terça-feira, 10 de abril de 2012

Eu te amo

Uma das mais belas canções, que fala do tema mais lindo, intenso e redundante, o amor,  tem esse título: Eu te amo . Tom Jobim e Chico Buarque deixam qualquer coração rasgado. Para os românticos das grandes telas, o marcante P.S Te Amo traz análises sobre o amor eterno e a magia destas palavras. Inúmeras poesias e autores do mundo inteiro discorrem sobre este sentimento universal.

Tenho certa dificuldade em ouvir essas palavrinhas tão carregadas de responsabilidade. Não sei exatamente  quando ou onde estava quando li o conceito de “amor", pode ser que eu tenha registrado o que no momento era plausível para mim, enfim, dizia que "amar alguém era sentir que não há possibilidade alguma de viver sem aquela pessoa, que estar sem ela é como estar sem ar", acredito que levei o conceito muito a sério, daí minha reflexão toda vez que o assunto surge.

Com o passar dos anos, tenho melhorado bastante; demorei muito para dizer ao meu primeiro namorado que o amava e, quando não o amava mais, não conseguia nem ouvir ele falando que me amava (confuso ou normal?), que tinha imediatamente vontade de dizer a negativa, muita vontade...Outras vezes, ouvi isso de alguém que não me despertava nada perto dessa falta de ar , então - bingo! - era hora de sair à francesa. Também já tive vontade de dizer a alguém que não merecia, uma vontade grande, como se depois que as palavras mágicas fossem proferidas o letreiro de “felizes para sempre” piscaria sobre nossas cabeças! Ainda bem que não falei, seria mais um erro.

Além de minhas experiências, tenho as hipóteses ou experiências alheias: ouvir de alguém que fala a tal frase por falar, alguém que nem imagina que sente isso, ou ainda, alguém que não tem certeza se é isso mesmo. Mas, convenhamos, ouvir quando realmente se quer, quando você pensa “este é o momento de dizer, tem que ser agora!”, quando é recíproco, é uma explosão de sentimentos, é como se houvesse o antes e o depois. Ouvir apenas como processo rotineiro também tem seu valor: "psiu amo você, hein, não esqueça disso. Caso eu falte daqui há algum tempo, está dito. Vou tranquilo e tu ficas eternamente com esta sensação que eu tenho amor por ti!”

Com a enxurrada da internet, e a nova geração, há uma constante discussão acerca da banalização deste sentimento, das facilidades que temos hoje, principalmente, em falar algo pensando apenas no presente, esquecendo a seriedade e intensidade da palavra pronunciada. Talvez isso não pertença a nós, mulheres de trinta, que ficávamos no portão aguardando o carteiro trazer nossa felicidade numa folha de papel, e em função disso refletíamos mais sobre o que estávamos sentindo. Mas eu, do meu escondido jeito careta de ser, gostaria que todos ouvissem um Eu Te Amo só quando fosse realmente catártico, para ouvirmos os sinos tocarem e sentirmos a dupla flechada do cupido.

Cláudia escreve esporadicamente.

3 comentários:

Sandia disse...

Lindo amiga.. tal e qual vc!!! hehehehe

andreia disse...

Apesar de ser uma balzaca há algum tempo, não passei por essa fase de "esperar carteiro no portão"...

hahahaha


Eu te amo é lindo, mas também superestimado por alguns, e subvalorizado por outros tantos.

Sou uma das que dificilmente diz tais palavras no sentido romântico.
Além de amar, tenho de ter o máximo de certeza de que é recíproco. E mesmo assim, poucas vezes tais palavrinhas criaram vida...


.........................

P.S: claudia, por favor, entre em contato comigo ou com alguma das gurias do blog.

bjs,

Andreia

Cláudia disse...

Andréia, eu esperei muito pelo carteiro! Fiquei até amiga dele, hahaha...

Nos falamos mais por e-mail
bj!

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