Como adoro cinema, fui ver o filme “Capitães da Areia”, baseado no livro homônimo de Jorge Amado. Ele ficou somente duas semanas em cartaz, e, se ainda estiver na sua cidade, não deixe de ver. O filme é de Cecília Amado, neta do autor, que soube se manter fiel ao conteúdo e mesmo às emoções que o autor transmitiu no livro.
Como se trata de história de meninos de rua que vivem de pequenos furtos na Salvador da primeira metade do século XX, poder-se-ia pensar que o filme faria apologia ao crime, como vários filmes brasileiros que temos visto já há décadas. Mas não é nada disso. O filme, assim como o livro, é uma linda história sobre camaradagem, amizade, amor, e, acima de tudo, liberdade. Liberdade como modo de vida, como pensamento, quase como doutrina. Faz uma linda homenagem à Bahia, com suas personagens tão marcantes, como as baianas do tabuleiro, os capoeiristas, as mães-de-santo, e também à religiosidade de origem africana, com festas para Iemanjá, com Omolu lavando Salvador com as bexigas (epidemia de varíola).
Há tantas belas imagens e mensagens no filme, que passamos a pensar melhor sobre a questão dos menores abandonados, e sobre como agimos em nossa sociedade, ignorando-os. Não era intenção do filme levantar nenhuma bandeira, nem questionar nossos valores, nem a falta deles. Mesmo assim, basta pensar nos anti-heróis Pedro Bala, Professor, Dora, Sem-Pernas, entre outros, que passamos a nos sensibilizar com a vida nas ruas, as dificuldades, as carências, mas vemos o lado da liberdade, dos valores das ruas, do instinto de sobrevivência...
Enfim, vale a pena ver o filme, ler o livro, e se apaixonar por essa obra maravilhosa de Jorge Amado, tão bem adaptada para o cinema.
Tania adora os livros de Jorge Amado, e tem carinho especial pela obra “Capitães da Areia”, primeiro livro que leu do autor.
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