quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Kombinado

Há alguns domingos atrás recebemos em casa um simpático casal de chilenos. Havia ganhado algumas espigas de milho, e como não sabia se eram vegetarianos ou não, tratei de fazer uma polenta, mas no lugar da carne, berinjelas. Pra acompanhar arroz, brócolis, pasta de grão de bico, cerveja e música mineira. Felipe e Daniela, jovens como nós, há algum tempo partiram de Santiago a bordo de uma Kombi roxa e bege muito charmosa com um ousado e brilhante projeto de vida: percorrer a América Latina por terra.

Fizeram um diário de bordo (www.americasintiempo.blogspot.com), registrando lugares, rotas, imprevistos, aventuras e as pessoas que vão conhecendo ao longo do caminho. Do pouco convívio, ficou muito aprendizado. Viver em espaço pequeno, produzir o mínimo possível de lixo, gastar o mínimo possível de dinheiro, ter cabeça e coração aberto. Viver de modo inteiro cada momento, sabendo que nunca mais vai estar naquele lugar na vida e talvez nunca mais veja as pessoas que conheceu. Afeto, respeito, companheirismo e leveza. Mas principalmente desapego.

Mariana escreve esporadicamente e anda cansada do egoísmo do mundo, mas sorri com micro cápsulas de otimismo e inquietude que a vida às vezes lhe presenteia.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

E fez-se a luz!

Como era a minha expectativa ao vir pra Bahia, tem coisas que só acontecem aqui. Somando ao fato de eu estar numa cidade pequena e de que algumas coisas só acontecem comigo, já viram, né? Mistura braba!
A função dessa semana foi arrumar uma casa pra morar. Achei! Ela é linda, mobiliada, charmosa, na quadra do mar só que com saída pra rua, bem fofa! Aluguei e me mudei!
Há! Peguei vocês! Mentira! É óbvio que não foi assim.
No dia em que peguei a chave, esperei a menina que iria me ajudar a limpar e que não apareceu. Limpei tudo sozinha. Eu nunca tinha visto sujeira de morcegos... Eu não sou a favor de matar animais, mas estou desenvolvendo um ódio primitivo em relação aos pequenos mamíferos alados e porcalhões.
Depois, fui agilizar água e luz. Paguei todos os débitos e acreditei que bastaria. Nem água e nem luz na casa. No órgão que lida com água e esgoto, fui super bem atendida, o cara até ligou no meu trabalho pra ver se estava tudo certo e se colocou à dsiposição caso eu precisasse. Nota 10!
Já no caso da luz, o buraco foi um pouco mais embaixo....
Tive a infelicidade de o medidor da casa ter sido roubado nos dias anteriores ao dia em que peguei a chave. Fui no órgão que lida com a energia e falei. Fui informada de que, se a luz tivesse sido cortada, e o medidor retirado pela companhia, levaria até 48h para religar. No caso de furto do medidor, eu teria que ia à Delegacia de Polícia e fazer um Boletim de Ocorrência para protocolar o pedido de reposição. Para saber se a luz tinha sido cortada, teria que voltar à tarde, porque o sistema estava fora.
Voltei à tarde, e depois de muitos minutos no 0800 a atendente descobriu que houve furto e não retirada do medidor. Fui até a Delegacia. Esperei uma hora pela escrivã que tinha ido ver um caso de homicídio e na volta o pneu do carro em que ela estava furou. Ela iria pegar um ônibus e não sabia a que horas chegaria, se voltasse para a Delegacia. Respirei fundo e engoli a resposta quando me disseram que infelizmente, houvera um homícidio imprevisto e que eu retornasse no dia seguinte. Eu não sabia que haviamagendamento de homicídios!
Voltei no outro dia, esperei, esperei, esperei e apareceu alguem que podia me atender! Fiz a ocorrência e fui informada de que aquilo ainda não era o boletim de ocorrência, era só a ocorrência...e que a pessoa que podia fazer o boletim tinha recém saído. A outra que podia fazer ainda não tinha chegado, o que possivelmente significasse que ela iria só à tarde.
Voltei pro trabalho e fiquei telefonando para delegacia, até que a fulana chegou. Fui lá e ela estava fazendo um documento sobre o homicídio, falando sobre o morto e tal. Na boa, o morto já tinha morrido! De forma imprevista, mas já estava morto. Que diferença faria me atender antes dele?
Então, depois de fazer o documento do morto, ela me atendeu. E durante o atendimento perguntou se eu estava gostando da cidade! Eu calculei que estava numa delegacia e que, se falasse o que eu pensei, iria presa por desacato. Respondi com o bom e e velho sorriso amarelo.
De posse do BO, meu primeiro documento expedido na cidade nova, fui para a companhia de energia. Durante o atendimento, via 0800, descobri que precisava também dos dados do proprietário da casa! Por que, Deus, não falaram antes?!
O cara mora no Rio! Pensa eu ligar de um celular 54, estando na Bahia pro Rio de Janeiro?! Meu lado gringo não permite tais extravagâncias...Pedi pro pessoal do trabalho ligar pro cara e pra ele me ligar de volta.
Tudo certo, protocolado e...fez-se a luz!
Há! Enganei vocês de novo! Bobinhos!
Devo aguardar 10 DIAS ÚTEIS para religação. E quando eles resolverem aparecer eu devo estar lá na casa, de posse do BO, para eles verem o original! Detalhe: trabalho a 10 quilômetros de onde moro, e há ônibus de hora em hora...
É mole?



