Sabe o que se tornou uma reclamação constante atualmente? “Puxa vida, meu dia podia bem ter 36 horas para eu dar conta de tudo!”. Comecei a ficar preocupada com isso, parece que virou uma pandemia e o tempo tão relativo de Einstein está muito, mas muito mais acelerado para muita gente.
Eu tento olhar para mim como se não fosse eu mesma, mas sim como alguém que nunca me viu e a visão que tenho não é boa... A sensação é de que eu não tenho sido eu mesma nesta vida frenética; pareço uma estranha dentro do meu próprio corpo, presa e condenada à velocidade altíssima das voltas do relógio. Eu não me reconheço...
Quem instituiu todas as atividades extracurriculares obrigatórias além das oito horas de trabalho e das oito horas de merecido descanso (teoricamente rs)? Fazendo as contas, sobra apenas um terço do dia! E acabo preenchendo com mais obrigações... Onde vai parar a qualidade de vida, o apreciar a natureza (ouvir o som das ondas do mar, dos passarinhos cantando, sabe?), o curtir cada momento único que nos é dado de presente, o ser feliz fazendo nada? Não sei, parece que se perderam na imensidão de segundos tão rígida e obrigatoriamente vividos...
Esta filosofia “fast way of life”, ou em português bem claro, “tudo para ontem”, tem me deixado um tanto esgotada! Quase todas as atividades que realizo, faço muito mais por imposição que por prazer, e sinto que estou sufocando. Uma certeza tem crescido em mim: tenho deixado de lado os meus pequenos prazeres da vida, aqueles pelos quais realmente vale a pena viver... Como deitar no colo da minha mãe e sentir o calor do seu aconchego, abraçar-me a meu marido apenas sentindo como é bom ter sua companhia, jogar conversa fora com os amigos, irritar meu sobrinho nas brincadeiras que eu não entendo (como ele é bravinho rs), assistir a um filminho bobo que não me leve a concluir nada... Só que eu me envolvi de uma tal maneira com minhas obrigações que não consigo me desvencilhar delas, imagine “gastar tempo” com os pequenos prazeres da vida! Todas as grandes (e também as pequenas) responsabilidades têm se acumulado de forma exagerada sobre meus ombros, como um fardo que parece bem maior do que realmente é.
Sabe o que é o pior disso tudo? Sim, existe algo pior que ser engolida pelo tic-tac acelerado das horas, que não viver a vida como deveria e que dimensionar mal a importância das obrigações. É o fato de que eu sei a solução para pôr fim a esta correria desenfreada em que vivo. Só que a teoria é tão mais tangível que a prática... Bastaria eu me organizar (o termo certo é “me policiar”) para fazer o indispensavelmente obrigatório e, com o meu precioso tempo livre, voltar a fazer o que gosto de verdade. Detalhe: fazer isto no meu ritmo e sem me preocupar com o que ficou para trás (é aqui que eu me enrosco). Esta correria me cansa porque vivo um paradoxo: sou muito tranqüila, só que também sou metódica, não gosto das surpresas proporcionadas pela falta de planejamento e faço de tudo para evitá-las; são estas características completamente fundidas que têm feito com que eu me escravize.
Confesso que estou me esforçando. Tenho conversado muito comigo mesma e tentado aplicar estratégias de “auto convencimento”, para me mostrar que do jeito que está não está bom. Frases como “Se levei nove meses para nascer, por que tanta pressa ultimamente?”, ou ainda, “Onde fica o aproveitar cada momento como se fosse o último, já que um deles será mesmo?” têm sido uma constante em minha vida. Agora, vai me convencer destas brilhantes teorias para ver! Ô dificuldade...
Até a próxima!
Paula é uma pessoa que tem se dedicado muito mais as suas obrigações e bem menos ao que interessa de verdade. Já percebeu que alguma coisa não está bem ajustada nesta história e sabe o que é, mas descobriu como é difícil mudar o rumo que a vida toma... Escreve aqui toda quarta-feira.
Eu tento olhar para mim como se não fosse eu mesma, mas sim como alguém que nunca me viu e a visão que tenho não é boa... A sensação é de que eu não tenho sido eu mesma nesta vida frenética; pareço uma estranha dentro do meu próprio corpo, presa e condenada à velocidade altíssima das voltas do relógio. Eu não me reconheço...
