quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

E o Carnaval hein?!

Tendo em vista a proximidade do evento, eu não me agüentei e tenho que recomendar a vocês que conheçam, um dia, São Luiz do Paraitinga.

A cidade fica na serra entre Taubaté (Vale do Paraíba) e Ubatuba (Litoral Norte Paulista), tem em torno de 10 mil habitantes e é sede do carnaval mais lúdico do Brasil.

Todo ano, antes do carnaval, a cidade realiza seu famoso festival de marchinhas. Os blocos apresentam suas composições – geralmente ligadas à tradições e culturas regionais – e são premiados.

Esses mesmos blocos sairão da Praça do Coreto ou do Largo do Rosário no Carnaval, dando a volta em 3 ou 4 quarteirões na cidade, liderando algo em torno de 20 mil foliões.

As pessoas nas sacadas aplacam o calor refrescando os carnavalescos com mangueiras e baldes de água.

As marchinhas lobotomizam e quando você menos espera está cantando todas de cabo a rabo, e até já elegeu suas preferidas.

Pessoas de 0 a 90 anos se fantasiam – ou não – e se divertem como se não houvesse amanhã.

Se você estiver por perto – ou se encarar uma viagem que é bem bonita - vale a pena conferir.

Eu recomendo.


E para vocês sentirem o gostinho, abaixo uma das melhores marchinhas de todos os tempos!

"Como viver sentindo a passagem do tempo?"
Juca Teles

Chegaram as cotias do sertão,
Trazendo noticias, confusão.
Lançado dardos tantos quanto carnaval
E que ninguém se lixe, nem se...
E nem nos leve a mal ôôô
Nem nos leve a mal ôôô

Juca Teles, amora em flor,
Boca do povo são palavras de amor.

Tem que gritar ôô
Tem que mostrar ôô
Tem que cantar ôô
Tem que cantar


Milena não vai para São Luiz do Paraitinga esse ano, mas seu coração estará lá no sábado, ao meio-dia, quando o Juca Teles e os foliões vestidos com roupas de chita estiverem nas ruas.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

“Trem Bão de Minas” Eu Recomendo INHOTIM

Os textos seriados estão criando raízes por aqui. Resolvi fazer uma série de recomendações atrativas de Minas Gerais, preferencialmente lugares que já visitei. Espero que gostem e confiram minhas dicas.

Inhotim é, sem dúvidas, um paraíso. Vasculhei o google para encontrar o significado do nome e descobri que, há tempos, Tim era um fazendeiro gringo do local, e Inho, naqueles tempos, era senhor. Juntando os dois, virou Inhotim.

Trata-se de um Centro de Arte Contemporânea localizado em Brumadinho, cidade que fica a 60 km de Belo Horizonte, (aproximadamente 1h15 de viagem). O acesso pelo é km 640 da BR-381 – sentido BH-SP. O trecho é bem sinalizado, com placas indicativas do Centro de Arte.

Inhotim apresenta sete espaços dedicados a exposições e 350 mil m² de jardins paisagísticos, alguns deles projetados por Roberto Burle Marx, em meio a uma área de mais de 4 milhões de m² de mata nativa preservada.

Com um acervo de, aproximadamente, 300 obras de mais de 60 artistas, a coleção de Inhotim vem sendo formada desde meados de 1980, com foco na arte produzida internacionalmente nos anos 1960 até os nossos dias. Pintura, escultura, desenho, fotografia, vídeo e instalações de renomados artistas brasileiros e internacionais são exibidos em galerias espalhadas pelo parque botânico.

O Parque Ambiental de Inhotim é dedicado quase em sua totalidade às espécies ornamentais raras do Brasil e do mundo. São 1.200 ha de área (400ha de mata nativa preservada), com 35 há de paisagens. Três lagos ornamentais com mais de 30.000 m² de lâmina d'água compõem esse jardim – local de sobrevivência, alimentação e reprodução das mais variadas formas de vida.

Em minha primeira visita ao local tive vontade de ficar por lá. O contato com a natureza, a paz presente no lugar e a inteligência de quem planejou aquilo tudo me encantaram. Estive por lá uma segunda vez e minha impressão não se modificou. Aliás, percebi que as coisas vão melhorar, afinal estão em fase de expansão da área.

Eu recomendo várias visitas ao Inhotim, pela Arte, pela natureza e pelo conhecimento necessário das boas iniciativas no Brasil. E concordo com um trecho da apresentação que consta no site do Centro de Arte: “Inhotim é um lugar para educação, meditação e deleite.”

Para maiores informações acessem http://www.inhotim.org.br/ ou entrem em contato pelo e-mail info@inhotim.org.br.


Angélica conhece o paraíso Inhotim e o considera uma das melhores atrações turísticas de Minas Gerais. Foi feliz nas duas visitas que fez ao local e quer saber quem será o próximo a ser feliz também.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Dez horas

Às dez horas Anastácia e Mary iriam se encontrar,
às dez horas, nem quinze minutos mais nem menos,
nem mesmo apenas um minuto,
mas às dez horas.

Antes disso Anastácia acordaria algumas horas antes,
tomaria banho e faria uma pequena refeição,
colocaria uma roupa bonita,
mas estaria constantemente pensando - as dez encontro com Mary.

Ao mesmo tempo Mary também já estaria acordada,
com algumas pequenas alterações na ordem dos fatos,
tomaria seu chá e trocaria de roupa,
e igualmente estaria pensando que – as dez encontro com Anastácia.

Às dez horas,
nem um minuto a mais, nem a menos,
mas as dez em ponto, pois as dez dá tempo de se fazer tudo,
tudo o que se deve fazer antes e depois das dez da manhã.

Iriam se encontrar como sempre faziam,
terças as dez,
não faltariam, como nunca faziam,
conversariam eternamente como se as horas durassem pra sempre mesmo que não se passassem das dez de uma terça qualquer.

“Sempre as dez, pois nessa hora, usualmente, todos já se levantaram, já estão ocupados com os primeiros afazeres do dia, já estão a pensar nos afazeres da tarde, já estão a viver intensamente, mesmo que em sonhos. Sempre as dez horas Mary e Anastácia estão vivas novamente.”

domingo, 27 de janeiro de 2008

Mudanças

Já estamos no ar há quase 6 meses. Em mais de 300 posts, as Mulheres de 30 colocaram aqui, duas vezes por dia, suas emoções, seu dia a dia, suas idéias, um pouco de suas vidas. Algumas precisaram sair, outras se juntaram ao grupo, algumas escassearam sua participação. Nada disso é ruim, pois a vida é isso, é mudança, é movimento.

Com mais de 12 mil visitas, a partir desta semana o De Repente, 30 começa a passar por algumas mudanças. A primeira é a postagem de apenas um texto diário durante a semana, e dois textos aos sábados e aos domingos. Aos poucos outras mudanças serão incorporadas, mas sem perder a essência do blog. Esperamos que quem nos lê goste, opine, participe, comente. E para comemorar esta nova fase, nada mais adequado que o poema de Edson Marques, que diz

“(...)

Experimente coisas diferentes, troque novamente.

Mude, de novo.

Experimente outra vez.

Você conhecerá coisas melhores e coisas piores,

mas não é isso o que importa.

O mais importante é a mudança,

o movimento, a energia, o entusiasmo.

(...)

Só o que está morto não muda!”

Confira o poema na íntegra:






As Mulheres de 30 esperam, de coração, que todos gostem do que vem pela frente!

sábado, 26 de janeiro de 2008

Drumundana

e agora maria?
o amor acabou
a filha casou
o filho mudou
teu homem foi pra vida
que tudo cria
a fantasia
que você sonhou
apagou
à luz do dia
e agora maria?
vai com as outras
vai viver
com a hipocondria

Autora: Alice Ruiz

Nota: Paródia do poema “José”, de Carlos Drummond de Andrade.

Gisele no País das Maravilhas

Esta foi uma semana do cão. Numa das mazelas, uma discussão com uma pessoa que gosto muito, com a intenção de sério insulto, ela me disse, muito braba, que eu era que nem a Alice. Fiz cara de dúvida (pois temos uma amiga chamada Alice) e ela seguiu, como se fosse óbvio: a Alice do mundo das maravilhas!

Na hora doeu, mas doeu fundo. Eu sabia que a intenção era deixar claro que o meu jeito meio avoado e sensível e o meu acreditar em coisas que obviamente restaram poucos que acreditam simplesmente não é aprovado. Porém, esta sou eu. Passaram-se uns cinco minutos e a cena me voltou à lembrança. De repente eu achei aquilo tão engraçado, ser xingada de Alice no meio de uma discussão séria. Tive muita vontade de rir, mas isso ia provocar a fúria, a ira do meu xingador. Só o que consegui dizer na hora foi:
- É, você tem razão, eu sou mesmo.

O tempo passou, eu continuei pensando nisso e cada vez me convenço mais de que eu sou a própria Alice:

Fico injuriada quando não tenho nada pra fazer e quase sempre é nestes momentos que invento coisas das quais me arrependo depois;

Vejo o coelho branco dizendo que “é tarde, é tarde” em todo lugar, e sempre tenho que correr atrás dele;

Vivo entrando em buracos e roubadas que parecem nunca ter fim;

Do nada, principalmente às sextas-feiras, sempre aparecem garrafas que dizem “beba-me” e lá vou eu, beber até encolher feito um telescópio, ou pelo menos ter a certeza de que algo interessante vai acontecer;

Bolos e afins que dizem “coma-me” também são freqüentes e lá vou eu, justificar porque o que engorda não é o que a gente come entre o natal e o ano novo, mas sim entre o ano novo e o natal.

