sexta-feira, 27 de junho de 2008

Novamente sobre o Amor

Ok, a romântica incorrigível aqui adora esse assunto e mais uma vez vai escrever sobre ele. Assisti um filme outro dia (e não vou dizer o nome, depois do puxão de orelha que levei da Milena depois de me empolgar e publicar na net o final do Shangai Kiss) que me lembrou uma coisa que aconteceu muitos anos atrás, quando esta quase balzaca que vos escreve era adolescente. Laeticia chegou de uma festa que por algum motivo que não lembro eu não tinha ido, e:

Eu: O Fulano tava lá? Ele estava lá?

Laeticia: Tava.

Eu: Ele tava lindo? Conta, conta, ele tava lindo? Tava vestido como? Conta!

Laeticia: Sei lá, nem reparei.

Eu: Como assim não reparou? Ele é lindo, impossível passar despercebido!

Laeticia: Ci (ela me chama de Ci desde sempre), você gosta dele, eu nunca vou olhar duas vezes pro cara de quem minha irmã gosta. Nunca. Eu o vi lá, porque, como você disse, lindo daquele jeito não tem como não ver. Mas eu NUNCA vou olhar pro cara que minha irmã gosta.

Acho que foi uma das poucas vezes na vida que esse nosso “contrato” foi verbalizado. Sempre foi um acordo, silencioso e sagrado, que nenhuma de nós duas nunca pensou em quebrar. A gente cansava de ver irmãs competindo por um carinha, às vezes uma ficando com namorado da outra, ou o namorado largando a moça por causa da irmã. A gente ficava horrorizada e se entreolhava, tendo certeza de que entre a gente aquilo nunca ia acontecer. E isso não tem nada a ver com gosto.

A conexão do filme com esta cena é que é mais uma daquelas histórias que o mocinho se encanta por uma moça, quando descobre que, pro seu azar, ela é namorada do irmão. Eles não resistem a tamanha paixão, pensam no rapaz, até que o amor fala mais alto e pronto, o irmão gente boa é apunhalado pelas costas e os dois, em nome do amor, são felizes para sempre.

Amor? Peraí, amor o escambau. Acho que ninguém acredita mais em amor do que eu, mas sinceramente, acho muito pouco provável, talvez impossível, que algum dia eu viva um “amor” que faça valer a pena machucar os sentimentos da minha irmã. Até porque acho impossível amar alguém mais do que eu a amo. Talvez o mesmo tanto, mas mais? Sei não.

Então estou aqui pra reafirmar minha crença no amor. Aquele amor que sempre quis cuidar de mim como se fosse amor materno. Aquele amor que gastou todo o primeiro salário dela em um presente pra mim. Aquele amor que várias vezes passou horas me penteando e maquiando pra uma festa, pra depois se arrumar em 10 minutos. Aquele amor que depositou na minha conta a grana que eu precisava sem eu nem ter pedido. Aquele amor que solta o carro dela na minha mão quando eu quero/preciso, mesmo sabendo que eu dirijo mal. Aquele amor que me ouve horas seguidas quando eu quero desabafar. Aquele amor que outro dia me olhou nos olhos e disse “Eu tenho trabalhado demais, sei que readaptação é difícil, mas não ache que estou te abandonando”. Neste amor eu acredito. E qualquer coisa que tente competir com ele ou me fazer escolher, tenho certeza que não é amor. E se não é amor, eu jogo fora sem olhar pra trás, com a convicção de que seria exatamente o que ela faria no mesmo lugar.


Sisa acredita muito em amor, principalmente naquele que já dura 29 anos, e que é bem mais seguro do que um par de belos olhos.



9 comentários:

Advokete disse...

Hehe sou eu!

Anônimo disse...

Sisa, vc me arrancou lágrimas agora.

De emoção por vc ter uma irmã tão querida que te ama, te cuida e te respeita.

