não abrem as janelas? Será que elas pensam que os vírus e as bactérias que dividem o mesmo espaço em que estamos não se vingam dessa situação de sufocamento?  Eles se vingam sim, e rápido. Adentram no narizinho da gente e fazem um estrago lá. E eu torço para que seja no narizinho do insano que está grudado na janela fechada. 

Ontem, incomodada com a tentativa de sufocamento coletivo, arrisquei umas mentirinhas inocentes. Logo que entrei, encontrei um companheiro de todos os dias e perguntei (em alta voz): o que faço com minha claustrofobia, amigo? Ele, prontamente, pediu para a moça ao lado abrir uma frestinha de janela. Ela obedeceu, e pior, literalmente. Foi uma frestinha mesmo. E aí se iniciou um diálogo entre eu e o amigo. 

Amigo: Você está bem!? 

Eu: Podia estar melhor amigo, se as janelas se abrissem automaticamente com a força do meu pensamento. 

Nesse momento, outras duas pessoas saíram da insanidade por um instante a abriram as janelas. 

Eu (séria): Sabe amigo, tenho receio de ter uma crise séria de claustrofobia aqui dentro. Quando isso acontece, me vem uma tosse incontrolável que só pára quando eu vomito. 

Atraí alguns olhares e várias janelas se abriram. Que beleza! Pude ter certeza de que uma mentirinha inocente não faz mal a ninguém, pelo contrário, fez um bem danado nesse caso. 

Não consigo entender...será que as pessoas temem a água da chuva? O ventinho que vem com ela e depois dela? 

E os insanos não se sentem culpados nessa tentativa diária (com chuva ou não) de sufocar as pessoas que viajam de pé. São quase psicopatas, eu diria. 

Haja artifício para conviver com a insanidade alheia! 

Angel encontra insanos (quase psicopatas) todos os dias. E utiliza falácias para não se tornar vítima deles. Lamenta por eles temerem a chuva, o vento e o frio.   

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Canto de um povo de um lugar

Todo dia o Sol levanta


E a gente canta


Ao Sol de todo dia

 

Fim da tarde a terra cora


E a gente chora


Porque finda a tarde



 

Quando a noite a Lua mansa


E a gente dança


Venerando a noite 

 

Desculpem a falta de originalidade, aliás nenhuma. Tentei me lembrar dessa música durante o final de semana e só consegui agora…. Ela me traz ótimas lembranças, Caetano realmente tem algumas composições lindas. Espero que gostem.

sábado, 15 de novembro de 2008

Mais um da série “eu adoro!”

Então, continuo elencando coisas que adoro. Uma delas é gente que te diz: “amanhã te levo (ou te ligo ou te falo)” e realmente faz o que prometeu.

Parece bobagem, mas quando as pessoas me dizem isso, eu acredito. E espero que elas façam o que disseram. E nem preciso dizer que, na maioria das vezes, me decepciono.

Parem de me olhar com essa cara acusadora, e confesso: também faço isso! Mas acho horrível. E só faço quando tenho lapsos de memória, o que é bem freqüente. Tenho mesmo me esforçado para evitar tais situações.

Dia desses, duas alunas do sexto ano foram ensaiar uma coreografia para a apresentação de Natal. Quando começaram a ouvir Latino e ver no DVD a tal coreografia, sugeri que procurassem outras músicas antes de decidir. Elas, felizmente, aceitaram. Fiquei de levar, no dia seguinte, dois CDs da Ivete Sangalo (sim, sou tiete da Ivete!) para elas ouvirem. Anotei na agenda, fiz uma marca na mão e fui cheia de intenção de não furar com as meninas.

No dia seguinte cheguei, orgulhosa de mim mesma, com os dois CDs. Dei para elas e saí satisfeita. Imaginem minha surpresa quando elas voltaram e disseram:

- Profe, tem só a caixinha. Ta vazia.

Putz! Esqueci os CDs no porta-CDs!

- Sem problema, gurias! Amanhã a profe traz.

E aí começou, levei mais três dias para lembrar de levar. Levei. Missão cumprida.
Mas não com aquela satisfação.

Por que será que é tão difícil? Será mesmo só falta de tempo? Tem algum neurocientista, mesmo amador, que possa me explicar?

Renata anda procurando formas de não furar com os outros, só não quer deixar de prometer as coisas, porque ficaria muito chato. E teria que deixar de escrever aqui, todos os sábados. Porque toda semana diz pra si mesma: esta semana vou escrever o texto ainda na quinta, não vou deixar para a última hora. Ainda não conseguiu.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Sobre magreza, maiôs, biquínis e colchões enroladinhos

Sábado à tarde, cansada de estudar, ‘bora dar uma relaxada vendo uma coisa qualquer na TV. Zapeando o controle remoto, eis que de repente, não mais que de repente, surge na telinha a Lílian Pace: “vocês não podem perder o desfile da grife tal, meninas! A coleção alto verão 2009 está simplesmente um arraso!” E lá vai Laeticia assistir a um desfile do Rio Summer – quem vê até acha que eu amo praia – pela TV. O cúmulo da falta do que fazer.

