Cá estou eu fazendo as malas pra voltar pra casa. Tem coisas que ficam, não vale a pena carregar o peso. Tem coisas que vão na mala de mão, são coisas muito importantes ou que têm que estar à mão. Ainda tem que escolher o que vai ser usado na viagem. Todo o resto vai na bagagem maior, que parece que nunca é suficientemente grande.
A primeira coisa a pôr na bagagem é a experiência acadêmica. Afinal, viajei tanto foi pra buscar isso, né? Ela é meio pesadinha, porque além do conhecimento técnico, veio com a recuperação de uma empolgação pela carreira que eu escolhi que parecia que vinha me abandonando. Junta na mesma mala toda a admiração pela minha orientadora daqui e pronto, já seria suficiente pra estourar o limite de bagagem. Mas tem coisa que não dá pra deixar pra trás, né? Também espremi nessa mala tudo que aprendi sobre Portugal e cultura portuguesa. Literatura, gastronomia, turismo. Tem que tem um cantinho pra caber as coisas portuguesas que me fazem sorrir só de lembrar, como o sotaque deles quando dizem “anda cá se faz favor”, ou o incidente no Porto, de um motorista estressado gritar com um sotaque de fazer chorar de rir enquanto eu calmamente atravessava a rua: “Anda, ó ca*&%$lho!!!” Levo a paixão por pastéis de nata, que é enorme, mas tem que caber de qualquer jeito.
Vou deixar pra trás as saudades que sinto do Brasil e das pessoas que me esperam. Não vou precisar mais, pra quê carregar tanto peso de saudade se é pra matar em poucas horas? Não faz sentido, né? Então fica aqui, junto com o preconceito que eu tinha contra Fado, o não gostar de azeite, minha risada quando eu ouvia piada de português (não acho graça mais, viu?).
Na mala de mão tem que ir tudo que posso usar a qualquer momento, o que faz a prioridade ser das lágrimas. Já comecei a usar meu estoque umas duas semanas antes da hora, e sei que só vou parar de usar depois de algumas horas dentro do avião. A mala de mão praticamente estoura quando coloco, junto com as lágrimas, a ansiedade. Queria deixar pra trás, mas não consigo. Espreme aqui, aperta ali, e pronto. Cabe ansiedade, cabem lágrimas, mas não sobra espaço pra nem um alfinete.
O que eu vou levar comigo que pode ser bem problemático, por ser pesado demais. A tristeza por deixar pessoas que aprendi a amar, em situações normais, me deixaria pesando uma tonelada. Sorte que isso é equilibrado pela alegria por estar voltando pra casa, que é tão grande que me deixa leve, muito leve. Assim, a leveza não me deixa presa ao chão pela tristeza, e a tristeza não me deixa flutuar como uma balão de gás, voando a esmo por aí. Comigo também vão flashes de memória desses 13 meses que passei nessa terra, que pode não ser meu habitat natural, mas que agora faz parte de mim. E tenho certeza que quando cada um desses flashes insistir em aparecer durante o vôo, vou abrir um sorriso, com a certeza de que o que estou levando daqui é muito, muito maior que a bagagem que eu levo, e isso faz tudo valer a pena.
A primeira coisa a pôr na bagagem é a experiência acadêmica. Afinal, viajei tanto foi pra buscar isso, né? Ela é meio pesadinha, porque além do conhecimento técnico, veio com a recuperação de uma empolgação pela carreira que eu escolhi que parecia que vinha me abandonando. Junta na mesma mala toda a admiração pela minha orientadora daqui e pronto, já seria suficiente pra estourar o limite de bagagem. Mas tem coisa que não dá pra deixar pra trás, né? Também espremi nessa mala tudo que aprendi sobre Portugal e cultura portuguesa. Literatura, gastronomia, turismo. Tem que tem um cantinho pra caber as coisas portuguesas que me fazem sorrir só de lembrar, como o sotaque deles quando dizem “anda cá se faz favor”, ou o incidente no Porto, de um motorista estressado gritar com um sotaque de fazer chorar de rir enquanto eu calmamente atravessava a rua: “Anda, ó ca*&%$lho!!!” Levo a paixão por pastéis de nata, que é enorme, mas tem que caber de qualquer jeito.
