segunda-feira, 30 de junho de 2008

Boa noite

Acredito que pra dormir bem, é bom estar com sono… pelo menos um pouco, ou talvez, sem sono, mas com vontade de dormir, tentar não pensar em assuntos sérios também ajuda, se for possível não pensar em nada melhor ainda e outro fator crucial para se dormir bem é estar bem alimentado, diga-se de passagem que bem alimentado não é a mesma coisa que empanturrado até a alma….., pois, usualmente, quando a última situação acontece é quase impossível de se dormir tranquilamente.

Bom mas isso não vem ao caso agora, fato é que ontem fui dormir com fome, fiz de tudo para disfarçar e até driblar minha mente, mas foi difícil. Retrocedendo no tempo; neste final de semana fiquei doente, tive dor de garganta e entrei no antibiótico. Como já era de se esperar a gente fica meio enjoado e sem vontade de fazer nada, então passei o fim de semana em casa, nada produtivo, mas tudo bem, pelo menos hoje estou me sentindo melhor.

Sábado, comi como um passarinho, pois minha garganta não estava auorizando a passagem de alimentos mais substanciais, então fiquei nos líquidos, preferencialmente os quentes, mas no Domingo, já sob o efeito do grandiosíssimo remédio, estava me sentindo melhor, mas ainda assim tomei meu café da manhã e fiquei em casa assistindo DVDs e almocei uma barra de cereais, afinal eu sabia que iria jantar por volta das seis horas.

Conversei com meus pais no telefone até a hora do jantar, eu já estava olhando as horas no relógio, mas a dona da casa vendo que eu iria ficar mais tempo no telefone e que portanto não jantaria com elas, guardou meu prato no fogão, Acredito que para meu alívio…. Quando finalmente me sentei a mesa, lá estava, a mesma papa amarela e marrom que ela havia preparado para mim no meu primeiro jantar aqui…..Ahhhh qual foi a minha surpresa, fiquei aliviada por estar sozinha na mesa, verifiquei os outros pratos e vi que a família havia comido tudo, mas como, como é possível comer aquilo tudo?? Só de mexer um pouco sob um cheiro desagradável, não é pirê de batata nem carne moída, mas algo muito estranho. Para minha salvação haviam ainda no prato umas cenouras, ervilhas e três batatinhas, devorei-as rapidamente, mas o resto, ou seja, os outros dois terços do prato foram pro lixo.

Minha única explicação foi – após três meses aqui é a segunda vez que ela prepara, provavelmente esqueceu que não comi no meu primeiro dia aqui, por que ela é muito atenciosa, então vamos ignorar, o melhor a se fazer agora é não pensar na fome e ir tomar banho, isso, banho! Gastei uma hora aproximadamente entre banho e praparativos para colocar o pijama, é, passei todos os cremes possíveis inimagináveis, hidrantes para o corpo, para o rosto, creme anti-estrias, anti-celulite, perfume, tônico para o rosto, anti-rugas, anti-tudo, cortei as unhas dos pés e das mãos, tentei até fazer a sombrancelha e gastei apenas uma hora.

Fui ler, sim, afinal não eram nem sete e meia da noite, comecei a sentir sono, deitei, o estômago roncou, tomei água, muita água, passou. Meia hora depois, mais um ronco…. Começou a doer, mais um pouco d’água…. Bom aí o resto talvez vocês já imaginem, permaneci deitada por uma duas horas sem pregar os olhos, pensando apenas em comida, é, todas as comidas que gostaria de estar comendo, foi inevitável, não consegui parar de pensar, mas finalmente, após minha orgia gatrônomica mental eu consegi dormir, dormi como uma pedra, abraçada a um calzone de salmão defumado, rúcula e queijo mascarpone.

Silvia escreveu este texto hoje, segunda de manhã, dia seguinte da sua noite insône e após seu café da manhã.

domingo, 29 de junho de 2008

Contradições

Nem toda pessoa louca é desvairada,
Nem toda pessoa tranqüila é lúcida,
Nem todo sorriso farto é alegria,
Nem toda alegria é evidente.
As pessoas mais calmas também enloquecem,
Os amores mais fiéis podem ser desleais,
Os mais desajustados podem ser respeitosos,
As mentiras mais sérias podem evitar desastres.
Nem todo amor é pra sempre,
Nem toda paixão é passageira,
Nem toda amizade é verdadeira,
Nem todo erro nos traz problemas.
Nem tudo o tempo cura,
Nem tudo passa com o tempo,
Nem toda chuva é mau tempo,
Nem sempre o tempo não pára.
Vamos viver na loucura,
Mas com o coração calmo,
Vivendo de acordo com o tempo,
Com lealdade e respeito a nós mesmos.


Tania tem algo dentro de si que não percebido rapidamente pelos menos atentos. É preciso tempo e compreensão para saber que “as aparências enganam aos que odeiam e aos que amam”.

sábado, 28 de junho de 2008

Chegar

Nunca tinha pensado no valor dessa palavra, até ter conhecimento da história que segue abaixo:

‘Um cientista estrangeiro foi convidado a montar um laboratório no meio da Amazônia, um local de difícil acesso, e a única maneira de chegar até lá era caminhando por difíceis trilhas, que só os índios daquela região conheciam. Então, o cientista e a sua equipe contrataram alguns índios para guiá-los e carregarem parte do material que usariam para montar o laboratório e o alojamento.

Ao começar a expedição, o cientista, muito aflito para chegar, dizia para os índios a todo o momento: “Mais rápido, mais rápido! Não temos tempo a perder.” E os índios, ouvindo as ordens do cientista, aceleraram a caminhada, andando de forma bem rápida.

Com um pouco mais de cinco horas de caminhada, toda a equipe da expedição chegou ao destino. Os índios mal colocaram suas mochilas no chão e já ouviram a seguinte ordem:

- Vamos montar o acampamento o mais rápido possível. Vamos agilizar, não podemos perder tempo.

Após ouvirem esta ordem, os índios permaneceram sentados, em silêncio, respirando profundamente.

O cientista perguntou:

- Vocês não escutaram minhas ordens? Já está quase escurecendo. Temos que montar o alojamento rapidamente.

Os índios permaneceram sentados, respirando profundamente. O cientista estava ficando cada vez mais nervoso com aquela situação, até que um índio chamou- o para sentar-se ao seu lado, e disse:

- Nosso corpo, de forma acelerada, já chegou até aqui, mas nosso espírito, nossa essência está pelo caminho, no seu ritmo de serenidade, no tempo da natureza, desfrutando as belezas e as riquezas dos caminhos da vida. Temos que esperar por ele para podermos dar continuidade ao nosso trabalho.’

Acho muito interessante o texto e a reflexão que ele sugere, pois tenho me sentido, muitas vezes, exatamente como esses índios, cuja essência perderam pelo caminho.

A vida é um nonsense e nos misturamos à nossa rotina e obrigações, sem percebermos ou sem termos tempo sequer para perceber. Tudo ao mesmo tempo agora, trabalho, casa, família, filhos, problemas, alegrias, dinheiro, escola...

Perdemos o prazer nas pequenas coisas, nas pequenas felicidades certas, sempre presentes diante de cada janela. E sei, como dizia Cecília Meireles, que é preciso aprender a olhar para poder vê-las assim. Mas antes, aprendi, é preciso efetivamente chegar.


Vanessa atualmente está dando uma assistência para o seu primo Kélvio, pessoa muito querida, que está se ingressando no caminho das letras. Este texto reflexivo é parte integrante de seu livro DEZ DIAS PARA A VIDA, que será lançado em breve, assim que a revisão chegar! Deixa um abraço e avisa: TRINTOU ESSE MÊS!



Professora

Professor, atualmente, deveria se chamar, oficialmente, pau-pra-toda-obra. Mesmo. Tem que consolar, aconselhar, apontar lápis, ensinar muitas coisas além do currículo escolar... Ouvir palavrão, xingamento, gritos e muito mais. Tem que fazer cafuné, abraçar e dar colo, ser mãe, amiga, enfermeira, psicóloga, conselheira... O bom é que nessas andanças por outros papéis, a gente sempre aprende várias coisas.

Aprende a ver por outros ângulos. Aprende que hip hop pode ser legal. Aprende que com cola também se faz um bom penteado. Que a gurizada ainda admira os professores, embora a maioria não admita. Que a vida realmente não é justa. Que as pessoas são muito diferentes, mas bem parecidas. Que algumas pessoas realmente não têm o que comer em casa. Que abuso sexual existe, é mais comum do que se pensa, muitas vezes é aceito até pela família, que é tão doente quanto.

Aprende que avião de papel é um dos melhores brinquedos. Que os contos de fada já não seduzem tanto. Aprende que não importa se se escreve “poblema” ou “pobrema”, algumas pessoas têm mais do que eu possa imaginar. Que gosto, cores e sabores não se discutem.
Nessa semana começamos na escola uma rodada de oficinas com os alunos. A cada semana, cada profe fica com um grupo de alunos, uns 15, em média, de dois anos ciclo diferentes. A proposta é que se trabalhe assuntos de interesse do adolescente, visando desenvolver e/ou aperfeiçoar habilidades. Não sou muito talentosa, então fui pesquisar para fazer a tal oficina. Decidi trabalhar grafitagem, com algumas técnicas de desenhar letras e contando com a criatividade dos alunos. Me surpreendi muito com a primeira turma. Eles adoraram! Não queriam ir embora! E continuam fazendo as letras e praticando o que fizemos na oficina.

Vendo a alegria de aprender uma coisa nova, a satisfação em superar dificuldades, a ansiedade em perguntar, falar e mostrar seu trabalho, me lembrei de porque sou profe.

Valeu gurizada!

Renata às vezes esquece porque escolheu ser professora... aliás, esquece de várias coisas... mas agora foi lembrada de algumas coisas boas de se trabalhar com educação e se sente mais fortalecida!