 

Enfim, achei que iam surgir umas meninas altas e magras, vestidas lindamente em biquínis e maiôs com preços oscilantes entre um e dois salários mínimos – isto mesmo, entre quatrocentos e oitocentos reais – quando começa um desfile de cabides!! Tudo bem que ali a modelo é só acessório, é a roupa, no caso o biquíni/maiô, que tem que aparecer. Mas daí a contratar modelos esqueléticas, anoréxicas, sei lá que nome se dá a isto, é demais!! Por mais magra que seja a modelo ela SEMPRE vai aparecer, uai!! Afinal, é gente que está ali desfilando.

 

Sinceramente, colocando de lado o fato de que estas modelos definitivamente não são o que euzinha acho de mais bonito, além de eu ter certeza que ali tem muito pouca saúde, fiquei pensando o que leva uma pessoa a colocar modelos magrelas ao extremo pra desfilar biquíni, que é o símbolo da gostosura nacional. Se eu tivesse uma grife de moda praia, ia querer mulheres gostosas pra desfilar os biquínis, oras!! E nem é dizer que não tem quem preencha este requisito pra desfilar: tá caro contratar a Cicarelli, a Juliana Paes e a Maryeva? Pois então é só dar uma voltinha na praia, ali no Leblon e em Ipanema mesmo, lugares com muitas freqüentadoras que podem – e pagam – dois salários mínimos por um biquíni, e escolher à vontade!! Tenho certeza que aquelas meninas que amam academia – chego a invejá-las às vezes, confesso... bem que eu gostaria de ter prazer em fazer ginástica – iam adorar aparecer na telinha desfilando um biquíni daqueles. Se bem que eu gostei mais dos maiôs.

 

Voltando ao tal desfile, realmente as peças eram bem bonitas. Tudo bem que estavam um tanto quanto envoltas em ossos, né, mas acho que em alguém que tenha mais carnes ia ficar mais bonito. Nada contra as magrelas de natureza. Mas tudo contra esta ditadura da magreza a todo custo. O GG virou G faz tempo, e nesta piada de mau gosto, eu, que até pouco tempo atrás vestia M, já estou vestindo G! E olha que ando conseguindo controlar meu peso e até emagrecendo um pouquinho. Já voltei a sonhar com um biquíni no verão. Mas acho que se eu não ficar em paz com meu corpitcho logo, vai chegar o dia em que não poderei mais usar biquíni.  E não será pelo meu excesso de gostosura, mas porque os biquínis andam diminuindo de tamanho com mais rapidez que eu consigo emagrecer. E aí estas grifes vão ter que rezar pra mulherada emagrecer doentiamente ou então perder de vez a vergonha na cara. Porque se a maioria for como eu, elas vão falir, porque não tenho a menor vocação pra passar fome, muito menos pra pagar mico na rua com um biquíni que me faz parecer um colchonete enroladinho!!!

 

Laeticia ficou revoltada com a magreza das modelos do desfile e mais revoltada ainda de não poder pagar dois salários mínimos naquele maiô de onça ma-ra-vi-lho-so que uma destas magrelas desfilou!!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Ah! As galochas!

Vocês já as viram? Não?

Pois eu vi. E foi amor à primeira vista. Sério.

Agora nada mais será como antes. 

Eu não sou uma pessoa ligada em modinhas. Juro. 

Mas acontece que esse caso é meio antigo, sabem? Na terceira série eu usei minhas botas sete léguas até não restar mais borracha alguma sob a sola dos meus pés. 

E agora elas voltaram. Com requintes de crueldade, para minha tristeza. 

Tão cruéis que eu não consigo mais tirá-las. 

Se você me conhece, tente me imaginar, feliz como criança na manhã de natal, vestindo – sim, vestindo! – minhas novas botas de chuva. Aquelas marrons com bolinhas brancas, sola e detalhes rosa. 

E chove? Felizmente, quase todos os dias! 

Ah! As galochas! Sejam bem vindas minhas queridas! 

Milena está feliz. E acha que bem que as galochas podiam vir para ficar, não é?

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Bye bye, so long, farewell.

Adeus minhas banhas. Sim eu sei, nossa amizade é de longuíssima data, mas eu vou abandonar-lhes agora sem pudor e, por favor, sem rancor. 