Constantes alterações de tamanho também são comigo, principalmente na TPM, porém, recentemente também descobri que quando triste e amarga pareço ter dez quilos a mais;

Rios de lágrimas por motivos torpes são comigo mesmo e a dúvida de quem sou eu, então... Pelo menos eu sempre sei quem eu era pela manhã.

Apostar corrida com desconhecidos nem conta, pois esta é a vida da Alice, a minha e a de todos vocês;

Já vi muita lagarta azul que fumava narguilé e queria saber quem eu era, tomei chá com lebres e chapeleiros, e outras coisas absurdas, mas desde que eu larguei as drogas eu não vejo mais estas coisas (é brincadeira, só pra descontrair);

É muito comum eu não saber o caminho porque não sei para onde quero ir;

Charadas que não se sabe a solução ao se fazer a pergunta é com que eu trabalho (e adoro!), mas o fantasma de uma Rei de Copas dizendo “cortem-lhe a cabeça, cortem-lhe a cabeça” se alguma coisa sair errada também trabalha aqui comigo. Se um dia isso acontecer, será que vai adiantar convidá-lo para jogar um críquete? Acho que não...

E quando eu abro os olhos e me dou conta que estou de volta para a minha chata realidade de sempre eu desejo, quero e sonho em voltar para o País das Maravilhas, e seu incrível jardim.


Gisele Lins definitivamente é a Alice e da próxima vez que a xingarem disso vai considerar um elogio. Escreve aqui aos sábados, mesmo quando está em Maravilha.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Diário de um viajante

Uma das coisas que eu quero fazer aqui é um diário de viagens. Daí que com o texto da Vivian eu me empolguei e acabou saindo este aqui.
Sem ordem de data nem de preferência, ok?
Pegue sua mochila, seu kit de sobrevivência, boné, protetor solar, lápis e papel, e desfrute!

Ilha Grande - Bacia de Angra dos Reis - Rio de Janeiro - Brasil

Primeiro de tudo, a Ilha é realmente grande!
Dizem que se você quiser dar a volta à pé - claro, desde que você seja um profissional em trekking e hiking - pode levar de 7 a 10 dias!
É óbvio que não sei se a informação procede. Mas que me assustou, assustou!
O máximo que fiz à pé foi o trecho entre a Praia do Pouso e Lopes Mendes, que dura uns 20 minutinhos...
Mas voltemos à Ilha. Ao chegar em Angra, no Cais de Turismo, estão os saveiros que fazem a travessia. Também tem uma balsa oficial, mas os horários são meio estranhos.
Os saveiros são legais, mas sempre que eu fui eles passaram longe de serem pontuais.
Tá, tudo bem, é um passeio... Deixemos de lado a falta de pontualidade das pessoas por hora.
A travessia dura algo em torno de 1:20h, dependendo de quão agitado está o mar.
Já é um passeio bem bonito.Ao chegar à Ilha (no meu caso na Vila de Abraão) é hora de encontrar o lugar que foi reservado com bastante antecedência (no meu caso também, que sou desesperada).
Nas duas vezes em que lá estive me hospedei na Pousada do Holandês (que é um albergue da rede mundial de albergues da juventude). Excelente.O café da manhã é sensacional.
Depois de se acomodar e de descansar é hora de voltar ao cais (o hostel fica a uns 15 minutos ladeira acima, mas pra descer é mole, mole.. rs) e escolher o seu passeio do dia.
Nessa hora é importante saber algumas coisas:- Os barcos saem todos do mesmo lugar, entre 9:30h e 11:00h. Raros barcos saem antes ou depois disso.
- Os barcos cobram o mesmo preço para o mesmo passeio. Isso é importante porque existem barcos de vários portes e com várias velocidades. Algumas pessoas tendem a achar que as traineiras são mais baratas que os saveiros ou as escunas, mas não, elas só são mais lentas e cabem menos pessoas.
- A maioria dos barcos retorna para o cais entre 17:00h e 18:30h (com raras exeções). Isso é importante para você conseguir voltar para o continente, no seu último dia de viagem. A travessia começa às 17:00h. Se o seu passeio atrasar.. imagine a correria!
Pronto. Uma vez escolhido o barco e o destino a diversão está garantida.
Alguns passeios que recomendo veementemente:
- Lagoa azul, Lagoa Verde e Japariz. Geralmente um dia inteiro de snorkel. Provavelmente muitas estrelas do mar, alguns peixes coloridos e algumas conchas.
- Cachadaço e Dois Rios. Difícil ter barco para lá. São praias de mar aberto. Lindas e quase intocadas. Em Dois Rios está o presídio de onde o Escadinha tentou fugir cinematograficamente, certa vez.
- Aventureiro. A praia mais difícil da Ilha. De mar aberto e longe pra burro pra ir à pé. Mas se você encarar o desafio, certamente a recompensa será boa!
- Lopes Mendes. De todas, a minha preferida. O barco vai até a Praia do Pouso. Mais 20 minutos de trilha (15 subindo um morro e 5 ladeira abaixo). Essa trilha liga a parte da ilha que é voltada para o continente à que é voltada para o oceano. Assim, LM é uma praia de mar aberto, de águas muito, muito claras, com cerca de 3,0 km de areia branca e fina. Só quem conhece pode dizer como é linda.
Esse é o passeio ideal para o último dia na ilha, pois às 15:00h tem barcos voltando de Pouso para Abraão.
Existe, em determinadas épocas do ano um passeio de barco que dá a volta na Ilha. Nunca consegui fazer pois o mar estava sempre se opondo, mas deve ser fenomenal.
Para quem está com o orçamento um pouco mais largo, existem passeios de lancha - bem mais rápidos e flexíveis - o ano todo.

Fora isso tem as trilhas curtas para a parte histórica da cidade, que conta com um presídio desativado, um duto de água fantástico e mais algumas outras peculiaridades. Para quem gosta, existem inúmeras cachoeiras, o Pico do Papagaio, os campings, os forrós em Palmas, os batismos para mergulhar, e muitas outras coisas.Não há tédio na ilha (a não ser que chova).
Mas se o tempo estiver bom, são só lembranças boas...

Milena adora a Ilha Grande. Na primeira vez que esteve lá, ao voltar para o continente, um cardume de golfinhos seguiu seu barco por alguns minutos.Se ela rezasse, agradeceria por esse paraíso.

Atestado de surtada

Vira e mexe eu passo um atestado de surtada por aí. É assim desde que me dou por gente. Tento lidar com a situação de forma normal, consigo até certo ponto, mas chega uma hora que eu simplesmente não consigo me manter normal e desabo. Já aconteceu várias vezes. Na pior delas, eu estava tão mal que um dia fiz um bolo que deu errado e já estava tão à flor da pele que comecei a chorar desesperadamente, com direito a tremedeira. Claro que o problema não foi o bolo, eu já estava péssima, e aquilo era o mínimo que eu precisava pra desabar. Melhorei um pouco com a terapia, mas quando estava terminando a dissertação do mestrado tive outro grave. Chorava horas seguidas, todos os dias. Teve um dia que o mesmo rapaz chutou sem querer duas vezes a tomada do computador justamente enquanto eu estava escrevendo a maldita, como eu carinhosamente apelidei minha dissertação. Da primeira vez eu o fuzilei com os olhos. Da segunda, eu falei (sem gritar) “Some daqui agora!” e assim que ele saiu, desabei a chorar. Meus surtos sempre são regados a muita lágrima. Quando mamãe viu que eu ligava pra casa todo dia e ficava um tempão chorando no telefone, ela me mandou um remedinho, pra eu tomar meio comprimido por dia. Tomei achando que era placebo, mas funcionava que era uma beleza. Depois a Milena, minha farmacêutica particular na época, me contou que meio comprimidinho já era um sossega leão. Funcionou, e eu consegui terminar tranquila.

Semana passada eu passei por uma situação bastante irritante duas vezes. Depois passei um fim de semana legal passeando com amigos, e na segunda feira fui tirar umas dúvidas com um professor super fera da Universidade do Porto que se dispôs a me ajudar, muito atencioso. Não conseguimos achar o erro do meu trabalho, mas já valeu muito a discussão que tive com ele. De qualquer forma continuei tensa. Faz algumas semanas que estou agarrada no mesmo ponto. Me sinto incompetente, mal preparada, envergonhada por não conseguir me desenrascar. Morro de medo de decepcionar um monte de gente que apostou em mim e me deu oportunidades. Morro de medo de não conseguir terminar o doutorado de forma decente. Meu visto está vencendo, meu prazo está acabando e eu não tenho nem idéia de como vou me virar com isso. A isso junta-se a saudade de casa, dos amigos, do meu habitat natural.

Quando estou assim, fico sensível e à beira de outro surto. Qualquer coisinha já é desculpa para eu desabar. E foi isso que aconteceu esta semana. Eu já estava meio sensível, chorosa, desanimada. E quando a gente está assim parece que atrai mais aborrecimentos. Pronto, um dia que começou normal terminou com um surto meu, com direito a alugar a orelha de vários amigos e amigas pela internet, e-mail surtado pras Mulheres de 30 e lágrimas suficientes pra afogar metade de Portugal. Passei MESMO outro atestado de surtada e louca. Mas não foi por mal, de repente foi juntando um monte de coisa que ficou pesada demais pra eu carregar, e ao invés de fazer como pessoas normais, que lidam com uma coisa de cada vez, novamente eu esperei estar no meu limite e deixei a reação ser desproporcional à situação.