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Novamente sobre o Amor

Ok, a romântica incorrigível aqui adora esse assunto e mais uma vez vai escrever sobre ele. Assisti um filme outro dia (e não vou dizer o nome, depois do puxão de orelha que levei da Milena depois de me empolgar e publicar na net o final do Shangai Kiss) que me lembrou uma coisa que aconteceu muitos anos atrás, quando esta quase balzaca que vos escreve era adolescente. Laeticia chegou de uma festa que por algum motivo que não lembro eu não tinha ido, e:

Eu: O Fulano tava lá? Ele estava lá?

Laeticia: Tava.

Eu: Ele tava lindo? Conta, conta, ele tava lindo? Tava vestido como? Conta!

Laeticia: Sei lá, nem reparei.

Eu: Como assim não reparou? Ele é lindo, impossível passar despercebido!

Laeticia: Ci (ela me chama de Ci desde sempre), você gosta dele, eu nunca vou olhar duas vezes pro cara de quem minha irmã gosta. Nunca. Eu o vi lá, porque, como você disse, lindo daquele jeito não tem como não ver. Mas eu NUNCA vou olhar pro cara que minha irmã gosta.

Acho que foi uma das poucas vezes na vida que esse nosso “contrato” foi verbalizado. Sempre foi um acordo, silencioso e sagrado, que nenhuma de nós duas nunca pensou em quebrar. A gente cansava de ver irmãs competindo por um carinha, às vezes uma ficando com namorado da outra, ou o namorado largando a moça por causa da irmã. A gente ficava horrorizada e se entreolhava, tendo certeza de que entre a gente aquilo nunca ia acontecer. E isso não tem nada a ver com gosto.

A conexão do filme com esta cena é que é mais uma daquelas histórias que o mocinho se encanta por uma moça, quando descobre que, pro seu azar, ela é namorada do irmão. Eles não resistem a tamanha paixão, pensam no rapaz, até que o amor fala mais alto e pronto, o irmão gente boa é apunhalado pelas costas e os dois, em nome do amor, são felizes para sempre.

Amor? Peraí, amor o escambau. Acho que ninguém acredita mais em amor do que eu, mas sinceramente, acho muito pouco provável, talvez impossível, que algum dia eu viva um “amor” que faça valer a pena machucar os sentimentos da minha irmã. Até porque acho impossível amar alguém mais do que eu a amo. Talvez o mesmo tanto, mas mais? Sei não.

Então estou aqui pra reafirmar minha crença no amor. Aquele amor que sempre quis cuidar de mim como se fosse amor materno. Aquele amor que gastou todo o primeiro salário dela em um presente pra mim. Aquele amor que várias vezes passou horas me penteando e maquiando pra uma festa, pra depois se arrumar em 10 minutos. Aquele amor que depositou na minha conta a grana que eu precisava sem eu nem ter pedido. Aquele amor que solta o carro dela na minha mão quando eu quero/preciso, mesmo sabendo que eu dirijo mal. Aquele amor que me ouve horas seguidas quando eu quero desabafar. Aquele amor que outro dia me olhou nos olhos e disse “Eu tenho trabalhado demais, sei que readaptação é difícil, mas não ache que estou te abandonando”. Neste amor eu acredito. E qualquer coisa que tente competir com ele ou me fazer escolher, tenho certeza que não é amor. E se não é amor, eu jogo fora sem olhar pra trás, com a convicção de que seria exatamente o que ela faria no mesmo lugar.


Sisa acredita muito em amor, principalmente naquele que já dura 29 anos, e que é bem mais seguro do que um par de belos olhos.



quinta-feira, 26 de junho de 2008

Vê se me esquece

Hoje não vou escrever nada.
Não, não estou sem tempo.
Não, não estou fora da cidade.
Simplesmente não consigo escrever.
Ainda assim, tenho algo a dizer.
Mas vou deixar que os versos de Ana Carolina falem por mim.

Enfim, essa letra é para mim, mas é sobre você.
Você, que não tem idéia do mal que me causou.

Vê Se Me Esquece
Ana Carolina

Vai, vê se me esquece
Tira meu nome da lista de telefone
Vai ver que o mundo anda tão bem
Mesmo eu sem você, eu sem ninguém
Eu vou por aí
Vai se livra de mim
Vai ver que é mesmo assim
Não tem nada de mágoa
O caminho da água também é cheio de pedras
E o rio não pára
Mas não tem nada de rio, de água, de pedra
Não tem explicação

Não tem nada não

Eu vou por aí,
Vai se livra de mim
Vai ver que é mesmo assim
Eu vou seguir a luz dos faróis
Que me lembram seus olhos
Vai ver que eles podem me ajudar a ver
Que não há de ser nada

Que não há de ser nada

Eu vou por aí, eu vou por aí
Pior de tudo é que a gente ainda vai se ver
Ando em ruas que não sei o nome, pra me perder

Milena vai por aí mais uma vez, em algum lugar nesse limbo que há entre o céu e a terra. Sem saber ao certo que direção vai tomar no próximo segundo, tem certeza de que tudo isso vai embora da mesma forma como veio, como em tantas outras vezes. No meio da noite, reza para não restar nada de muito ruim aqui por dentro.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Saudades

Saudade. Saudade apertada dos meus amigos de longe. Saudade apertada dos amigos de infância. Consegui vê-los tão pouco desde que fui embora da minha terra. E o pouco que os vi raramente pude de verdade perceber como eles estavam, se precisavam de alguma coisa, se estavam felizes.


Maldito tempo de novo no meu calcanhar, mostrando o resultado de escolhas que fiz quando parecia ter apenas uma opção. Não pude ficar. Minha alma irrequieta e meu senso de inadequação fizeram-me ir buscar algo mais, lá longe, de novo. Porém, eu coloquei ambos na mala, trouxe-os comigo e tenho a impressão de que ela (a alma) sempre será irrequieta e ele (o senso de inadequação) sempre me fará sentir não pertencendo a nenhum lugar. Será que valeu a pena então?


Em um tempo em que não recebemos mais cartas (infelizmente), poucas notícias me chegam dos amigos distantes, com exceção dos muito perseverantes e pacientes com as minhas ausências. Da mesma forma que eu, eles não tem o maldito tempo pra contar como o dia foi bonito ou quanta preguiça eles têm hoje. Ás vezes dá para passar adiante uma mensagem bonita, mas elas não me revelam como eles realmente se sentem.


Saudades de um tempo com poucos compromissos (e que eu ainda achava atribulado, há se eu pudesse ver o futuro). Tardes ao sol, noites em cafés, uma baladinha aqui e ali, jantares na casa dos amigos, sempre revendo alguém, sabendo reconhecer só pelo olhar o estado de espírito dos que eu amei (e ainda amo, mas hoje já não sei se saberia reconhecê-los assim).

Será que para eles eu já faço parte do passado? Sou a memória de algo colorido e aconchegante, mas como era mesmo o nome daquela doidinha?


Vanessa há mais de vinte anos você foi morar em Osasco e eu estou aqui do ladinho e não sei de você, eu ainda guardo suas cartas. Lulu e o seu filhinho ruivinho que já deve estar maior do que eu? Saudade de andar de patins e de nos esconder da bruxa da Gonçalo de Carvalho. Fafi, por onde anda você, por onda anda a amizade que perdemos pelo motivo que nenhuma mulher deveria permitir? Rosane, obrigada pela sua eterna fidelidade e pelo carinho de sempre, como vai seu trabalho voluntário? Fernanda, você foi a primeira a ser carregada pelo Tempo e eu te julguei tanto por sumir das nossas vidas, sinto muito. Andreza, eu queria muito, muito mesmo ter estado com você nestas últimas semanas, mesmo que fosse pra ficar calada ao seu lado, eu sinto muito. Carol como vai a polícia?


Aposto que a gaúcha está enlouquecendo o povo da fronteira e fazendo o mundo mudar por lá. E os teus pais, o os teus irmãos? Daniele espoleta, quando sai o casório? Como vai a tua mãe? Saudade da tua casa tão aconchegante. Janaína se adaptou a ficar tempos longe do amor? E a fofa da Rebeca, como vai? Aline como vai o casório? E a vida está boa lá tão longe? Catiúcia, e o seu amor? Vocês ficam ou vão embora de vez deste país triste? Saudade do teu senso de humor incrível. Lucky tens desenhos lindos novos? Saudade do teu abraço! Prí, tá linda como sempre? Saudade da tua risada.


Mesmo dos, de certa forma, mais próximos estou com tantas saudades. Meus irmãos de sangue e de alma... Lila tu estás muito magrinha e eu morro por um café contigo de madrugada ou por um negrinho de panela. Minha afilhada é uma obra de arte, de corpo e alma, queria estar perto de vocês sempre. Dequinho eu espero teu telefonema, e também quero ver o Lucca correndo e ficando pelado para tomar banho. Queria que ele já dissesse dinda. Mana, vem logo me visitar e fazer bagunça por aqui, tá muito barbeira? Carolzinha te comporta, heim, gringa? Mamis cadê teu colo, tua visão, tua opinião, tua atenção, teu amor pertinho de mim? Diquinha não vá embora agora, lembra que tu prometeste ainda tirar um foto com teu bisneto, meu futuro filho.


E tantos outros amores que não cabem todos aqui. Saudade, saudade, saudade, daquela que dói fundo no peito e que eu sei que não vai passar.

Gisele Lins doendo de saudade escreve aqui às quartas-feiras.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Faxineiras... como entendê-las?

eTenho dificuldades explícitas em entender faxineiras. São raras aquelas que podem ser consideradas boas porque ótima não existe. Ainda mais agora que Dona Leo partiu dessa pra melhor.

Para esclarecer, Dona Leo (Leonilda) era uma senhora que trabalhava como faxineira em uma empresa em que já prestei serviços. Agora abram bem os olhos para ler isso: ELA ERA PERFEITA NO QUE FAZIA. É verdade! Nunca vi nem verei coisa igual. Dava até raiva de tão boa! Fez faxina aqui em casa umas três vezes. O suficiente para eu considerar qualquer outra mortal o “ó do borogodó”. Talvez por sua perfeição, Deus deve ter pensado: os melhores devem dar exemplo e tirar logo o time de campo, além do que, o céu está precisando de um trato, vem pra cá dona Leo! E ela foi, da noite para o dia. E eu pergunto: alguém conseguiu aprender alguma coisa com ela? Temo que não. Sortudo é Deus, com esse anjo da limpeza ao lado dele!

