Durante
nove meses (meu Deus! Como passou rápido!), meu corpo serviu como a “casinha”
de um ser que está quase chegando. Dentro desta casinha ela cresceu, ganhou
peso, todos os seus órgãos foram se desenvolvendo no ritmo ditado pela
sabedoria da natureza. Neste mesmo processo, eu também ganhei peso e novas
marcas pelo meu corpo. É disto que quero falar.
Toda
mulher, em maior ou menor grau, tem sua vaidade. A maioria de nós passa a vida
lutando contra a balança, fazendo dieta da lua, da sopa, dos pontos e, faríamos
até mesmo dieta da pedra, caso nos dissessem que esta funciona! O processo de
aceitação do seu novo corpo é lento e gradual. Você sabe que isto tudo está acontecendo
por um bem maior (e se não soubesse, todos os dias alguém te lembraria disso!).
Ainda assim, o espelho em alguns dias costuma ser mais cruel do que nos outros.
Você
acorda de manhã e se olha no espelho. UFA! Ainda nenhuma estria. Se enche de
cremes, óleos, pomadas e tudo aquilo que te disseram que vai evitá-las. Você
que antes tinha preguiça até de passar protetor solar, veja só, está se
cuidando como ninguém. Repete este ritual de se besuntar toda de cremes e óleos
várias vezes por dia.
Mas
em uma destas manhãs você acorda, se olha no espelho... e SURPRESA! Estrias.
Bah!
Sensação de fracasso: Por que comigo, meu Deus? Eu me cuidei tanto. Sensação de
futilidade: Tanta coisa mais importante pra me preocupar e vou dar bola pra
umas estrias? Tentativa de consolo: Estou gerando uma vida dentro de mim, tudo
isso vale à pena. Crise de drama: Eu nunca mais vou usar um biquíni na minha
vida. Medo: Meu marido vai me achar horrorosa.
Todas essas sensações vem juntas, não
nos enganemos mulheres. Ao conversar com uma amiga, lhe disse: “Como poderei
ser uma boa mãe se estou arrasada por estar com estrias?”. Ela carinhosa e
sabiamente me disse: “Tu vai ser uma ótima e linda
mãe. Eu também enchi de estrias. Dá vontade de se jogar da ponte, mas não
adianta”.
É! Dá vontade de se
jogar da ponte sim. Até que tu lembra que em diversos lugares do mundo, pessoas
sofrem com problemas reais. Crianças não tem o que comer, são espancadas por
aqueles que deveriam lhes dar amor. Idosos são tratados como lixo pelos seus
entes queridos. Pessoas tem seus corações e esperanças partidos ao meio. E tu
se sente ainda pior. “Eu não poderia estar sofrendo por causa de estrias, sou
uma fútil”.
Queridas mulheres!
Queridas mães! SIM. Nós temos o direito de sofrer um pouquinho por isso sim. A
culpa só faz tudo parecer pior. Não seremos péssimas mães porque derramamos
lágrimas quando as estrias apareceram. Somos apenas mulheres, frágeis e ao
mesmo tempo fortes, sufocadas por uma sociedade que nos cobra perfeição. Não
somos perfeitas e no fundo nem queremos ser. Mas gastamos horas na academia,
mesmo que odiemos fazer isso. Torcemos o nariz para um bolo de chocolate, mesmo
querendo devorá-lo. Usamos maquiagem, mesmo achando que não é necessário. Compramos
roupas que não refletem nossa verdadeira essência, mas nos fazem parecer sexys.
Pintamos as unhas, nos depilamos, passamos fome, tudo por uma ditadura de
beleza. Vaidade é uma coisa maravilhosa. Desconfio de qualquer ser humano que
não a tenha, inclusive dos homens. Mas acho que o preço que estamos pagando
está saindo caro demais.
Sonho com o dia em que
aquilo que você É, vai valer mais do que aquilo que você APARENTA ser. O dia em
que não te julgarão pela roupa que estás usando. Que alguém olhará nos fundos
dos teus olhos sem rímel e dirá: “Vejo tua alma através dos teus olhos. És
linda!”. O dia em que você não precisará sair na rua preocupada com o que os
outros vão pensar a teu respeito. O dia em que você será apenas... VOCÊ MESMA.
Uma linda mulher, independente de tua forma física.
Andri escreve às
sextas-feiras e está a 17 dias de conhecer a pessoa mais importante de sua
vida, a Téo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário