Tenho certa dificuldade em ouvir essas palavrinhas tão carregadas de responsabilidade. Não sei exatamente quando ou onde estava quando li o conceito de “amor", pode ser que eu tenha registrado o que no momento era plausível para mim, enfim, dizia que "amar alguém era sentir que não há possibilidade alguma de viver sem aquela pessoa, que estar sem ela é como estar sem ar", acredito que levei o conceito muito a sério, daí minha reflexão toda vez que o assunto surge.
Com o passar dos anos, tenho melhorado bastante; demorei muito para dizer ao meu primeiro namorado que o amava e, quando não o amava mais, não conseguia nem ouvir ele falando que me amava (confuso ou normal?), que tinha imediatamente vontade de dizer a negativa, muita vontade...Outras vezes, ouvi isso de alguém que não me despertava nada perto dessa falta de ar , então - bingo! - era hora de sair à francesa. Também já tive vontade de dizer a alguém que não merecia, uma vontade grande, como se depois que as palavras mágicas fossem proferidas o letreiro de “felizes para sempre” piscaria sobre nossas cabeças! Ainda bem que não falei, seria mais um erro.
Além de minhas experiências, tenho as hipóteses ou experiências alheias: ouvir de alguém que fala a tal frase por falar, alguém que nem imagina que sente isso, ou ainda, alguém que não tem certeza se é isso mesmo. Mas, convenhamos, ouvir quando realmente se quer, quando você pensa “este é o momento de dizer, tem que ser agora!”, quando é recíproco, é uma explosão de sentimentos, é como se houvesse o antes e o depois. Ouvir apenas como processo rotineiro também tem seu valor: "psiu amo você, hein, não esqueça disso. Caso eu falte daqui há algum tempo, está dito. Vou tranquilo e tu ficas eternamente com esta sensação que eu tenho amor por ti!”
Com a enxurrada da internet, e a nova geração, há uma constante discussão acerca da banalização deste sentimento, das facilidades que temos hoje, principalmente, em falar algo pensando apenas no presente, esquecendo a seriedade e intensidade da palavra pronunciada. Talvez isso não pertença a nós, mulheres de trinta, que ficávamos no portão aguardando o carteiro trazer nossa felicidade numa folha de papel, e em função disso refletíamos mais sobre o que estávamos sentindo. Mas eu, do meu escondido jeito careta de ser, gostaria que todos ouvissem um Eu Te Amo só quando fosse realmente catártico, para ouvirmos os sinos tocarem e sentirmos a dupla flechada do cupido.
Cláudia escreve esporadicamente.
3 comentários:
Lindo amiga.. tal e qual vc!!! hehehehe
Apesar de ser uma balzaca há algum tempo, não passei por essa fase de "esperar carteiro no portão"...
hahahaha
Eu te amo é lindo, mas também superestimado por alguns, e subvalorizado por outros tantos.
Sou uma das que dificilmente diz tais palavras no sentido romântico.
Além de amar, tenho de ter o máximo de certeza de que é recíproco. E mesmo assim, poucas vezes tais palavrinhas criaram vida...
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P.S: claudia, por favor, entre em contato comigo ou com alguma das gurias do blog.
bjs,
Andreia
Andréia, eu esperei muito pelo carteiro! Fiquei até amiga dele, hahaha...
Nos falamos mais por e-mail
bj!
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