E a cena consegue ficar pior. Imagine cada professor, saindo da escola, depois de um dia árduo de trabalho, indo encontrar seus amigos num bar, relaxar, descontrair com conversar amenas... Aí chega um “mui amigo”, e pergunta para um professor de Português como mesmo se escreve determinada palavra, ou como se conjuga tal verbo, na segunda pessoa do plural do pretérito mais-que-perfeito. Ou então a pergunta é para o professor de História, sobre o nome de algum herói de guerra, ou sobre a data de determinada Revolução, ou sobre a data de um evento lá da Antigüidade Clássica, como se ele fosse uma enciclopédia. Os de Geografia também sofrem. Afinal, é muito importante numa conversa informal saber qual a capital de um país minúsculo da Eurásia, ou sobre o clima no Leste Europeu na primavera, ou sobre aquele país da África que foi colônia inglesa (como se fosse só um!). Aí, ao fim daquele encontro no bar, chega a conta. É a vez da caça ser o professor de Matemática. Ele é obrigado a somar, de cabeça, cada copo de chopp, os salgadinhos, os petiscos, os cafezinhos, incluindo as gotas de adoçante! E ainda tem que dividir por cada um dos presentes. Isso para conferir a conta e rachar. Rachar a cabeça do pobre professor, que foi se divertir, lembra?!
Pode piorar? Claro que pode. Ainda tem o professor de Ciências para depois da conta. Vem aquela conversa horrorosa sobre doenças cardíacas para quem come muita gordura, os riscos do alcoolismo, e como ele se desenvolve sem que o indivíduo perceba; o número de calorias da cerveja, o risco de câncer no pulmão para os fumantes passivos à mesa. E tudo isso o professor de Ciências tem que dar notícia. É dose; de calmante para o professor, é lógico!
Tania quer ser professora quando crescer. Mas ela não quer crescer. Enquanto isso, defende seus companheiros para que os mesmo não se tornem professores-objetos!
3 comentários:
Ótimo texto Tânia.
Temos mesmo que nos acostumar que professor é professor só na sala de aula, fora é humano, normal (mais maravilhoso que o normal), e que devemos respeitá-los como a nós mesmos.
Beijos!
Ahhh mesmo assim quero ser professora. Se necessario, em tempo integral. Sinto que nasci pra isso e so espero conseguir... Acho que nao ia me aborrecer com essas coisas fora de hora nao, afinal, atualmente ja acontece mesmo...
Menina
Acabo de decidir pela minha segunda graduação: vou fazer Pedagogia. Esse é meu desejo, pois o sonho mesmo é o mestrado. Sei que vou enfrentar muitos obstáculos, mas vou me sentir muito mais feliz do que agora.
Postar um comentário