Tantos anos querendo uns quatro quilinhos a menos. Sem pretensões, não tenho perfil para usar uma skinny e ficar legal, mas tenho várias amigas calças, alguns amigos vestidos, poucos amigos terninhos, além do amigo biquíni e do amigo bolso $, é claro, que agradecem demais a partida de vocês.           

Sim, eu compreendo que esta é uma decisão abrupta e sem aviso prévio, por isso esta conversa. Vão, deixem-me em paz, vocês estão livres para atormentar a fofura de outros, sigam a luz.          

O que? Mas eu também não esperava que isso fosse acontecer. Tudo o que eu queria era uma reducaçãolimentar, juro (cof, cof). Sabe como é, re-aprender a comer, re-adaptar as quantidades para o meu metabolismo de balzaca, evitar palalá de cadique, os tais triglicérides, colesterol, derrame, infarto devido a estresse e super pressão do trabalho, essas coisas (cof, cof). Não, não dava mais, eu vinha avisando, pírula, estresse, cigarro e mais vocês é muito pra minha balada. Fiz um pede pra sair e vocês dançaram primeiro, sinto muito. Consolo? Tem mais alguém na minha mira.           

Há não, queridas banhas, não avacalhem na saída, desse jeito. Dignidade aí, né? Concordo que sempre achei meio estranho o cabelo da fulaninha, mas vocês me fazerem jurar que ele até passa pela torta floresta negra da padaria é apelar, hã? E ficar cheirando chocolate em balcão de restaurante, vocês estão pensando que estão fazendo o que comigo? Dignidade! Sigam a luz, seu tempo aqui neste corpitcho acabou, finito.           

Não adianta tentar me convencer, é claro que adoro pãozinho quente e toblerone dark, vocês sabem disso, porém, trocar gostosuras por uma tonelada de fibras, linhaça moída, potreína, frutas ácidas, meia cenoura por dia e blá blá blá, eu confesso que tem me feito muito bem. Minhas entranhas reagem diariamente, vocês acreditam no que isso significa pra mim? E, além disso, imaginem só, ando cheia de disposição, coisa que vocês só faziam me sugar. O episódio do vinho? Tudo bem, faz parte, de algum jeito eu teria que descobrir que as minhas duas “cotas semanais de exceções”, quando eu escolhesse o vinho, não poderiam ser consumidas de uma tacada só, quando se vive praticamente de fibra. Tudo tem seu lado bom, descobri que é possível, para o corpitcho, se livrar do que fez mal por mais de um orifício corporal, coisa que eu considerava impossível antes. E agora eu vou dividir as tais cotas, OK? Talvez também nunca mais tomar vinho seja uma boa (cof, cof).           

Aqui. Nada de ameaças, tá? Alguns dos tais quatro quilinhos ainda estão aqui, mas vocês estão tendo que deixar o barraco mesmo assim! Ó só, calça caindo, hã? Tchau! Valeu, foi bom, adeus, a velha eu manda lembranças, mas na nova eu, mais saudável (cof, cof), não tem espaço pra vocês. Sem rancor, por favor, adeus também foi feito pra se dizer.

 

Gisele Lins escreve aqui às quartas. Mais levinha nesta semana (cof, cof).

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Torpor

Há dois meses, postei um texto sobre minha ansiedade na espera pelo mês de dezembro. Eis que já consigo avistá-lo. Até bem perto de mim. Isso é bom, sim, é bom! 

Na verdade, a evidência mais importante da proximidade de dezembro não foi exatamente a chegada de novembro, foi o meu estado de torpor. O que antes era só ansiedade (uma baita ansiedade), hoje é uma situação real de sono incontrolável e raciocínio lento (principalmente na semana que passou em que minhas sagradas 5h de sono diárias foram comprometidas seriamente). 

Não preciso dizer pra ninguém que estou cansada, que é o fim da linha. Está nos meus olhos. Na semana passada tive, várias vezes, a sensação de que os meus olhos fechariam sem que eu percebesse, em um momento impróprio. Para escrever esse texto, no domingo, tive de dormir durante uma hora (por volta das 18h) para viabilizar o raciocínio. 

Tive um grande receio no domingo. Foi o dia da sessão de fotos para o convite de formatura. Durante toda semana, olhei-me no espelho e pensei: vou ficar uma múmia nas fotos, afinal estou entorpecida, abobada. Mas não havia o que fazer. Dormir, não daria. Havia outras coisas a fazer... E maquiagem não aparecia, para mim, como solução. Nem o torpor me faria ceder ao blush, sombra, hímel e etc. Um batonzinho foi o suficiente. Porém, surpreendi-me. Não fiquei horrível. Fiquei bonitinha, é sério! E foi divertido ver aquele monte de mulher se debatendo entre maquiagens e cabelos lisinhos, pra garantir o click perfeito. 

