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domingo, 16 de março de 2008

Experiência

Olá, eu sou a Cláudia Estrelinha e sou uma moça que a Sisa conheceu aqui em Portugal através do Rui, o moço que ela chama de “escudeiro” de Portugal. Rsrsrsrs… o gajo fixe!

De um pedido da Sisa para fazer um texto para o “De repente 30…” eu aceitei a ideia de muito bom grado e fiquei muito contente com o pedido dela.

E aqui estou eu a escrever, com muito orgulho, para o vosso blog.

Mas antes de mais quero-vos felicitar pelo blog que têm, pois acho-o muito interessante e por vezes revejo-me em muitos dos textos que vocês escrevem.

O meu texto é sobre “A minha experiência em lidar com um grupo de quase 30 mulheres”, pois lembrei-me que visto que estou a escrever num blog de experiências e vivencias de mulheres durante suas vidas.

Eu pertenço a um grupo tradicional universitário, ao qual chamamos Tuna.

Uma Tuna tem por finalidade mostrar um pouco de toda a música tradicional que existe no nosso país, mostrar através da música a vida académica que se vive em cada universidade à qual pertence.

A minha Tuna chama-se Tuna Feminina da Associação Académica da Universidade da Beira Interior – As Moçoilas e somos entre 22 a 30 raparigas que fazemos parte deste grupo (http://www.tfaaubimocoilas.blogspot.com).

Bom, eu toco acordeão na tuna e sou Magister (chefe) do grupo.

Quando me nomearam para ser líder do grupo fiquei assustadíssima, pois achava que não tinha qualquer jeito para lidar um grupo e também devido à antiguidade deste quando fui para Magister, a responsabilidade era um pouco grande (neste momento faz 19 anos de existência). Lá aceitei a ideia, porque não sou muito de não aceitar desafios e fiquei como chefe assumindo e dando a cara pelo grupo, mas com muito orgulho pelo facto de gostar muito da tuna e adorar tocar acordeão.

No inicio confesso que tive algumas dificuldades. Mas aos poucos e poucos lá fui conseguindo superar este desafio.

Com este cargo aprendi imensas coisas, mudei um pouco de mim. Enfim, tornei-me ao mesmo tempo “mãe” de algumas delas, visto ser mais velha que algumas meninas que fazem parte do grupo. Sim, algumas chamam-me mesmo mãe! (aceito isso muito carinhosamente)

Quase sempre respondo: “Chamas-me mãe, mas não me peças dinheiro!” rsrsrsrs…

Aprendi a lidar com muitos feitios, culturas diferentes, a ser paciente, ouvir cada uma delas individualmente, não acreditar à primeira em tudo o que me dizem e ser mais coerente em determinadas situações, moderar os meus nervos, aprendi técnicas de ensino de música, ser decidida… Foi para mim uma experiência que acho que nem no Mundo de trabalho isto se aprende, pois tudo o que se vive em grupos deste tipo é tudo muito mais sentido tendo em conta que a maior parte das raparigas não é da Covilhã e como é da nossa natureza temos saudades da família, dos amigos de infância e como tal, por vezes, temos de recorrer àqueles que estão mais perto de nós, que vivem connosco e partilham as nossas dificuldades enquanto estudantes. São esses amigos (as) que ficam, na maior parte das vezes, para toda a nossa vida.

Da experiência em lidar com um grupo de quase 30 mulheres retiro a ideia de que da nossa própria natureza somos mais sensíveis em algumas coisas e reagimos de forma muito diferente aos rapazes em algumas situações. E então, há que ter paciência e tentar resolver ou ajudar se necessário para resolver tudo com a maior coerência possível.

Outra das dificuldades que nós, grupo feminino, por vezes sofremos pelo facto de que no nosso país ainda existe algum machismo. Para lidar com isso ou com outros problemas a resolver, e como porta-voz do grupo, tantas vezes que faço na minha cabeça discursos para falar com quem nos agride de modo “suave” sem agredir da mesma forma como nos agridem e convincentemente de que as coisas não são assim como pensam. E assim aprendi muitas vezes a pensar duas vezes antes de falar.

O facto de termos actividades extra-curriculares é uma boa opção, pois aprendemos lá fora aquilo que não aprendemos nos livros, com os nossos professores nas escolas. Não só com a nossa família, mas também com os nossos amigos aprendemos a ser grandes homens e mulheres para a vida inteira.

É uma experiência a não esquecer para toda a minha vida… Que deixa muitas saudades e boas recordações…

Dedico este texto a todas a mulheres que com mais ou menos dificuldades levam a vida para a frente sem qualquer medo, com toda a força de vontade de vencer e serem grandes mulheres.

Beijinhos e fiquem bem.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Convidada - Um Olhar Pelo Vidro

A partir de hoje, de vez em quando teremos textos de outras Mulheres de 30, convidadas 
para contribuir com nosso blog com um texto, para apresentar pra vocês alguma co
isa
diferente. 


O primeiro texto é de uma polonesa, a Regina, 27 anos,  astrônoma, solteira, que como vocês
poderão ver, mostra aqui que o que se passa na cabeça de uma Mulher de 30 brasileira e uma 
polonesa pode não ser tão diferente assim. Esperamos que vocês gostem das nossas convidadas, 
assim como adoramos a idéia de tê-las aqui.