Então eu queria agradecer às pessoas que me suportaram no momento desabafo, pedir desculpas pra quem eu possa ter assustado com meu chilique e pedir pras pessoas que me rodeiam (real e virtualmente) e, principalmente pras que me amam, terem um pouquinho de paciência com minha sensibilidade atual. Isso não vai durar pra sempre, eu vou voltar ao normal, mas até lá eu preciso de muita compreensão e paciência. Este não foi meu primeiro ataque, provavelmente não vai ser o último. Eu sei que passa, mas cada época dessas vem me devastando por dentro, deixando em pedaços muita coisa que eu julgava que era sólida, e depois de tudo eu ainda tenho que pôr ordem na casa de novo. Ainda bem que não faltam amigos e Mulheres de 30 ao meu lado nessas horas, entendendo que atualmente o que tem de mais importante na minha vida é minha tese e me apoiando pra não perder o foco nem desistir, nem durante as tempestades.


Sisa agradece a preocupação de todo mundo que sentiu respingo do último chilique e ao invés de apelar, ficou do lado dela. Vai repetir o mantra “vai passar, vai passar” até que tudo passe mesmo.



quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Vaidade X cansaço

Sempre me considerei uma pessoa muito vaidosa, que ama ter um hidratante para cada parte do corpo, que tem cabelos lisos graças ao secador/chapinha, que adora fazer as unhas, estar sempre cheirosa e bem arrumada, de salto alto e bem depilada. Mas essa saga da vaidade não é fácil quando se está cansada fisicamente.

Meu cabelo já não é o mesmo, nos últimos tempos troquei meu visual de cabelo solto, bem cortado e escovado por um rabo de cavalo com a franja presa para cima, herança de dormir de cabelo molhado e acordar no outro dia parecendo um leão e se lembrar que a tecnologia da progressiva precisa ser repetida, e também culpa de um cabelo que já perdeu o corte.

Preciso ir ao dentista e arrumo uma desculpa diferente a cada dia, recebi um telefonema de uma loja que adoro, me avisando que ia entrar tudo na promoção com 50% off e preferi dormir até depois do meio dia no sábado a ir até à loja.

Minhas unhas então? Estão pedindo para serem feitas, as cutículas estão quase cobrindo as unhas...Dou uma retocada com base durante a semana, mas não chega nem perto de uma mão bem feita!

Quando deito no sofá, parece que meu corpo pesa 100kg e penso que é muito mais vantajoso permanecer deitada!

A única coisa que ainda estou conseguindo fazer religiosamente é passar creme em todas as partes do corpo, acho que me relaxa...

Meu marido ainda não reclamou de nada, porque lógico que ainda não estou um tribufu, só um pouco descuidada, mas disfarço bem meu desânimo com a vaidade. Mas podem ficar sossegadas, isso não é uma crise depressiva, me sinto muito bem e feliz, deve ser só um cansaço súbito que daqui a pouco já passa...


Débora está tentando voltar ao normal, hoje já foi depilar na hora do almoço e no final de semana prometeu pra si mesma que vai fazer as unhas e cortar os cabelos!



quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Convite

Não sou a areia
onde se desenha um par de asas
ou grades diante de uma janela.
Não sou apenas a pedra que rola
nas marés do mundo,
em cada praia renascendo outra.
Sou a orelha encostada na concha
da vida, sou construção e desmoronamento,
servo e senhor, e sou
mistério

A quatro mãos escrevemos este roteiro
para o palco de meu tempo:
o meu destino e eu.
Nem sempre estamos afinados,
nem sempre nos levamos
a sério.


Autora: Lya Luft

Cabeça vazia, casa do capeta

Ouvi esta frase por dois longos anos, todo dia que tinha aula de educação física na Academia de Polícia (ainda conto como fui parar lá). Esta era a chamada do Capitão, que emendava dizendo “Vamos trabalhar. Correr! Correr!”. E lá se ia uma hora e meia correndo. Na época, detestava essa frase, pelo quê associava a ela. Mas sabe que é uma forma bem sensata de pensar?

As atribulações do dia-a-dia, com milhões de acontecimentos convergindo para o mesmo instante, muitas vezes me fazem desejar longos e infindáveis momentos de puro ócio. Só que a vontade passa rápido. Acho péssima a idéia de não ter o que fazer por muito tempo.

Uma coisa é sair de férias e descansar da rotina. Sem isso, não dá para levar a correria por muito tempo. Outra, bem diferente, é acordar e não ter o que fazer todo dia. Uma vida sem propósito, sem metas estabelecidas, sem obrigações, sem sonhos, apenas um dia depois do outro. Deve ser muito ruim! Uma sensação de vazio deve tomar conta da pessoa...

Eu encaro este não fazer nada sempre como prejuízo. Começa a sobrar tempo (muito tempo), mas o pensamento não pára. Então, lá vai ele se aventurar pelo nosso lado mais sombrio e nos remeter a situações estranhas, a vontades ruins e, quando vemos, já estamos em uma intrincada teia de problemas crônicos. E não compensa viver assim, mas depois que se mergulha nessa teia, é muito difícil sair... É aí que a cabeça vira a casa do capeta.

Ocupar realmente o tempo é muito importante para a qualidade de vida, para o bem-estar. É gostosa a sensação de ter realizado algo, de ter quebrado a cara e aprendido depois, de ter acertado de primeira, de ter sobrevivido a uma semana louca (eu sei que isso só é verdade depois que o desgaste já foi esquecido). Assim, quando vem o descanso, ele é valorizado. Nestas horas, é muito bom permitir ao pensamento que viaje para longe e fazer nada.

Eu não consigo ficar parada. Preciso ter o que fazer o tempo todo. Gosto de acordar cedo, aproveitar o dia, ficar cansada e dormir depois. Não conseguiria acordar todo dia e pensar que estou tranqüila, sem absolutamente nada para fazer. Esta sensação me deixa inquieta, angustiada. Aliás, não ter muito que fazer em um dia normal já me deixa assim.

Engraçado, mas eu preciso de dias corridos para viver. São eles que fazem os bons momentos terem valor para mim. E por mais que às vezes queira muito ficar de bobeira, não agüento por muito tempo. Não consigo desligar mesmo!

Até a próxima!


Paula parece muito tranqüila, mas por dentro usa pilhas Duracell e não consegue desligar nunca. Quarta que vem aparece aqui de novo.



terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Doces férias

Depois de um primeiro dia do ano um tanto quanto atribulado, tive merecidos dias de férias. Estou de volta de uma viagem linda, para um lugar que estava nos meus planos há muito, muito tempo.

Eu adoro viajar e conheço muitos lugares lindos e inesquecíveis. Não sei porque sou meio fascinada por frio, gelo, neve, branco, fim de mundo. rs. Logo, geralmente escolho ir para lugares frios e longe. Já cruzei o círculo ártico duas vezes e já ví paisagens incríveis por aí. Dessa vez, embora o destino não fosse tão longe, é chamado de fim do mundo.

Embarquei para a Patagônia Argentina no dia do meu aniversário e foi um dia muito feliz. Cheguei em Buenos Aires, passei o dia passeando e terminei a noite em um show de Tango, com direito a jantar, vinho, champagne e um show muito lindo. Uma bela festa de aniversário.

No dia seguinte segui para El Calafate, uma região da Patagônia onde se concentram muitos glaciares. Cheguei bem pertinho deles, um cenário de encher os olhos e fazer a gente pensar em como a natureza é linda e surpreendente. O glaciar Perito Moreno é o mais famoso, mas não é o maior. Tem 5 km de largura e 60 metros de altura: é um daqueles raros espetáculos de exuberância natural que despertam a consciência da fragilidade humana e fazem meditar sobre a vida. Ele existe há pelo menos 30 mil anos e é uma das únicas geleiras do planeta que continua crescendo. De vez em quando blocos se desprendem e caem dentro d'água, com estrondo de trovões. É sensacional.

De lá segui para Ushuaia, a cidade mais austral do mundo, conhecida também como A Cidade do Fim do Mundo. Se Judas pudesse escolher um lugar para perder suas botas, talvez elegesse Ushuaia. Fica mesmo lá, onde acaba o continente e não há como ir adiante. Quer dizer, a não ser embarcando em um navio para hibernar na Antártica. É uma cidadezinha linda e gostosa, embrulhada em um cenário montanhoso inacreditável, com picos nevados quase em 360 graus, muito pertinho da gente.

Embora seja uma cidade pequena, não dá para ficar parado lá. No Parque Nacional da Terra do Fogo há muitas trilhas, com paisagens maravilhosas, lagos, montanhas, castores e coelhos andando pra todo lado, soltos na natureza, mas que correm se a gente se aproxima muito, infelizmente. De lá pode-se pegar "El tren del fin del mundo", que é a réplica do antigo trem usado pelos prisioneiros da penitenciária que existia na cidade. O passeio é tipicamente turístico, justificado pela bela paisagem de vales, montanhas e animais da região.

Mas, o mais esperado por mim era ver os pingüins. Foram umas 2 horas navegando pelo Canal de Beagle, que liga os oceanos atlântico e pacifico, até chegar em uma ilha repleta de pingüins. O barco parou muito muito pertinho deles e lá estavam centenas deles, fofinhos, lindinhos, alguns descansando, alguns brincando, alguns brigando, mas todos lindos. Minha vontade era descer e pegá-los no colo, mas tive que me contentar em apenas tirar milhares de fotos e passar um bom tempo só admirando aqueles fofinhos. No caminho também passamos por outras pequenas ilhas repletas de lobos marinhos, não tão lindinhos, mas igualmente fofinhos.

A viagem acabou e ficou uma sensação gostosa, de dias muito felizes que eu vivi intensamente. Aproveitei tudo que podia, sem pensar muito nas preocupações cotidianas e posso dizer que foram momentos mágicos, cada minuto dessa viagem.


