Dia desses, em uma reunião pedagógica na escola, uma colega levou o poema Metade para a sensibilização. Não que eu seja insensível, mas em geral esse tipo de coisa não me toca. Quase sempre mensagens em ppt com frases mil vezes reescritas, recicladas e requentadas. Mas dessa vez foi diferente. Porque me reconheci em várias dessas divisões. O que só fez lembrar de que sempre que há dúvida, há possibilidade de escolha. E sempre que há possibilidade de escolha, há liberdade. E se há liberdade, há vida. Desde que estejamos prontos a enfrentar as conseqüências.
Resolvi deixar o poema aqui, na íntegra, para que vocês possam identificar algumas dúvidas nas quais estão pensando, ocupando-se e ver nelas uma oportunidade.
Metade
Composição: Oswaldo Montenegro
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
Mas a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é a platéia
A outra metade é a canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
Renata é sempre metade, é sempre escolha, afinal, está viva! E promete para semana que vem um texto sobre viagens, aniversário e visitas!
Composição: Oswaldo Montenegro
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
Mas a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é a platéia
A outra metade é a canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
Renata é sempre metade, é sempre escolha, afinal, está viva! E promete para semana que vem um texto sobre viagens, aniversário e visitas!
3 comentários:
Amo Oswaldo. E adoro esse texto. Também me identifico muito.
Tá tudo bem aí guria!? Bjo!
Nossa essa composição do Oswaldo é linda, li e reli diversas vezes num momento difícil da minha vida, que já passou, ainda bem, e me ajudou de certa forma. Foi bom reler, mas não relembrar, mas na verdade não penso mais nisso. Hoje eu vi apenas a beleza da poesia. Beijos, Silvia.
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