Esse post é também um pedido de socorro. Alguém tem de me ajudar a entender certas situações:

Por que as benditas faxineiras não limpam controles remotos? (?????? Que coisa irritante!)

Por que elas não limpam os espelhos dos interruptores? (????????)

Aqui em casa tem uma pia de banheiro que é grandinha. Tem algumas coisas em cima (não se assustem, não chega nem perto de camarim de vedete...). Por que as faxineiras limpam a pia e não limpam o que está em cima da pia? (??????????)

Por que elas se chateiam quando pedimos que algo seja feito de forma diferente?

Por que elas “fazem bico” quando pedimos para fechar a torneira enquanto esfrega o chão? (com a devida explicação sobre economia de água) (????????????????????)

Por que algum ser inteligente ainda não inventou um curso superior para formar profissionais da faxina? (????????????????????????????????????????????????) Poderia intitular-se “Tecnólogo em Organização e Higienização Doméstica” ou “Limpologia* Doméstica” ou ainda “Ciências Higiênicas” (esses dois últimos formariam Bacharéis, tudo de melhor!). Creiam, eu me arriscaria nesse vestibular.

Vivo a me questionar sobre isso tudo, em vão. Não encontro resposta que valha.

Hoje começou uma nova faxineira em casa. Já tive de ordenar as prateleiras do banheiro, tenho de organizar meu quarto e inspecionar o que foi feito para, assim, apontar as melhorias na próxima semana, rezando para que ela me entenda e me atenda.

Também tenho de rezar para o Ringo (o homem da casa, meu cachorro aspirante a boi, quase meu irmão) simpatizar com ela, senão danou-se!

Quem conheceu Dona Leo, como eu, torce para que um especialista em robótica desenvolva um robô faxineiro (nem que seja para o próximo século) que alcance pelo menos 80% da eficiência dela. Igualar-se a ela nem um robô, nem um mortal conseguiria. Jogaram a forma fora, meninas!

*Limpologia é uma palavra inventada por mim especialmente para este post.

Angélica aprecia uma casa bem cuidada e limpa em todos os seus detalhes.

Considera as faxineiras seres de difícil compreensão.

E lamenta que a Top of Mind da categoria (Dona Leo) não tenha deixado um clone por aqui.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Carta ao amor

Querido,

sei que não tenho motivos fortes o suficiente para reclamar, mas como já nos conhecemos há algum tempo acredito que já possuo a sua confiança e talvez até sua amizade, mesmo que por vezes você fique tão distante e calado.

Como você bem sabe tenho esperado sua visita em pessoa, pois seus e-mails e cartas esporádicas não têm sido mais o bastante para aplacar miha ansiedade. E sim, sim, já sei exatamente o que você vai dizer – que eu reclamo de barriga cheia, ou ainda, que não gosto de suas correspondências…. Na verdade algumas são bem animadoras, mas não entendo por que você me escreve tão fervorosamente se, no entanto, após alguns dias sinto apenas sua ausência. Talvez eu preferisse que você não me desse sinal de vida, mas, ao contrário, você me agracia com sua beleza e depois com a dor da falta.

Sinceramente, sei que temos muito em comum, mas ainda não consigo entender sua natureza e talvez nunca consiguirei, mas ficaria muito feliz se você tentasse ser mais constante; sei que eu mesma não o sou, mas que seja então apenas eu. Outro ponto que culminou no envio dessa carta é que gostaria de pedir encarecidamente para que você escolhesse melhor as suas palavras e os momentos de suas visitas, às vezes tenho a nítida certeza de que você está de brincadeira comigo, ou que simplesmente seu “timing” é terrível.

O que estou tentando dizer é que, da mesma forma que você às vezes acerta, você também consegue errar feio e no fim das contas quem tem que consertar as coisas sou eu. Alguns dias penso que preferiria nunca ter te conhecido, mas agora é tarde demais e sei que não posso mais viver sem você. Só mais uma coisa – sim, sim, eu sei que não é Natal ainda, mas mesmo assim vou pedir - será que você poderia parar de me dar “fast-food” de presente de consoloção, por que pra mim é isso que são esses enlatados que você tem a obstinação de me enviar de quando em quando. Parece que você não pensa realmente em mim, pois já te falei que não estou na fase mais de “junk food” , hoje eu prefiro algo mais consistente. Então por favor, se não tem nada melhor do que isso me deixe, sim?!

Muito obrigada. Espero que você entenda minhas palavras. Com carinho, sua amiga e confidente, Mary.

Acho que não precisa de explicações em anexo né?! Silvia escreve com amor todas as segundas-feiras.

domingo, 22 de junho de 2008

Cansei de ser séria!!

Sabem, algumas coisas do “mundo adulto” começaram a chamar minha atenção muito nova. Eu me lembro exatamente do dia em que cheguei à escola super empolgada com a abertura política da antiga União Soviética e da frustração que me acometeu ao constatar que meus colegas, não só sequer tinham ouvido falar sobre a Glasnost, como tampouco se importavam com o fato de que havia cheiro de mais liberdade no ar mundial. Esta cena se repetiu várias vezes ao longo da minha vida.

O tempo passou e me descobri uma tarada por jornal, revista e tudo que é pedaço de papel que me trouxesse informação sobre política nacional e internacional. Na realidade, eu estava viciada em política, só não sabia disso. Já estava habituada a ler vários jornais e revistas e o mundo virtual só facilitou a saciedade da minha ânsia de querer saber mais.

Comecei a estudar um pouco sobre História do Oriente Médio pra tentar entender melhor aquela insanidade local. Li vários livros sobre História latino-americana, principalmente nos períodos em que o Poder havia sido exercido por ditaduras de direita. Li muito também sobre as “ditaduras do proletariado” as mazelas africanas, a podridão norte americana, a ONU, o Tribunal Internacional Penal, o Tribunal de Haia. Assisti O Julgamento de Nüremberg (ambas as versões) mais de uma vez. Pela TV eu vi a execução da pena de morte imposta ao Saddam Hussein. Assisti também ao julgamento do Slobodan Milosevic, vi Benazir Butto entrar e sair de cena para depois voltar novamente e ser assassinada em um atentado. Vi a guerra entre muçulmanos e judeus ser alimentada diariamente por um ódio milenar e sem explicação. Vi a Tchecoslováquia se transformar em Croácia, Sérvia e Montenegro; vi cair o muro de Berlim pela TV. Esta foi uma cena inesquecível. Como o tanque de guerra passando por cima do estudante na Praça da Paz Celestial. Páreo pra foto da menina vietnamita correndo nua pelas, de braços abertos, após a detonação da bomba. Acompanhei pela TV a guerra do Golfo Pérsico e a guerra do Iraque, vi o fim do apartheid legalizado na África do Sul, o Timor Leste virar país, Nairobi cair aos pedaços. Vi o presidente da então maior potência econômica e política mundial ter um caso com a estagiária, vi a China ameaçar o poderio econômico dos Estados Unidos, ao preço da liberdade e a dignidade de seus cidadãos. Vi Fidel Castro renunciar a um cargo que assumiu ilegitimamente e no qual se manteve por cinqüenta anos às custas da liberdade e da vida de quem se rebelou; vi pessoas ficarem presas a vida inteira sem sequer haverem sido informadas de qual era a acusação formalizada.

Tenho visto governos legitimamente constituídos (pelo menos em tese) se unirem a grupos armados, guerrilheiros, bandidos de verdade. Tive o desprazer de ver o Chávez fazer gato e sapato do povo venezuelano e quase não me agüentei de satisfação quando o Rei Juan Carlos da Espanha o mandou se calar em rede internacional.

É, eu vi muita coisa. Vi os governos brasileiros fazerem barbaridades. Vi a direita no Poder e quebrei a cara. Estou a vendo a esquerda e chego à conclusão que o fundo do poço tem porão. Parei de assistir a TV Senado e a TV Justiça. Concentrei-me só nos jornais. A cada programa, o tema é sempre o mesmo: pobreza, falta de dinheiro, aumento de tributos. A cada jornal, a cada matéria, meu estômago revirava, minha cabeça chegava a doer. E como eu praguejava na frente da televisão!

Comecei a tomar birra de jornal, mas quem disse que eu consigo ficar sem? Jurei pra mim mesma umas mil vezes que não ia mais sofrer por política. Mas é difícil. Toda hora sai uma notícia sobre desvio, fraude, corrupção. Os governantes mamando nas tetas dos contribuintes, alíquotas aumentando e tributos sendo criados.

Decidi parar de sofrer. Não que eu tenha me tornado uma alienada, nada disso. Continuo viciada em política, economia, finanças internacionais. Entretanto, comecei a ler outras coisas pra espairecer. Interessei-me pela arte, voltei aos meus filmes amenos, estou aqui escrevendo. Vou continuar fazendo a minha parte, votando conscientemente. Mas não me martirizo mais. Não me estresso, não fico nervosa a ponto de tremer. O coração e a consciência ainda doem, mas aí me lembro que minha cara pode entortar mais uma vez e pego um livro de História da Arte pra ler.


Laeticia adora política, odeia políticos, lastima a má educação e a saúde do povo e a decorrente incapacidade de votar com discernimento. Contudo, acredita que cada um pode e deve fazer a sua parte pra tentar melhorar o quadro e acredita que está fazendo a sua.



sábado, 21 de junho de 2008

O perigo da moda

Me lembro como se fosse hoje o quanto achei engraçado quando vi as norueguesas usando botinha de plástico. Na época as botinhas era igualzinhas essas que o pessoal que trabalha na roça usa pra entrar no matagal. Depois de pouco tempo morando aqui, finalmente entedi o motivo daquela moda bizarra. Aqui chove muito, às vezes aquela chuvinha de ‘molhar bobo’ que dura semanas, outras vezes uma chuva mais forte. Pra quem tem que andar para o trabalho ou ir passear ; a tal da chuva vira um inferno. Molha o tenis/sapato todo, a boca da calça fica enchercada quase até o meio da canela, uma tragédia. No final do inverno a situação ainda fica pior, toda a neve acumulada derrete e as ruas viram lagoas por um periodo. É aí que a botinha de plástico vem a calhar. Ploft ploft ploft a gente pode pisar onde quiser, não precisa mais fica pulando de pedra em pedra, fugindo das lagoas temporárias. Mas o que achei mais interessante é que o pessoal costuma levar um sapato extra na bolsa (principalmente se estão indo ao trabalho), pois podem trocar a botinha por outra coisa mais confortável. Perfeito! Há uns 3 anos atrás as botinhas ficaram um pouco mais ‘fashion’, com modelos e cores diferentes. Estampas da moda, que legal. Você pode escolher entre botinha de plástico de bolinha, de coraçãozinho, um luxo! Eu particularmente não troquei a minha botinha com modelo roçaliano (toda verde escuro) por uma da moda, simplesmente porque ela ainda estava novinha, mas achei as novas botinhas de plástico um sucesso, pois agora unia o útil ao agradável.