Quem instituiu todas as atividades extracurriculares obrigatórias além das oito horas de trabalho e das oito horas de merecido descanso (teoricamente rs)? Fazendo as contas, sobra apenas um terço do dia! E acabo preenchendo com mais obrigações... Onde vai parar a qualidade de vida, o apreciar a natureza (ouvir o som das ondas do mar, dos passarinhos cantando, sabe?), o curtir cada momento único que nos é dado de presente, o ser feliz fazendo nada? Não sei, parece que se perderam na imensidão de segundos tão rígida e obrigatoriamente vividos...
Esta filosofia “fast way of life”, ou em português bem claro, “tudo para ontem”, tem me deixado um tanto esgotada! Quase todas as atividades que realizo, faço muito mais por imposição que por prazer, e sinto que estou sufocando. Uma certeza tem crescido em mim: tenho deixado de lado os meus pequenos prazeres da vida, aqueles pelos quais realmente vale a pena viver... Como deitar no colo da minha mãe e sentir o calor do seu aconchego, abraçar-me a meu marido apenas sentindo como é bom ter sua companhia, jogar conversa fora com os amigos, irritar meu sobrinho nas brincadeiras que eu não entendo (como ele é bravinho rs), assistir a um filminho bobo que não me leve a concluir nada... Só que eu me envolvi de uma tal maneira com minhas obrigações que não consigo me desvencilhar delas, imagine “gastar tempo” com os pequenos prazeres da vida! Todas as grandes (e também as pequenas) responsabilidades têm se acumulado de forma exagerada sobre meus ombros, como um fardo que parece bem maior do que realmente é.
Sabe o que é o pior disso tudo? Sim, existe algo pior que ser engolida pelo tic-tac acelerado das horas, que não viver a vida como deveria e que dimensionar mal a importância das obrigações. É o fato de que eu sei a solução para pôr fim a esta correria desenfreada em que vivo. Só que a teoria é tão mais tangível que a prática... Bastaria eu me organizar (o termo certo é “me policiar”) para fazer o indispensavelmente obrigatório e, com o meu precioso tempo livre, voltar a fazer o que gosto de verdade. Detalhe: fazer isto no meu ritmo e sem me preocupar com o que ficou para trás (é aqui que eu me enrosco). Esta correria me cansa porque vivo um paradoxo: sou muito tranqüila, só que também sou metódica, não gosto das surpresas proporcionadas pela falta de planejamento e faço de tudo para evitá-las; são estas características completamente fundidas que têm feito com que eu me escravize.
Confesso que estou me esforçando. Tenho conversado muito comigo mesma e tentado aplicar estratégias de “auto convencimento”, para me mostrar que do jeito que está não está bom. Frases como “Se levei nove meses para nascer, por que tanta pressa ultimamente?”, ou ainda, “Onde fica o aproveitar cada momento como se fosse o último, já que um deles será mesmo?” têm sido uma constante em minha vida. Agora, vai me convencer destas brilhantes teorias para ver! Ô dificuldade...
Até a próxima!
Paula é uma pessoa que tem se dedicado muito mais as suas obrigações e bem menos ao que interessa de verdade. Já percebeu que alguma coisa não está bem ajustada nesta história e sabe o que é, mas descobriu como é difícil mudar o rumo que a vida toma... Escreve aqui toda quarta-feira.
4 comentários:
Oi Paula!
Tbm ando revoltada com meu relógio,até andei pensando em reduzir as horas de sono pra dar conta de tudo!
O que é paradoxal é que, mesmo querendo paz e qualidade de vida, a gente sempre inventa de se meter em mil coisas ao mesmo tempo, muitas vezes com medo de nos sentirmos "improdutivas". Às vezes o ócio é produtivo! Artigo de luxo, atualmente...
Bjo!
Ahhh a tal da organização do tempo... Se eu conseguisse fazer não me enrolava tando. Mas quanto à correria, eu não acho ruim não... rs
Paula,
Seu texto resume muito do que tenho sentido ultimamente.
Na teoria "tudo pra ontem" cobro muito das pessoas, coisas até sem sentido, cobro uma velocidade maior dos carros, do computador, de mim mesma. E sinto sono, muito sono. Também estou cansada desse ritmo e estou tentando mudar, mas não é fácil, nada fácil!
Beijos!
Puxa, eu estou com a Angel. Sinto sono sempre, estou sempre cansada e número de vezes que eu digo "tenho que..." durante o dia me assusta e me cansa só de pensar.
Eu sempre disse de brincadeira que um dia ia largar tudo e viver de artesanato na beira da praia, mas este pensamento tem me ocorrido com mais frequência e seriadede ultimamente. Onde queremos chegar? Ai medo.
Um abração!
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