Vivian tem aprendido a viver intensamente os bons momentos. Curtiu e amou muito cada minuto dessa viagem, sabendo que eles acabariam, mas que seriam eternos na sua memória.

O Rastro do Progresso

Moro na mesma casa há 31 anos. Gosto do bairro, da casa, afinal cresci aqui. Porém, o progresso é inevitável e modificativo. Surpreendo-me, agora, em busca de um local mais sossegado para morar, como já foi aqui.

Em frente à minha casa tinha uma chácara. No início era bem cuidada pelos proprietários. Alguns anos mais tarde foi “abandonada” e consequentemente passou à propriedade pública devido à dívida de IPTU.

Sempre sonhamos (nós, moradores do local) em ver esse terreno transformado em algo útil. Por mim, o melhor projeto seria um cemitério, não perderíamos tanto o sossego. Muito foi dito, pouco foi feito durante anos. Até que um projeto real foi publicado: teríamos aqui uma estação do BHbus. Bom? Sim e não. Seria prático e facilitaria nosso acesso ao centro da cidade. Por outro lado, perderíamos o ar puro (das muitas árvores frutíferas da chácara) e ganharíamos a poluição dos veículos.

Como muita coisa relativa à administração pública muda, o projeto mudou. A antiga chácara é, agora, canteiro de obras do Vila Viva. Serão construídos vários apartamentos e uma área de lazer. Este espaço está destinado às famílias da Vila São José (favela próxima à minha casa) que precisam sair de onde estão para dar espaço às obras de extensão da Av. Pedro II. Enfim, é o progresso.

A maior parte das árvores já foi cortada, nosso ar está mais quente, os pássaros mais raros, o barulho dos caminhões e tratores nos leva à loucura de domingo a domingo.

O objetivo da obra é nobre, várias famílias serão beneficiadas. É “nobre” também o ano em que a obra acontece, temos eleições municipais em outubro. Nada mais oportuno.

Cresci num lugar sossegado, de dar inveja a muita gente. Agora já não consigo me imaginar vivendo aqui diante de tanto progresso. O trânsito será intenso, barulho, movimento... Tenho natureza jeca, gosto de barulho de pássaros, ar puro, momentos de silêncio, rua de pedra, paz. Quero ir embora, ceder esse lugar a quem gosta de movimento, tem bom relacionamento com o progresso urbano. Não é o meu caso. Não sei para onde vou, nem quando, porém espero que seja breve e que encontre um cantinho bem jeca, que nem eu.


Angélica não gosta do cheiro do progresso urbano. Pensa que o rastro desse progresso leva embora, sempre, um tantinho de nossa paz. Tem a nítida impressão que, num futuro próximo, deixará a “cidade grande” em busca do sossego que não mora mais aqui.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Percurso

Hoje acordei com vontade de escrever, na verdade nem sei se dormi realmente. Estive pensando nesse texto por muito tempo, não sei se estava sonhando ou se estava acordada, mas sei que agora estou aqui. Tudo está girando em torno de uma frase que escutei essa semana: “a gente não pode roubar da gente mesmo”. Fiquei pensando em todas as vezes que já roubei de mim mesma, que tentei me enganar, que me dei rasteira, e é estranho, pois temos sempre uma desculpa, um argumento, ou um pensamento que amenize a situação que, no entanto, sabemos que é ridícula. Pensei nos meus sonhos, nas minhas idealizações e aspirações e vejo que muitas vezes eu me puxo pra trás, por que? Uma vez me fiz essas mesmas considerações em voz alta conversando com um amigo e ele me perguntou – você tem medo de ser feliz? Por mais estranho que possa parecer alguém ter medo de ser feliz a pergunta me acertou em cheio e até hoje não me esqueço disso.

Tenho pensado cada vez sobre isso e sinto que estou cansada da minha parte que quer ficar parada. Nessa última semana fui aquela que persegue os sonhos, fiz planejamentos e os segui a risca, foi muito bom, me senti aquela que eu quero ser. Hoje percebi que alcancei algo que achei estar muito distante de mim, descobri o que eu quero pra mim, e é incrível por que quando a gente sabe o que quer o caminho se mostra para nós, por vezes será difícil, mas pelo menos agora o vejo e sei aonde vou chegar.


Que a razão continue agindo sobre mim; que os olhos sejam faróis e iluminem meu percurso.

domingo, 20 de janeiro de 2008

O livro de Clara

Clara Nunes morreu. A notícia tem quase 25 anos, mas é a sensação que fica ao fim da leitura da biografia “Clara Nunes – Guerreira da Utopia”, escrita por Vagner Fernandes.

Apesar de não ser imparcial, pois o jornalista e autor do livro é fã de Clara Nunes, a biografia é maravilhosa, bem pesquisada e completa! Descreve a vida da cantora desde sua infância pobre em Caetanópolis, Minas Gerais, o trabalho nas fábricas de tecido de sua cidade e de Belo Horizonte, o início da carreira no rádio, as dificuldades nos primeiros trabalhos no Rio de Janeiro, os amores, a religiosidade, com ênfase no sincretismo religioso, e o sucesso com o samba, na década de 1970. O livro conta as premiações e excursões internacionais, traz depoimentos de vários artistas, como Bibi Ferreira, Alcione, Chico Buarque, Paulo César Pinheiro, que foi seu marido, Toquinho, entre tantos outros.

É uma narração emocionante e emocionada sobre uma grande artista da música brasileira, que chegou a vender mais de 600 mil cópias de um só disco, em uma época em que se dizia que “mulher não vendia discos”. Seus sete últimos trabalhos, todos, superaram a marca de 300 mil cópias vendidas. Ela era o sucesso. Para quem não conhece seu trabalho, a leitura é um pouco mais difícil, pois cada show, cada música, tudo é rigorosamente descrito, e também seu contexto. Mas ainda assim vale a pena conhecer a mulher que deu voz à “Morena de Angola”, à “Portela na Avenida”, à “Feira de Mangaio”, a “O Mar Serenou”, a “Conto de Areia”, entre tantos outros sucessos! Quem lê o livro tem vontade de ouvi-la cantar! É inevitável e contagioso!

Para mim, cada capítulo foi lindo, e me emocionei com sua história. Me lembrei de cada música descrita, e várias vezes coloquei seus cds para tocar. Mas me entristeci com final, e posso contá-lo porque é biografia mesmo, e não há mistério no fim. Aliás, esse é o problema das biografias; elas não são ficção. Portanto tive que acompanhar o fim de Clara Nunes, com cada depoimento de familiares, de médicos e de artistas sobre sua internação para cirurgia de varizes, o choque anafilático, os 28 dias de CTI, até sua morte.

Mas, mesmo para quem não conheceu sua obra, o livro é indicado, pois resgata um grande e belo capítulo da história da música brasileira, com muito amor, festa, alegria, ritmo e emoção; ingredientes que não faltavam à Clara Nunes!


Tania é fã de Clara Nunes desde a infância. E olha que Clara morreu em 1983!

Ciclos

Fiquei uns meses meio perdida, buscando minha verdadeira identidade, minhas verdadeiras aspirações, minhas reais necessidades. Não sei bem como isso começou, nem o porquê. Mas durante esse período a minha sensação predominante era a insatisfação.

E agora tudo passou, da mesma forma que começou, sem eu perceber. Tento entender, mas não consigo. E o engraçado, é que tenho tudo com que sempre sonhei: emprego estável, uma vida bem confortável (sem luxo, mas nunca sonhei com isso mesmo), uma família linda e saudável, um marido presente, tempo para cuidar de mim....

Para quê então querer mais? Essa é a pergunta que não consigo responder. A verdade é que passei um tempo sem enxergar tudo isso, mas ainda bem, agora vejo bem claro na minha frente.

Queria descobrir quem realmente sou, como se eu simplesmente não fosse o que parece. Agora vejo, não tem mistério: certamente não sou exatamente a mesma de 10 anos atrás, mas minha essência é exatamente igual. Poucas coisas mudaram.


O que quero? Pouco mais do que já tenho. Talvez aperfeiçoar o que já faço, melhorar o que já tenho, aproveitar mais. Quais são minhas necessidades? Ah, essas mudam a cada dia, e são justamente elas que dão vida à minha vida....


Aline sabe que o ser humano é imperfeito, mas é justamente a busca pela perfeição que faz os ciclos se completarem, a roda da vida girar.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Páginas da Vida

Hoje estava olhando umas agendas antigas e foi muito interessante.

Fiquei abismada... como de um ano pro outro a gente pode mudar tanto?

Eu anotava tudo, mas sempre fui curta e grossa. Várias vezes tinham uns recadinhos: “estudar tal coisa” e logo embaixo “não estudei”.

Outra mania que eu tinha era escrever: “niver de fulano”, ou então a própria pessoa anotava o dia do aniversário e aproveitava pra deixar um recadinho, tinha um monte de “te adoro” de gente que eu nem me lembrava mais.

O mais engraçado foi ver os dias de festas, em algumas eu só colocava: “passei raiva!” (no mínimo alguém fingiu que eu era um toco nessa festa).

Como minha vida sempre foi um livro aberto, tinham algumas amigas que se achavam no direito de escrever coisas do tipo: “beijou muuuito no Micarense heim safada!”.

Já as agendas da universidade me serviam como caderno, anotava a matéria toda, até hoje não sei por que não gostava de comprar folhas de fichários nem cadernos... vai entender.

Os dias passavam devagar na época do colégio, um pouco mais rápido na da universidade e hoje em dia mal vejo o ano passar, 2007 foi a jato!

