sábado, 3 de maio de 2008

Amigo da dor

Todo mundo tem, em seu ciclo de amizades, aquelas pessoas que se dizem amigas, mas que só aparecem quando há uma tragédia. E não são aquelas que aparecem realmente para ajudar. São as que se sentem atraídas pelas tragédias. Geralmente, consideramos amigos de verdade aqueles que surgem nos momentos mais difíceis, e nos ouvem, nos ajudam. Mas é preciso saber diferenciar esses amigos dos falsos amigos que estão por perto nos momentos difíceis, e, ao invés de ajudarem, eles nos conservam naqueles momentos ruins, como se quisessem prolongar nosso sofrimento para se fazerem mais necessários.

Podem reparar que há sim muita gente assim. Quando desabafamos nossos problemas com essas pessoas, elas não ouvem simplesmente, ou dão conselhos para melhorarmos a situação. Elas continuam perguntando sobre os problemas. Não ajudam, não nos dizem para resolvermos os problemas, mas continuam nos estimulando a contá-los, mais e mais. É claro que desabafar faz bem, mas é só para falar no momento ruim, e depois tentar resolver o problema e seguir em frente.

Essas pessoas não nos deixam seguir em frente. Quando deixamos de falar de determinado problema, ou o resolvemos, elas continuam perguntando, instigando, trazendo à tona as complicações daquele problema. Sentimos-nos angustiados, e voltamos a precisar dessas pessoas para desabafar essa angústia, inclusive do problema que já havia sido solucionado.

Este não é um texto terrorista, que pede para que se afastem de seus amigos. É somente um alerta para que saibamos diferenciar o amigo, que está conosco nos bons e nos maus momentos, e que nos ajuda a levantar quando caímos, daquele que quer nos ver sempre tristes, desanimados, angustiados, para que continuemos a precisar dele. Cuidado com essas pessoas, porque elas parecem ser ótimas, compreensivas, interessadas, companheiras. Elas se apresentam quase que como super-heroínas, nos momentos em que precisamos de uma tábua de salvação. Mas, ao contrário do que se pensa, essa tábua não nos leva para a praia; ela nos deixa ficar à deriva, até a exaustão, até perdermos a calma, a paz.


Tania é mineira, e, portanto, desconfiadíssima! Às vezes ela se engana com os falsos amigos, como qualquer pessoa pode se enganar. Mas, quando percebe o engano, se afasta, e recupera sua paz. Aí ela volta aos amigos leais!

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