Estou lendo (há tempo demais) uma das biografias do Steve Jobs, mas eventualmente eu fico tão irritada com a personalidade dele que largo o livro por um tempo. Uma das coisas que têm me marcado nesse livro é o que as pessoas que conviveram com ele chama de “distorção da realidade”. Em resumo, ele tinha um jeito tão envolvente que contaminava as pessoas sob sua influência e os fazia acreditar ou concordar com coisas que, em são consciência (e longe do Steve) não concordariam.
Isso explica muitas das suas grandes conquistas e avanços, já que ele convencia as pessoas de quem elas eram capazes de fazer o impossível e elas o faziam.
Ultimamente ando vivendo eventos de distorção da realidade não tão produtivos. Assim como essa técnica (ou o que quer que isso seja) pode ser usada para o bem, para avançar, pode ser usada para minar relações, para o mal (ou o bem e divertimento de alguns). Fato é que, sem perceber, me vi em meio a uma situação em que já nem sabia mais em que acreditar. Tantas pessoas gastando uma energia enorme falando coisas ruins, fofocas, mentiras ou não, que quando percebi, não conseguia mais ver além disso. É muito ruim viver em estado de alerta, mas o que pode acontecer ao baixar a guarda é ainda pior. Confiar nos instintos, manter o bom senso, ouvir a si mesma. Coisa difícil em tempos de bombardeamento de fotos, mensagens, áudios, textos o tempo todo, de forma ativa e passiva. Isso me levou a buscar simplicidade também nas relações interpessoais e nas fontes de informação. Nada tão radical (ainda), mas sair de alguns grupos de WhatsApp já tem ajudado. Direcionar meu tempo e energia ao convívio de pessoas que me fazem sentir bem, também. Busco mais silêncio para poder me ouvir, para poder pensar.
Renata busca cada vez mais a simplicidade, e nesse caso para poder viver bem consigo e com os outros.
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