Isso me fez pensar que às vezes não aproveito a vida como deveria, quando saio de casa é porque me policio, senão meu fim de semana é só televisão e dormir. Nossa como eu tenho gostado de dormir, só de pensar que tenho que trabalhar na segunda-feira já sinto preguiça de sair no sábado, é o fim da picada!

Nas últimas semanas tenho conseguido melhorar, fui à praia, shows legais... espero não deixar a peteca cair, afinal, não quero chegar aos 30 com alma de 80!

Louise não está conseguindo ter o mesmo ânimo que usa para trabalhar para se divertir, mas não vai parar de lutar contra isso.

Maior abandonadora

Maior abandonada? Nem a pau, Juvenal!

Eu hoje escolho abandonar.

Na minha primeira semana dos únicos 29 anos que eu terei na vida: eu resolvi abandonar tudo!

Este ano comemoro tudo diferente. Não fiz votos de Ano Novo, para mim ou para os outros. Não jurei de pé juntos que ia ser diferente, que eu mudar. Não comi lentilhas em baixo da mesa, não guardei sementes de uva, não pulei sete ondas ou fiz oferenda à Iemanjá. Nem vi o mar ainda.

O que eu quero este ano é deixar para trás, me livrar, me libertar, de todas as promessas do que gostaria de ser e não fui, do que eu gostaria de alcançar e não consegui, do que eu tive de oportunidade de evoluir e por diversos motivos (e não desculpas) não cheguei lá.

Este ano, e em todos os outros, eu só quero a minha paz.

Eu abandono meu ideal de família perfeita (pelo menos equilibrada). Por uns quinze anos vivi intensamente com a minha, destrambelhada, depois por mais uns dez idealizei a mesma e agora tenho certeza de quem não tem jeito. Família é família e acabou. Sinto muito, quase todas são iguais, idênticas, iguaizinhas. Amamo-nos uns aos outros, sim, com certeza, mas uma semana é o nosso prazo (o prazo universal, acredito) para a boa e saudável convivência Mais que isso é tiro no pé. São sofrimentos arcaicos trazidos à tona, são mágoas novas e antigas postas no liquidificador, cuja tampa salta com o que menos se espera e o conteúdo machuca mais do que se contava (e como esperamos da nossa família! Coitados!).

Eu abandono meus amigos. Não os de verdade, os que não importe o tempo que não falamos sabem de todas as vezes que pensei neles e que quis que estivessem lá para testemunhar o que vivia, seja glória ou cagada. Eu abandono, na verdade, os que se dizem amigos, mas que sempre cobraram uma atenção que eles próprios não estavam dispostos a dar, uma compreensão que não tiveram, um tempo que foi precioso demais para perder com eles.

Eu abandono meu ideal de ser perfeita, ainda que o tenha negado por toda a vida. Sim eu fumo, sou mais gorda do que gostaria, sou menos esperta do que gostaria e meu currículo não é bom o suficiente para alguma coisa que eu nem sei o que é. E daí? O seu é? Se for, o de todo mundo é? Então não me venha com olhar de reprovação ao descobrir que não sou um ser com cachos angelicais e intenções ilesas. Sim, eu tento ser o meu melhor, e ele está longe do que eu sou hoje, mas eu abandono meu julgamento e crítica a respeito disso. E estou disposta a não dar a mínima para o seu.

Eu abandono meu ideal de um relacionamento perfeito, e isso é o mais difícil de tudo. E abandono meu julgamento próprio de ser medíocre por isso. Relacionamento é o ápice de tudo o que podemos ter e se pensarmos bem, lá no fundo, sempre há mais do que se aproveitar e aprender dos nossos do que de fatos estamos nos dispondo a fazer.

Eu abandono minhas listas de pendências, projetos e coisas, dia após dia inatingíveis, pois eles me fazem ignorar e esquecer todas as minhas pequenas conquistas de um dia após o outro (hoje eu consegui rir mais vezes do que nas últimas cinco semanas).

Eu hoje abandono também algo (ou alguém) que eu definitivamente não queria abandonar, pelo contrário, mas que chegou a hora de assumir que eu não tenho condições de lidar com isto. Eu abandono minha auto-imagem de Mulher Maravilha e assumo de peito e coração abertos (mesmo sangrando um pouco) que simplesmente não dá. Quem sabe amanhã?

Eu hoje deixo pra trás muita coisa, não em sã consciência, porque de sã acho que nunca vou ter nada, mas com a esperança de ter um pouco de paz no meu coração. Mesmo que à base de ligar o “dane-se” muito mais do que gostaria e esperava antes de ter 29 anos.


Gisele Lins ganhou um lindo pic-nic surpresa de aniversário dos seus amigos (original, heim?) e, mesmo tendo o coração triste e pesado nas últimas semanas, ela está grata pelo carinho, com muita vontade de mudar tudo (ei, onde andava esta vontade?) e torcendo para que o tal retorno de saturno acabe logo de uma vez. Escreve aqui aos sábados.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

10 motivos, parte I

10 motivos para ficar no albergue de Camburi - São Sebastião - SP, Brasil

1 - O atendimento. Acreditem em mim, você vai se sentir mais querido do que em qualquer hotel 5 estrelas. As meninas são muito queridas e especialmente gentis com cada um dos hóspedes.

2 - É barato. Sério gente. O custo benefício é impressionante.

3 - É limpo e organizado. Em geral, todos os albergues que conheci são limpinhos. Esse é limpo, de verdade.

4 - Tem pão caseiro quentinho no café da manhã - e se você for perceptivo, pode ser acordado perto das 8:00h com o cheiro direto do forno - além de sucos, bolos e frutas.

5 - É no meio da mata. Assim que você se acostuma a não viver sem repelente terá uma bela visão da mata atlântica bem ao alcance das mãos.

6 - É cultural. Tem um espaço - o "Galpão" - com vários instrumentos musicais excelentes para que os hóspedes mostrem seu talento e apreciem os talentos dos idealizadores do lugar.

7 - Tem TV à cabo e cozinha pro alberguista - e vira e mexe aparece alguém disposto a cozinhar para uma galera.

8 - Tem piscina e uma árvore centenária muito grande.

9 - Está perto de uma das praias mais bonitas de São Paulo. Camburi por si só já valeria a pena.

10 - As pessoas que freqüentam o lugar. Especialmente escolhidas por alguma força cósmica, lá se reúnem aquelas com quem você passaria uma noite toda batendo papo, sem preguiça.


Milena é alberguista a 10 anos e ainda tem surpresas boas como encontrar um lugar para onde sempre gostaria de voltar. Escreve aqui às sextas.



Minha vida dá um livro

Falando sério, minha vida dá um livro, e pior, de comédia. Eu tenho o dom de me enfiar em cada roubada que parece brincadeira. A Louise costuma falar que esse meu jeito atrapalhado sempre arrumando confusão é meu charme. Vai ser charmosa assim lá em Portugal, viu?

Domingo eu consegui perder um trem de Lisboa aqui pra Covilhã da forma mais idiota que uma pessoa pode perder um trem. Cheguei 40 minutos antes à estação, 15 minutos antes estava na plataforma. Normalmente não presto atenção nos avisos, mas justamente neste dia prestei. Falaram que vinha o trem e que haveria uma manobra. O trem passou correndo, achei que ia fazer a tal manobra e voltar. Quando tive a curiosidade de dar uma espiadinha, ele estava parado lá na parte da frente da plataforma. Comecei a correr igual doida, e quando estava a 20 metros dele, ele foi embora. E eu fiquei pra trás. Detalhe, era o último meio de transporte da civilização pra cá no dia. Tive que dormir em Lisboa e voltar só no dia seguinte. Até o vendedor da passagem riu de mim (pelo menos pude trocar a passagem sem pagar a diferença).

Bom, na segunda-feira o dia correu razoavelmente normal (cheguei na hora do almoço de Lisboa e vim pra Universidade). Na terça-feira resolvi acordar um pouco mais cedo pra chegar mais cedo e compensar um pouco a manhã perdida na segunda. Saindo de casa toda atrapalhada, entre bolsa, mala de computador, 3 sacos de lixo pra pôr pra fora, sombrinha, e isso tudo mal conseguindo mexer de tanta roupa e dois pares de luva na mão, PUM! Bati a porta com a chave por dentro. A porta é daquelas que a maçaneta não roda por fora. Fiquei trancada pra fora. Eu moro sozinha, gente, podem ter dó de mim. Resolvi bater na porta da vizinha (coitada), e perguntei se ela sabia o esqueminha de abrir a porta (tem um esqueminha), ela não sabia. Liguei pra um amigo que me passou pra uma amiga que me deu o telefone do chaveiro e disse (sotaque lusitano nessa parte) “Não estranhes que não percebes nada do que ele diz”. Liguei pro camarada. Entendi tudo que ele disse. Ele não entendia nada do que eu dizia. Eu passava o endereço e ele entendia que eu estava na cidade vizinha e perguntava se eu tinha carro pra buscá-lo. Desisti. Liguei pra senhora da Universidade que toma conta dos apartamentos e perguntei se ela podia me indicar quem podia abrir a porta pra mim. Ela me deu um telefone, liguei. Me disseram que não faziam o serviço e me deram o telefone do mesmo senhor com quem eu não consegui me comunicar. Minha vizinha viu minha cara de desespero e perguntou se minhas janelas estavam abertas, que tinha uma escada na parte de trás do prédio.