A proximidade do fim da faculdade me remete à primeira formatura, em que me senti um peixe fora d’água na colação de grau. Acho que não será diferente dessa vez. Talvez essa sensação seja uma das únicas que não mudou. Aquele tantão de gente me olhando me assustou e me assusta até hoje. 

O silêncio ainda é a opção perfeita para livrar-me e livrar todos a meu redor das conseqüências do torpor. Afinal, com raciocínio lento, não consigo triar palavras, nem direcionar a palavra x para o receptor x. A palavra x pode, facilmente, ser dita ao receptor a. Aí, danou-se! O silêncio, ah, o silêncio, tem-se revelado grande amigo. 

 Ainda quero colo, doces, carinho e uma noite de sonho sem hora pra acordar. 

Angel está entorpecida, porém com a sensação de que a bonança está próxima. Pretende comparecer a esse encontro todas as terças, mesmo com o torpor em grau elevado.  

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Oh dificulidade viu!!

Acredito que não seja só comigo, mas tudo aqui é difícil de resolver, principalmente se envolver os homens da lei. Humpf. Muitas vezes preferimos mesmo é esquecer o caso e ir pra casa, por que sinceramente – Ohhhh dificulidade!! 

Ontem um caminhão perdeu o freio e veio a freiar no meu carro, ótimo, nada melhor para começar seu único dia de folga do trabalho, a caminho da feira hippie. Ninguém merece. Assustei, claro, aliás, assutamos, minha irmã estava comigo, coitada, primeiro acidente de carro. 

Coitado também do motorista, ou melhor de todos os caminhoneiros, nunca vi coisa mais instável do que caminhão, toda hora se ouve falar de caminhão perdendo o freio pra cima e pra baixo. Realmente não entendedo mais nada mesmo. Como é que pode, logo um automóvel dessa dimensão ser tão inseguro assim. Na minha cabeça devia ser exatamente o contrário, mas pelo visto não é. 

Bom, o que se havia de fazer. Liguei pro 190 e me informaram que agora é tudo informatizado. Ahhhh que beleza!! E o que isso significa meu Sr.? Ahh, agora se não houverem vítimas, os automóveis devem se deslocar para o Esquadrão XXXXX. O QUÊ? COMO É? Isso mesmo minha senhora, nós não vamos mais ao local, até podemos ir, mas pode demorar e precisamos estar online. 

Foi incrível quando ouvi isso. Eu também achava que o uso de computadores agregava valor ao que já existia, ou seja, vinha para somar e não para subtrair. Eu deveria então me “deslocar” até um local que não fazia a menor idéia de onde era, e arrastar um caminhão atrás de mim, por que agora é tudo online. Sinceramente tive mais uma daquelas vontades de possuir um teletransporte e sumir para algum lugar mais civilizado. Como diria um tio meu, “é duuuuro!”

 

Silvia está bem, todos estão, menos o carro é claro. Mas agora está mais preocupada com os caminhões e sinceramente enquanto puder manter distância deles ela a manterá.

domingo, 9 de novembro de 2008

Uma Palestra Sobre o Futuro

Há algum tempo fui assistir a uma palestra cujo tema era "Gestão do Futuro". Não citarei aqui nomes de autores ou instituições, para preservar os envolvidos, pois a palestra foi um desastre. Bom, a palestrante iniciou seu discurso com o otimismo sobre o futuro, sobre a gestão das empresas, etc. Mas, quando foi contextualizar seu tema, falando das eras da industrialização, a divisão do trabalho, as características dos profissionais de cada época, começou a tropeçar em datas, séculos, fatos... E a coisa foi só piorando... Abaixo, trechos falados na palestra, por uma profissional contratada para isso:

    

"_A Revolução Industrial ocorreu no século XVI, por volta de 1780!

_Não vou me ater a esse assunto, pois é só contexto histórico, não importa muito ao tema!

_A televisão digital, que o governo faz tanto alarde que vai trazer para o Brasil, já existe na Europa há cerca de 50 anos!

_Se você não gosta do que está fazendo em seu trabalho, você não será um bom profissional, e é melhor você se demitir logo, e buscar outro emprego."


Essas pérolas, além de outras de puro otimismo sobre o futuro daqui a 50 anos, num mundo sem problemas, fazem inveja àquelas de alunos na prova do ENEM que recebemos por e-mail! A palestra era para mostrar o tipo de profissional que as empresas desejam, ou seja, aquele que corre atrás, que busca conhecimento, que se atualiza, que saber liderar uma equipe, que sabe usar do humor na dose certa e na hora certa para resolver conflitos, essas coisas.