Renata já avisa que vai deletar todos os comentários que disserem que é assim mesmo, que é pra eu relaxar e coisas do tipo.

Piadinhas sobre virar baiana também serão deletadas.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Para ver e ouvir: Flor Morena, de Aline Calixto

Em mais um daqueles incentivos culturais que o vazio da programação televisiva nos dá, saí de casa, uma noite dessas, para ver o show “Flor Morena”, da cantora Aline Calixto. O show, que tem o mesmo nome do segundo CD da cantora, é realmente espetacular!

Ao longo da apresentação, Aline Calixto canta músicas dos dois CDs, com interpretações influenciadas por estilos afro-brasileiros, como o samba de partido alto, o jongo, o samba-enredo, o samba de rosa; e por ritmos latinos, como a rumba e a salsa.

Músicas do primeiro CD, como “Rainha das Águas”, com estilo semelhante a “O Mar Serenou”, sucesso de Clara Nunes nos anos 1970; e “Tudo o que Sou”, ganham mais vida na interpretação ao vivo. E, do segundo CD, a música que dá nome ao disco, e também toca na novela “Fina Estampa”, da rede Globo (pelo menos há boa música em alguns momentos na TV!), dá o tom para o que foi apresentado no show. Mas o ponto mais alto é mesmo quando Aline Calixto canta, dança, interpreta com tons de comédia a música “Je Suis La Maria”, um samba no melhor estilo malandro e debochado do tipo que fez sucesso nas décadas de 1940 e 1950 no Brasil. De tão espetacular, a música volta no famoso bis que os artistas dão ao fim dos shows, e que, até nisso, Aline Calixto inova. Ela critica o estilo em que os artistas se despedem do público, saem do palco, e a platéia aplaude, pedindo “mais um”, para então os artistas voltarem, e cantarem o bis. Despachada, ela resolve fazer o bis sem esses procedimentos padrões, e, de forma pratica e irreverente, conversa com a platéia, e termina o show com bis já incluso.

Enfim, o show de Aline Calixto merece ser visto, curtido, aproveitado mais de uma vez. As músicas, os músicos, os arranjos e a cantora são mais do que um show, são um maravilhoso espetáculo!

Tania tem ficado cada vez mais fã de samba, e de artistas que engrandecem a cultura brasileira!

domingo, 25 de setembro de 2011

Sobre dietas

Dia desses andei fazendo uma singela reflexão acerca de dietas e acabei me dando conta de que algumas são realmente muito fáceis de seguir.

Querem ver?

1º) Você corta as frituras;

2º) Você corta os açúcares;

3º) Você corta as massas;

4º) Você corta as bebidas alcoólicas (sim, isso inclui aquela deliciosa taça de vinho...);

5º) Você corta os molhos encorpados e saborosos;

6º) Você corta todos os pães quentinhos;

7º) Você corta os chocolates e as guloseimas em geral;

8º) Você corta os biscoitos;

9º) Você corta os refrigerantes;

10º) E, POR FIM, VOCÊ CORTA OS PULSOS!!!!!!!!!! >:-(

Déia escreve aos domingos e fica terrivelmente irritadiça quando está fazendo dieta...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O que é pra ser, será. Será?