Como toda moda lancada na Europa, uma hora acaba chegando ao Brasil. E sim, porque não? No Brasil também tem chuva, talvez não tanto quanto aqui (pelo menos em número de dias de chuva por ano), mas me lembro muito bem daquelas semanas do inverno que não parava de chover. A botinha de plástico chegou então para manter seco os pés das brasileiras. O único problema da chegada da botinha de plástico no Brasil é que elas chegaram primeiro como artigo de moda, diga-se de luxo. Elas não chegaram junto com o conceito : ‘mantenha seus pés secos neste inverno’ e sim com o conceito: ‘quem tem botinha de plastico está na moda’. E aí tudo muda de figura. Gatos e cachorros agora querem uma botinha de plástico, não pela praticidade dela, mas sim porque quem não tem está fora da moda.

Resolvi escrever o texto depois que vi uma reportagem sobre o Fashion Rio. Na reportagem eles analisavam a escolha de roupa de pessoas no Fashion Rio e discutiam quem estava na moda ou não, quem acertou no look ou não. O que mais me surpreendeu foi ver que a menina que estava mais na moda, vestia vestido tubinho preto e calçava botinha de plástico quadriculada. Calçar bonitinha de plástico em um dia de sol no Rio de Janeiro? O que ela tava querendo? Assar os pés ou o que? Gente, ainda não sei se a botinha de plástico ja estourou aí no Brasil ou não. Mas depois de ver essa reportagem, comecei a ver o quanto a moda pode ser perigosa e muitas vezes ridícula. O mais triste é ver as pessoas sendo escravas, usando os acessórios sem pensar e caindo nas tais armadilhas da moda.


Liz não é nenhuma expert em moda, apenas se beneficia dela pra variar o guarda roupa, mas fica com os cabelos em pé de ver as pessoas usando a moda simplesmente por ‘usar a moda’.



Um outro universo

Eles sempre fizeram parte da minha vida. Como manuseadora, leitora, mãe contadora, professora... Tenho lembranças da infância fortemente ligadas a eles. O meu cômodo preferido na casa de minha avó tinha uma cama, frestas na parede por onde passavam, indiscriminadamente, sol e vento e, claro, eles: livros infantis. Um deles guardo até hoje, depois de anos pedindo para trazê-lo para casa.

Fábulas, poesias, contos de fadas! Todos eles enchem os olhos e a alma.

Mas falo de livros infantis que tratam as crianças como seres inteligentes que são, não aqueles que consistem em quatro páginas grampeadas cobertas por desenhos feios e erros de ortografia falo daqueles que deixam o leitor, de qualquer idade, parado um tempão numa mesma página (com ilustrações coloridas, papel e texto de boa qualidade) lendo e/ou observando o desenrolar da história, viajando no e com o livro. Observando porque até textos sem texto podem contar histórias incríveis, como “E o palhaço, o que é”? (Guto Lins).

Quem não teve ou ao menos queria ter tido uma “Vovó Dragão” (Thaís Linhares) para com ela viajar pelo mundo mágico da fantasia? E que lição a “Maria Mole (André Neves – fofo!!!) passa aos leitores?! Além de encantar, como sempre, com suas ilustrações lindamente surreais, o autor fala de forma simples sobre coisas tão complexas...

Onde mais se poderia ler poemas até engraçados sobre assuntos sérios como a morte (Sapato Furado – Mário Quintana)?

Assim, se você tiver vergonha de comprá-los, folheie na livraria como quem não quer nada... Use filhos, sobrinhos, filhos de amigas ou mesmo crianças imaginárias como pretexto, mas leia-os. Você verá que riqueza e maravilha há nesse outr universo, onde a beleza e o impossível são constantes.


Renata se encanta com este universo e salpicou algumas sugestões de livros infantis no texto. Quem quiser mais dicas ou quiser trocar idéias, é só falar!



sexta-feira, 20 de junho de 2008

É feio apaixonar?

Estava lendo esses dias uns comentários num post do Manual do Cafajeste e uma menina escreveu “eu pergunto: estamos numa sociedade que é feio se apaixonar? Devemos lutar contra coração batendo mais forte por alguém da mesma maneira que se luta contra câncer de mama?”

Nossa, como isso me deu um estalo na hora. Sabe que eu às vezes fico me perguntando coisa parecida? Por quê a pessoa finge que não está interessada/ apaixonada/ gostando da outra? Pra quê fazer tipo? Por quê mostrar sentimentos muitas vezes é visto como fraqueza ou humilhação?

Sei lá, talvez eu não seja a pessoa com mais autoridade pra falar desse assunto, já que minha vida emocional é um desastre (até a experiência que eu achei que não tivesse sido depois pareceu um dos maiores erros da minha vida). Talvez seja justamente por pensar que sentimento é uma coisa que se mostra que muitas vezes eu tenha terminado sozinha. Talvez seja porque eu não vejo sentido em esnobar uma pessoa que me interessa que eu tenha ficado sozinha até hoje.

Se um cara fala comigo que gosta de mim, ou tem interesse, eu nunca vou fazer pouco caso disso. Posso ser clara e dizer que me sinto feliz por despertar interesse, agradecer a atenção e dizer que não correspondo. Posso também resolver ter um click e dar uma chance pra mim (chance pra pessoa é lenda, a gente dá chance é pra gente mesma ser feliz). Mas nunca vou achar que aquela pessoa é menos, simplesmente por ter tido coragem de dizer o que sente. Vamos combinar que precisa coragem de falar isso, sabendo que corre o risco de levar um toco.

Sentir não é feio. Expressar não é feio. Claro que não estou falando daquela pessoa grudenta que persegue a outra até se tornar inconveniente. Estou falando que, por exemplo, quando uma vez assumi meu interesse por uma pessoa, e quando ele pisou na bola e quis conversar eu fui me encontrar com ele, ouvi amigas (que tenho certeza que querem meu bem) dizendo que eu não deveria me humilhar. Não achei humilhação, achei que meu coração merecia ouvir daquela pessoa o que ele tinha pra dizer, fosse pra entender/ desculpar e continuar tentando viver aquela história legal ou pra ver que não valia o esforço e partir pra outra. E eu vivi a história legal, porque ele também não teve medo de dizer o que ia no coração dele naquele momento (e nem estamos falando de amor, a gente não se conhecia o suficiente pra isso).

Eu sou totalmente a favor de bons sentimentos. Adoro a sensação de estar apaixonada. Odeio a sensação de pisar em ovos o tempo todo, como se relacionamentos fossem disputas, “quem fica por cima?”... Quando eu sinto uma coisa boa, não quero guardar pra mim. Talvez o que tenha me feito me apaixonar pela última pessoa que cruzou meu caminho tenha sido justamente isso. Eu sempre falei com todas as letras o quanto gostava/ gosto dele. E ele, ao invés de dar as costas e sair correndo, sempre olhou nos meus olhos e disse para desfrutar do tempo que a gente estava junto. Pra mim isso tem sido um grande diferencial nas pessoas: as que aproveitam os sentimentos bons, ao invés de se livrar deles como quem se livra de um câncer.


Sisa acha bobagem combater o que vai no coração. Amar é ser mais viva.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Lista de coisas para se fazer no frio

Você, que está sonhando com o inverno na Amazônia Equatorial, talvez não tenha se dado conta das delícias que vêm junto com o frio.

Para te ajudar – e por tabela, me alegrar – vai abaixo a lista das minhas coisas preferidas para aqueles dias em que o inverno bate na porta, implorando pra entrar na sua vida!

No frio, tem coisa melhor que:

Cobertores (insira aqui o complemento de sua preferência – felpudo, de orelha, para os pés frios, etc.).

Botas (usá-las com saia é a minha paixão – e hoje ainda fiz várias pessoas gargalharem ao chegar no trabalho com minha sete léguas! Linda!).

Cachecóis (sejam coloridos, monocromáticos, curtos, longos, eles sempre fazem nosso visual mais bonito).

Choconhaque (dispensa comentários. Se você não conhece, peça a receita para a Cecília!).

Fondue (de chocolate, claro).

Vinho (demi sec - que eu ainda estou aprendendo a apreciar - é uma boa pedida).

Chapéu (ou gorro, ou ainda um cachecol enrolado na cabeça – no caso de você não ter um cobertor de orelha, serve até para dormir!).

Filme (com cobertores e vinho, de preferência).

Sol (ah, sim. O Sol. Tem coisa mais gostosa que ficar no solzinho manso de inverno logo pela manhã, soltando fumaça pela boca?).

Festival de inverno (Seja em Campos do Jordão com suas orquestras e corais ou em Amparo com Zé Ramalho na abertura, esses festivais realmente me fazem feliz).

Morro Pelado (fica em Águas de Lindóia e acredite, é um lugar com um visual espetacular para ir bater o queixo. No inverno, recomendo a subida ao meio dia!).

Milena escreve aqui as quintas-feiras e ADORA o inverno.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Branco de Neve Moderno

(Versão de uma mulher em TPM dos personagens do conto de fadas mais conhecido e mais ridículo que já existiu).

Soneca: a anã adolescente. Sempre se se encostando em alguma coisa e com preguiça pelos cantos. Porém, vai o Branco falar em show, micareta, balada e shopping perto dela pra ver se ela não pula na hora com a disposição de uma leoa faminta.

