quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Mãe e filha

Já ouvi muito que a filha se aproxima mais do pai e tende a ter mais afinidade com ele e que o mesmo acontece entre filho e mãe. Não sei até que ponto isto é verdade; sou agarrada demais com minha mãe!

Sabe aquela pessoa com quem você sempre se preocupa? Que sabe quem você é de verdade? De quem você quase morre de saudade? Que dá os puxões de orelha mais históricos e você ainda agradece no final? Que não tem nada em comum com você, mas que você adora? Pois bem, esta é minha mãe.

Nem sempre foi assim, confesso. Durante a minha adolescência, com a separação dela e do meu pai, eu me revoltei. Não com ela especificamente, mas com absolutamente todas as mudanças sociais, emocionais, comportamentais (típico de adolescente que não consegue entender o que está acontecendo). Só que não fui a rebelde que tirava o sono da mãe por aprontar todas; fui a rebelde apática, que não falava com ninguém, completamente alheia ao universo. Hoje, vejo que isto preocupa tanto uma mãe quanto ser uma adolescente “da pesada”.

Foram dias difíceis. Mas como sempre vem a calmaria após uma tempestade, começamos a ser amigas. Na realidade, acredito que sempre fomos amigas, só que eu não entendia este tipo de amizade responsável, que precisasse colocar um freio ou sacudir. Faltava maturidade... Hoje ainda falta, mas vamos evoluindo devagar, não?

Minha mãe é muito linda e o tempo parece passar mais devagar para ela (Deus, dá uma forcinha e deixa a genética colaborar comigo rsrs). Quando estamos juntas, as pessoas perguntam se somos irmãs. Eu acho muito estranho! Não pelo fato de minha mãe aparentar ser mais nova, e sim porque não consigo encontrar semelhanças entre nós... Mãe e filha não precisam se parecer, mas irmãs deveriam (raciocínio de quem só tem um irmão, com quem não se parece em nada).

Somos tão diferentes que um dia desses eu tive que dizer: “Mãe, tem certeza que pertenço a esta família? A senhora e o Rafael são tão parecidos que eu me sinto um peixe fora d’água”, no que ela respondeu: “Fique tranqüila, você não foi trocada na maternidade. É apenas muito parecida com seu pai”. Putz, fiquei péssima! Ser parecida com ele não é exatamente meu ideal de vida e submeter minha mãe ao convívio de uma pessoa tão semelhante a quem lhe fez sofrer tanto, definitivamente não estava nos meus planos... Mas mãe é fora do comum, não é? A minha, apaziguou minha inquietação ao dizer que eu apenas conservei as boas características de meu pai, aquelas que todas as pessoas deveriam ter. Não sei se é tão verdade assim, mas fala sério, só mãe mesmo para ter uma tirada dessas!

Eu gostaria de ser mais presente, de ser mais amiga, de ser mais tranqüila, de ser mais generosa. Gostaria de ser mais parecida com minha mãe. Mas mudar não é assim tão fácil e fugir de minha natureza, mais complicado ainda... Então, por hora, permanecemos assim: completamente diferentes e, a cada dia, aprendendo lições com essas diferenças, que poderiam nos separar por um abismo, mas que a cada instante nos aproximam mais.

Até a próxima!


Paula sabe muito bem que não se parece em nada com sua mãe e já se sentiu profundamente mal com isso. Hoje, no entanto, percebe que das diferenças também nasce um grande amor.

2 comentários:

Angel disse...

Oi Paula,

Como foi o niver?
Não posso dizer que eu e minha mãe somos amigonas. Não... Mas somos muito ligadas, mesmo porque dividimos o mesmo teto, só nós duas. Somos muito diferentes tanto em personalidade quanto em aparência, mas aprendi a lidar com isso de uma forma mais leve.

Beijos!

Sisa disse...

Paula, eu não sei de quem você herdou suas características, mas com certeza herdou as melhores. Você é uma pessoa especial demais sob todos os aspectos, e tenho certeza que sua mãe tem orgulho disso. E tenho certeza que o Luis sabe que é uma pessoa de sorte por no meio de um mundo com tanta gente doida ter achado você. Sua amizade foi uma das maiores conquistas de 2007 na minha vida. Agora vou parar de melação, como diria a Louise, rs. Beijos!

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