Há muito tempo sem passar por aqui, estava ensaiando um texto sobre a importância do trabalho. De quanto ele dignificava o homem, de quanto ele nos fazia bem, etc. e tal. Estava bem feliz com minhas conquistas profissionais, numa fase muito boa para "negócios". Ficava indignada com algumas amigas e conhecidas que tinham largado mão de sua vida profissional, para se dedicarem exclusivamente aos filhos, marido e o lar. Me perguntava: como isso seria possível, em pleno século 21?? E não cansava de repetir: “Meu Deus, como me realizo no trabalho, como me sinto bem sendo útil, sendo reconhecida, fazendo mil coisas ao mesmo tempo...” E dá-lhe aparecer e aceitar proposta de trabalho. Eis que.... "bum"! Estafa, crise aguda de estresse, ansiedade, e a coisa toda.
Mas enfim, não vim aqui para entrar nos detalhes do problema, que só quem já teve uma crise dessas para saber do punk hard que é. Nem para descrever como saí dela. Vim falar que navegar é preciso.
Largar tudo, se desconectar, dar um breack para os comerciais.. Pura questão de saúde. Viajar, passear, namorar mais, falar besteira, dançar, ouvir música... Tudo isso é tão fundamental quanto o trabalho.
Na verdade, penso que, no caso de viajar, uma coisa está ligada a outra. Claro, se você não tem o privilégio de nascer em berço esplêndido ou ter um maridão que lhe sustente (e também para quem não tem problema com isso, o que não é o meu caso, particularmente). Sempre falei que trabalho para poder viajar. Não é para ter carro do ano, casa luxuosa, bolsa e roupa cara. É para botar o pé na estrada e desbravar, se encantar, contemplar. Não há um ano em que eu não viaje, mesmo sob indignação da família, que insiste para que eu “me firme”. Mas cada um sabe onde seu sapato aperta.
E o meu sapato aperta quando começo a me obcecar demais pelas tarefas cotidianas, quando perco o sono e aí. ... Deus ajude! Me descobri workholic e nunca imaginei. E olha que o coração vai bem, não é fuga de um relacionamento ruim. É vício mesmo. Freud ou Jung com certeza explicam!! Rs..
Enfim, é daqui que vos falo, fazendo exatamente o que mais amo: ouvindo música, escrevendo ( bem vinda de volta inspiração), de dentro de um avião, rumo a Venezuela. Porque sim, navegar é mais que preciso: é vital!
Gabriela voltou das férias, segue trabalhando com moderação e já planejando a próxima estação!
2 comentários:
Excelente texto! Confesso a você que eu também tenho (ou tinha) este preconceito com amigas e amigos que casaram e se tornaram donas de casa... alguns se casaram JUSTAMENTE para isto... eu acho que eu ia ficar louco vivendo só para cuidar da filha e esperar o marido chegar... mas hoje não recrimno tanot estas pessoas, aprendi a não apontar o dedo tão fácil assim, sem me colocar no "sapato" do outro!
abs!
Totalmente verdade! Afinal, cada um sabe a dor e delícia de ser o que é, não é mesmo?! Acho que o importante é estar se sentindo bem com sua escolha de vida... Abraços!!!!!
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