Atchina: a anã hipocondríaca. Aquela que está sempre doente pra chamar a atenção das amigas, da mãe, da chefa, do mundo. Quando o Branco chega nem escuta direito o sussurro da voz da pseudo-adoentada, porém, em cinco minutos ela está aos gritos contando algo que a deixou injuriada, completamente esquecida da enfermidade.

Mestra: a que tira o Branco do sério querendo controlar a vida dele. Ele diz que não pode ir com ela comprar um violão porque tem futebol e médico (ele na verdade não está a fim). Vem a mocinha e pergunta “mas porque é que tu não vais direto do futebol para o médico”, porque daí daria tempo dele ir com ela comprar o violão. Ele diz que não dá. “E porque então você não vai ao futebol amanhã” – pergunta ela sem ter idéia de estar correndo o risco de ter a cabeça arrancada.

Zangada: a mocinha ofendidinha. Aquela que estava lá quando o Branco avisou pra todo mundo que na sexta ele ia a tal show. No sábado ela está ofendidíssima porque ele não a convidou, não insistiu, não passou na quarto dela, não opinou sobre a roupa que ela ia botar, não disse que ela estava arrasando. Ela sempre dá um jeito de resolver um problema dela tentando convencer o Branco de que está na verdade resolvendo um problema dele e morre de ofensa se ele não aceitar a oferta.

Feliz: a irritante que faz o Branco se sentir a última das criaturas, quando, após ele ter desfiado um rosário de lamúrias (nem sempre válidas, mas honestas naquele momento e pertinentes para quem se tem intimidade), ao invés de defendê-lo e xingar o universo com ele, sutilmente dá a entender que ela tem problemas muito piores que os dele e nem por isso fica por aí reclamando para os outros.

Dengosa: a anã carente. Não aquela que chega pro Branco e diz quer um colo. Mas aquela que prefere o sentimento de culpa dele por não ter dado atenção para ela em algum momento em que ela precisava tanto (sendo que ele não sabe mais diferenciar quais são estes momentos dos momentos comuns da vida dela). A que não pede o que quer, mas faz o maior jogo psicológico para que ele ofereça o que ela quer.

Dunga: a que é ótima ouvinte, mas que nunca vai tomar a iniciativa de perguntar o que foi, o aconteceu, se ta tudo bem com o Branco.

Branco de Neve: Só pode ser gay pra agüentar tanta mulher junta. Se uma em TPM já abala as estruturas de qualquer coisa (casa, emprego, amizade, relacionamento), imagina duas? Três? Sete? Haaaaaaaa!!!! Ou então em breve ficaremos sabendo que ele está desesperadamente em busca do bruxo malvado que sumiu desde o couro que levou no ano passado quando apareceu com umas tais maçãs quando Mestra e Zangada estavam em desespero por uma caixa de bis. O que ele dizia mesmo? Dormir eternamente?

Gisele Lins mais uma vez com uma TPM galopante. Foi ao médico buscar ajuda porque não se agüenta mais. Escreve aqui às quartas-feiras (de casa ou em breve do presídio se continuar assim).

terça-feira, 17 de junho de 2008

Domingo eu fui ao Mineirão, ooooops, ao Maracanã

Promessa é dívida. E foi por isto que finalmente, depois de alguns aninhos de enrolação, eu fui ao Maracanã com o Bola assistir a um jogo de um rival histórico do Clube Atlético Mineiro, paixão que antecede minha própria concepção. Era um jogo da sexta rodada do Campeonato Brasileiro, Flamengo x São Paulo, este recém saído de uma goleada no Galo... lastimável. Se eu não estivesse lá, estaria torcendo pra cair uma bomba no estádio e acabar com os dois times, mas mesmo que eu não estivesse, o Bola estaria, de forma que não me foi possível torcer para acontecer uma "tragédia".

Vesti minha bermudinha, melissinha nos pés e a camisa da Mangueira pra me salvaguardar de qualquer ataque "inimigo". Afinal, seguro morreu de velho, e é sabido que tanto o Flamengo quanto a Mangueira são duas agremiações de grande apelo popular. Como ninguém ali estava torcendo pro São Paulo, fui tranqüila. Qual não foi minha surpresa ao achar a chegada ao Maracanã muito mais light do que a chegada ao Mineirão. Se bem que, como o Mineirão já é quintal de casa, acabo sempre chegando meio tarde e entrando no meio da muvuca. No Rio, não quisemos arriscar. Achamos melhor ir mais cedo e assim foi. Não sem antes dar uma paradinha no Jobi.

Entrada tranqüila, ingressos na mão, chegamos à arquibancada amarela. Do lado direito, felizmente atrás de uma muretinha com grades, a Jovem Fla. Do outro lado, também após uma muretinha idêntica à outra, a Raça Rubro-negra. E nós, reles mortais, no meio. Mas não estava apertado, pelo contrário, estava bem confortável. Pelo menos por algum tempo, porque subitamente havia 58 mil pessoas no Maracanã.

Neste momento da minha epopéia, quero fazer um registro: o Maracanã é lindo!!! Muito bonito mesmo. Os banheiros são até usáveis, em todos há uma mocinha com toneladas de rolos de papel higiênico e a descarga, inteligentemente, é da altura que o pé alcança (tem que ser muito doido pra ter coragem de colocar a mão em descarga de banheiro de estádio ou muito porco pra deixar de dar descarga: o jeito é mostrar como o pilates faz bem e dar descarga com uma das patinhas traseiras).

Outro registro: sinceramente!!! O que é que passa pela cabeça destas autoridades ao proibir a venda de cerveja nos estádios?! Sim, porque Liber e Kronnenbier eu nem considero cerveja. Não bebo cerveja sem álcool. É preferível beber água. O pior de tudo nem é isso. É que não pode vender cerveja em jogo, mas quando tem aquelas porcarias de axé nos estádios, onde só dá adolescente, tem cerveja aos milhares de litros!! Vai entender. Fora que, como neste País, principalmente no Rio, pra tudo se dá um jeito, as torcidas organizadas - e rivais, diga-se de passagem - estocam a cerva durante a semana e vendem nas arquibancadas. Confesso que tive vontade de contrariar a lei e comprar umas latinhas. Mas se engalfinhar por uma lata de cevada não combina muito com a minha pessoa. Se ainda fossem vááárias latas, ainda ia rsrs Então tive que ficar o jogo todo comendo cachorro quente vagabundo e picolé. Protesto registrado; voltemos ao jogo. Ou melhor, à torcida, que era o que de fato havia me feito prometer que iria ao Maraca um dia.

Eu queria saber se a torcida do Flamengo se comparava à torcida do Galo. Porque só quem já assistiu a um jogo do Galo, principalmente em casa, sabe o que é uma torcida de verdade. E fama não falta à torcida do Flamengo e à do "Curíntia". A do Curíntia já havia mostrado sua cara quando o time caiu pra segundona: ao invés de apoiar o time, ameaçou todo mundo de morte. Confesso que a queda do Corinthians foi um momento de glória na minha vida: ver o timão baixar a bola e virar timinho foi bom demais pra ser verdade!! Como diria um amigo meu: u! gostoso!! Então eu queria ver a torcida do Flamengo, que não tentou matar o time inteiro nas vezes em que o time não estava lá grandes coisas e ainda se auto intitula a "maior torcida do Brasil".

Confesso que fiquei meio decepcionada. Pior, confesso antes, que cheguei a torcer por um golzinho do Flamengo pra ver qual seria a reação da torcida. Veio o gol, com a possibilidade de um empate e até mesmo uma virada do jogo (ou seja, melhorando uma situação que era péssima) e a torcida se dividiu!!! A Raça cantando uma música, a Jovem Fla cantando outra e nós no meio, sem saber a quem seguir. Ah, nem, viu? Eu esperava mais pra justificar a paixonite do Bola. Mas paixão é assim; a gente sente, não explica, né?

Quando o São Paulo fez três, aí teve uma coisa bacana: todo mundo mandando o Rogério Ceni praquele lugar. Pelo menos numa coisa o pessoal entrou em acordo. Que cara mala o tal do Rogério Ceni. Se bem que eu sei uns podres dele, e isto já me faz achar o cara um grandessíssimo de um babaca. Volto atrás: gostei da esculhambada que ele deu na Milly Lacombe quando a anta falou besteirada na TV com o nome dele. Mas eu achei que a arquibancada fosse ir a baixo!! Mas não foi... Nem quando o São Paulo fez 3x1 a torcida xingou em uníssono.

Que frustração, meninas!! Porque se tem uma coisa que consola na hora da raiva é o tal de ver a torcida inteira xingando algo do tipo: "ô, Galvão, vai tomar no c*!!" (Tive a sorte de presenciar a torcida do Galo mandando este infeliz pra outro lugar mais de uma vez). Pra isto, nem mastercard!! Aí acabou o jogo e fiquei morrendo de dó do Bola. Confesso que adorei o programa. Não que se compare ao Mineirão. Afinal, a casa da gente é sempre melhor que a do outro. Foi bacana. O Bola ficou feliz de eu ter ido com ele e eu fiquei feliz de ter cumprido minha promessa.

Mas, cá entre nós, esta torcida do Flamengo ainda tem que comer é muito arroz com feijão pra chegar aos pés da Galoucura!!! Podem até ser maior em tamanho (afinal, colonizaram o nordeste), mas em grandeza, sinto muito, não tem pra mais ninguém: u-u-hu-u-hu-é Galoucura!!

Laeticia não acha que torcida organizada seja a melhor coisa do mundo, mas acha que todos os torcedores entoando o hino juntos é que impulsionam um time. Mas que a torcida do Galo canta melhor que as outras, ah, isso canta sim!!! Co-co-ricó!!!

(*) Special thanks à Angel por ceder o nobre espaço da terça-feira pra moçoila aqui poder narrar suas peripécias futebolísticas!!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Dentro de mim

Fiquei olhando o papel por bastante tempo, tive a sensação de que minha mente estava assim como ele, branco, vazio e, talvez, até oco. É, às vezes, ficamos assim, como uma folha em branco., como um caderno novo, ou quem sabe, velho, mas nunca antes utilizado.

