Tá bem. Eu assumo. Sou chata. Não gosto de gente me pegando, querendo me abraçar, me beijar, relar a mão em mim a nenhum titulo. É claro que as pessoas queridas não se encontram na categoria “gente”, mas sim na categoria “pessoas queridas”. Mas este círculo é muito, muito restrito.
Meu marido tem um conhecido que não podia me ver que vinha querendo dar abraço e beijo. E eram aqueles abraços loooongos, apertaaaados, aqueles beijos compriiiiiidos!! Affe, nunca vi querer forçar tanto uma intimidade inexistente. Eu evitava, mas não era sempre que dava certo. Aí eu me sentia super desconfortável e enrijecia o corpo pra ver se o cara desconfiava, se a ficha dele caía. Coincidentemente, ele só vinha com estes abraços e beijos pegajosos longe do meu marido, então namorado. Um dia achei que a ficha dele ia cair, porque ele me soltou – sim, soltou, porque eu me sentia presa – e falou algo do tipo “o Bola é ciumento, né, ele não gosta que a gente te abrace”. Foi a deixa que eu precisava! “Na realidade quem não gosta mesmo sou eu, sabe, fulano; acho insuportável este tipo de gente que fica pondo a mão na gente sem propósito.” Tóim! Nunca mais aconteceu.
Outra coisa que acho simplesmente insuportável é gente que mal me conhece me chamando de Lê ou outro diminutivo do meu nome. Vejam bem, meus amigos costumam me chamar de Leleca. Minha família me chama de Lê. Penso que as pessoas do meu convívio não pessoal por quem tenho simpatia podem me chamar de Laeticia. E aquelas com quem convivo por obrigação, preferencialmente, devem me chamar de Maria Laeticia. À exceção, of course, de nossa colega balzaca Sílvia, que, por um mistério do universo, vira e mexe me chama de Maria Laeticia. E a Angel, que me chama simplesmente Maria. São aquelas exceções que a gente ama de verdade.
Dia destes fui à casa de uma parenta de quem gosto muito e cujo marido é extremamente simpático. Chegamos lá e havia mais convidados para o churrasco. E minha prima me chamando Lê pra cá, Lê pra lá e de repente ouço uma voz diferente, estranha aos meus ouvidos me chamando de Lê. Quase tive uma síncope. Aí a menina ficava o tempo todo me chamando de Lê. Meu desconforto era evidente, mas a “gente” não se fez de rogada e continuou. Até que meus nervos deram sinal de colapso e convidei o Bola gentilmente a ir embora dali. Evidentemente marido já havia percebido meu desconforto.
E não é que hoje um cliente veio cheio de mãos, braços e bocas quando gentilmente eu ajudei um corretor no atendimento?!! Não, meninas, eu não estou me achando. Mas sempre há quem prefira picanha a filé mignon, não é mesmo? Complicado. Ainda mas no ambiente de trabalho. E o cara veio todo, todo me tascar um beijo quando eu, prontamente, estiquei meu braço, bati no ombro dele e soltei “muito prazer em recebê-lo em nosso lounge, SENHOR fulano. O corretor tal está à sua disposição sempre que o SENHOR precisar”. O cara ficou sem graça e saiu acompanhado pelo corretor. Espero não ter matado a venda dele. Mas agüentar cliente tentando encostar em mim não está no meu contrato.
Mania feia que esta gente tem que querer contato físico toda hora, com todo mundo! De querer ser íntimo logo de cara!! Tudo bem, calor humano é muito bom, mas calor humano de quem conhecemos, neam?!! Ou então, já que é pra ficar tudo encostado, que seja no Mineirão torcendo pelo Galo, no carnaval de rua ou numa liquidação maravilhosa!! Fora destas situações, bebê, não gosto mesmo de gente relando a mão em mim!!
Laeticia é chata.
5 comentários:
E as pessoas que falam cutucando?! Me irritam tanto!!
Ah, se isso é ser chata, sou chatérrima então!
Porém prefiro acreditar que somos seletivas e não chatas, viu?
;-)
Bjs!
Então Maria, chata nada...grude gratuito é um porre! Saudades...
Lê!!! Adorei! E também sou chata. Até porque o espaço ao redor do MEU corpo também é MEU. entra só quem eu quiser.
Bijos!!!!
Nossa! Adorei seu texto. Procurei o tema pois não consigo acreditar em amizades emergenciais...Me mudei faz pouco tempo e onde estou é cheio daquelas " melhores amigas" em 5 meses de amizade...Sinceramente eu não aguento...Certamente estou sendo vista como a anti , mas nem sei como lidar com esse mimimi...
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