    

Contudo, o público que assistia ao discurso empolgado (não empolgante) da palestrante, era um público misto, mas havia muita gente humilde, com empregos que são os que eles conseguiram com muito esforço, e que estão lutando para melhorar, mas não podem se dar ao luxo de largar o que fazem para procurar o que gostam. Emprego está difícil para todo mundo!

    

Afinal, as empresas sempre desejam este tipo de profissional, e vai continuar buscando por isto. Mas negar o passado, criar algo a partir do nada, é impossível. É preciso aproveitar o que há de bom em uma estrutura antiga, e melhorar, atualizar o que está defasado. O próprio profissional pode tentar melhorar, se atualizar, e buscar novas oportunidades, mas sem deixar de lado o que tem de bom, deve se aprimorar, mas não deve largar um emprego sem perspectiva de outro. Precisamos ser realistas! E, nisso, a palestra não ajudou em nada. Parecia um chamado ao empreendedor, à pessoa destemida, que quer se arriscar pelo que gosta de fazer. Era uma propaganda de como será o futuro e de como deverá ser o profissional para vencer na vida. E, entenda-se, vencer na vida, de acordo com o tema da palestra, é ter sucesso na carreira profissional. 

    

O mundo do futuro que me desculpe, mas, para mim, vencer na vida sempre será viver bem, independente do cargo que se ocupa numa empresa. Pois, se carreira e riqueza fossem sinônimo de felicidade, não haveria empresários deprimidos, estressados, com todo tipo de doença de caráter psicológico!

 

Tania se aborrece quando gente que não sabe absolutamente nada sobre determinado assunto se atreve a falar ou escrever sobre ele.  

sábado, 8 de novembro de 2008

Temporal

Só hoje! Aproveite! Nem pensar! Esqueci completamente! 50% de desconto! Corra! Voe! Viaje! Curta! Fume! Beba! Compre! Compre! Está atrasada! É Natal! Nem pensar! É um assalto! Que canseira! Que alegria! Mais rápido! Mais caro! Mais vendido! Mais longe! Maior! Melhor! Vencer! Vote! Leia! Saiba! Decida! Decida! Escolha! É Natal! É fim de ano! Ano novo, vida nova! Ufa!

Em meio a esse temporal de exclamações, consegui abrir minha frágil sombrinha ensolarada para conseguir escrever este texto, que na verdade, será sobre o nada.

Vamos falar de amenidades. Lembrar de uma piada antiga. Olhar o céu e refletir. Tenho um lance muito forte com o céu, dia ou noite. Adoro olhar. Adoro a sensação de observá-lo em todas as suas sutilezas.  

Lembro agora de coisas a fazer ainda para hoje, outras para amanhã, algumas por terminar e outras ainda por começar... Mas este tempo tirei apenas para o texto, os demais afazeres que aguardem.

E por falar em blog, dia destes, numa palestra que assistia, estava sendo falado sobre as poucas oportunidades em que escrevemos na vida adulta não-escolar, restringindo a poucos momentos e poucos estilos de texto o exercício de redigir. Me senti privilegiada! Eu escrevo todas as semanas, mesmo que ainda que seja sobre o nada.

Que vontade de parar este texto só por um pouquinho e enviar aquele e-mail antes que eu esqueça... Não, depois, agora me dedico ao texto e ao nada.

Falando nisso, vocês já leram aquele livro sobre o ócio criativo? É velho já, mas está ainda na minha lista de livros para ler. E esta se encontra logo abaixo da minha pilha de livros para ler. Lá está, ainda, “A menina que roubava livros”, que poupei por tanto tempo que perdi o ritmo da história, vou começar de novo. Está o livro do Pablo Neruda que vou ler nas férias, porque agora tenho sono só de pega-lo. Estão poemas emprestados com muito carinho. Estão crônicas ferinas e inteligentes; e também livros de trabalho, como não?

E para cada pensamento e para cada lembrança e para cada idéia outras e outras surgem e delas mais tantas outras...Não sei mais se sobre o nada ou se sobre o tudo.

Será que minha sombrinha agüenta? Você me ajuda? Essa inundação de exclamações vai me arrastar... 

Renata admite que este texto é um engodo. Não dedicou um só segundo exclusivamente a ele, pois o redigiu em meio a um intenso falatório, cheio de exclamações e com o coração ainda apertado. 

P. S.: na vida real, Renata perdeu sua sombrinha ensolarada. Se alguém encontrar, favor procura-la em meio ao temporal de exclamações.

 

 

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Lei de Murphy II

Como escrevi no meu último texto, passei por dois dias de cão há duas semanas. Inferno astral total. Foi então que fiquei pensando na Lei de Murphy. Como todo mundo conhece é a Lei dos pessimistas. Apenas relembrando: ‘se uma coisa pode dar errada, com certeza dará’. Foi aí que li algumas historinhas sobre a lei na internet e achei super interessante. 