Estou vivendo uma vida diferente, fora do meu comum, provavelmente incomum para muitos de nós, fora de minha realidade; e às vezes me sinto estranha. Estranho a mim mesma, as paisagens, as pessoas, as sensações, me sinto como outra pessoa, por vezes próxima a mim e por outras bem distante, às vezes me sinto uma completa estranha para mim mesma, vivendo uma vida fora de mim, numa realidade que não é a minha.

Não me sinto triste, talvez melancólica, fazer planos com prazo de validade, viver sua vida com data de partida, mudar sua rotina e se adaptar a outra com a mente no futuro e também no passado. Nunca podemos realmente prever nossas reações, pensamos diferente, agimos diferente, talvez eu esteja mais perto de mim, vivendo num mundo sonhado por muito tempo.

É às vezes me sinto triste, pois meus amigos não estão aqui compartilhando comigo, na verdade até estão, em pensamento, em lembranças, na memória, mas nem sempre é o suficiente. Me sinto triste, por que vivo num lugar completamente diferente, por que ainda não alcancei a verdadeira realidade deste lugar e talvez eu já saiba que nunca irei realmente alcançar, mas nunca se sabe.


Silvia está assim, muito feliz e isso a assusta, às vezes triste pois sabe que a partida é eminente, e, ao mesmo tempo, essa mesma partida também a faz feliz, pois encotrará os seus de novo. Como vocês podem perceber, dentro de mim, está assim, uma mistura de tudo, de beleza, de saudade, de culturas, línguas, pessoas, comidas. De tudo um pouco e ao mesmo tempo.



domingo, 15 de junho de 2008

Cacos

Eis aqui Angel em cacos.

E hoje quero ser Angel, minha parte mais sensível, que ama além dos seus limites.

Sinto-me definitivamente incompleta.

Você entende que eu fantasiei demais e sonhei ser sua por todas as minhas vidas!?

Eu entendo cada palavra que me disse e cada gesto. Entendo sim. Talvez fosse mais fácil se não entendesse.

Quero um ombro pra chorar... o cheiro do céu pra me acalmar... ser, mais do que nunca, pássaro.

Cada detalhe seu e nosso ficará. Intensidade, sintonia, humor, amor...

Você foi. E eu deixei... mais uma vez. E ficou. No coração. Em mim...

Quero saber de você feliz!

Te Amo! Ah, como te amo!


Hoje sou Angel de corpo e alma. Hoje quero ser pássaro mais do que nunca. Hoje queria um pára-quedas pra me levar ao cheiro do céu. Hoje quero um ombro amigo pra chorar. Hoje sou eu definitivamente sem você. Hoje te amo como ontem e amanhã.

sábado, 14 de junho de 2008

Um sonho interrompido

Nunca havia pensado em ter filhos, muito menos conseguia me imaginar grávida, porém, após o casamento meu marido começou a me familiarizar com a idéia de ser mãe.

Foram 3 anos de espera pelo momento certo, então decidimos que entraríamos 2008 grávidos. E foi exatamente isso que aconteceu! Nossa que felicidade, nunca tinha me sentido assim antes, como era bom estar grávida, ainda mais com uma gestação igual a minha, nunca senti um enjôo, meu peso estava super controlado e minha barriga só apontou aos 4,5 meses, lembro como meu marido comemorava a cada dia que a barriga crescia um pouquinho. Eu era paparicada por todos à minha volta.

Posso sentir a emoção do dia em que conseguimos ver o sexo, era uma menina! Seria a minha Beatriz!

O medo de ser mãe e o receio de não ter vocação, foram superados por um instinto maternal que brotava dentro de mim a cada dia que passava, não via a hora de ver o rostinho dela e senti-la quentinha em meus braços, meu marido então curtiu cada momento com uma alegria contagiante e o que nunca havia feito parte dos meus pensamentos passou a ser um sonho, que coloriu minha vida de rosa por alguns meses.

Naquele dia eu tinha acordado bem disposta, estava me sentindo super bem e feliz, já era final da tarde e fui até à médica para minha consulta de rotina do pré-natal, estava de 21 semanas (início do sexto mês), após me examinar a médica notou que havia algo errado e me levou pra sala de ultrassom, chegando lá, todo meu sonho foi interrompido
ao ouvir: “seu bebê foi a óbito, sinto muito”, eu podia vê-la na tela, inerte, sem aquelas cambalhotas ou chupando o dedinho e sem nenhum sinal daquele coraçãozinho que antes pulsava bem forte dentro de mim. Naquele momento senti que o chão se abriu, tudo ficou escuro e entrei em desespero.

Fui internada logo em seguida para a retirada daquela que um dia fez minha vida ficar cor de rosa. Foram 48h de indução de parto normal (com muita dor e sofrimento) sem êxito, com o sofrimento culminando em uma cezárea e com a possibilidade de nunca mais poder gerar outro filho. Graças a Deus, que pelo jeito não havia me ignorado totalmente, deu tudo certo na cezárea e vou poder tentar novamente daqui a 1,5 ano.

Agora, tento superar mais essa perda em minha vida. Acredito que o tempo cure tudo e que tudo na vida tem um motivo, só fica difícil entender o motivo pelo qual Deus privou meu marido e eu da convivência da nossa Beatriz.


Débora encerra esse texto aos prantos, sabe que tem que colocar a bola pra frente, mas tem vontade de sentar em cima da bola e continuar chorando de soluçar.

Puxa puxa

Guarda chuva
Chuva forte
Forte e quente
Quente cama
Cama desfeita
Desfeita não será aceita
Aceita ou não?
Não quero
Quero-quero
Quero mais
Mais e melhor
Melhor hoje do que ontem
Ontem já passou
Passou, passará
Passará, passarinho
Passarinho no céu
Céu da boca
Boca molhada
Molhada por quê??

Pega o guarda-chuva!


Renata, depois de uma semana marcada pela pressa, pela efemeridade da vida, por pessoas com tantos e tantos problemas consigo e os outros, resolveu brincar com as palavras, só pra distrair.



sexta-feira, 13 de junho de 2008

Do que sinto mais falta de Portugal

Eu poderia falar que o que eu mais sinto falta em Portugal é a música. Ahh, adoro a música de lá. Aprendi a gostar de Fado, conheci bandas de rock, pop, cantores tradicionais, cantores bregas... Adoro quase tudo. A música é legal, e o sotaque que me fazia rir hoje me encanta. Mas por mais que eu goste da música, não é dela que eu mais sinto falta de Portugal.

Eu também poderia falar que o que eu mais gostei em Portugal foi a gastronomia. Pastéis de nata, ovos moles, arroz de pato, alheiras... O azeite de lá é maravilhoso. Eu que não comia azeite não me enxergo mais sem ele. Adoro os vinhos portugueses. Portugueses decididamente sabem comer bem. Mas não é da cozinha que eu mais sinto falta de Portugal.

Podia ser que as ruas antigas, monumentos, igrejas, castelos, tudo isso, fosse o que eu queria rever em Portugal, mas por mais que eu tenha visitado lugares lindíssimos e charmosos, por mais que o turismo em Portugal valha muito a pena, por mais que a gente possa encontrar a história viva nas ruas de Portugal, também não foi o que mais me encantou no país.

O que eu gosto tanto, mas tanto, em Portugal, que sinto muita saudade, e que nunca vou esquecer, é o Rui, meu Fiel Escudeiro Lusitano, que mesmo com seus eventuais dias de “mau feitio” foi o melhor amigo que eu podia ter lá. É da Cláudia, que dividiu sala comigo por mais de um ano, me aguentando, sendo amiga, e de quem me despedi com o coração na mão, dela e da Mariana, recém nascida, que acompanhou minha estadia de dentro da barriga da mãe. É da Ana, pra quem dava bom dia quando chego na Universidade, ou com quem parava pra conversar indefinidamente na hora de ir embora. Também gosto do Orlando, que me pirraçava todo dia no começo e que hoje me faz muita falta, pelos jantares e pelas risadas. Gosto muito da Cláudia Estrelinha e da Sandra, com quem fui pros Açores e fiz outros passeios, sempre me divertindo. Gosto do João, que embora no começo não nos achássemos lá muito simpáticos, virou não só uma boa companhia de messenger, mas boa companhia ao vivo também. Gosto também muito do Filipe e do Henrique, mesmo que o convívio com eles fosse mais no almoço do que em outro momento, e do Jorge que conheci quase na hora de vir embora. Gosto também de outra pessoa, a Profª Anna, que foi uma excelente orientadora sem deixar de ser humana. Devo muito a ela.

No meio de tantos atrativos em Portugal, este foi o maior que achei: pessoas que fizeram da minha estada lá um período especial e que vão me fazer sorrir cada vez que vir ou lembrar de qualquer coisa que leve meu coração de volta à terra do Fado e dos pastéis de nata, a maior invenção dos portugueses na minha opinião. (E pra você, se ler este post: claro que também sinto falta dos seus braços e seus abraços. Sinto falta também da sua presença, ainda mais tendo a certeza que a gente se entende bem mais olho no olho do que via satélite.)


Sisa esta semana estava com mais saudades de Portugal e dos Portugueses do que nunca. Quando veio embora, chorou muito por estes que estão aqui no texto, por outros que não estão, e por um em especial, que apesar de não ser português, tornou Portugal muito mais atraente e divertida nos dois últimos meses. Quer deixar um recado muito simples pra essas pessoas: Amo vocês.



quinta-feira, 12 de junho de 2008

Encontro Intenso

Fazia tempo que não me sentia tão bem, tão leve, tão eu...

Foi tão bom rever amigas, conhecer novas amigas, que só conhecia no mundo virtual! Dá vontade de conhecer todas, de fazer novos encontros, de rever, e rever, e conversar, e rir! Tudo é euforia! Tudo é espontâneo! O encontro com parte da turma do blog foi maravilhoso; e revigorante!

Vivemos num mundo tão apressado, tão estressado, tão cansado, que precisamos de momentos de alegria, de amizade verdadeira, de descontração, de distração.

