sábado, 1 de março de 2008

Sou caren...

Definitivamente sou uma pessoa carente. Às vezes faço de conta que não quero, que não percebo uma indiferença, que não tem problema, que está tudo bem, mas na verdade preciso de atenção e carinho, como todo e qualquer ser humano. (Principalmente quando estou de TPM!).

Choro escondida, muitas vezes, no silêncio que a noite traz. A carência é um sentimento cruel porque envolve a espera. Espera-se pela atenção do outro, por um olhar atento, um gesto de carinho... (mas tem que ser natural, não pode ser forçado, senão não vale). Então espera-se...

Nós, os carentes, estamos sempre na berlinda. Somos do detalhe, da delicadeza e ninguém, nessa vida corrida que Deus deu, está atento a isso. Ficamos um pouco perdidos, pelo meio do caminho, uma espécie de estorvo. Estamos ali a lembrar que “quando a gente ama é claro que a gente cuida”, mas nem sempre há alguém querendo ser lembrado disso, menos ainda “caetanear o que há de bom.”

Sim, somos alvo de crítica. A presença do carente para alguns chega a ser chata, até mesmo irritante e a própria palavra carente vira um xingamento.

CARENTE. CARENTE. CARENTE.


É difícil admitir-se carente. Deveria haver alguma vergonha nisso? Há pessoas, eu sei, que se fazem a todo tempo de vítimas. A carência excessiva sugere uma personalidade insegura e para o bem da pessoa, um tratamento específico pode ser recomendado.

Mas a carência é do verbo carecer, precisar e é tão difícil admitir-se assim, mesmo que temporariamente, porque há, segundo muitos, uma linha tênue entre a carência e a dependência. E não é mentira. Quantos relacionamentos não terminam devido a cobranças excessivas, brigas intermináveis porque “você não reparou que eu cortei os cabelos”, “você não elogiou meus brincos novos”, “você não me ligou”, você não isso, você não aquilo... Já fui bem assim, admito, e como sofria... e como sofria também quem estava comigo! Ninguém tem tempo, gosta, quer ou merece um relacionamento “chicletes”. O tempo urge, a vida urge...

Acho que poderia dizer que mudei bastante. Sou carente, muito, talvez dias mais, dias menos, mas não fico depositando minhas expectativas no outro. Acho que essa é grande mudança!


Vanessa iniciou este texto que voz fala há alguns dias, mas finalizou há instantes. “Ler é um remédio e tanto para tratar a carência do dia a dia, assim como escrever”. Manda beijos e pergunta à amiga Ciça quando volta, pois está carente dela! Rs...rs...rs...
Manda beijos

4 comentários:

Angel disse...

Adorei o texto!

Também sou carente, e como você disse o importante é não responsabilizar o outro pela nossa necessidade.

Adorei e estou com saudades!

Anônimo disse...

Já fui um carente chorão e consegui me libertar a partir do momento em que parei de encanar com ela. Ficar vendo meus amigos casando, namorando ou noivando era muito pesado e hoje mexe um pouco apenas. Ô carente precisa de ajuda e eu fui buscar isso com amigas e amigos desabafando com eles. Uma coisa que me fez desencanar da carência foi quando comecei a me amar mais, a cuidar mais de mim e não ligar para o que os outros falam. Antes só do que mal acompanhado. Aprendi a esperar a outra pessoa surgir na minha vida e poder ter uma maor verdadeiro. Hoje, até já vou no cinema sozinho de sábado à noite.
Embora, ninguém é igual a ninguém, né? Não foi e não é fácil para mim, mas "o nosso amor agente inventa só pra se distrair e quando acaba agente pensa que ele nunca existiu".
Abraços, meninas!!!!

Sisa disse...

A amiga está com passagem marcada pra 29 de março (este mês!), Lisboa - BH sem escalas! E ela também está carente da amiga Vanessa, afinal, depois de 16 (quase 17!) anos de amizade, a gente não aguenta mesmo ficar tanto tempo sem se ver, né?
Beijinhos!

Anônimo disse...

Puxa vida, que textooo!!!!

Esse bloger nao ta facil nao heim??
Esse texto me deixou um pouco triste!!!

bjos fessora!!

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