Vamos combinar, esse ano não foi fácil pra absolutamente ninguém. Não há um amigo se quer que diga que foi um ano tranquilo. O fim dele se aproxima, chega o momento do balanço. Pra mim foi um ano de profundas transformações. Exceto pelo que carnaval que foi indescritivelmente transcendental, o primeiro semestre foi marcado uma enorme infelicidade profissional. A angústia era tanta que sugava minha energia vital, não sobravam forças pra cuidar das plantas, muito menos de mim. Por mais que não quisesse, isso se refletia em todas as instâncias da minha vida. Foi um ano de perda de pessoas queridas, mas também de chegada no mundo de pessoinhas tão amadas! Foi acima de tudo um ano de muita luta! Luta política, ideológica, luta contra a balança, luta contra valores que já não me cabiam mais, luta por justiça, verdade, luta por amor (principalmente o próprio) e por sabedoria. Vi muito fogo, choro, grito e guerra na careta capital que eu vivo – a cena das bombas caindo do céu e o cheiro (bem como os efeitos) do gás lacrimogênio nunca vão sumir da minha memória.
Mas é comum a vida imitar a natureza. Tudo seca e queima no outono pra depois vir a primavera transformando tudo com beleza, cor e perfume – sábia natureza! E como é difícil imaginar a calmaria em plena tempestade! A primavera trouxe pra minha vida uma avalanche intensa de transformações. Hoje sou uma pessoa melhor, não uso relógio, muito menos despertador. Trabalho meio horário, pertinho de casa. Vivo minha sexualidade com liberdade, responsabilidade e leveza. A luta contra a balança talvez nunca chegue ao fim, mas estou de bem comigo e com meu corpo – nado, faço RPG, cuido da alimentação (tudo sem paranoia). Me sinto capaz, madura, valente. Tenho tempo pros amigos, pra família, pras plantas, pro cachorro e principalmente pra mim. Nesse exato momento eu sou a melhor versão de mim mesma, só tenho a agradecer a vida pelo processo natural de transformação. Axé.
Mariana escreve esporadicamente e esse é seu último texto do ano. Ela não vai fazer listinha de propósito para o ano que vem pois não há o que pedir, só a agradecer.
Um comentário:
E tá lindona!
Postar um comentário