segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Convidada - Um Olhar Pelo Vidro

A partir de hoje, de vez em quando teremos textos de outras Mulheres de 30, convidadas 
para contribuir com nosso blog com um texto, para apresentar pra vocês alguma co
isa
diferente. 


O primeiro texto é de uma polonesa, a Regina, 27 anos,  astrônoma, solteira, que como vocês
poderão ver, mostra aqui que o que se passa na cabeça de uma Mulher de 30 brasileira e uma 
polonesa pode não ser tão diferente assim. Esperamos que vocês gostem das nossas convidadas, 
assim como adoramos a idéia de tê-las aqui.

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Em um primeiro momento, eu fiquei bastante cautelosa com a idéia de escrever no blog de vocês. O que eu, que basicamente conheço português através de novelas (leia-se: totalmente nada, rs) estaria fazendo em um blog brasileiro?! Naquele momento a idéia estava apenas em um primeiro estágio, mas dia após dia ela foi tomando forma concreta. Com isso veio minha ansiedade, mas prevaleceu a minha curiosidade, o que definitivamente me fez decidir por dizer SIM.

Nós acreditamos que não importa em que latitude vivemos, todos nós compartilhamos dos mesmos sentimentos, preocupações e desejos. Contudo, por sermos criados em condições totalmente diferentes, olhamos para esses sentimentos e os interpretamos de maneiras um pouco diferentes. Eu estou realmente interessada em: quão diferente?!

Enquanto isso, deixo hoje para vocês um pequeno texto que escrevi há algum tempo atrás, mas com uma mensagem ainda atual.

Um olhar pelo vidro

Eu valorizo o primeiro olhar para um rosto humano. Mais tarde, nos acostumamos a aparência de alguém e não mais discernimos detalhes. Acontece o mesmo com quadros que penduramos em nossas casas; depois de um tempo vemos apenas molduras. Mas é diferente com ela.

Eu estava voltando pra casa quando a encontrei pela primeira vez em um trem. Ela parecia um pouco cansada, mas isso não ofuscava seu charme. Ela é alta, magra, morena, próxima dos 30 anos. Quando ela caminha é como se ela ouvisse uma música interna que ela aprecia dos pés a cabeça. Ela é uma mulher desinibida que aprecia conversar com as pessoas. Mas ela sabe como manter o equilíbrio entre ser desinibida ou uma mulher de poucas palavras. É realmente por isso que ela tem facilidade para fazer amigos aonde quer que vá.

Cheia de energia e vida, ela não sabe o significado da palavra “lamento”. Tudo acontece como ela planeja, então ela não tem do que reclamar, como ocorre freqüentemente para mim. Ela é realmente uma pessoa despreocupada, ela nunca se preocupa quando as coisas vão mal. Ela não deixará seus temores serem maiores que sua vida. Ela é uma lutadora.

As vezes eu desejo ser como ela. "Dizem que eu sou forte e nada me derruba. Mas eles não sabem que eu sempre tremo como uma folha no vento" (Kayah Jak Lisc, 1995). Eu realmente invejo a confiança dela. Uma tatuagem, uma subida nos Alpes ou dançar com lobos são tarefas que ela pode facilmente lidar... Sra Lara Croft, você pode se esconder! Claro que pessoas que não estão cientes do perigo não podem ser chamadas de corajosas, mas ela sabe suas limitações e não vai colocar sua cabeça na boca do leão!

Eu notei que existem coisas em comum entre nós. Por exemplo, nossa mentalidade, ou que nós gostamos de pesar as coisas antes de chegar a uma decisão, mas também que é fácil para nós encontrar novas amizades. Mas por outro lado, existem muitas diferenças entre nós, que desejo eliminar.

Eu a encontrei algumas vezes depois disto... Eu a encontrei refletida num vidro.

*****

À minha mentora e autora desta idéia.


Regina, uma astrônoma errante que está sempre à procura do seu verdadeiro EU.




*****

When I first came across with the IDEA of writing to your blog I was rather reserved. What I, someone who Portuguese knows mostly from soap operas (read: totally nothing, rs), is looking for on Brazilian blog?! At that time the IDEA was at early stage, but day by day it took on concrete shapes. With them appeared my anxieties, but my curiosity prevailed over them and let me finally decided to say 'YES'.

We believe that no matter at what latitude we live in we all share the same feelings, worries and desires. However because we grow up in totally different conditions we look at them and interpret them a bit differently. I'm really interested in: how differently?!

Meantime I'm leaving you today with a small essay I wrote some time ago, but which message is still actual.


Through the looking-glass

I value the first look at a human's face. Later we get used to somebody's appearance and we don't discern details. It is exactly the same with paintings which are put up in our houses; after a while we see only frames. But it is different with her.

I was returning home when I first met her on a train. She looked a bit tired but it couldn't blur her charm. She is a tall, slender brunette in her late 20s. When she walks it is as if she hears to inner music that delights her down to her heels. She is an outgoing woman who enjoys talking to people. But she knows how to maintain a balance between being natterer and a woman of a few words. That's why she really has a knack for making friends wherever she goes.

Full of energy and lively, she doesn't know the meaning of the word 'moaning'. Everything is going as she intends so she doesn't have to grumble as it often happens to me. She's a really laid-back sort of person - she never gets worried about things going wrong. She won't allow her fears to get larger than life. She's a fighter.

Sometimes I wish to be like her. "It's said that I'm strong and nothing can break me. But they don't know that I always tremble in the wind like a leaf" (Kayah Jak Lisc, 1995). I really envy her confidence. A tattoo, climbing in the Alps or dancing with wolves are trifles which she can handle easily ... Ms Lara Croft, You can hide! Of course, people who are not aware of danger can't be said to be brave, but she knows her limitations and will not 'put her head into a lion's mouth'.

I have noticed that there are things in common between her and me. For example our mentality, or that we like to weigh things out before coming to a decision, but also that it's easy for us to strike up new friendships. But on the other hand there are lot of differences between us that I want to eliminate.

I've met her a few times afterwards ... I met her in a pane of glass.

*****

To my 'mentor' and the author of the IDEA.


Regina, errant astronomer who is always looking for her real 'me'



5 comentários:

Anônimo disse...

Hi RR,

Sometimes it is really difficult to find our real "me", specially because sometimes we don´t like what we find. But the big challenge in the life is to find who we really are and be happy with what we find... of course the best would be to eliminate the negative points that we don´t like but even if we are not able to do this, the most important is: try to be happy, no matter how you are!!

Paula disse...

Hello Regina!
Congratulations for your words! I really felt like if it was me reflected in a pane of glass.
If we don't look for who we really are, I think life has no sense. Moreover, when someone says "I love everything I am and I don't need anything else", maybe its circle of life is completed and the one can rest in peace...
But Vivian said one thing very important: during the journey of searching, be happy!

Mariana disse...

ah! adorei a estréia de uma convidada! bjo!

Sisa disse...

Hi Regina!
Welcome to our blog! As I told you, I really liked this text the very first time you sent me. And as Vivian said, I think the important is not find the real "me", but be happy while you look for.
Kisses!

Angel disse...

I'm really happy with our first guest!
I don't kwnow if it's possible to find our real "me". We are always changing because of good or bad experiences. And it's very important, to known how and when change.

Kisses!

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