segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Mulheres Guerreiras

As mulheres que participaram de movimentos políticos e revoluções, não concordando com a repressão, guerreando, lutando contra as injustiças e por causas sociais, entraram para a história pelo espírito de liderança e perseverança, porém, todas foram severamente punidas. Muitas mulheres no Mundo todo foram presas, martirizadas, e na maioria das vezes, pagaram pelos atos de bravura e coragem, com a própria vida.

Em 1231, surge o Tribunal da Inquisição e, em 1431 Joana d’Arc, francesa, é condenada a morrer queimada aos 19 anos de idade, acusada de heresia pelo Tribunal Eclesiástico após liderar as tropas francesas na “Guerra dos Cem Anos”.

Já por volta de 1780, a mulher também começou a sofrer prisões e represálias, caracterizando crime sua participação em manifestações Revolucionárias, muitas foram as grandes mulheres que participaram das reformas e revoluções na Europa e nas Américas nesse período.

Olympe de Gouges, foi julgada, condenada á morte e guilhotinada em 03 de março de 1793, por “ter querido ser um homem de estado e ter se esquecido as virtudes próprias do seu sexo”. Seu crime maior foi caracterizado pela não aceitação de viver em estado de dependência, não se sujeitando ser objeto de subordinação e submissão.

Já por volta do ano de 1839, era decretado que a mulher acusada de adultério, também seria considerada prostituta e ser prostituta, era definitivamente ser uma “criminosa nata!”.

No século 18, Ana Campista, acusada de adultério foi enviada para o Recolhimento de Nossa Senhora do Bom Parto (no Rio de Janeiro), fundado originalmente para abrigar prostitutas em busca de recuperação espiritual, e que passou a servir de abrigo para mulheres abandonadas por seus maridos. Não se conformando com esta situação, Ana provocou um incêndio e fugiu.

Por volta de 1900, com a prosperidade oriunda do café, que promoveu a intensificação do comércio e a abertura de indústrias, muitas mulheres passaram a deixar o campo e a dedicar-se ao serviço urbano. Mas o recato tinha que ser preservado, independente da classe social. A opressão capitalista, chega a atingir a mulher inteligente que mesmo martirizada, vai se tornando cada vez mais atuante e revolucionária.

Nise da Silveira nasceu em 1906, em Maceió. Foi a única mulher, entre os 156 alunos da Faculdade de Medicina da Bahia, e graduou em 1926. Começou, em 1933, sua carreira em psiquiatria no hospital que na época era popularmente chamado de hospício da Praia Vermelha (hoje Hospital Pinel). Morava num quarto do hospital; uma enfermeira, ao fazer a limpeza do quarto, achou livros socialistas na sua estante, e durante o Levante Comunista de 1935, em plena ditadura Vargas, denunciou-a. Nise foi presa; ficou na Casa de Detenção durante um ano e 4 meses e lá conheceu Olga Benário.

Olga Benário entrou para a militância comunista aos 15 anos de idade e logo iniciou espionagem militar pelo Exército Vermelho. Em 1934, foi designada para assegurar a chegada de Luiz Carlos Prestes no Brasil, onde lideraria a Intentona Comunista de 1935. Presa, foi levada para a prisão em Gestapo em 1936, morrendo numa câmara de gás na Alemanha nazista em 1942.

Todas nós mulheres somos exemplos de pura luta… É nesse espírito que somos convidadas a seguir em frente e fazer um 2008 diferente...

(* Adaptado de http://www.revistazap.hpgvip.ig.com.br/mulheres_guerreiras.htm)


Marília, que sempre desejou ter nascido “menino”, vem descobrindo pouco a pouco como enfrentar este mundo machista… Espero que tenha feito uma boa estréia…

5 comentários:

Sisa disse...

Oi Marilia!
Bem vinda na sua estreia no blog da Mulherada! Embora nao sejamos tao marcantes como as mulheres que voce cita, todas nos tentamos fazer nossa parte pro mundo ser mais justo e facil de viver.
Beijos e ate semana que vem!

Paula disse...

Oi Marília!

Mulheres são guerreira, apenas pelo fato de serem mulheres, embora umas tenham feitos extraordinários, até deixando seu nome na história.
Não é discurso feminista, mas agüentamos muita barra, muita pressão e, muitas vezes até tripla jornada, tentando deixar a vida ainda assim leve!
Eu me orgulgo demais de ser mulher e, aos poucos, vou encontrando meu espaço neste universo tão masculino, assim como você.

Fez uma excelente estréia!

Beijos.

Angel disse...

Bons Ventos a trazem Marília!

Vejo que temos muito a compartilhar por aqui. Esse espírito de luta é saudável e já deu tantos resultados...

Sigamos fortes e maravilhosas...rs!

Beijos!

Anônimo disse...

Oi Marilia,
Sugestivo o título. Mas como disse a Paula, guerreiras são a maioria das mulheres. Mas guerreira mesmo é aquela que num mundo tão injusto e cheio de oportunistas, consegue viver e criar seus filhos decentemente, ensinando-os a serem responsáveis, corretos, respeitosos e solidários, mesmo com grandes dificuldades e tão grande número de maus exemplos "se dando bem" por aí.
Aos 55 anos, leitora assídua desse blog, considero-me uma vencedora. Meus prêmios são alegrias e orgulhos dados pelos filhos, mesmo que às vezes regados à lágrimas. Nem assim me considero uma "guerreira", talvez por conviver diariamente com mulheres que realmente o são. E acho que o mundo estaria melhor se essas citadas e históricas guerreiras tivessem tido a oportunidade de cumprir com mais tempo sua função biológica, a criação efetiva de seus filhos, naturais ou não.
Ah, e sempre adorei ser mulher.

Professora Vanessa disse...

Ei, Marília!
O meu comentário está atrasadíssimo, mas o seu texto/tema super atual. Haja visto o que vem acontecendo na Colômbia envolvendo o seqüestro de mulheress políticas pela tropas guerrilheiras.Quanto sofrimento, mas também quanta luta...
Seja muito bem vinda e parabéns pelo texto.
Vanessa.

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