Para as raríssimas pessoas que têm algum bom senso e/ou conhecem os radicais da língua mãe, um monólogo é algo que envolve uma pessoa. Não duas, não três, não quatro (como diriam os “repetidores”).
Mas eis que surgem, sempre nas horas mais inoportunas e de muito mau humor, os monologueiros coletivos. Aqueles que acham que é possível e aceitável fazer um monólogo no meio de uma conversa com outros seres humanos. Ressalto a espécie porque talvez o seu cachorrinho não se importe se só você falar, mas isso não acontece com outros seres humanos. E não, não importa quão boa é sua retórica, quão fascinante é a história que vocês está contando, ou quão importante é sua contribuição: quando você toma a palavra para si, e corta as tentativas de interação, não é mais uma conversa. É um monólogo. Não parece que é por causa das outras pessoas ali ao redor. Mas é. Para quem vê de fora por um curto período de tempo, parece uma conversa. Só que não.
Acho que pode haver alguns eventos raríssimos em que as outras pessoas calam e só ouvem, com prazer e voluntariamente, porque o relato é magnetizante. Mas esses momentos são raros. E pode apostar que nunca aconteceu com a maioria dos monologueiros.
O fim da picada ao fazer um monólogo às custas do tempo e paciência das outras pessoas, é reforçar que a palavra ( como se ela pudesse ser possuída), é só sua: cortar os mortais que se aventuram a fazer um comentariozinho naquela pequena e breve pausa para respirar. Ah, ainda bem que as pessoas têm que respirar, de outra forma haveria gente que começaria a falar com um ano de idade, e terminaria só no fim da vida. Mesmo surdo, sem nem poder ouvir sua voz, falaria só pelo hábito. Não porque alguém perguntou. Nem porque alguém se importa. Nem mesmo porque alguém escuta. Só por falar.
Falta de educação falar como se fosse o espetáculo que mais vale a pena no mundo de assistir. Só falta esperar que as pessoas agradeçam e deem flores no final. Falta de educação cortar os outros que estão falando. Se um não está escutando o outro, não é conversa. Na melhor das hipóteses são dois monólogos que acontecem nas pausas de respiração de ambas as partes.
Já experimentei deixar beeeem claro que não estou prestando atenção, como, por exemplo, lixar as unhas durante um episódio desses. E já experimentei falar: não leva a mal, mas você percebeu que me corta enquanto estou falando? Se quiserem fazer experiências assim, eu super encorajo, e espero que sejam melhores sucedidas que as minhas. Muito melhor sucedidas.
E um viva para as pessoas educadas, o poder de síntese, a autoestima que não depende de autoafirmação! Viva a conversa generosa, a troca, o ouvir atento!
Mas eis que surgem, sempre nas horas mais inoportunas e de muito mau humor, os monologueiros coletivos. Aqueles que acham que é possível e aceitável fazer um monólogo no meio de uma conversa com outros seres humanos. Ressalto a espécie porque talvez o seu cachorrinho não se importe se só você falar, mas isso não acontece com outros seres humanos. E não, não importa quão boa é sua retórica, quão fascinante é a história que vocês está contando, ou quão importante é sua contribuição: quando você toma a palavra para si, e corta as tentativas de interação, não é mais uma conversa. É um monólogo. Não parece que é por causa das outras pessoas ali ao redor. Mas é. Para quem vê de fora por um curto período de tempo, parece uma conversa. Só que não.
Acho que pode haver alguns eventos raríssimos em que as outras pessoas calam e só ouvem, com prazer e voluntariamente, porque o relato é magnetizante. Mas esses momentos são raros. E pode apostar que nunca aconteceu com a maioria dos monologueiros.
O fim da picada ao fazer um monólogo às custas do tempo e paciência das outras pessoas, é reforçar que a palavra ( como se ela pudesse ser possuída), é só sua: cortar os mortais que se aventuram a fazer um comentariozinho naquela pequena e breve pausa para respirar. Ah, ainda bem que as pessoas têm que respirar, de outra forma haveria gente que começaria a falar com um ano de idade, e terminaria só no fim da vida. Mesmo surdo, sem nem poder ouvir sua voz, falaria só pelo hábito. Não porque alguém perguntou. Nem porque alguém se importa. Nem mesmo porque alguém escuta. Só por falar.
Falta de educação falar como se fosse o espetáculo que mais vale a pena no mundo de assistir. Só falta esperar que as pessoas agradeçam e deem flores no final. Falta de educação cortar os outros que estão falando. Se um não está escutando o outro, não é conversa. Na melhor das hipóteses são dois monólogos que acontecem nas pausas de respiração de ambas as partes.
Já experimentei deixar beeeem claro que não estou prestando atenção, como, por exemplo, lixar as unhas durante um episódio desses. E já experimentei falar: não leva a mal, mas você percebeu que me corta enquanto estou falando? Se quiserem fazer experiências assim, eu super encorajo, e espero que sejam melhores sucedidas que as minhas. Muito melhor sucedidas.
E um viva para as pessoas educadas, o poder de síntese, a autoestima que não depende de autoafirmação! Viva a conversa generosa, a troca, o ouvir atento!
Renata muitas vezes prefere o silêncio a monólogos egoístas que ela nem consegue entender, nem que queira.
2 comentários:
Esse post merece primeira página e página inteira em todos os jornais!!!!
Eu odeiogente que só fala, fala, fala...
Que não deixa o outro concluir...
Que interrompe o amigo para ouvir qualquer baboseira na tv, na rua, na casa da mãe...
Que educa seus filhos a fazerem o mesmo....
Parabéns !!!!!
Eu queria presenciar uma cortada assim, sabe? Pra ver se tenho coragem de fazer o mesmo.
Ai que legal!!!!!
Amei o post!!!!!!
Beijos e fica com Deus!!!
Selma
Obrigada, Selma! É tão gostoso conversar com alguém que escuta, que troca ideias e não apenas despeja SUAS ideias, SUAS histórias.
Beijo!
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