Como falei no último post, estou escrevendo este de Caravelas, Bahia.
Nossa, mas como? Dirão (e disseram alguns). Mas por quê? Dirão outros.
Calma, explico: estou trabalhando nesta cidade pequena e linda, que me recebeu de braços abertos. E a partir deste texto escrevo daqui. Os leitores mais atentos vão perceber as mudanças, os novos assuntos.
Mas o tema desse posto não é o emprego novo, nem a mudança e tudo o que ela envolve. O assunto é: destino.
Quem me conhece sabe que sempre falei que destino não existe. Aquelas máximas de o que é da gente tá guardado ou o que é pra ser será, nunca me convenceram. Eu sempre achei que o que é pra ser a gente tem que batalhar muito pra ter. Muito.
Eu já quis muito coisas na vida profissional e pessoal, pelas quais batalhei, briguei, até adoeci...e que não se concretizaram. E cada vez a frustração era proporcional à soma da expectativa e da peleia.
Mas estou inclinada a pensar diferente... no caso deste emprego, que nem estava na lista dos meus objetivos pois eu tinha emprego e gostava do que fazia, tudo aconteceu de uma forma inacreditável.
Tudo foi muito simples e fácil, exatamente como se fosse o jeito natural das coisas. A ordem certa de acontecer. Impressionante.
Eu que sou fã de me estressar nem tive muitas chances, pois tudo transcorreu facilmente.
Analisando os fatos, começo a repensar essa posição. Talvez, sim, as coisas ocorram por um motivo. Talvez, realmente, não adiante brigar e se revoltar. Óbvio que não basta cruzar os braços e esperar. Não é isso. Mas o outro extremo também não é produtivo.
A facilidade com que tudo aconteceu e vem acontecendo nesses poucos dias em que estou aqui me acalenta, e me diz que tudo isso está certo. Afasta o medo da mudança, a dúvida de estar fazendo a coisa certa. Me conforta e sinto no meu íntimo que tudo o que falta se organizar vai se organizar sabem como? Do jeito que deve ser.


Renata tem novo endereço, novo DDD, novo skype e novo jeito de ver a vida. Pra ter tudo novo, só faltou o cabelo verde!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Do coração

Nessas últimas semanas muitas coisas aconteceram e, ao mesmo, me parece que estamos no mesmo lugar. Pelo menos a minha vida. Mas sei que não é bem assim. Provavelmente minha ansiedade, a ansiedade do mundo por mudanças me faça ter essa sensação de falta de movimento que tanto me incomoda.

Nessas últimas semanas, meu coração doeu e talvez você não tenha percebido, e se percebeu, preferiu não demonstrar nada. É, às vezes é melhor assim mesmo, mas nesse caso não, não era. Nossa gata mais velhinha se foi, e foi triste, como haveria de ser. Por mais que saibamos que era e sempre será inevitável, quando chega a hora não sabemos o que fazer, apenas sentir. E sentimento é assim mesmo, vem e fica.

E fiquei assim, pensando nela, na vida, nessa passagem sem endereço que carregamos desde que nascemos. E tenho imaginado muito o futuro, o meu principalmente. E sinto sua falta nele, e mais uma vez sei que você sabe disso, e mais uma vez você não me diz nada. E estou assim, com o coração mudo, pois de tudo que poderia sair dele, dessa vez é melhor deixar estar, assim, no silêncio.

Silvia escreve as segundas, quando consegue.

domingo, 18 de setembro de 2011

O Inevitável

Ao observar as pessoas a Menina percebe o quanto agarram-se desesperadamente às pseudo-permanências que supõem existir em suas vidas.


Ela percebe, também, o pavor que perpassa os olhos daqueles para os quais a mudança iminente é inevitável.


E sorri tranquila, pois sabe que o único motivo para desespero seria se nada, absolutamente nada, se modificasse...


Déia escreve aos domingos e crê que devemos olhar o inevitável nos olhos, sem medo...