Lá fomos nós debaixo de chuva. Ela colocou a escada, chamou outro vizinho que subiu, certificou que a janela não estava trancada, mas disse que tinha medo (tinha que escalar uma grade pra subir). Aí eu deixei minhas coisas com a vizinha e corajosamente subi. E pulei pra dentro. Ahá, que orgulho! Quem precisa de chaveiro? Só que a porta que dava da varanda pra dentro de casa estava trancada. E não tinha jeito de descer. Fiquei trancada passando frio em um cubículo de 2 metros quadrados. Quase comecei a chorar, pedi pra alguém me jogar o celular e o vizinho subiu a escada pra me entregar. Falou que tinha um senhor que abria porta, oba! Indicou o mesmo que não me entendia. Aí quando falei que não funcionava, ele me deu uma dica de como explicar pro homem entender, e funcionou. Pra vocês terem idéia de como a comunicação com ele foi eficiente, eu perguntei “Quanto tempo o senhor demora?” e ele respondeu “Dez euros”. E eu só torcia pra ele realmente ir. A vizinha disse que ia esperá-lo, quando ele abrisse a porta ela ia me soltar. Um tempão depois (e eu passando frio) uma bolinha acerta o vidro da varanda. Era a vizinha falando que o homem não apareceu. Liguei desesperada pra ele, que já estava chegando. Me destrancou e eu ainda tive que pegar 10 euros emprestados com a vizinha porque na véspera eu tinha jantado todo meu dinheiro...

Fui pra Universidade atrasada e pensando como eu tinha conseguido fazer uma situação que uma pessoa resolveria de forma normal (ligando pro chaveiro, esperando, pegando a chave e pagando) virar um carnaval daqueles. Chegando lá, contei minha saga pros meus amigos portugueses que morreram de rir de mim (vamos combinar, com razão). Chegando na cantina, meu amigo fala com o cozinheiro (sotaque lusitano de novo) “Hoje ela veio, hoje ela não perdeu o comboio!” Ou seja, virei piada da turma duas vezes na mesma semana. Ainda bem que dessas piadas até eu morro de rir. Um dia eu tomo jeito!


Sisa é um desastre, mas não perde a esperança de um dia deixar de ser tão atrapalhada.



quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Trabalhar cansa!!!!

Desde semana passada meu nome é trabalho e meu sobrenome é cansaço, hoje então nem se fala, após mais de 12h de trabalho, meu corpo dói, meu punho arde (culpa do mouse), mal tive forças para lavar os cabelos na hora do banho, nem consigo mais descrever que parte das minhas costas dói mais. Tudo isso ainda foi ultraestimado por causa de uma TPM que não me abandona, todo mês ela resolve vir me falar oi.
Saí do trabalho pensando em como ando cansada ultimamente, minha sorte é que meu marido está de férias e está me ajudando com o almoço e hoje (Graças a Deus) com a louça, fui do serviço para casa só pensando o que me aguardava em cima da pia, eis que entro na cozinha e tudo está limpo e organizado! Foi uma benção! Meu marido até merecia um carinho a mais, mas estou tão passada que o máximo que consigo é deitar no colo dele para ele me fazer cafuné, bom deixa pra amanhã...rs

Também fiquei pensando em que quero ter um filho em breve e se eu já tivesse, como ia ser? Onde eu arrumaria forças para brincar com ele, dar banho e dar comida num dia como esse? Minha mãe diz que mulher é um ser muito forte e que nessas horas a força vem e se esquece do cansaço...Talvez se eu tivesse um bebê em casa, não teria ficado até mais tarde trabalhando e conseqüentemente não estaria tão cansada, será?

Meu punho está me lembrando que devo encerrar o texto....

Débora agradece a Deus por suas semanas não serem todas iguais a essa, mas se preocupa onde vai arrumar forças para conciliar o excesso de trabalho com a futura profissão de mãe.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Todas as cartas de amor...

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)


Autor: Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)

Como você demonstra amor?

Acho essa pergunta engraçada. Para mim, amor não é algo que se demonstra forçadamente. Se for cultivado, no dia-a-dia, naturalmente será demonstrado, sem precisar de grandes provas. Aliás, se tem um sentimento que não se prova e sim se pratica, é o amor.

Eu não sou o tipo de pessoa muito romântica, melosa e que tenta surpreender o tempo todo. Na verdade, sou bem mais comedida... Não chego a ser insensível, bruta, coração de pedra, apenas pratico o amor cuidando, ao invés de demonstrar. De que adianta encher de beijos, de carinhos, de palavras afetuosas, de surpresas e não perceber que a pessoa tem problemas, ou pior ainda, não tentar abrir seu olho quando ela está passando por momentos ruins, por exemplo? Para mim, de nada servem estas ações sem o cuidado. Nem só paparicar significa amar, aliás, amar de verdade é fazer o que julgar melhor para preservar e ajudar o outro, por mais que isso seja doloroso (para ambos). Pena que nem sempre somos compreendidos e muitas vezes somos injustiçados.

Acredito que existem muitas formas de amar e, se forem saudáveis, não deviam ser criticadas. Elas dependem do relacionamento que se vive (amar é interagir) e de toda a nossa bagagem, para então formar o conceito daquilo que é importante para nós. Sendo assim, se não prejudica o outro ou a si mesmo, não se deve criticar, julgar. Sem dúvida, é importante entender como o outro concebe o amor, para estabelecer uma conexão sólida, mas não se pode fazer apenas o que ele quer ou gosta, porque isso nem sempre é o que interessa.

Concordo que carinhos, surpresinhas, afagos e momentos de cumplicidade são importantes, só que não são tudo. Meu estilo é mais cuidadoso. Eu me preocupo se está tudo bem; com o que posso fazer para ajudar em uma situação difícil; em apoiar; em estar presente; em ser amiga; em ouvir sem criticar, mesmo que algumas coisas me choquem e entrem em conflito com minhas convicções (porque amar também é abrir mão de si pelo outro). Mas eu também falo a verdade, aquilo que realmente penso, por mais que magoe. Eu não consigo conceber mimar alguém sem alertar para aquilo que eu sei que o está prejudicando como forma de amor. Então, prefiro ouvir que minhas atitudes não ajudam e ser incompreendida, por mais que isso me deixe triste. Quem sabe um dia não entendem que o que faço, faço tentando o bem e não com o intuito de ser rude?

Se tivesse que demonstrar amor por alguém, seria dizendo a verdade. Seria da maneira que eu entendo como certa e não da forma que a pessoa deseja (apesar de levar seu desejo em consideração). Isto porque, entre outras definições, amar é saber conviver com todo o pacote do outro, sem exigir mudanças dele. Mas isto se eu achasse que amor se demonstra, pois prefiro praticá-lo.


Paula age da forma como acha correto, sempre na intenção de fazer o bem. Paciência se nem sempre é compreendida...

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

De tudo ficarão três coisas

"De tudo ficarão três coisas:
A certeza de que estamos começando,
A certeza de que é preciso continuar,
A certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar.
Fazer da interrupção, um caminho novo.
Fazer da queda, um passo de dança.
Do sonho, uma ponte.
Fica a promessa do reencontro...
Fica o desejo de boa sorte...
Fica a vontade de lutar e vencer..."

Autor: Fernando Sabino

Para Descansar em Paz

A possibilidade da morte não me assusta. Confesso que não quero morrer tão cedo, mas não temo isso, pelo menos até então.

Diante de um texto inspiradíssimo (Quando eu morrer...) de nossa amiga balzaca, Milena, veio a luz para falar dos meus planos para meu velório. Sim, será um evento diferente e necessário para que eu descanse em paz.

A tristeza dos velórios é algo que me incomoda bastante. Tá certo, a morte de alguém querido é dolorosa, triste, realmente. Mas eu me pergunto por que temos que fazer mais triste um fato já triste? Por que só chorar e se arrepender do que não se disse ou não se fez quando a pessoa do caixão ainda vivia? Não quero morrer e deixar só tristeza, por isso peço que colaborem para que eu siga meu caminho sem me preocupar com os que ficam e não quero que se preocupem comigo. Farei de tudo para estar bem nessa hora. Então vamos ao evento...

Não quero velório em região poluída, com barulho, prefiro um lugar mais calmo. Já temos um jazigo no Cemitério Parque Renascer. Nada mais calmo. Lá é o fim do mundo...rsrsrs. Na ocasião da aquisição do jazigo, perguntei logo se podia ter música no velório, a mocinha disse que sim, claro que em clima calmo, nada de clima de balada.

Como já adiantei, terá música, as músicas que gosto, claro. Podem levar todos os meus CD’s e “meter bronca”. Se conseguirem alguém que toque violão e cante, melhor ainda. Quero que “cantem para eu subir”. Já participei de um velório assim e foi bem menos dolorido.

Como o Cemitério é local próximo ao fim do mundo, pensei em deixar alugado um ônibus (dos vermelhões, que são típicos de velório) para levar a galera que não tem carro. Quero velório cheio, movimento intenso.

Pra fechar com “chave de ouro”, vai ter brigadeiro da Confeitaria Momo. Yessssss! Se passarei minha vida toda amando, idolatrando e devorando esse doce perfeito, nada melhor do que uma despedida com muuuuuuuito brigadeiro, mesmo que eu não possa comê-los.

Resumindo, vocês não perdem por esperar o meu velório. Mas, por favor, não desejem ou provoquem minha morte, afinal podemos escutar muita música e comer muito brigadeiro ainda vivos, ok!


O que acabo de relatar é o meu desejo real, portanto, quando esse dia chegar, se algum de meus familiares cismar de ignorar tudo isso, conto com vocês para que tudo saia como planejei. Eu estarei lá, em espírito, observando tudo, cantando com vocês e pirando de vontade de comer um brigadeiro...rsrsrs.