Vou deixar pra trás as saudades que sinto do Brasil e das pessoas que me esperam. Não vou precisar mais, pra quê carregar tanto peso de saudade se é pra matar em poucas horas? Não faz sentido, né? Então fica aqui, junto com o preconceito que eu tinha contra Fado, o não gostar de azeite, minha risada quando eu ouvia piada de português (não acho graça mais, viu?).
Na mala de mão tem que ir tudo que posso usar a qualquer momento, o que faz a prioridade ser das lágrimas. Já comecei a usar meu estoque umas duas semanas antes da hora, e sei que só vou parar de usar depois de algumas horas dentro do avião. A mala de mão praticamente estoura quando coloco, junto com as lágrimas, a ansiedade. Queria deixar pra trás, mas não consigo. Espreme aqui, aperta ali, e pronto. Cabe ansiedade, cabem lágrimas, mas não sobra espaço pra nem um alfinete.
O que eu vou levar comigo que pode ser bem problemático, por ser pesado demais. A tristeza por deixar pessoas que aprendi a amar, em situações normais, me deixaria pesando uma tonelada. Sorte que isso é equilibrado pela alegria por estar voltando pra casa, que é tão grande que me deixa leve, muito leve. Assim, a leveza não me deixa presa ao chão pela tristeza, e a tristeza não me deixa flutuar como uma balão de gás, voando a esmo por aí. Comigo também vão flashes de memória desses 13 meses que passei nessa terra, que pode não ser meu habitat natural, mas que agora faz parte de mim. E tenho certeza que quando cada um desses flashes insistir em aparecer durante o vôo, vou abrir um sorriso, com a certeza de que o que estou levando daqui é muito, muito maior que a bagagem que eu levo, e isso faz tudo valer a pena.
Sisa já está em Lisboa, e embarca amanhã de manhã pro Brasil. Dedica esse texto aos seus amigos portugueses, embora aqui não dê pra citar o nome de todos. Tem certeza que todos eles vão entender se virem aqui neste rodapé um recadinho pra dois em especial: “Rui, eu gosto mais de você que de pastel de nata.”, e “Fofo, você fez meus dois últimos meses em Portugal mais felizes. Saudades.”
7 comentários:
Sisa,
Algumas experiências não podem ser medidas e nem se pode a elas atribuir um preço. Aquilo que você guardará em seu coração, que só você tem a dimensão exata de como é, é seu, somente seu.
Este tempo vivido aí em Portugal certamente é assim!
Lindo seu texto!
Beijos e boa viagem!
Oi Cecilia,
Essas horas que antecedem a volta sao assim mesmo... um turbilhao de sentimentos nos invade... mas em breve seu coração se aquieta. rs.
Bjs e boa viagem... vai se preparando psicologicamente para contar pontos comigo lá em casa. hahaha
É, ainda desconheço vários dos sentimentos que vc está sentindo, mas alguns já consigo imaginar, ao mesmo tempo vontade de ficar e de voltar, dúvidas sobre onde é nosso lugar, se é que pertencemos realmente a algum lugar, entre outros. Sei que estou feliz com a sua volta, mesmo sabendo que vamos ficar tão pouco tempo próximas, mesmo assim vai dar tempo de tomar uma cuba libre. Beijos e boa viagem.
Paula disse tudo, há sentimentos que só você saberá da intesidade.
As Balzacas te aguardam!
Bom retorno!
Bjos!
Ai, eu fiquei com os olhos marejados...
Que texto lindo, Sisa, seja muito bem vinda de volta ao lar, com o gostinho de ter feito um outro lar além-mar, que nunca vai deixar de também ser seu!
Um grande beijo!
Bem vinda de volta, guria! Sei que tua força vai ser mais que suficiente pra carregar esta bagagem pelo tempo que for necessário!
Bjs!
Rê
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