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Citações

Sei que estou em falta com esse espaço virtual. Tenho lido pouco e escrito menos ainda. Acho que é uma daquelas fases da vida. Espero que passe logo. Sinto falta da criatividade.

Enquanto não passa, deixo vocês com algumas pérolas do meu dia-a-dia. Impagáveis!

  1. Silvia, no aeroporto do Rio de Janeiro ao encontrar o Bruno – levantador da seleção brasileira de vôlei – na fila do check in:
- Desculpe, você é o Bruno?
- Sou!
- Oi! Você tem visto a Gorete?
- Quem?
- Você não é o Bruno, amigo da Gorete?
- Não.
- Ah, desculpa aí. Eu te confundi com outra pessoa.
...

  1. Débora, em frente ao Hotel Escola do SENAI em Natal (RN), em resposta ao Mário que achava que a diária de um hotel escola deveria ser mais barata:
- Até deve, mas de que adianta se nós não somos estudantes?
...

  1. Gisele explicando a origem do seu nome do meio e Wallace, num momento Wallace:
- Eu tenho sangue de Holandês.
- E você guarda ele na geladeira?
...

  1. Lívia, 3,5 anos, quando fui deixá-la em casa depois de passar um tempo no parquinho:
- Eu quero que você fique aqui na minha casa Milena.
- Não dá Lívia, eu combinei com uma amiga de encontrá-la pra gente jogar tênis.
- Jogar tênis é feio Milena. Jogar chinelo também.
...

Milena escreve aqui quando não está em crise de falta de criatividade. Se bem que com um círculo de amizades desse nível, quem é que precisa de criatividade?

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A riqueza Cultural da TV

Eu não posso negar que a televisão tem feito muito bem para o meu enriquecimento cultural! Eu explico: é que, a cada vez que olho para minha telinha, e vejo a bela programação exibida, corro para a estante e pego um bom livro! É a mais pura verdade o estimula à leitura que a televisão me provoca! E acredito que esse efeito possa acometer a outras pessoas. Se não causa vontade de ler, pelo menos deve curar crises de insônia.

Afinal, não há como ficar muito tempo assistindo à programação de qualquer canal de TV, inclusive da TV a cabo, sem cair no mais profundo sono! A enorme quantidade de reprises; de programas que não dizem nada de novo; de reportagens superficiais, que não se aprofundam nos temas propostos; de novelas sem criatividade, com heróis burros e vilões que sempre se safam; tudo isso dá sono, ou nos move para atividades de real entretenimento, como teatro, shows, cinema, livros, que preenchem ao invés de esvaziar nossas mentes.

O pouco tempo que passo em casa, e gostaria de passar mais, não conseguiu ainda me convencer a trocar a TV de 14 polegadas que tenho, que já é quase raridade ou objeto de museu, por alguma maior, mais fina, com melhor definição de imagem. Ainda não consegui ver sentido em aumentar e melhorar a imagem para ver nada em alta definição! Assim, acabo por adquirir mais livros, e ter vontade de aumentar a estante!

Tania ainda assiste a TV. É pouco, mas essa prática a faz dormir, e lhe dá assunto para falar mal. Afinal, é melhor falar mal da TV do que encontrar defeitos na própria vida!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Autenticidade

Hoje o post é escrito às pressas, com um pouco de irritação...
E só quero dizer que algo que admiro muito nas pessoas, e que é bem raro, é AUTENTICIDADE!
E, nossa! Como é rara! Abaixo a mesquinharia, a falsidade, a pobreza de espírito!
É preconceituoso? Não concordo, mas seja autêntico e assuma. Não gosta de ler? Eu acho um desperdício, mas assuma.
Não é fiel? Não critique os outros. Não gosta de alguém? Seja minimamente respeitoso, mas não puxe o saco.
Não tem consciência ambiental? Não fique falando dos outros se nem separa o lixo seletivo do orgânico.
Não se importa nem com o bem estar do vizinho? Não venha falar das mazelas que o povo africano sofre.
É muito mais tolerável estar errado pelos padrões sociais e assumir, do que fingir uma coisa que nem tem noção do que é. Isso é deplorável.

