É incrível o poder que um terninho feminino tem de despertar atitudes ridículas em porcos chauvinistas que se autodenominam executivos.
Eu sempre achei o máximo o estereótipo de uma mulher executiva e secretamente sempre quis me tornar uma, mesmo sabendo que minha vida pendia para outros lados e o modelito mais provável seria um guarda-pó branco e sujo. Até que idas e vindas me pegaram desprevenida e um belo dia, sem nem me dar conta disso, acordei sendo (ou melhor, tentando ser) uma executiva. Com direito a pacote completo: terninho, maquiagem e bijuterias discretos, pastinha de couro, saltão e eventual ponte aérea.
Tudo muito lindo, porém, como tudo na vida, ser executiva também tem seus “poréns” (que certamente não nos avisaram que existiam enquanto sonhávamos com isso). No meu caso, um “porém” bem inesperado, mas muito presente: ter que aturar porcos chauvinistas (vulgos executivos babacas) com alta freqüência.
Não me venham com esta história de que a revolução feminina conquistou o espaço da mulher, de igualdade entre os sexos e blá, blá, blá. O absurdo começa no aeroporto, no raio do detector de metais. Mesmo despindo-me até da minha alma pra passar pela portinha: pi pi pi, pi pi pi. Ódio. Vai e volta e vai e volta de novo, o raio continua apitando. Imediatamente olhares maliciosos (dos homens é claro) e risinhos surgem de todos os lados, relacionando a cena com um quadro estúpido de um programa estúpido de final de semana, onde uma gostosona estúpida acaba desfilando de roupa íntima na portinha, para o bel prazer dos machões estúpidos. Ai, que raiva! Depois da humilhação de ter o detector manual esfregado por todas as partes do corpo (obviamente manipulado por um homem com sorrisinho cínico), e de nada ter sido encontrado, segue o constrangimento.
Já reparou o número de mulheres em vôos em horários de executivos (SP-RJ, sete da manhã, por exemplo)? Ainda é de uma para cada dez, aproximadamente! Então, pode ser uma beldade ou um tribufú de salto, que muitos idiotas param o que estiverem fazendo (mesmo que ele esteja na sua frente, guardando a pastinha no compartimento superior e interrompendo o transito) pra ficar babando. Ai que nojo, que nojo!
E o pior, o mais revoltante, é que pelo menos noventa por cento deles exibem alianças tão grandes que chegam a andarem curvados com o peso do anelzinho. Tadinhas das esposinhas.
Com isso acabei quase sendo grosseira com um moço que só queria mesmo ser simpático, sem segundas nem terceiras intenções, e acabou se tornando sério candidato a namorado de uma amiga. É fogo, viu?
3 comentários:
hahahahahaha
Muito bom Gi!
juro que consegui imaginar sua cara no detector de metais!
kkkkk
bjos
Meo, altamente constrangedor... dá votnade de mandar toodos eles pro raio que os parta, pq homem é bicho "idioticamente" malformado. Nam!
Tb adooooro o figurino de executiva ^.^
=*
Eu também tenho nojo das caras de babões do homens frente a qualquer mulher. Digo qualquer porque a maioria deles não tem o dispositivo de seleção. É só aparentar ser mulher que tá valendo. Adorei o texto!
Bjos!
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