Conheci o distrito de Milho Verde há 13 anos e me encantei com a beleza e a calma do lugar. Era um feriado de Tiradentes (acho que foram 03 dias) e lá fui eu com mais dois casais (Angélica, a vela!) conhecer esse paraíso.
A história conhecida do distrito vem desde o século XVIII quando garimpeiros ocuparam o local em busca de diamantes e ouro. Entre proibições e permissões de exploração mineral, a vila foi se formando. Na década de 80, a cidade começou a atrair hippies devido à calmaria e natureza rica do local. Hoje, a população do distrito criou uma infra-estrutura mínima para a recepção de turistas e vivem praticamente disso.
Conta-se que o nome Milho Verde surgiu pelas lavras do local pertencerem a Manoel Rodrigues Milho Verde, um português natural de Moinho.
Milho Verde fica a 333 km de Belo Horizonte e está no trecho entre o Serro e Diamantina, pela Estrada Real.
Para falar da cidade tenho de falar de minha viagem. Na época, o acesso já próximo à vila (uns bons quilômetros*) era de terra, portanto cheguei ao local com gosto de terra na boca. Imaginem a minha roupa, meus cabelos então... (por sorte eram curtos).
Já havíamos reservado uma pousada**, era a mais nova da vila na época. Tinha quartos simples com beliches e só um banheiro pra galera toda.
Quando chegamos estávamos cansados, mas eles estavam mais cansados que eu. Foram dormir. Pensei: dormir? Eu? Nem morta, vou andar por aí... E foi o que fiz. Perguntei ao primeiro nativo que encontrei onde era a cachoeira mais próxima (tenho medo de nadar em cachoeiras, meu barato é contemplar) e o “gente boa” me ensinou. Lá fui eu, mal imaginava a aventura. Pelas indicações dele, me embrenhei mato adentro descendo, descendo e só ouvindo o barulho da água. Demorou um tantão, mas a água chegou. Era sim uma cachoeira escondida no meio do mato, deserta e linda. Tirei algumas fotos, fiquei ouvindo o barulho da água e dos bichos e depois voltei, afinal já estava quase anoitecendo e eu ali no meio do mato. Além dessa, outras cachoeiras vieram, mais lindas ainda: Lajeado (tem três cachoeiras), Arco-Íris, Taioba, Canelau.
Conheci um bar apenas na cidade, em que as mesas eram feitas de roda de carro de boi. Só abriu um dos dias em que estávamos na vila. Nos outros ficamos na pousada ao som de um violão e muita conversa. Um detalhe do qual nunca me esquecerei é que a fome da noite era resolvida por nós mesmos na cozinha da pensão. É isso aí, nós fazíamos um mexidão. Foi simples e fantástico!
Um detalhe interessante da cidade foram os búfalos. Eles andavam pela cidade à noite, as pessoas se escondiam porque eles atacavam as roupas nos varais e destruíam algumas coisas em quintais. Fiquei olhando o passeio deles numa das noites que passei em Milho Verde e choveu muito nesse dia.
Outros atrativos da cidade são:
· Capela e Cemitério Nossa Senhora do Rosário (tenho uma foto na cruz em frente a essa igreja) construída no século XIX pelos escravos e negros livres da região;
· Cachoeira do Moinho (acabei de reconhecer as fotos pela internet, foi esta a cachoeira que persegui mato adentro), Cachoeira do Carijó, Cachoeiras do Alto Jequitinhonha.
· Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres;
· Cachoeira do Piolho;
· Lago Azul.
Eu recomendo Milho Verde pelas belezas naturais, pela paz, pela simplicidade dos moradores, pela emoção que sinto agora ao lembrar de momentos tão especiais vividos nessa vila e pela grande vontade que sinto de voltar.
Para maiores detalhes sobre a vila acessem http://www.desvendar.com/cidades/milhoverde/default.asp.
* Pelas minhas pesquisas são 33 km de estrada de terra.
** Grande parte da emoção que sinto ao escrever esse texto é porque reconheci a foto da pensão em que fiquei quando a vi na internet. A única coisa diferente nela é que hoje ela tem placa (que não consegui ler na foto). Fora isso, está como há 13 anos atrás. Daí, me lembrei da dona da pensão com quem fizemos amizade a ponto de tirar fotos para recordação.
A história conhecida do distrito vem desde o século XVIII quando garimpeiros ocuparam o local em busca de diamantes e ouro. Entre proibições e permissões de exploração mineral, a vila foi se formando. Na década de 80, a cidade começou a atrair hippies devido à calmaria e natureza rica do local. Hoje, a população do distrito criou uma infra-estrutura mínima para a recepção de turistas e vivem praticamente disso.
