Acontece ocasionalmente conigo algo que tenho notado que não é exclusividade minha. A gente sai adubando a vida com tanta merda que faz, até a hora que se vê em um beco sem saída e, ao invés de sonhar em sair sozinha da situação com a mesma facilidade que entrou, sonha com alguém que apareça de pára quedas na frente do problema e o resolva pra gente, deixando a gente livre para continuar adubando sem nenhum trabalho extra.
Comecei a pensar nisto quando estava outro dia em um carro com mais três amigas e comentei que adoraria recebê-las no Brasil. Uma delas disse (ainda que meio rindo): “Vou arrumar um marido rico e aí vou”. Uma outra, mais experiente que ela, retrucou: “Quando você estiver estabelecida profissionalmente e tiver sua própria grana você vai”. Aí fiquei pensando, a amiga em questão está na faculdade, enquanto se mantém em um emprego mal remunerado e fora da sua área. Embora não seja fácil se recolocar, ela não distribui currículos e muito menos aproveita seus dias de folga (ela não trabalha todos os dias) para correr atrás. Espera que alguém a indique para um emprego melhor ou que apareça alguém bem de vida que se apaixone por ela e melhore sua situação.
Ela é a única? Infelizmente não. A gente faz isso, mesmo sem perceber, o tempo todo. Quando eu estava na faculdade, desafiei um professor, batendo de frente com ele e enfiando o dedo no seu nariz. Quando fui reprovada depois de uma avaliação injusta, sonhei que outro professor se comovesse com minha situação e cobrasse dele mais imparcialidade nas avaliações. Mas peraí, se eu tivesse estudado o suficiente para ficar bem acima da média, não teria como ser reprovada! Fiquei sonhando com solidariedade dos professores quando eu tinha me deixado vulnerável àquela situação estudando pouco. Quando repeti a matéria (sim, ninguém me socorreu, embora eu tenha ouvido da boca do coordenador do curso que eu tinha sido vítima de injustiça), meti a cara nos livros e passei, dependendo exclusivamente do meu esforço pessoal.
Ou a gente se sente assim mesmo quando a gente não faz merda, mas se vê em uma situação difícil. Por exemplo, a gente vê acabar um relacionamento e reza todos os dias para aparecer um príncipe encantado que nos faça esquecer aquela dor toda. Coloca na cabeça que um amor se cura com outro. Mas amor de verdade mesmo geralmente aparece só depois que você junta todos os cacos do seu coração e cola, pedacinho por pedacinho, normalmente sozinho.
E assim, nessas e em outras áreas, muitas vezes a gente deixa de tomar as rédeas da vida, sonhando com alguém que vai aparecer do nada para resolver nossos problemas. Não vou falar que nunca acontece, eu mesma já tive várias surpresas agradáveis dessas. O negócio é que enquanto a gente espera, prolonga a situação sem fazer nada, sendo que muitas vezes se a gente pegasse o boi pelo chifre ia ver que ele é muito mais manso do que parece.
Sisa ficou chocada com uma história que ouviu, mas que não virou exemplo do post.
Comecei a pensar nisto quando estava outro dia em um carro com mais três amigas e comentei que adoraria recebê-las no Brasil. Uma delas disse (ainda que meio rindo): “Vou arrumar um marido rico e aí vou”. Uma outra, mais experiente que ela, retrucou: “Quando você estiver estabelecida profissionalmente e tiver sua própria grana você vai”. Aí fiquei pensando, a amiga em questão está na faculdade, enquanto se mantém em um emprego mal remunerado e fora da sua área. Embora não seja fácil se recolocar, ela não distribui currículos e muito menos aproveita seus dias de folga (ela não trabalha todos os dias) para correr atrás. Espera que alguém a indique para um emprego melhor ou que apareça alguém bem de vida que se apaixone por ela e melhore sua situação.
Ela é a única? Infelizmente não. A gente faz isso, mesmo sem perceber, o tempo todo. Quando eu estava na faculdade, desafiei um professor, batendo de frente com ele e enfiando o dedo no seu nariz. Quando fui reprovada depois de uma avaliação injusta, sonhei que outro professor se comovesse com minha situação e cobrasse dele mais imparcialidade nas avaliações. Mas peraí, se eu tivesse estudado o suficiente para ficar bem acima da média, não teria como ser reprovada! Fiquei sonhando com solidariedade dos professores quando eu tinha me deixado vulnerável àquela situação estudando pouco. Quando repeti a matéria (sim, ninguém me socorreu, embora eu tenha ouvido da boca do coordenador do curso que eu tinha sido vítima de injustiça), meti a cara nos livros e passei, dependendo exclusivamente do meu esforço pessoal.
Ou a gente se sente assim mesmo quando a gente não faz merda, mas se vê em uma situação difícil. Por exemplo, a gente vê acabar um relacionamento e reza todos os dias para aparecer um príncipe encantado que nos faça esquecer aquela dor toda. Coloca na cabeça que um amor se cura com outro. Mas amor de verdade mesmo geralmente aparece só depois que você junta todos os cacos do seu coração e cola, pedacinho por pedacinho, normalmente sozinho.
E assim, nessas e em outras áreas, muitas vezes a gente deixa de tomar as rédeas da vida, sonhando com alguém que vai aparecer do nada para resolver nossos problemas. Não vou falar que nunca acontece, eu mesma já tive várias surpresas agradáveis dessas. O negócio é que enquanto a gente espera, prolonga a situação sem fazer nada, sendo que muitas vezes se a gente pegasse o boi pelo chifre ia ver que ele é muito mais manso do que parece.
Sisa ficou chocada com uma história que ouviu, mas que não virou exemplo do post.
3 comentários:
Lindo o post..a mais pura verdade. Atire a primeira pedra quem nunca se acomodou e esperou um milagre..as vezes acontecem. Adoro essa frase: "Dreams come true for those who work while they dream"! Bjs,
Sempre devemos nos perguntar se fizemos mesmo a nossa parte para depois esperar um milagre ou não. Talvez o "milagre" seja nós abrirmos os olhos.
Bjos!
Sisa, às vezes temos mesmo esta mania ridícula de achar que alguém vai resolver nossos problemas ou tomar nossas decisões por nós. Ledo engano...
A vida é isso: erros, acertos, iniciativas, preguiça, causas e conseqüências.
Talvez se as pessoas tivessem isso mais claro na cabeça, o sofrimento fosse muito menor, em qualquer situação!
Perfeito seu texto!
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