Angélica pensa que velórios deveriam ser menos tristes. Não “pretende” morrer tão cedo, porém quer sua despedida em grande estilo e sabe que, se assim for, descansará em paz...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Sinceridade até quando?

Até que ponto as pessoas conseguem lidar com a sinceridade? Sinceridade delas com elas mesmas, com os outros e dos outros? Até onde podemos ir? E se já começamos, por que parar no meio do caminho?

Anastácia teve que ser sincera esses dias, e, por sua vez, esperava que recebesse o mesmo em troca, mas não, nem sempre os outros estão preparados para serem honestos, dizerem o que pensam e ouvir o que os outros pensam. Anastácia não tinha medo de verdades, aliás, sempre preferiu uma verdade dolorosa, a uma ilusão mentirosa; e foi exatamente isso o que aconteceu. Ela se sentiu na obrigação de desfazer uma ilusão que, infelizmente, haviam imaginado em relação a ela, mas suas palavras não foram bem recebidas. Na verdade ela não esperava outra coisa, quem gosta de ser desiludido, quem gosta de ouvir pensamentos, por vezes, indesejáveis? Bom, talvez; ela. Não que Anastácia fosse masoquista, não; mas quando ela fala espera que seja ouvida e compreendida, não necessita de acordos e concordâncias, mas de um ouvido amigo e uma mente que consiga da mesma maneira que ela, se expressar; mas nem sempre é assim.

Por que temos a impressão de que as pessoas têm medo do que os outros pensam? Preferem mentiras à honestidade? Assuntos trágicos a notícias de conquistas felizes? Têm medo de dizer o que pensam? Será que têm medo de ouvir respostas em troca das suas idéias? Qual o problema de ser revidado? Por que pedimos opinião se nem sempre queremos realmente ouvi-la?

Anastácia se fez inúmeras perguntas que não conseguiu responder, mas tinha a certeza de que o que fez tinha que ser feito, não podia mais esperar. Ficou triste por que aguardou uma resposta, ao contrário de tantos, mas não recebeu. Até onde podemos ser sinceros?


Silvia, assim como Anastácia, acredita que sinceridade nunca é de mais, gosta de falar e principalmente de ouvir, só assim conhecemos cristalinamente as pessoas, suas dúvidas, suas reservas e suas formas de raciocinar, só assim temos a liberdade de mudar de opinião, de concordar, de compreender e, invariavelmente, de discordar.

Verdade...

Sempre fiquei pensando que se eu fosse um mutante, a estilo X-Men, qual poder especial gostaria de possuir: a auto-cura, o teletransporte, a leitura de pensamentos alheios, uma inteligência acima da média, entre outras...

Esta semana descobri o dom especial que gostaria de ter: o poder de ver a verdade (ou a mentira) na fala das pessoas.

Gostaria de ter a certeza que todos os pedidos de dinheiro na rua são mesmo para comprar comida. Que todo pedido de “fica mais um pouco” seja realmente sincero. Que cada “eu te amo” seja mesmo profundo...


Marília começa a semana sempre querendo a verdade e você?...
Em memória à lutadora social alemã, Rosa Luxemburgo, assassinada em 15 de janeiro de 1919, em busca do “Socialismo ou barbárie”...


domingo, 13 de janeiro de 2008

A Consciência de Sua Missão...

Freqüentemente, eu me pergunto: "O que cada um de nós está fazendo neste planeta?"

Se a Vida for somente tentar aproveitar o máximo possível as horas e minutos, esse filme é bobo.

Tenho certeza de que existe um sentido melhor em tudo o que vivemos. Para mim, nossa vinda ao planeta Terra tem basicamente dois motivos: evoluir espiritualmente e aprender a amar melhor.

Todos os nossos bens na verdade não são nossos. Somos apenas as nossas almas. E devemos aproveitar todas as oportunidades que a Vida nos dá para nos aprimorarmos como pessoas.
Portanto, lembre sempre que os seus fracassos são sempre os melhores professores e é nos momentos difíceis que as pessoas precisam encontrar uma razão maior para continuar em frente. As nossas ações, especialmente quando temos de nos superar, fazem de nós pessoas melhores.

A nossa capacidade de resistir às tentações, aos desânimos para continuar o caminho, é que nos torna pessoas especiais. Ninguém veio a essa vida com a missão de juntar dinheiro e comer do bom e do melhor.

Ganhar dinheiro e alimentar-se faz parte da Vida, mas não pode ser a razão da Vida.

Tenho certeza de que pessoas como Martin Luther King, Mahatma Ghandi, Nelson Mandela, Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, Betinho e tantas outras anônimas, que lutaram e lutam para melhorar a vida dos mais fracos e dos mais pobres, não estavam motivadas pela idéia de ganhar dinheiro.

O que move essas pessoas generosas a trabalhar diariamente, a não desistir nunca?

A resposta é uma só: a consciência de sua missão nesta vida. Quando você tem a consciência de que através do seu trabalho você está realizando sua missão, você desenvolve uma força extra, capaz delevá-lo ao cume da montanha mais alta do planeta.

Infelizmente muita gente se perde nesta viagem e distorce o sentido de sua existência pensando que acumular bens materiais é o objetivo da Vida.

E quando chega no final do caminho percebe que o caixão não tem gavetas e que ela só vai poder levar daqui o bem que fez às pessoas.

Se você tem estado angustiado sem motivo aparente, está aí um aviso para parar e refletir sobre o seu estilo de Vida. Escute a sua alma: ela tem a orientação sobre qual caminho seguir.

Tudo na Vida é um convite para o avanço e a conquista de valores, na harmonia e na glória do bem.
Autor: Roberto Shinyashiki

Mulher de trinta não habilitada?!

Esta semana iniciei as minhas metas de ano novo. A principal delas é tornar-me habilitada ainda este semestre. Um grande desafio!!!

Fui à auto-escola e a secretária me informou várias coisas que eu já sabia, afinal sou uma quase mulher de 30 que já tentou tirar carteira um dia e que do topo da sua autoconfiança bateu o carro do namorido e .... o resto vocês já podem imaginar!

Para aproveitar o $ que eu tinha em mãos antes que o mesmo virasse IOF de alguma coisa supérflua em meu guarda-roupa, paguei o cursinho de legislação: R$50,00. Empolgadíssima passei na delegacia para pegar o formulário resumo e também o DAE (Filas! Taxas! Burocracia!).

Em seguida, maratona 2008, mamãe sarada (para falar a verdade: quase), e futuramente motorizada com a graça de Deus, da intercessão de Nossa Senhora Desatadora dos Nós e de São Cristóvão, segui rumo ao banco para pagar essa simpática taxa de R$36,24. Surpresa!!!! Outra fila enorme, pois o documento não possuía código de barras.


STOP.
A vida parou,
Ou será que foi o automóvel?
(EU parei. Ninguém merece, Drummond!)

Coca-cola geladinha, mulher determinada, meta 2008... rumo à clínica do Detran! Exame psicodoido: cento e trinta e alguma coisa. Claro que eu não fiz na hor!. Uso óculos e eles já estavam fracos. Mais R$90,00 reais para trocar as lentes! (Melhor do que pagar a taxa mais de uma vez!)

Em casa, dei uma lida no papelzinho da auto-escola e quase enfartei:
-taxa para a licença que autoriza a direção do aprendiz;
-10 aulas: 150,00 (devo precisar de quantas, meu Deus?);
-taxa para exame de legislação;
-taxa para exame de rua, aluguel de carro....
(não lembrava de ter pago tanta coisa da última vez...)

Às vezes gostaria de ser Cinderela e não é nem para o príncipe que os meus interesses se voltam...


Vanessa TEM que tirar carteira e pede às suas amigas do blog que façam uma corrente de pensamentos positivos. É sério!
Beijos esporádicos!!!

sábado, 12 de janeiro de 2008

Tempo para um tempo

O tempo é o maior dos remédios. Ele deveria ser vendido em farmácias, mas sem prescrição médica. Aliás, médico nunca tem tempo mesmo; nem de amostra grátis. Tempo é remédio que deveria ser vendido em frascos com conteúdos diferentes para cada enfermidade. Afinal, trata-se do elixir divino que cura tudo, ou pelo menos ameniza os sintomas de nossos males.

O tempo diminui o cansaço, reduz as dores no coração, alivia a tristeza, combate o nervosismo e a ansiedade, e tem um verdadeiro efeito calmante para todas as nossas aflições. Na verdade, os antidepressivos, ansiolíticos e remédios cardiovasculares industrias é que são os genéricos do tempo.

Remédio assim deveria ser vendido caro nas drogarias. Não dizem que “tempo é dinheiro”? Mas jamais poderiam ser cobrados juros! Os juros são a capitalização do tempo; são o tempo vendido no mercado paralelo. Mas que o tempo tem o seu valor, e é alto; ah, isso é!

O efeito colateral do tempo é que ele causa dependência. Todos gostariam de ter mais tempo para passar com quem amam, para a diversão, para a solução dos problemas, para um pouco de solidão para os pensamentos e colocar a cabeça em ordem...

E o maior dos problemas é falta desse tempo!

E por falta de mais tempo, escrevi só esse pouquinho!!!!!


Tânia, como todo mundo, precisa de mais tempo para organizar sua vida.

O Natal foi diferente!

Algumas semanas atrás, postei a minha insatisfação com o clima na minha família, estava triste pois achava que o Natal este ano não seria como os outros...

Li os comentários que as pessoas que o leram fizeram e em todos eles havia um incentivo para que eu fizesse com que o Natal fosse diferente!