A lei de Murphy foi criada em 1949 na base da Forca Aérea Edwards. O nome Murphy, veio do Capitão Edward A. Murphy, um engenheiro que trabalhava no projeto MX981. O projeto pesquisava que tanto de desaceleração uma pessoa pode tolerar em um acidente. 

Um dia, depois de ver que um transducer* tinha sido instalado errado, ele se alterou e disse para o técnico responsável: ‘Se existe alguma maneira de fazer isso errado, ele vai fazer’. 

O chefe do projeto que matinha uma “lista de leis” adicionou mais essa, e nomeou de ‘Lei de Murphy’. 

Algum tempo depois do término do projeto, o Dr John Stapp deu uma entrevista coletiva e falou que o sucesso do projeto só foi possível porque eles seguiram à risca a Lei de Murphy. Antes de fazer qualquer coisa rastreavam todas as possibilidades de erro. 

Outros fabricantes de aeronaves gostaram da novidade e começaram a usar com freqüência a Lei de Murphy, rapidamente a moda pegou e a lei começou a ser citada em vários jornais e revistas. Nasceu então a famosa Lei de Murphy. 

Eu agora não vejo mais a Lei de Murphy como a lei do pessimista e sim como a lei do ‘seguro’. O seguro é aquele que leva o guarda-chuva mesmo quando parece que não vai chover e olha só, quando de repente cai aquela chuva de verão, o ‘seguro’ antigo pessimista, que pensou em todas as coisas que podiam dar errado antes de sair de casa está lá sequinho e feliz. Enquanto os outros... 

E assim vale pra muitas coisas, claro que não da pra ficar usando a lei o tempo todo, mas em casos especiais como, por exemplo, pesquisa e viagens pode mesmo ser muito útil. Se pensarmos em todas as merdas que podem acontecer antes de sairmos de casa, com certeza vamos economizar tempo e dinheiro. Checar sempre antes de viajar: passaporte/documento? Calcinha? Cartão do banco? Escova de dente?

*Transducer: não sei o nome em português (deve ser algo parecido, não tenho idéia), mas é um aparelho que converte um tipo de energia/sinal para outra forma de energia por ex: energia elétrica em mecânica. 

Sim, Liz acredita no lado bom da Lei de Murphy. Salvou este texto várias vezes e em lugares diferentes enquanto escrevia. Afinal ‘prevenido vale por dois’ e ‘seguro morreu de velho’...

 

 

 


 

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Meu querido diário...

Então era isso. É assim. De repente, eu acordei numa manhã, e já tinha trinta anos. Juro. 

Parece que foi semana passada que eu matei aula na sexta série e minha mãe me encontrou por acaso, perambulando pelo centro da cidade. 

Parece que foi outro dia que eu joguei basquete por 6 horas por dia durante meses a fio. E meu corpo nem reclamou. 

Parece que foi esses dias que a mãe do meu segundo namorado foi até a minha casa, estabelecer as bases do namoro do filho dela com uma menina de 15 anos. 

Parece que foi ontem que eu sofri a amargura do primeiro amor perdido. Eu - que tinha certeza de que amores nunca se perderiam. 

Foi ontem também que encontrei outro amor. E outro. E outro. E todos eu jurei que seriam eternos. Com todos quis ter filhos e passar a velhice numa cadeira de balanço observando a vida se esvair lentamente. 

Outro dia mesmo entrei na faculdade. Dias maravilhosos, que passaram voando. Encontrei amigos, irmãs, cúmplices. Pessoas para contar por uma vida inteira. 

Num piscar de olhos, a faculdade estava para trás. E à minha frente uma nova cidade. Uma que amei de coração desde o primeiro encontro. Uma que fica perto do mar. Uma onde ainda quero passar muitos anos da minha vida. 

Ontem mesmo, nessa cidade, encontrei novamente o amor. Intenso. Denso. Doído. E findo. 

Ontem, deixei novamente uma vida para trás para começar uma vida nova. Precisando de um porta-malas super espaçoso para comportar toda a minha bagagem emocional. 

Parece que foi ontem, querido diário, que eu comecei a viver.

 

Milena, agora em versão 3.0, escreve aqui às quintas.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Carta à minha filha

Tenho pensando muito em ti. Meus sentimentos oscilam entre dois caminhos: em um deles há um certo alívio por tu ainda não fazeres parte deste mundo, tão diferente do que eu esperava para mim, o que dirá para uma filha; no outro existe culpa por eu ter apostado em coisas que não têm valido a pena, sob as custas de tu ainda não estares aqui comigo. Nos dois casos quero falar-te. É, sim, piegas uma mãe dizendo para a filha não cometer os erros que ela cometeu, mas prefiro fazê-lo antes que meu coração se endureça demais e eu não tenha mais condições de percebê-lo. Ainda assim, prometo nunca acudir os resultados de tuas escolhas, sejam eles bons ou ruins, com algo que soe como um “não te falei?”.