Renata escreve às terças, nem sempre tão p%¨&$# da vida.

domingo, 11 de setembro de 2011

Saborear a vida

E quando a dor se faz presente, a Menina não se desespera.
Ela admira o Sol que se vai e aguarda placidamente a tempestade chegar.
Ela espera a tempestade passar e observa sorrindo o arco-íris riscar o céu com suas cores de luz.
A menina não dispensa os diferentes sabores...
Ela degusta a vida, ainda que temporariamente amarga...

Déia escreve aos domingos e, a cada dia que passa, mais e mais se delicia com a vida...

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Mudança!

Estou de mudança. Explico os detalhes em outro post, quando eu mesma entender melhor o que está acontecendo.

Mas nesse processo de mudança, muita bagunça que, espero, levará à uma nova organização. Papéis, roupas, fotos, livros, artigos, badulaques e muitas, muitas lembranças. Surpresa, percebo que não estou nostálgica, embora algumas lágrimas surjam aqui e ali. Mas estou conhecendo a mim mesma, vendo de outra perspectiva.

Estou analisando alguns anos da minha vida em poucos dias. Muita realizações, muito trabalho, muitos fatos inusitados. Muito apego às coisas que não valem mais nada. Essas já estão lotando mais um saco de lixo.

Estou alerta: agendas, recibos e anotações me mostram o quanto trabalhei. Na agenda do ano passado: compromissos de trabalho e consultas médicas. Basicamente isso. Relembrei porque elegi este o ano do trabalho e da saúde, para não deixar um enfraquecer o outro.

As fotos mostram mais momentos de lazer, momentos agradáveis, a maioria deles vividos com pessoas que levarei comigo, no coração. Pessoas que eu quero que continuem fazendo parte da minha vida, onde quer que ela esteja acontecendo. Alguns foram vividos com pessoas que descartei, não que pessoas sejam descartáveis, mas porque para mim não representaram nada duradouro. Associações feitas e logo desfeitas, felizmente.

Roupas e acessórios são um capítulo à parte! Elas trazem pensamentos como: “como eu pude usar isso um dia?! Sair em público dessa forma?!” Mas também remetem a fatos importantes. Não sou extremamente ligada a roupas, mas algumas marcam uma fase, algumas me fazem sentir mais bonita, ou confortável, ou mais confiante.

Livros também marcam fases, inclusive um que eu nunca consegui ler porque me embrulha o estômago. Outros eu já li e reli, e certamente lerei outras vezes. Mas com eles sou egoísta, guardei todos, mas levo apenas alguns.

E assim, tendo surpresas a cada gaveta, em cada caixinha (e são muitas) é que passei os últimos dias, abrindo espaço pras novas coisas que acontecerão e que viverei, mas não deixando o kit básico, que me define, ser esquecido. Um grande exercício de autoconhecimento!

Renata escreve aqui as terças, e em breve escreverá do nordeste. E, enfim, acabarão os textos amaldiçoando o frio!

domingo, 4 de setembro de 2011

Máscaras

Caem as máscaras
das faces inertes.
Escorre a tristeza
das faces inertes.
O medo corre
das faces inertes.
A alegria ri
das faces inertes.
O cinismo desdenha
das faces inertes.
Faces inertes...
Dolorosamente inertes!
Inertes à vida
que passando correndo
levantando poeira...

Déia escreve aos domingos e, em 2005, escreveu o poema acima em um momento de observação às pessoas à sua volta...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Dados e dores

Há três anos e meio, um canal. Lá dentro, cinco milímetros de lima. Uma restauração mal feita, anos de infiltração. Uma fratura no assoalho do dente quarenta e seis. Uma extração, duas raízes agarradas, alguns pontos, sete litros de lágrimas e muito, muito sofrimento, nenhum dia de atestado. Três noites sem dormir. Quase enlouquecendo, vontade de bater a cabeça na parede, clínica de urgência. Dez minutos de espera, mais um raio-x, dois cirurgiões. Muitas anestesias, sangue, sete pontos, mais um raio-x. Cinco comprimidos de seis em seis horas, compressa de gelo de hora em hora. Uma semana sem beber, dois dias de atestado, dois dias de repouso. Agora sim, um dente a menos na boca.

Mariana escreve esporadicamente e a coisa que tem mais medo na vida é dentista. Tem passado por um ano frankstein – quebra daqui, costura de lá.

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