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Em um primeiro momento, eu fiquei bastante cautelosa com a idéia de escrever no blog de vocês. O que eu, que basicamente conheço português através de novelas (leia-se: totalmente nada, rs) estaria fazendo em um blog brasileiro?! Naquele momento a idéia estava apenas em um primeiro estágio, mas dia após dia ela foi tomando forma concreta. Com isso veio minha ansiedade, mas prevaleceu a minha curiosidade, o que definitivamente me fez decidir por dizer SIM.

Nós acreditamos que não importa em que latitude vivemos, todos nós compartilhamos dos mesmos sentimentos, preocupações e desejos. Contudo, por sermos criados em condições totalmente diferentes, olhamos para esses sentimentos e os interpretamos de maneiras um pouco diferentes. Eu estou realmente interessada em: quão diferente?!

Enquanto isso, deixo hoje para vocês um pequeno texto que escrevi há algum tempo atrás, mas com uma mensagem ainda atual.

Um olhar pelo vidro

Eu valorizo o primeiro olhar para um rosto humano. Mais tarde, nos acostumamos a aparência de alguém e não mais discernimos detalhes. Acontece o mesmo com quadros que penduramos em nossas casas; depois de um tempo vemos apenas molduras. Mas é diferente com ela.

Eu estava voltando pra casa quando a encontrei pela primeira vez em um trem. Ela parecia um pouco cansada, mas isso não ofuscava seu charme. Ela é alta, magra, morena, próxima dos 30 anos. Quando ela caminha é como se ela ouvisse uma música interna que ela aprecia dos pés a cabeça. Ela é uma mulher desinibida que aprecia conversar com as pessoas. Mas ela sabe como manter o equilíbrio entre ser desinibida ou uma mulher de poucas palavras. É realmente por isso que ela tem facilidade para fazer amigos aonde quer que vá.

Cheia de energia e vida, ela não sabe o significado da palavra “lamento”. Tudo acontece como ela planeja, então ela não tem do que reclamar, como ocorre freqüentemente para mim. Ela é realmente uma pessoa despreocupada, ela nunca se preocupa quando as coisas vão mal. Ela não deixará seus temores serem maiores que sua vida. Ela é uma lutadora.

As vezes eu desejo ser como ela. "Dizem que eu sou forte e nada me derruba. Mas eles não sabem que eu sempre tremo como uma folha no vento" (Kayah Jak Lisc, 1995). Eu realmente invejo a confiança dela. Uma tatuagem, uma subida nos Alpes ou dançar com lobos são tarefas que ela pode facilmente lidar... Sra Lara Croft, você pode se esconder! Claro que pessoas que não estão cientes do perigo não podem ser chamadas de corajosas, mas ela sabe suas limitações e não vai colocar sua cabeça na boca do leão!

Eu notei que existem coisas em comum entre nós. Por exemplo, nossa mentalidade, ou que nós gostamos de pesar as coisas antes de chegar a uma decisão, mas também que é fácil para nós encontrar novas amizades. Mas por outro lado, existem muitas diferenças entre nós, que desejo eliminar.

Eu a encontrei algumas vezes depois disto... Eu a encontrei refletida num vidro.

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À minha mentora e autora desta idéia.


Regina, uma astrônoma errante que está sempre à procura do seu verdadeiro EU.




*****

When I first came across with the IDEA of writing to your blog I was rather reserved. What I, someone who Portuguese knows mostly from soap operas (read: totally nothing, rs), is looking for on Brazilian blog?! At that time the IDEA was at early stage, but day by day it took on concrete shapes. With them appeared my anxieties, but my curiosity prevailed over them and let me finally decided to say 'YES'.

We believe that no matter at what latitude we live in we all share the same feelings, worries and desires. However because we grow up in totally different conditions we look at them and interpret them a bit differently. I'm really interested in: how differently?!

Meantime I'm leaving you today with a small essay I wrote some time ago, but which message is still actual.


Through the looking-glass

I value the first look at a human's face. Later we get used to somebody's appearance and we don't discern details. It is exactly the same with paintings which are put up in our houses; after a while we see only frames. But it is different with her.

I was returning home when I first met her on a train. She looked a bit tired but it couldn't blur her charm. She is a tall, slender brunette in her late 20s. When she walks it is as if she hears to inner music that delights her down to her heels. She is an outgoing woman who enjoys talking to people. But she knows how to maintain a balance between being natterer and a woman of a few words. That's why she really has a knack for making friends wherever she goes.

Full of energy and lively, she doesn't know the meaning of the word 'moaning'. Everything is going as she intends so she doesn't have to grumble as it often happens to me. She's a really laid-back sort of person - she never gets worried about things going wrong. She won't allow her fears to get larger than life. She's a fighter.

Sometimes I wish to be like her. "It's said that I'm strong and nothing can break me. But they don't know that I always tremble in the wind like a leaf" (Kayah Jak Lisc, 1995). I really envy her confidence. A tattoo, climbing in the Alps or dancing with wolves are trifles which she can handle easily ... Ms Lara Croft, You can hide! Of course, people who are not aware of danger can't be said to be brave, but she knows her limitations and will not 'put her head into a lion's mouth'.

I have noticed that there are things in common between her and me. For example our mentality, or that we like to weigh things out before coming to a decision, but also that it's easy for us to strike up new friendships. But on the other hand there are lot of differences between us that I want to eliminate.

I've met her a few times afterwards ... I met her in a pane of glass.

*****

To my 'mentor' and the author of the IDEA.


Regina, errant astronomer who is always looking for her real 'me'



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