E ele foi! Com a ajuda da minha mãe, reuni vários presentinhos, na verdade lembrancinhas, os embrulhei e organizei os papeizinhos com os números. No almoço de Natal, passei a sacolinha sorteando os números! Todos foram para a sala da árvore de Natal, como em todos os outros anos e, reunidos, comecei a chamar os números, de 1 a 24. Quando chamada, a pessoa deveria pegar um presente debaixo da árvore. O segundo tinha o direito de ficar com o presente que pegou ou então com o presente que a outra pessoa pegou. E assim, o último número teria o direito de escolher qualquer presente!

Essa brincadeira do “ Amigo secreto roubado” foi divertidíssima! Todo mundo interagiu num clima muito gostoso de alegria e confraternização! A minha avó, já com 86 anos, ficou tão feliz que só vendo!

Enfim, o Natal foi mesmo diferente e eu gostaria de agradecer as idéias e os incentivos que recebi aqui no blog! Muito obrigada, Feliz Natal e Feliz Ano Novo pra todo mundo!


Fabiana conseguiu fazer com o Natal fosse diferente e está muito feliz por ter reunido a família na sala da árvore de Natal!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

E você, já agradeceu hoje?

O ano começou tem pouco tempo e junto com as promessas e aquela coisa toda, resolvi tirar um tempinho das minhas férias para agradecer algumas pequenas coisas...

Às pessoas gentis. Sim, são poucas. Mas quando passam pela nossa vida são capazes de mudar a cara do dia.

Aos sorrisos sinceros. Sim, ainda existem. E quando são para nós sentimos que podemos realmente viver em comunhão.

Às crianças educadas. Sim, também existem. E nesse caso o mérito é todo dos pais que se lembraram que sua função não é nenhuma que não a de educar.

Aos músculos da face. Sim a eles. Ao sorriso que eles nos permitem moldar em nossos rostos.

Aos avós. Velhinhos ou não, ausentes ou não, a eles que provavelmente sonharam tanto tempo com os netos que agora somos.

Às mães. Seres divinos enviados como o propósito maior: amar e educar.

À natureza. Sim, mãe suprema. À você que nos proporciona diariamente espetáculos ininarráveis.

Aos amigos. Almas irmãs sem as quais tudo seria mais difícil.

Milena acordou hoje com vontade de agradecer. Escreve aqui às sextas ededica exte texto aos amigos sinceros que enchem a vida da gente.

Não vou pedir desculpas

Tinha dois textos prontos pra hoje mas queria escrever outro, mais leve, mais feliz, retratando como eu estou me sentindo. Aí alguém apareceu e conseguiu o que parecia impossível: me azedar. Ainda estou feliz com as perspectivas que estão aparecendo. Mas tenho que colocar esse azedume pra fora antes que ele me contamine.

Fui privilegiada em muita coisa na vida. Tive acesso a coisas que a grande maioria das pessoas não tem. Pude viver e ver muitas coisas que a minoria tem acesso. Estudei em boas escolas, pude me dedicar totalmente à minha formação. De alguma forma sempre soube que queria ser acadêmica, mesmo antes de saber o que isto era. Me lembro que ainda criança falei com minha mãe que queria trabalhar de alguma coisa que estudasse pra sempre. Acredito que nenhum país cresce sem pesquisa. Acredito que nenhum país tem futuro sem ensino. Gosto de pesquisa e sonho estar em uma sala de aula. Não me importo de viver de bolsa enquanto me preparo em tempo integral para isso. Mas se surgir alguma oportunidade de já começar a colocar a mão na massa, também vou adorar. Tenho corrido atrás disso (da forma possível estando longe) e tenho perspectivas interessantes para 2008. Se tudo der certo, vou melhorar ainda mais minha formação. Acho que aos poucos estou chegando perto de cumprir minha missão nesta vida, que eu acredito que esteja ligada à educação. Vai ser minha forma de devolver ao mundo tantas coisas boas que recebi e recebo. Eu me sinto privilegiada de acordar todos os dias pra fazer o que gosto. Não me importo de abrir mão de coisas materiais pra isso. Aliás, sou mais desapegada de coisas materiais do que deveria. Pra mim, felicidade é poder fazer o que amo e contribuir com aquilo que acredito: Ciência e Educação.

Acontece que tem muita gente que ou não gosta, ou não teve as mesmas chances, ou não quis estudar. Alguns mesmo assim conseguem um bom emprego, muitas vezes são competentes no que fazem. Mas acham bobagem alguém se dedicar ao conhecimento, como foi minha opção. Por favor, sei que vou parecer arrogante aqui, mas não queiram comparar a formação de quem fica anos se preparando pra área acadêmica com a formação de quem trabalha o dia inteiro e se matricula numa faculdade Unisquina (aquelas universidades que abrem todo dia em cada esquina) à noite e mesmo assim se esfola pra passar em matérias que alguém minimamente preparado tiraria de letra. Nada contra trabalhar e estudar, pelo contrário. Sou contra Unisquinas. Não comparem quem passa o dia inteiro debruçado em cima de livro e pesquisa com alguém que vai ao PROCON denunciar uma faculdade porque foi reprovado “e se eu paguei tenho direito” (sim, isso aconteceu em São José dos Campos, um professor que me contou). Se a pessoa se realiza num chão de fábrica, com a mão na massa, ótimo. Vai fazer isso. Mas não desdenhe quem abriu mão de conforto material pra fazer aquilo que acredita, pesquisando em um país onde pesquisa não é valorizada. O trabalho de alguém que trabalha em indústria não é nem melhor nem pior que o trabalho de um acadêmico. Da mesma forma que eu respeito um técnico ou engenheiro, e reconheço o valor do trabalho deles, exijo que o meu trabalho também seja no mínimo respeitado. De preferência valorizado.

Tão deprimente quanto isso é alguém querer contratar um doutor ou quase doutor para dar aulas particulares e querer pagar 10 reais a hora. A gente vê o quanto professor é tratado como lixo quando ouve uma pessoa comentando que perguntaram pra ela “quando você formar, vai trabalhar ou dar aula?”. Eu me pego pensando onde vai parar um país onde um professor universitário é massacrado para aprovar muitos alunos que não sabem nem matemática básica, senão perde o emprego.

E da mesma forma que eu fico revoltada com essas coisas, fiquei muito triste quando comentei hoje com uma amiga algumas perspectivas que estão surgindo na minha vida e ela comentou que “já está na hora de você trabalhar e colocar em prática tudo que estudou”. Fez o comentário como quem diz “Nossa, que legal, você se preparou tanto e agora vai ter chance de se realizar”, mas com sentido de “vai trabalhar, vagabunda”. O quê se há de fazer se ela não acha que produzir ciência (ainda ganhando uma miséria) é trabalho? O quê se há de fazer se alguém não acha que o dinheiro que invisto em livros, material, curso de alemão, entre outras coisas não é bem empregado? O que eu tenho de mais precioso é aquilo que ninguém vai nunca tirar de mim: conhecimento. Eu tive várias oportunidades que pouca gente teve, e elas me trouxeram até aqui: estudei nos melhores lugares, inclusive nos que precisei competir com os melhores por uma vaga, falo três línguas fluentemente e estou aprendendo uma quarta, estou tendo minha segunda experiência de morar no exterior, e somado a tudo isso, eu faço o que amo. Se as oportunidades que minha mãe me deu e as escolhas que fiz me trouxeram até aqui, sinto muito, mas não vou pedir desculpas pra ninguém por ter a vida que eu sempre quis.


Sisa fica muito triste quando vê alguém desvalorizar aquilo que ela acredita. Ela não desvaloriza o trabalho de ninguém, desde o lixeiro, o porteiro, o padeiro, até engenheiros, administradores, médicos e advogados.


quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Diferenças de culturas

Sou uma paranaense do interioR do estado, uma legítima “pé veRmeio”, acostumada, quando criança, a escorregar no barranco sentada numa caixa de papelão e a pegar peixinho nos açudes. Casei com um gaúcho de Pelotas, acostumado a andar a cavalo nos pampas e a se banhar nos arroios. Imagina a mistura boa que não deu?

Nesse final do ano, fiquei observando como era diferente a cultura de uma família e a de outra, pois passamos o natal na casa da mãe dele e o ano novo na casa da minha mãe.

Enquanto fui criada ouvindo minha mãe oferecendo às visitas um café, lá no RGS eles acordam e dormem com a cuia de chimarrão nas mãos, café? Que nada, é o chimarrão mesmo!! Ainda não consegui aprender a gostar dessa bebida, prefiro meu antigo e amargo café preto passado na hora, você acredita que eles levam o chimarrão até pra praia?!... As modificações também podem ser vistas no prato principal das festas de final de ano, lá no RG, a festa gira em torno de um churrascão de ovelha, no Pr é o digníssimo leitão que reina! Ai de mim se eu não tivesse aprendido a gostar de ovelha, certamente eu passaria as festas só comendo os acompanhamentos... rs

Lá no RG, rodovia é faixa e conseqüentemente, ciclovia é ciclofaixa! Soa estranho para uma paranaense que nunca tinha ouvido isso...Carne de boi (no Pr), lá no RG é carne de res, você é tu e menina é guria, pneumonia é pontada e internamento no hospital é baixa, a cara de indignação do paranaense mediante algum assunto é substituída por bah, thê!! (barbaridade, thê!).

Mas uma coisa tenho que admitir, não conheço outro estado que tenha tanto orgulho pelas raízes como o RGS. Eles fazem de tudo para conservar a cultura, não é à toa o grande número de CTG’s (Centro de tradições gaúchas) espalhados pelo Brasil.


Débora de início estranhou o gosto da ovelha, mas agora já se adaptou e adora um bom churrasco gaúcho, thê!
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