Ali, cercada de pessoas amigas, mesmo sabendo que todas temos problemas, como todas as pessoas do mudno, parecia que tudo estava bem, e que somente aquele momento pairava entre a dura realidade do ontem, e os difíceis presságios do amanhã.

A experiência desse encontro foi muito rica, e as conversas muito proveitosas. Pude me lembrar de como eu era há cerca de dez anos, e fazer uma comparação com o que sou agora. E, embora muitas vezes faça isso, e consiga ver as vantagens e as desvantagens dos trinta, neste encontro foi mais nítido, mas palpável. Pude experimentar novamente sentimentos antigos, e, sem nostalgia, mas com saudade, querer reotmar alguns projetos esquecidos, rever amigos distantes, “voltar aos velhos tempos de mim”.

Ao final, senti como se tivesse passado um mês longe de tudo, do serviço, de casa, dos problemas, da família, e até da cachorra. E, mesmo sentindo falta de alguns destes, ainda assim me senti mais viva, como se tivesse mais energia para tudo!


Tania não sabe muito bem o que escrever, porque até o momento está viajando e refletindo sobre esse grande acontecimento que foi o encontro do Drepente30!



quarta-feira, 11 de junho de 2008

Rápido e devagar

Foi tudo muito rápido, como costumam dizer. Porém, a sensação contrária de câmera lenta que vem junto dá um nó na cabeça e depois que passa a memória confusa lembra de algo estilo Matrix.

Disseram que eu gritei antes de acontecer, não me lembro bem. Acordei milésimos de segundos antes de tudo, como se alguém sussurrasse em meu ouvido: “acorda, não é tua hora, estamos aqui, mas vocês vão mesmo passar por isso”. As duas batidas da frente do carro na mureta da estrada foram tão lentas que me parecia haver tempo de dizer uôooooo, uôooooo, como adorava fazer no parque de diversões quando muito pequena. Não senti o carro virando, mas logo veio aquele barulho de navio que se contorce no fundo do mar, misturado com o rangido de giz ruim no quadro negro e fagulhas de ferreiro. Ao mesmo tempo o filminho. O da minha vida. É verdade, ele passa mesmo nestas horas. O que quer que detone o play é que nos faz ter certeza da seriedade da situação. Porém, não lembrar direito deste filme depois que já passou me fez ter certeza de que não é algo simplesmente randômico: alow, você ficou, não foi embora, não precisa lembrar do filme, não desta forma, não ainda. Do meu lado meu amor xingando em voz alta. Praguejando muito. Tudo ao mesmo tempo, rápido e devagar. Ele diz não lembrar disso também, mas eu lembro bem, inclusive da vontade que me deu de rir na hora, pois eu pensava que era incrível estar com todo o corpo preso apenas por um pedacinho de pano cruzando meu peito, bunda e costas no ar, sem encostarem-se a nada, e o asfalto rolando e reclamando e esquentando a um palmo dos meus olhos arregalados, mas a quilômetros de distância d e tirar a minha vida. Espera aí, mas ele é bem mais alto que eu! Ai medo! Há tá xingando? Então está bem, ufa, quando acaba isso? Rápido e devagar.

O segundo mais longo de todos foi olhar para trás e ver as pernas da minha amiga amada para todos os lados. Deveriam ter quinze pares de pernas ali, espalhados. Gritei rápido o nome dela duas vezes. Silêeeeeeeeennnnnnnnciooooooo. Ai meu Deus, meu Deus, meu Deus. Tô aqui! UUUUUUUUUUUFFFFFFAAAAAAA. Não me assusta assim guria. Conte até três, todos fora do carro de uma vez (pela mesma janelinha da frente). Heim? Como assim? Também não sei, mas foi. Maravilha esse tal instinto que anda tão démodé, mas que para nos deixar vivos sabe bem o que fazer. Hora da revista. Um, dois, três. Estamos todos aqui. Não, não falta nada, nenhum pedaço, nenhum arranhão. O que? Como assim? Pois é. E aquela poça vermelha ai? Ai, ai, ai, meu amor você se machucou (pânico)? Perái deixa ver... Eu não! Como assim? Há, é o maldito suco de uva que estava dentro do carro.

Hora de estar grata. Grata, grata, grata, muito grata pela vida. Hora de dizer obrigada. Obrigada meu Deus, por nos carregar no colo no meio deste furacão. Por logo atrás da gente vir o caminhão devagarzinho, que foi parando na curva e mostrando para todo mundo: espera, calminha, problemas à frente. Obrigada por estarmos ilesos. Tão incrivelmente sãos, tão incrivelmente incólumes, virgens, imaculados, recém-nascidos. Obrigada pelo pobre Volverine, que viveu tão pouco, mas por ser tão robusto salvou nossa vida. Obrigada por nada de dentro do carro ter nos atingido (que estava lotado de quinquilharias, garrafas de vidro, de azeite, de pimenta, mapas, bolsas, violão – nunca mais). Obrigada pela solidariedade das pessoas, do casal de dentistas que nos ajudou a sinalizar a estrada e fazer as devidas ligações, do motorista de táxi que se preocupou em não nos deixar dormir e foi simpático até mesmo andando por estradas terríveis nunca dantes por ele navegadas e morrendo de medo.

Nestas horas é que a gente presta atenção nas estatísticas e escuta no rádio que houve tantos e tantos acidentes. Que tantas e tantas pessoas morreram. E nós estamos lá, inexplicavelmente inteiros. Mas como, se não vínhamos rápido, se não teve motivos? Foi a curva traiçoeira de uma estrada desconhecida? Não importa. Foi ali que não perdemos a vida. Cada um reagiu da sua forma e em seu tempo. Uns imediatamente desesperados e piegas, outros dias depois, em choque. Fica entre nós uma cumplicidade de sobreviventes que estreita nossas relações. E para cada um de nós fica uma reflexão, por vezes doída, que permanece quando gostaríamos que já tivesse ido embora, da vida, das nossas escolhas de “e se tivesse acabado agora?”. Estamos bem. Estamos vivos. Graças a Deus.

Gisele Lins escreve aqui às quartas. Muito viva. E grata, muito grata pela sua vida, e pela vida dos que muito ama.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Eu choro

Nos últimos meses tenho pensado muito em Zeca Baleiro e na canção “À flor da pele”. Apesar da minha tosquice frente a muitas situações de emoções fortes, choro fácil quando o cansaço me vence. E percebo que “ando tão à flor da pele que qualquer beijo de novela me faz chorar...”

O detalhe interessante desse estado é que não evito essa emoção fácil e, às vezes, sem sentido, porque essas lágrimas me descansam. Claro, não permito que essa situação se desenvolva em pleno dia de trabalho. Seria difícil explicar. Mas fora desse período, eu choro “por tudo se assim for preciso”, (e dá-lhe Fábio Jr.) até descansar. Assumo isso tão claramente porque não temo a sensibilidade e porque sei que essa situação acontece também com mulheres bem próximas a mim. Essa é mais uma das vantagens de ser mulher, não precisamos engolir o choro, afinal mulheres, na visão social e machista, são essencialmente choronas...rsrsrsrs.

Na última sexta chorei de saudade antecipada. Minha amiga Renata está formando na faculdade, um semestre antes de mim, o que significa que me restam seis meses praticamente sozinha, sem alguém que pense como eu ao meu lado. E ela chorou comigo, o que me incentivou ainda mais...

Uns dias antes disso, quase chorei com outra amiga num almoço de recordações familiares e saudade também.

Arrepiei-me e chorei ontem ao ouvir, pelo site, a música Espelho, do DVD de Diogo Nogueira. Tânia, a interpretação é maravilhosa como você disse! E ainda falando em música, emocionaram-me ainda duas canções interpretadas, impecavelmente, por Zizi Possi: “Fly me to the moon” e “Love of my life”.

Sorte minha que o final da novela Duas Caras foi meio chocho. Não foi de chorar... Quem sabe um filme água-com-açúcar... Eu adoro! Quem sabe um bom livro...

Estou ansiosa pelas férias escolares. Nesse período poderei descansar com choro e sem choro e talvez recuperar a resistência àqueles beijos estonteantes de novela, e também colocar no seu devido lugar toda a saudade que guardo aqui comigo.


Angélica chora. E chora mais ainda quando está cansada. Considera o choro saudável principalmente quando estimulado por belas obras de arte, como músicas, por exemplo. Volta na próxima terça.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Reconhecimento

Um dia seus olhos bateram em sua porta,
Como se nunca a tivessem visto antes,
Pela primeira vez conseguia enxergar claramente,
Não sabia ao certo o que via,
Nem se acreditava no que sentia,
Mas sabia que era real,
Era verdadeiro,
Era irrecusável.

Anastácia havia, finalmente, se descoberto.
Talvez por caminhos tortuosos,
Através de paixões nefastas,
Espelhos quebrados,
Fotografias queimadas,
Maquiagens rabiscadas,
Olhos inchados,
Fantasias desnudas.

Por fim e enfim,
Anastácia se enxergava,
Através de seus próprios olhos,
E conseguia ver o que os outros viam já há algum tempo,
Mas que, por razões desconecidas Anastácia passou muitos anos de sua vida sem conseguir alcançar.

Através de suas músicas preferidas,
Através de seus sonhos realizados,
E, definitivamente, com a ajuda dos outros,
Ela agora conseguia ver com clareza,
Sentir com determinação,
Perceber que ela poderia ser o que quisesse,
Alcançar o que pretendesse.

Anastácia se amava, enfim e por fim,
Olhava o que via no espelho e se admirava,
Pois nunca havia se visto assim,
Nunca havia realmente olhado para si,
Apesar do que diziam seus amigos,
Ela sempre havia se recusado.

Mas agora, sem que nem por que,
Após uma longa jornada de atritos infinitos,
Acreditava em si mesma.
Nada poderia ser negado,
Não mais, e, provavelmente, nunca mais,
Sim, nada poderia mudar sua rota.

Anastácia enfim amava a pessoa que era,
A forma que tinha,
O rosto que sempre a acompanhou, inegavelmente único
E para ela, a partir de agora, perfeito, pois era seu e apenas seu, com suas particularidades, imperfeições e contornos,
Mas, principalmente, por ser o rosto de Anastácia.

