O papel em branco é como uma tela nunca antes utilizada, frescos, puros, intocáveis, urgem por sentido, desesperados clamam: vai, vêm, me usa, me desenha, me pinta; me faz ter sentido. E tentamos, invariavelmente e a despeito de todos os fracassos anteriores, tentamos. Pensamos e refletimos, às vezes durante horas, outras, durante minutos e construímos a idéia, maravilhosa, perfeita, completa. No entanto, quando se chega ao papel tudo se transforma, se modifica, a mente não consegue alcançar as pontas dos dedos e estes atuam independentes, escrevem o que querem, não escutam seu senhor, não. O que saí no papel é sempre diferente e enquanto essa transformação acontece a idéia original se distancia, se esvaí. Tudo o que fica está ali, soma dos membros escrivões, aqueles que tudo tocam e do produto mental, intangível, real, etéreo, inalcançável.
É comum acontecer de se ouvir uma música ou ler um trecho de um livro e concluir – já pensei nisso antes – ou ainda – por que não pensei nisso. No fim das contas tudo é idéia, imperfeita ou não, criação própria ou recriação; tudo é válido desde que seja feito para o bem ou até sem propósitos, mas que seja o despejo de algo que te incomoda, que seja a fala escrita, a vontade de se transmitir o que se pensa, mesmo que incompreensível.
Tentamos, erramos e novamente tentamos, lemos e relemos, com a constante sensação de que não era isso, não foi bem assim que pensei. Percebemos que atingir a própria mente é um caminho árduo, áspero, desértico; os dedos não penetram o mundo do invisível, mas continuaremos tentando.
É comum acontecer de se ouvir uma música ou ler um trecho de um livro e concluir – já pensei nisso antes – ou ainda – por que não pensei nisso. No fim das contas tudo é idéia, imperfeita ou não, criação própria ou recriação; tudo é válido desde que seja feito para o bem ou até sem propósitos, mas que seja o despejo de algo que te incomoda, que seja a fala escrita, a vontade de se transmitir o que se pensa, mesmo que incompreensível.
Tentamos, erramos e novamente tentamos, lemos e relemos, com a constante sensação de que não era isso, não foi bem assim que pensei. Percebemos que atingir a própria mente é um caminho árduo, áspero, desértico; os dedos não penetram o mundo do invisível, mas continuaremos tentando.
Silvia: Nossa mente, os papéis, as telas, as paredes, todos brancos, esperando, querendo e aguardando as criações. Que venham!
2 comentários:
Oi Silvia,
Como eu sempre digo aqui no blog, sempre evito de comentar primeiro. Mas em alguns casos não me seguro. por algum motivo esse texto seu mexeu muito comigo. Pra mim, é o seu melhor até hoje, e olha que eu AMO as aventuras da Anastácia!
Adoro a forma como vc escreve. Esse texto é poético, sensível, tudo de bom!
Beijos!
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