Conta-se que o nome Milho Verde surgiu pelas lavras do local pertencerem a Manoel Rodrigues Milho Verde, um português natural de Moinho.
Milho Verde fica a 333 km de Belo Horizonte e está no trecho entre o Serro e Diamantina, pela Estrada Real.
Para falar da cidade tenho de falar de minha viagem. Na época, o acesso já próximo à vila (uns bons quilômetros*) era de terra, portanto cheguei ao local com gosto de terra na boca. Imaginem a minha roupa, meus cabelos então... (por sorte eram curtos).
Já havíamos reservado uma pousada**, era a mais nova da vila na época. Tinha quartos simples com beliches e só um banheiro pra galera toda.
Quando chegamos estávamos cansados, mas eles estavam mais cansados que eu. Foram dormir. Pensei: dormir? Eu? Nem morta, vou andar por aí... E foi o que fiz. Perguntei ao primeiro nativo que encontrei onde era a cachoeira mais próxima (tenho medo de nadar em cachoeiras, meu barato é contemplar) e o “gente boa” me ensinou. Lá fui eu, mal imaginava a aventura. Pelas indicações dele, me embrenhei mato adentro descendo, descendo e só ouvindo o barulho da água. Demorou um tantão, mas a água chegou. Era sim uma cachoeira escondida no meio do mato, deserta e linda. Tirei algumas fotos, fiquei ouvindo o barulho da água e dos bichos e depois voltei, afinal já estava quase anoitecendo e eu ali no meio do mato. Além dessa, outras cachoeiras vieram, mais lindas ainda: Lajeado (tem três cachoeiras), Arco-Íris, Taioba, Canelau.
Conheci um bar apenas na cidade, em que as mesas eram feitas de roda de carro de boi. Só abriu um dos dias em que estávamos na vila. Nos outros ficamos na pousada ao som de um violão e muita conversa. Um detalhe do qual nunca me esquecerei é que a fome da noite era resolvida por nós mesmos na cozinha da pensão. É isso aí, nós fazíamos um mexidão. Foi simples e fantástico!
Um detalhe interessante da cidade foram os búfalos. Eles andavam pela cidade à noite, as pessoas se escondiam porque eles atacavam as roupas nos varais e destruíam algumas coisas em quintais. Fiquei olhando o passeio deles numa das noites que passei em Milho Verde e choveu muito nesse dia.
Outros atrativos da cidade são:
· Capela e Cemitério Nossa Senhora do Rosário (tenho uma foto na cruz em frente a essa igreja) construída no século XIX pelos escravos e negros livres da região;
· Cachoeira do Moinho (acabei de reconhecer as fotos pela internet, foi esta a cachoeira que persegui mato adentro), Cachoeira do Carijó, Cachoeiras do Alto Jequitinhonha.
· Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres;
· Cachoeira do Piolho;
· Lago Azul.
Eu recomendo Milho Verde pelas belezas naturais, pela paz, pela simplicidade dos moradores, pela emoção que sinto agora ao lembrar de momentos tão especiais vividos nessa vila e pela grande vontade que sinto de voltar.
Para maiores detalhes sobre a vila acessem http://www.desvendar.com/cidades/milhoverde/default.asp.
* Pelas minhas pesquisas são 33 km de estrada de terra.
** Grande parte da emoção que sinto ao escrever esse texto é porque reconheci a foto da pensão em que fiquei quando a vi na internet. A única coisa diferente nela é que hoje ela tem placa (que não consegui ler na foto). Fora isso, está como há 13 anos atrás. Daí, me lembrei da dona da pensão com quem fizemos amizade a ponto de tirar fotos para recordação.
Angélica lembra de Milho Verde com um carinho imenso e declara, sem dúvidas, que essa vila é uma das muitas razões que reforçam a conhecida frase:
“Oh Minas Gerais, quem te conhece não esquece jamais.”
“Oh Minas Gerais, quem te conhece não esquece jamais.”
Um comentário:
Angélica,
Adorei o comentário sobre Milho Verde. Fui lá também há anos! Fui umas 3 vezes, em três períodos de férias, e me hospedei em casas de pessoas de lá, que fazem isso em feriados e alta temporada. Lembro da pensão, das cachoeiras, e sei que você escolheu a cachoeira mais perigosa para ir primeiro. Mas ela é linda, e vale a pena ver!
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