Nosso mundo anda estranho, querida. Todos querem muita coisa, e poucos estão dispostos a arregaçar as mangas e fazer a sua parte. Afinal: ema, ema, ema. Vai levar tempo pra você entender isso, pois, sendo minha filha, tenho certeza que tua crença de que é possível mudar, de que no fundo todos têm a intenção do melhor, de que lutar vale a pena, vai te levar pela parte mais bela da tua vida: o tempo da ignorância, a maior bênção que alguém pode ter. Tu vais crescer, ter amigos, fazer festas, sofrer desesperadamente, com grandes paixões que duram dois anos ou duas semanas, ter muitas dúvidas sobre o que vais ser quando crescer (sem saber que isso não acontece nunca), se lascar estudando pelas madrugadas com amigos incríveis, ter uma grande festa de formatura onde eu serei a mãe mais orgulhosa. Então, tu, ainda uma jovem mulher muito segura de si, e sem muita certeza de onde vai, mas convicta de que chegará lá, vais estar pronta para começar o que chamam de uma vida de adulto, feliz pelas tuas conquistas.

Sinto muito dizê-lo, querida, mas é aí que cai o pano. Cai a máscara e teus sonhos passam a ser tão ridiculamente ilusões que tu não terás sequer coragem de pensar neles. Vais descobrir que o ego alimenta mais que um cardápio inteiro e que tantos estão ávidos por ele. Vais ver que muitos que admirastes tanto, não agiam pela ideologia, mas apenas pelo reconhecimento. E quando passares a ser uma ameaça para esta ilusão, quando uma perna de verdade saltar da tua boca, o que tu não saberás evitar por um bom tempo, pois sempre terás dito o que pensas, eles te virarão as costas. Tu vais buscar o teu sustento, decerto em uma grande empresa, draga dos jovens de nossa sociedade, de seus sonhos, seu tempo e sua saúde. Lá tu vais descobrir que todos nós vivemos sobre regras inventadas por pessoas iguaizinhas a ti e vais ter que começar a inventá-las também, mesmo não se sentindo preparada e com a tristeza de não poderes escolher o que tu acharás que é certo, e melhor, mas sim o que beneficiará alguém que pode mais e certamente, ganhará mais. Há, e sim, vais ficar muito feliz por poderes pagar tuas contas e sustentar teus pequenos luxos. Isso, eu concordo, é maravilhoso e vai me deixar também orgulhosa. Mas a sensação de realização, de estar colhendo os frutos por esforços anteriores, eu sinto muito, mas provavelmente não virá. No lugar dela tomará conta de ti um senso se obrigação, um medo de não dar conta e uma revolta cada vez maior por sentires que o mundo exige que tu sejas perfeita, eficiente, pontual e ainda sorria, enquanto que qualquer coisa que tu precises, passando da Internet, à companhia telefônica, ao banco, ao policial, à uma alimentação decente, à tua segurança, ao garçom do boteco, à carteira de motorista e ao presidente da república, simplesmente não funcionam e ninguém se responsabiliza por isso e ninguém mais tem saco, muito menos tu mesma, de reclamar, de botar a boca, de tentar resolver, de tentar mudar.

Há tempos, minha filha, achou-se ruim quando disseram que o mundo era um moinho. O mundo, meu bem, não é mais um moinho, é agora uma grande privada, onde alguém puxou a descarga e lá estamos todos nós, rodando, rodando, rodando, mais rápido do que o possível para fazer algo que preste, e sem conseguir nos darmos a mão para diminuir o medo de não sabermos para onde estamos indo. Não perde o tempo da tua doce inocência, como eu fiz minha filha, querendo estar logo onde eu estou hoje. Não te deixes levar pela desesperança generalizada que envolve este mundo, e ainda me revolta, mas que eu vejo que está conseguindo me engessar. Não escolhas abrir mão da tua paz, dos teus amigos, do teu tempo, das horas perfeitas junto ao teu amor, da tua família (a de antes e a do porvir), do tempo de reflexão contigo mesma, em prol de uma carreira, uma bandeira ou alguém. Não te abandones, meu bem, achando que te encontrarás neste mundo, pois assim esquecemos muito rápido de olhar pra dentro, de quem somos e de que lá fora, nunca haverá ninguém.

