segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Eu não visto 38, e daí?


Ao longo dos meus 33 anos eu nem consigo mais lembrar quantas dietas eu fiz. Já passei aos 100 quilos algumas vezes. Me senti um lixo em ambas. Sofria porque estava gorda, comia pra me sentir melhor, engordava mais, me sentia um lixo, comia mais e o ciclo nunca acabava. Na loucura adolescente tomei anfetamina. Já fiquei sem comer carboidrato. Me sentia era feia, horrorosa e diferente. 

Todo dia sites, revistas, tv tem uma reportagem sobre alguém que se tornou vitorioso e iluminado e perdeu 40 quilos e agora é feliz. Eu gostaria que os sites, revistas e tv dedicasse a mesma quantidade de páginas sobre pessoas que tem graves distúrbios alimentares como anorexia e bulimia como dedicam àquelas que “mudaram de vida” porque emagreceram. Eu gostaria que eles escrevessem sobre os riscos dos suplementos alimentares como escrevem sobre os riscos do açúcar. Mas principalmente, eu gostaria de ver pessoas acima do peso deixando de serem tratadas como doentes. Quando uma pessoa está emagrecendo ela só recebe elogios. Muitas delas conseguiram isso de forma nada saudável. Gente magra também perde o fôlego porque é sedentário. Gente magra não necessariamente é saudável, não necessariamente come bem e cuida da saúde. Ela é só magra.

Na verdade, eu queria sites, revistas e tv mais honestos. Quantas daquelas mulheres mais felizes e magras não sofrem com distúrbios? Ou por anos estão se matando com remédios para emagrecer? 

Eu sigo lutando contra a balança e meu metabolismo lento (de quem passou dos 30) de quem toma 50mg de hormônio pra hipotireoidismo por dia. Mas eu hoje me acho bonita, coisa que não me achava aos 15 anos, mesmo vestindo mais que 46. Também tenho consciência bem maior sobre a minha saúde, meu bem estar. Nado, faço RPG, tento me manter tranquila, comer as coisas que me fazem bem, sem paranóia. Sou mais leve, em todos os sentidos.






Mariana escreve esporadicamente e atualmente se sente leve, bonita e saudável! Mas mesmo assim não consegue comprar um biquíni que caiba no seu corpo e no bolso ao mesmo tempo. Enxerga no espelho e sente no corpo bem menos do que a balança lhe diz - e ainda assim é feliz pra dedéu!

Um comentário:

Anônimo disse...

Também queria uma revista assim, Mari! E que bom que tu percebe como é linda!!!!
Abração!

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