Não é qualquer dia que nos sentimos assim, nem a qualquer hora; mas essa era a hora de Anastácia. Se havia então alguma coisa terrivelmente certa com Anastácia era não ser cega mais, não mais.

domingo, 8 de junho de 2008

“Ado, aado, cada um no seu quadrado”

Vocês já ouviram isso? É claro que já ouviram! E deixando de lado toda a brincadeira que a música suscita, quanta verdade não há impregnada nestes versos... e como me têm sido de valia !. Vejam alguns exemplos:

NA ESCOLA: “O quê??? Copiando exercício do colega?! Nem pensar! Cada um no seu quadrado! Devolva o caderno agora!”

NA RELAÇÃO, PARTE I: “Eu não acho que a relação a dois deva ser sempre assim, cada um no seu quadrado, afinal estamos sempre precisando um do outro e...”

NA RELAÇÃO, PARTE II: “Somos casados sim, mas, por favor, cada um no seu quadrado, eu não quero perder a minha individualidade, o meu eu, você entende?!”

NA FAMÍLIA: “Família é bonita só no retrato, no mais, pra funcionar, cada um no seu quadrado e almoço só no final de semana.”

NO TRABALHO: “Cada um, no seu quadrado, fez a sua parte e dessa maneira foi possível atingir as metas, de modo que estamos aqui, nessa mesa redonda, verificando os resultados.”


Vanessa diz: “É claro que essas pérolas não são todas minhas e caso você também já tenha se deparado, inserindo a expressão no seu falar cotidiano, registre no (quad) espaço abaixo.”
Até mais!!!



O Amor

As pessoas dizem que o amor é cego. Eu digo que o amor, além de cego é surdo e mudo. E muitas vezes, meio retardado. E que tem um senso de humor danado.

Quando conheci meu marido, o amor pode até ter sido surdo, mas não foi retardado. Muito menos cego. Não me lembro exatamente quais foram as primeiras palavras trocadas, que, segundo ele mesmo, não foram as mais delicadas. Trocamos farpas na primeira vez em que nos vimos. Quero dizer, que ele me viu. Porque eu, sentada na cadeira de frente pra ele, que estava de pé, já tinha visto aquele par de coxas grossas, morenas e peludas se aproximando e ficado bestialmente hipnotizada. Que palavras que o quê, minha amiga, a vontade que deu foi de tato!! Lembro-me perfeitamente da vestimenta inferior do rapazinho: short azul marinho, daquele tamanho que não mostra demais, nem de menos. O amor (que então eu nem sabia que existia) foi surdo.

A segunda vez em que nos vimos, o amor não foi surdo, mas foi meio retardado. Eu estava num misto de embriaguez e ressaca, de pijama de florzinha, com o cabelo horrivelmente preso, acabada num sofá do sítio de um amigo e rezando pra não morrer de frio, quando alguém falou: “o Bola vem aí” (ôba, pensei eu, afinal eram 1,90m de altura e morenice peluda de estímulo pra me levantar) “com a Bel” (affe, vou suicidar, pensei eu, permanecendo na minha inércia mortal). Desta vez eu me lembro das primeiras palavras. Bem, pelo menos foram as primeiras que eu ouvi e compreendi, dado meu estava lastimável: “se eu fosse mulher, dava pro Chico Buarque todo dia!!” Neste momento consegui reunir meus penúltimos ATP’s, levantar minha cabeça e meu indicador direito e dizer: “eu também!!!” O amor foi, evidentemente, retardado. Mas os últimos ATP’s foram gastos em beijos, muitos beijos (e golpes de karatê, já que meu marido havia se transformado subitamente numa espécie de polvo, com seis tentáculos invisíveis).

O amor foi cego quando se negou a reconhecer que dividiria o resto da eternidade com o Flamengo. Minto. Reconheço que sabia que teria que conviver intensamente com o Flamengo quando admiti pra mim mesma que não havia escapatória: eu havia encontrado minha cara metade. Só que um terço da minha cara metade havia encontrado o Flamengo antes de me encontrar!! Então o amor teve que ser civilizado e inteligente, pois não ia correr o risco de peitar o Flamengo e perder esta parada. Seria demais pra mim. E nem dez anos de terapia, como diria meu bom amigo Mig, curariam um trauma tão grande. Haja remédio de tarja preta. O amor foi cego, mas não foi retardado.

Enfim, a overdose de Flamengo acabou servindo de moeda pra eu conseguir a anuência pra tomar umas droguinhas pra emagrecer (meninas, eu vos digo: num casamento, até se a gente vai tomar remédio pra emagrecer tem que ser negociado sob pena dos efeitos colaterais incluírem uma crise conjugal). Obviamente, minha negociação não foi um sucesso porque as tais droguinhas me fizeram ficar mais doida do que de costume, a ponto de eu cair em prantos numa pizzaria antes de responder uma pergunta singela como: “gatinha, você vai querer pizza de quê?” O que seria simplesmente “de mexido” – Neste ponto tenho que parar para prestar esclarecimentos. Pizza de mexido é aquela que tem tudo, praticamente tudo, em cima da massa: muzzarela, presunto, salaminho, lombinho canadense, ovo, pimentão, cebola, champignon, milho, bacon, cheddar, azeitona verde e preta, parmesão ralado e mais o que der na telha. É tudo na vida do ser!! Enfim, a resposta que era pra ser um simples “de mexido”, virou meia hora de choro estimulado por femproporex, ou seja, anfetamina, bolinha!!! Neste mesmo dia, foi tudo pro vaso sanitário e eu fico me perguntando onde é que eu estava com a cabeça a ponto de mandar aquilo pra dentro do meu buchinho. É, o amor foi meio retardado. Mas admito que teve senso de humor. Este episódio ainda rende muitas risadas até hoje.

E então que há cerca de oito anos o amor vem me mostrando que além de cego, surdo, mudo e meio retardado, ele é bem humorado também. Se eu fizer uma listinha de quantas vezes o amor se mostrou cego, surdo, meio retardado e bem humorado, eu juro que dá um livro! Foram muitos estes momentos.

Houve também alguns momentos em que o amor foi mudo. Ou pelo menos deveria ter sido. Palavras foram ditas que deveriam ter sido engolidas. Por ambos. Mas não foram. Então, mais uma vez o amor foi meio retardado e bem humorado. Foram momentos que viraram piada. É claro que houve também momentos que foram eternamente sepultados. Mas o amor é assim. Tem dias em que é mais cego, outros, mais surdo. Às vezes é meio retardado, outras, precisa se fazer de retardado. Há momentos em que é difícil para o amor manter o bom humor. Mas ele sabe que depende do sorriso para se manter firme e forte.

Mas neste exato momento, numa madrugada de sábado, assistindo Terapia do Amor, eu vos digo, meninas, que hoje, mais do que nunca, o amor vai ter que ser é surdo. Porque o Bola andou tomando umas hoje à tarde e agora tá lá no nosso quarto roncando muito mais do que de costume!!!


Laeticia sempre soube que o amor é cego, surdo, mudo e meio retardado. Mas apesar de estar sempre rindo e sorrindo, só foi saber que ele também tem que ser bem humorado com o passar do tempo, quando foi conhecendo as manias do seu então namoradinho, hoje maridão!!

sábado, 7 de junho de 2008

Quase Morte

Enquanto as meninas se encontravam em Nova Lima, eu fui novamente pra Ilha Grande! Esse foi o motivo da minha ausência no evento, já tava com essa viagem armada faz tempo, não dava pra cancelar.

Pois bem, estava eu feliz e contente na ilha, um verdadeiro paraíso! Lá tem um lugar chamado Saco do Céu, onde o grande lance é ir lá a noite, pois o céu reflete na água de maneira única! Logo na primeira noite resolvi qual era a onda do tal saco…

É lindo mesmo! Na volta, quase chegando na vila, o barco simplesmente bateu numa pedra! Era noite, tudo escuro…nunca tinha navegado a noite. O barco ficou parado muito, muito inclinado para a esquerda e pra cima! Um dos tripulantes foi arremessado na água, era dificil ficar de pé lá dentro. Tentávamos manter a calma, mas confesso que é bem difícil, principalmente pois não sabíamos a real gravidade do acidente.

A vida passa aos olhos como um filme. O medo de morrer foi muito grande. Sei nadar, sou filha de Iemanjá. Estávamos de colete, pedi pra ir pra água… lá me sentiria mais segura do que no barco, ele poderia virar a qualquer momento. Mas a orientação era que permenecessemos no barco e que pedissemos ajuda espiritual pra crença que tivessemos.

No final acabamos conseguindo sair da pedra, depois de muito sufoco! Quando pisamos em terra firme o alívio foi grande, só nesse momento me senti a salvo. Chegando na pousada, um banho quente e só lá a ficha caiu do que tinha acontecido. Chorei muito, de alívio!

Dormi mal, sonhei muito… sonhei com as pessoas que amo. Na manhã seguinte acordei feliz de estar viva, num paraíso e que ainda tinha mais quatro dias pra curtir aquela ilha incrível!


Mariana descobriu que as vida é fragil demais e que no meio do caminho podem sim existir pedras.

Eu gosto

Eu gosto de:

- fazer listas: de compras, afazeres, ou até de coisas que gosto

- escrever à mão

- ler em voz alta

- café preto

- cantar junto com a música

- gargalhar até doer a barriga (ops, o abdômen)

- chegar na hora

- verde

- barulho de água

- chimarrão

- viajar

- me arrepiar

- giz de cera

- ter a unha pintada

- abraço

- perfume bom

- cafuné

- ser chamada de Rê

- cheiro de livro novo

- estourar plástico bolha

- cozinhar pra pessoas queridas

- trabalhos manuais (não tenho talento, mas gosto!)

- caminhar

- pentear o cabelo

- dançar

- dirigir

- tomar banho de olhos fechados

- andar de barco, canoa, avião e cavalo

- poesia

- conhecer gente nova

- aprender

- fazer academia!!! Sim, seus incrédulos! Rsrs

- Minas! Adoro Minas!

Renata gosta dessas coisas e muitas outras! Quem a conhece de perto sabe que essa é a maior mostra de como ela está inteira!

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