Hoje é fácil ir e vir. Pensar em mudar de cidade, de estado, de país faz parte do nosso cotidiano, ou pelo menos do de alguém que a gente conhece. Minha mãe mora a mil e seiscentos quilômetros de mim, minha irmã mais uns mil e meu irmão mora em outro continente. Meus amigos estão espalhados por aí, pelo país e pelo mundo afora.
Conhecemos outras línguas.
Pela internet estamos em qualquer lugar a qualquer hora. Fazemos teleconferências e videoconferências no trabalho e em casa estamos lá, plugados na web. Quando qualquer um dos “recursos modernos” nos falta sentimos como se nos amputassem uma perna, ou como se voltássemos a viver em cavernas.
O mundo ficou pequeno.
E nós também.
Descartamos pessoas como quem troca de camisa. Não temos paciência alguma com as dificuldades dos outros. Nossos julgamentos, preconceitos e críticas estão sempre ali, aguardando ansiosos a oportunidade de saltar da boca e encontrar seus parceiros (ou comparsas?).
Não pensamos mais em como o outro se sente. Não respeitamos os mais velhos e desconsideramos sua sabedoria (afinal são tolos, o que sabem do mundo de hoje? – pensamos). Não temos mais educação, não temos mais delicadeza e em quase tudo o que fazemos está embutido o sentimento de obrigação.
Nosso belo não é mais nosso, é o de todos, ou comprado.
Não temos mais valores.
Não temos mais vergonha.
Não temos mais tempo.
Não temos mais a nós mesmos.
E ainda não entendemos de onde vem toda a carência, insatisfação e solidão que gritam ao nosso redor.
O mundo ficou pequeno.
E nós também.
Conhecemos outras línguas.
Pela internet estamos em qualquer lugar a qualquer hora. Fazemos teleconferências e videoconferências no trabalho e em casa estamos lá, plugados na web. Quando qualquer um dos “recursos modernos” nos falta sentimos como se nos amputassem uma perna, ou como se voltássemos a viver em cavernas.
O mundo ficou pequeno.
E nós também.
Descartamos pessoas como quem troca de camisa. Não temos paciência alguma com as dificuldades dos outros. Nossos julgamentos, preconceitos e críticas estão sempre ali, aguardando ansiosos a oportunidade de saltar da boca e encontrar seus parceiros (ou comparsas?).
Não pensamos mais em como o outro se sente. Não respeitamos os mais velhos e desconsideramos sua sabedoria (afinal são tolos, o que sabem do mundo de hoje? – pensamos). Não temos mais educação, não temos mais delicadeza e em quase tudo o que fazemos está embutido o sentimento de obrigação.
Nosso belo não é mais nosso, é o de todos, ou comprado.
Não temos mais valores.
Não temos mais vergonha.
Não temos mais tempo.
Não temos mais a nós mesmos.
E ainda não entendemos de onde vem toda a carência, insatisfação e solidão que gritam ao nosso redor.
O mundo ficou pequeno.
E nós também.
Gisele Lins quer mesmo um mundo cada vez menor, mas não quer mais ver o encolhimentos das almas desse mundão, nem da sua própria. Escreve aqui aos sábados.
2 comentários:
Nossa, Gisele, teu texto me fez pensar muito... Sabe como às vezes nos relacionamos muito mais com pessoas que só conhecemos virtualmente do que com pessoas que estão do noso lado... Tomara que consigamos, um dia,conciliar a tecnologia com o sentimento, com o coração!
Adorei o texto!
Bjs!
Rê
P.S.: esta é uma coisa boa da tecnologia, poder trocar idéias à distância!!
Gi, 10 anos atrás eu morei 11 meses fora. Era terrível ter que marcar dia pra ligar pra casa, aproveitar aquele momentinho pra matar saudade... Agora já tem quase 13 meses que estou longe de novo, e como falo praticamente todos os dias com todos com as pessoas que eu amo, parece bem mais fácil... Viva o encolhimento do mundo, ainda mais que eu tenho consciência que faço o possível pra não me encolher junto com ele. Beijo!
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