E de tristeza também por eu não ter uma irmã de sangue assim. Porque a outra que minha mãe cagou no mundo foi atrás do único homem que amei de verdade, depois de 5 anos que eu estava com ele e se jogou! Traição pior prá mim não existiu.

E seu texto me trouxe essa lembrança que achei que não mais existia.

Fcio muito feliz em saber que existem boas irmãs e que tenho as duas no meu coração e na minha vida!!!

Parabéns para vcs!!!

Beijo pras duas!!!!

Anônimo disse...

Lndo o texto e amor que vc tem pela Laeticia!!

Não deixe nunca que esse amor acabe!!

abraços!

Marco disse...

Amor de irmão se sente. Ele permanece em todos os dias de sua vida. Tenho uma irmã e um irmão, um mais cabeça dura que o outro, mas mesmo que eu nunca tenha dito com palavras, eu os amo. Faria tudo por eles e jamais os trairia por nada desse mundo.

Tudo passa, mas família é família, mãe é mãe, pai é pai e irmãos são irmãos. Eu não tenho essa relação tão explícita que você tem com a sua irmã. Um dia ainda irei verbalizar aos meus, o que você verbalizou ao mundo hoje. Lindo. Com todas as letras, sem vergonha, sem medo. Com brilho nos olhos que eu imagino que você tenha ficado ao escrever sobre sua irmã. Sobre sua companheira de todas as horas. Sobre aquela pessoa que Deus te presenteou colocando em sua vida desde que você nasceu.

Abençoadas sejam, Laetícia e Sisa, as irmãs que celebram o amor em sua mais pura forma.

bjo!

Renata disse...

Bem legal essa relação de vocês! Com Laeticia falei só um pouco, mas percebi muita da erlação de vocês e isso me fez pensar na relação com a minha irmã....
Beijos pras duas!

Unknown disse...

Lendo esse post, lembrei de um fato triste que abalou profundamente a minha relação com minha irmã, há um bom tempo. Nunca mais nos recuperamos.

Há mais ou menos 5 anos, conheci um rapaz bonito, inteligente, super agradável. Eu gostava de ficar com ele e isso era recíproco. E chegou a hora de apresentar à família.
Surpresa: Ele era um grande amigo da minha irmã. Ela era apaixonada por ele. E eu... Não sabia de nada disso.
Eu não o vejo mais, mas ainda está nos olhos dela aquela palavra que tanto dói pra todos: "traidora".

Minha relação com ela nunca foi de cumplicidade e amizade absoluta, mas antes éramos bem mais próximas que hoje...

Enfim, lembrei-me disso.

Anônimo disse...

Sisa, é a C lá do Manual do Cafa. Adorei o blog de vocês, já li algumas vezes antes. Essa coisa de solidariedade feminina, principalmente entre amigas, irmãs e primas, eu acho super importante.

Seu post me lembrou aquele filme com a Kate Hudson, onde ela começa a namorar um cara que depois começa a ter affairs com todas as irmãs dela (é um filho velho, por isso contei haha!)

A insegurança a que o mundo nos sujeita com tanta "perfeição" por aí é realmente mais fácil de agüentar com gente que compete no seu time, e não contra você. Eu tenho duas irmãs e quase nunca nos damos bem. Mas sem quando o assunto foi homem tava todo mundo lá, do seu jeito, defendendo a mana.

Angel disse...

Acho que vocês foram destinadas a nascer irmãs. Só pode!

E que lindo esse amor!

E que bom poder conviver com as duas...

Engoli o choro aqui...

Bjos!

Anônimo disse...

Adorei o post!
eu e minhas irmas tbem sempre tivemos esse contrato, mas nunca verbalizamos.
é bom nessa vida ter um amor tao certo assim e saber q se pode confiar, q ele esta mesmo acima de qquer coisa!
Me fala q filme era? era bom?
eu nao liguei de vc ter contado o final do outro nao! Fala p Milena nao brigar com vc nao! rs e depois me conta q filme é esse vc viu, ok??rs
Beijo!

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