Não se assustem! Isso não é um folhetim diário e não vou noticiar que o Manoel da padaria foi morto após uma troca de tiros entre policiais e traficantes no morro. O assunto deste texto é como o termo bala perdida agride a Língua Portuguesa. Afinal,. Bala perdida tem o sentido de desperdiçada, que não atingiu o alvo pretendido e foi perdida.
Acontece que, no nosso “extenso” vocabulário, nos acostumamos a usar “bala perdida” como aquela que, num tiroteio; seja entre policiais e bandidos, ou somente entre bandidos para delimitar seus domínios; se desviou de seu alvo e atingiu algum cidadão inocente, que não fazia parte da história até aquele momento.
Logo, o pobre do cidadão, que ia para o trabalho, ou que estava em sua casa, morreu atingido por uma bala que não era para ele, a tal “bala perdida”. O que significa, literalmente, que alguém desperdiçou munição com o alvo errado! Perdeu a bala!
Oras, e isso não é dar mais importância à bala do que à vítima?! E o pior é que, nos noticiários de televisão, quando se fala de um acontecimento desses, muitas das vezes a vítima nem é descrita pelo nome. O repórter limita-se a dizer que “uma dona-de-casa foi atingida por bala perdida em tiroteio no morro”! Ou então diz que “um estudante foi alvo de bala perdida num assalto a banco”.
Ou seja, além de assassinar a Língua Portuguesa, a “bala perdida” do texto jornalístico desumaniza a notícia, fazendo descaso das vítimas dessas tragédias.
Acontece que, no nosso “extenso” vocabulário, nos acostumamos a usar “bala perdida” como aquela que, num tiroteio; seja entre policiais e bandidos, ou somente entre bandidos para delimitar seus domínios; se desviou de seu alvo e atingiu algum cidadão inocente, que não fazia parte da história até aquele momento.
Logo, o pobre do cidadão, que ia para o trabalho, ou que estava em sua casa, morreu atingido por uma bala que não era para ele, a tal “bala perdida”. O que significa, literalmente, que alguém desperdiçou munição com o alvo errado! Perdeu a bala!
Oras, e isso não é dar mais importância à bala do que à vítima?! E o pior é que, nos noticiários de televisão, quando se fala de um acontecimento desses, muitas das vezes a vítima nem é descrita pelo nome. O repórter limita-se a dizer que “uma dona-de-casa foi atingida por bala perdida em tiroteio no morro”! Ou então diz que “um estudante foi alvo de bala perdida num assalto a banco”.
Ou seja, além de assassinar a Língua Portuguesa, a “bala perdida” do texto jornalístico desumaniza a notícia, fazendo descaso das vítimas dessas tragédias.
Tânia respeita e adora a Língua Portuguesa!
7 comentários:
Você tem toda razão, Tânia!
Também já percebi isso! Aliás, para grande parte da população, "vítima inocente" (outro termo esquisito...) não existe: se levou bala é porque, de um jeito ou de outro, merecia. Verdade! Tem muita gente que pensa assim e ainda emenda: "Que diabos estava fazendo lá no meio do tiroteio?" (como se o alvejado estivesse "atrapalhando" a troca de tiros), ou: "Não viu que estava no lugar errado, na hora errada?".
Pois é... Por essas e outras é que a banalização da morte está aí e neste ponto sim, eu digo que "ninguém é inocente".
Beijocas para todas!
Banalizaram a morte, banalizaram o beijo, banalizaram o sexo, banalizaram a mulher, banalizaram a Lígua Portuguesa... também sou louca por nosso idioma ^.^
Engraçado... eu nunca tinha pensado em bala perdida como desperdiçada, e sim alguma coisa que não se sabe muito bem onde está ou vai parar... De qualquer forma concordo que sempre é uma tragédia, porque mesmo quando não faz vítimas, tem um potencial enorme de fazer.
Eu também pensava como a Sisa: bala perdida, para mim, era aquela que se desviava do curso normal...
Interpretações à parte, concordo com você que não é humano dar mais valor a esta "bala perdida" que à pessoa que a encontrou em seu caminho... Nosso povo tem uma noção sofrível do significado dos atos, que dirá da própria língua que fala! É necessário muito mais educação para que se exija algo.
Eu também não fazia idéia que era esse o sentido de bala perdida, vou prestar mais atenção quando for falar agora.
Concordo com o que você disse sobre os noticiários, se não for alguém que eles julguem importante, acaba sendo retratado só como "o estudante" ou "a dona de casa", sem maiores alardes.
Muito bem abordado Tânia. Essa expressão é tão utilizada, e a maioria de nós nem se atenta para o que está dizendo. Também adoro a Lingua Portuguesa apesar de não ser especialista nela.
Beijos!
EU TAMBÉM SOU UMA AMANTE DA NOSSA LÍNGUA. UM VIVA PARA ELA!!!
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