E se por estas linhas tristes, pelas escolhas tortas da tua mãe, ou por algum outro motivo qualquer, tu nunca chegares a vir para este mundo, para provar que eu estava errada e que tu és capaz de chegar lá, de ser feliz, como eu desejo muito para ti e como eu um dia acreditei poder eu mesma, peço-te perdão, minha filha.

Gisele Lins escreve aqui às quartas-feiras.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Meu Mundo por um Iceberg

Quem dera se horário de verão fosse só horário... Esse infeliz traz consigo o verão junto. Que primavera, que nada! Estamos vivendo um verão antecipado. Tá quente pra caramba aqui em BH. E eu estou enlouquecendo!

É verdade que esse calor maluco é culpa nossa, seres humanos egoístas e insensatos. Tem uma galera por aí tentando conter esse processo de decadência da natureza, mas o exército dos “sem noção” ainda é forte. Sem demagogia, vamos acordar galera, que o tempo urge e esquenta cada dia mais!

O fato é que calor não é a minha praia. Nesses dias de temperatura acima dos 30ºC já acordo incomodada, agitada, sem lugar, de mau humor mesmo. Fico a um passo de transformar-me em uma homicida. É bem pior que TPM. Beeeemmm pioooorrr!

Ao mesmo tempo em que surto, fortaleço minha fé. Rezo todos os dias para chover por três dias seguidos, pelo menos. Teve uma chuvinha no último final de semana, mas foi tão “inha” que não diminuiu minha periculosidade.

Esses surtos de altas temperaturas podem, facilmente, transformar-se em devaneios. Os icebergs permeiam meus pensamentos 24h por dia. Ah, como eu queria colidir com um deles e sentir aquele gelo esfriando meu corpo e meus miolos. Que delícia!

Também me imaginei um pingüim da Patagônia. Eu seria feliz e praticamente saberia nadar desde o nascimento (como mulher, não sei nadar feito gente até hoje).

E cá pra nós, eu também ficaria uma graça como uma foca da Groelândia! Aquelas branquinhas são encantadoras! E de ursa polar, eu arrasaria os corações daqueles grandalhões atrapalhados!

Outro fator incontestável das altas temperaturas é a improdutividade. O incômodo causado pelo calor dificulta o raciocínio, aumenta o sono, conseqüentemente compromete a produtividade no trabalho.

Quais são as vantagens do calor? Não consigo enxergar nenhuma nem imaginar que existam.

Meu mundo por um iceberg!!!!

Angélica acredita que a felicidade está diretamente ligada a temperaturas baixas, a icebergs, a focas da Groelândia e a pingüins da Patagônia.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Tudo é sobre vocês

Anastácia estava passando por aqueles momentos em que se sente que alcançou metas, realizou sonhos, e que as coisas novamente caminhavam como havia planejado. Na verdade nem tudo ía bem, nem sempre o bolo crescia, e nem sempre conseguia se sentir feliz por que o dia estava bonito, o céu azul brilhante e o Sol comemorando a natureza. É, nem sempre se vive assim. Mas no geral estava tudo indo bem. Ao mesmo tempo se sentia feliz e vazia. E agora? O que mais sonhar? Esperar ou caminhar sem direção definida? Anastácia continuava. Anastácia acreditava que cada sonho que havia alcançado a fazia amadurecer, mudar, melhorar; a fazia enxergar que alguns problemas não devem nem ser denominados como tais, pois são pequenos demais. A cada transformação Anastácia permanecia com a certeza do que realmente tinha para ela importância, seus amigos, sua família, as pessoas. Anastácia sabia que para a estrela brilhar a mesma deve ser compartilhada, afinal todo mundo tem luz própria, todos possuem o pedacinho do céu.

 

 

Acordei hoje assim, pensando nisso, não fiquei mais feliz pelo dia estar bonito, tive sonhos estranhos e tenho pensado muito em meus amigos, e me sinto afortunada por tudo, mas principalmente, por conseguir sentir vivamente o quanto vocês importam pra mim. Aos meus amigos e as pessoas deste mundo que eu conheço e que eu virei a conhecer.

sábado, 1 de novembro de 2008

Milagre

A palavra escrita é um milagre

É transformar em objeto um sonho, um pensamento,

Uma lembrança.

É dividir com os outros e consigo,

Com seu consciente,

As borboletas amorfas que voam

Na mente e no coração

Fazendo cócegas, trazendo novas cores,

Novos brilhos

E assustando

Desestabilizando

A cada vôo.

Desde a lagarta até o livro

As borboletas mudam,

Se transformam, tomam forma

Palavra escrita é a materialização do milagre de sentir e pensar.


Renata às vezes esquece de maravilhar-se com os pequenos milagres. Mas mesmo assim eles acontecem.

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