Promessa é dívida. E foi por isto que finalmente, depois de alguns aninhos de enrolação, eu fui ao Maracanã com o Bola assistir a um jogo de um rival histórico do Clube Atlético Mineiro, paixão que antecede minha própria concepção. Era um jogo da sexta rodada do Campeonato Brasileiro, Flamengo x São Paulo, este recém saído de uma goleada no Galo... lastimável. Se eu não estivesse lá, estaria torcendo pra cair uma bomba no estádio e acabar com os dois times, mas mesmo que eu não estivesse, o Bola estaria, de forma que não me foi possível torcer para acontecer uma "tragédia".
Vesti minha bermudinha, melissinha nos pés e a camisa da Mangueira pra me salvaguardar de qualquer ataque "inimigo". Afinal, seguro morreu de velho, e é sabido que tanto o Flamengo quanto a Mangueira são duas agremiações de grande apelo popular. Como ninguém ali estava torcendo pro São Paulo, fui tranqüila. Qual não foi minha surpresa ao achar a chegada ao Maracanã muito mais light do que a chegada ao Mineirão. Se bem que, como o Mineirão já é quintal de casa, acabo sempre chegando meio tarde e entrando no meio da muvuca. No Rio, não quisemos arriscar. Achamos melhor ir mais cedo e assim foi. Não sem antes dar uma paradinha no Jobi.
Entrada tranqüila, ingressos na mão, chegamos à arquibancada amarela. Do lado direito, felizmente atrás de uma muretinha com grades, a Jovem Fla. Do outro lado, também após uma muretinha idêntica à outra, a Raça Rubro-negra. E nós, reles mortais, no meio. Mas não estava apertado, pelo contrário, estava bem confortável. Pelo menos por algum tempo, porque subitamente havia 58 mil pessoas no Maracanã.
Neste momento da minha epopéia, quero fazer um registro: o Maracanã é lindo!!! Muito bonito mesmo. Os banheiros são até usáveis, em todos há uma mocinha com toneladas de rolos de papel higiênico e a descarga, inteligentemente, é da altura que o pé alcança (tem que ser muito doido pra ter coragem de colocar a mão em descarga de banheiro de estádio ou muito porco pra deixar de dar descarga: o jeito é mostrar como o pilates faz bem e dar descarga com uma das patinhas traseiras).
Outro registro: sinceramente!!! O que é que passa pela cabeça destas autoridades ao proibir a venda de cerveja nos estádios?! Sim, porque Liber e Kronnenbier eu nem considero cerveja. Não bebo cerveja sem álcool. É preferível beber água. O pior de tudo nem é isso. É que não pode vender cerveja em jogo, mas quando tem aquelas porcarias de axé nos estádios, onde só dá adolescente, tem cerveja aos milhares de litros!! Vai entender. Fora que, como neste País, principalmente no Rio, pra tudo se dá um jeito, as torcidas organizadas - e rivais, diga-se de passagem - estocam a cerva durante a semana e vendem nas arquibancadas. Confesso que tive vontade de contrariar a lei e comprar umas latinhas. Mas se engalfinhar por uma lata de cevada não combina muito com a minha pessoa. Se ainda fossem vááárias latas, ainda ia rsrs Então tive que ficar o jogo todo comendo cachorro quente vagabundo e picolé. Protesto registrado; voltemos ao jogo. Ou melhor, à torcida, que era o que de fato havia me feito prometer que iria ao Maraca um dia.
Eu queria saber se a torcida do Flamengo se comparava à torcida do Galo. Porque só quem já assistiu a um jogo do Galo, principalmente em casa, sabe o que é uma torcida de verdade. E fama não falta à torcida do Flamengo e à do "Curíntia". A do Curíntia já havia mostrado sua cara quando o time caiu pra segundona: ao invés de apoiar o time, ameaçou todo mundo de morte. Confesso que a queda do Corinthians foi um momento de glória na minha vida: ver o timão baixar a bola e virar timinho foi bom demais pra ser verdade!! Como diria um amigo meu: u! gostoso!! Então eu queria ver a torcida do Flamengo, que não tentou matar o time inteiro nas vezes em que o time não estava lá grandes coisas e ainda se auto intitula a "maior torcida do Brasil".
Confesso que fiquei meio decepcionada. Pior, confesso antes, que cheguei a torcer por um golzinho do Flamengo pra ver qual seria a reação da torcida. Veio o gol, com a possibilidade de um empate e até mesmo uma virada do jogo (ou seja, melhorando uma situação que era péssima) e a torcida se dividiu!!! A Raça cantando uma música, a Jovem Fla cantando outra e nós no meio, sem saber a quem seguir. Ah, nem, viu? Eu esperava mais pra justificar a paixonite do Bola. Mas paixão é assim; a gente sente, não explica, né?
Quando o São Paulo fez três, aí teve uma coisa bacana: todo mundo mandando o Rogério Ceni praquele lugar. Pelo menos numa coisa o pessoal entrou em acordo. Que cara mala o tal do Rogério Ceni. Se bem que eu sei uns podres dele, e isto já me faz achar o cara um grandessíssimo de um babaca. Volto atrás: gostei da esculhambada que ele deu na Milly Lacombe quando a anta falou besteirada na TV com o nome dele. Mas eu achei que a arquibancada fosse ir a baixo!! Mas não foi... Nem quando o São Paulo fez 3x1 a torcida xingou em uníssono.
Que frustração, meninas!! Porque se tem uma coisa que consola na hora da raiva é o tal de ver a torcida inteira xingando algo do tipo: "ô, Galvão, vai tomar no c*!!" (Tive a sorte de presenciar a torcida do Galo mandando este infeliz pra outro lugar mais de uma vez). Pra isto, nem mastercard!! Aí acabou o jogo e fiquei morrendo de dó do Bola. Confesso que adorei o programa. Não que se compare ao Mineirão. Afinal, a casa da gente é sempre melhor que a do outro. Foi bacana. O Bola ficou feliz de eu ter ido com ele e eu fiquei feliz de ter cumprido minha promessa.
Mas, cá entre nós, esta torcida do Flamengo ainda tem que comer é muito arroz com feijão pra chegar aos pés da Galoucura!!! Podem até ser maior em tamanho (afinal, colonizaram o nordeste), mas em grandeza, sinto muito, não tem pra mais ninguém: u-u-hu-u-hu-é Galoucura!!
Laeticia não acha que torcida organizada seja a melhor coisa do mundo, mas acha que todos os torcedores entoando o hino juntos é que impulsionam um time. Mas que a torcida do Galo canta melhor que as outras, ah, isso canta sim!!! Co-co-ricó!!!
4 comentários:
Adorei o blog, meninas...
Também sou Mulher de 30 e me identifiquei deveras com muitos textos daqui.
Linkei no meu tá?
Beijos
Leleca, nada se compara ao galo e a nossa torcida!!!
E agora que vc esteve presente no Maraca posso ter a certeza!!!
Beijo
Bom, na verdade você só foi lá constatar o que todo mundo sabia, né? Não tem torcida igual à do GALOOOO!!!!!!!!
Texto sem igual Maria. Vc só melhora com as palavras...
Não sou lá uma grande amante de estádios, mas a torcida do Galo é mesmo mágica.
Beijos!
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