Desde que
me mudei pra Bahia abri mão das diferenças entre as estações sentidas no Sul,
de ter dois guarda-roupas e fazer o ritual de troca de um pelo outro (e morrer
de raiva dos veranicos e friagens fora de época). Mas o fato é que o tempo e as
estações continuam se sucedendo, com diferenças talvez mais sutis e de menor
amplitude.
Nessa
semana (amanhã, se eu conseguir postar corretamente esse texto) viveremos o
equinócio de setembro, marcando o início da primavera. Nele, o dia e a noite
terão durações iguais e a partir daí, no Hemisfério sul, os dias vão lentamente
se tornando mais longos (ebaaa \o/).
Numa época
em que contamos o tempo por minutos (5 minutos de soneca, em sucessões
intermináveis), em que o calendário do próximo semestre está sempre lotado,
corremos o risco de nos desconectarmos do que deveria ser nossa base, nossa
raiz. Os ciclos da lua, as estações, até mesmo a hora do nascer e do por do sol
e da lua. Essas eram as referências de tempo de nossos antepassados e elas
seguem se sucedendo mesmo que a gente não agende no nosso calendário. Pores do
sol fantásticos continuam acontecendo mesmo que não sejam compartilhados no
Instagram e as estações continuam se sucedendo mesmo que a gente não precise de
outro guarda-roupa. Ciclos ocorrem e se sucedem, a gente querendo ou não. E
participar ativamente, conectando-se, é opcional.
Podemos
pensar no equinócio como a época de florescer, de germinar com cuidado e
carinho nossos sentimentos, ideias e projetos, para que a colheita seja
frutífera. Não custa lembrar que a gente colhe o que planta, e planta o que
escolhe.
Renata deseja um feliz
equinócio e um sábio plantio!
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