terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Luto


Não tenho como falar de outro assunto nessa semana, a não ser sobre a tragédia que ocorreu em Santa Maria nesse final de semana.
Esse assunto, superexplorado pela mídia, mexeu muito comigo. Não sei se por ter uma filha adolescente, que sempre me avisa quando vai sair e quando chega em casa da balada, mesmo morando em outra cidade. E mesmo que as amigas achem ridículo. Ou por eu mesma ter ido a vários lugares que não tinham estrutura para lidar com incêndio ou qualquer outra ameaça.
Ou por eu estar pensando nos últimos dias em como morar no Brasil gera insegurança: a gente não pode contar que a lei seja cumprida, que os culpados sejam punidos, com os direitos básicos de ir e vir sem medo da violência, corrupção, falta de seriedade, honestidade e solidariedade. Não podemos sair e nos sentir seguros, pois alvarás, fiscalizações, planos de prevenção e combate a incêndio e a p%$# toda existem lindamente no papel, mas você não pode se sentir seguro de que eles existem no mundo real.
Talvez tenha mexido comigo por ter acontecido no meu estado natal, e em geral os gaúchos têm um apego grande pela querência (lembrando que há vítimas e familiares de vários lugares, não apenas o RS).
Talvez tenha mexido muito comigo porque sou humana. Sou mãe, filha, irmã, amiga. Tenho sentimentos. Sinto compaixão. Tenho empatia. E chorei.
Nem todo mundo sentiu isso, e muitas pessoas colocaram seu lado ruim à mostra como disse a Andreia no texto de domingo.
Mas quero falar aqui daquelas que fizeram algo bom, parabenizar quem saiu do sofá e foi ser voluntário, foi doar materiais, sangue e remédios. Quem disponibilizou o recurso que tinha, seja tempo, dinheiro ou transporte, para ajudar e tentar amenizar um pouco o sofrimento. Mesmo não morando mais em Caxias do Sul, vi no facebook o movimento das pessoas para ajudar de verdade, não só repassando mensagens, mas de verdade mesmo. Indo lá na rodoviária carregar caixas, doando sangue, comprando suprimentos básicos, como gaze, mas que fazem muita falta. Vi laços sendo formados.
Vi o exemplo de uma casa noturna da cidade que não divulgou sua agenda de festas para a semana, mas a lista de reformas que estava fazendo para aumentar a segurança. Jogos e shows sendo adiados.
Espero que a compaixão e a solidariedade não sejam despertadas apenas nessas horas de choque, mas que se tornem (se já não são) parte de nossa vida.
Espero também, pois ainda tenho esperança nesse país, que se tomem todas as providências possíveis e cabíveis para que não nada parecido aconteça de novo. Espero que esse Big Brother da vida real que a mídia criou não se banalize como o da TV; que todos os que têm responsabilidade pelo ocorrido sejam punidos e não voltem a agir com leviandade ao tratar da vida dos outros. Espero que possamos andar (e dançar e viver) em segurança.

Renata manda sua solidariedade às famílias, às vítimas e sente uma esperança ao ver as coisas boas de que o ser humano é capaz de fazer.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A MAIOR TRAGÉDIA DE NOSSAS VIDAS

Reproduzimos as tão bem colocadas palavras de Fabrício Carpinejar. Não há como ser indiferente à tamanha dor.

A MAIOR TRAGÉDIA DE NOSSAS VIDAS (Fabrício Carpinejar)

Morri em Santa Maria hoje. Quem não morreu? Morri na Rua dos Andradas, 1925. Numa ladeira encrespada de fumaça.

A fumaça nunca foi tão negra no Rio Grande do Sul. Nunca uma nuvem foi tão nefasta.

Nem as tempestades mais mórbidas e elétricas desejam sua companhia. Seguirá sozinha, avulsa, página arrancada de um mapa.

A fumaça corrompeu o céu para sempre. O azul é cinza, anoitecemos em 27 de janeiro de 2013.

As chamas se acalmaram às 5h30, mas a morte nunca mais será controlada.

Morri porque tenho uma filha adolescente que demora a voltar para casa.

Morri porque já entrei em uma boate pensando como sairia dali em caso de incêndio.

Morri porque prefiro ficar perto do palco para ouvir melhor a banda.

Morri porque já confundi a porta de banheiro com a de emergência.

Morri porque jamais o fogo pede desculpas quando passa.

Morri porque já fui de algum jeito todos que morreram.

Morri sufocado de excesso de morte; como acordar de novo?

O prédio não aterrissou da manhã, como um avião desgovernado na pista.

A saída era uma só e o medo vinha de todos os lados.

Os adolescentes não vão acordar na hora do almoço. Não vão se lembrar de nada. Ou entender como se distanciaram de repente do futuro.

Mais de duzentos e quarenta jovens sem o último beijo da mãe, do pai, dos irmãos.

Os telefones ainda tocam no peito das vítimas estendidas no Ginásio Municipal.

As famílias ainda procuram suas crianças. As crianças universitárias estão eternamente no silencioso.

Ninguém tem coragem de atender e avisar o que aconteceu.

As palavras perderam o sentido.


Nós, balzacas do De Repente 30... Lamentamos as vítimas do incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria, Rio Grande do Sul. Desejamos que os familiares e amigos das vítimas encontrem força e paz para enfrentarem os próximos dias.


O 55, aqui, é o DDD de Santa Maria.
Estes telefones são de pessoas que estão organizando as equipes de apoio e as doações. 

domingo, 27 de janeiro de 2013

Da mesquinharia e crueldade humanas



Suponho que todos estejam sabendo da tragédia ocorrida aqui no sul do país, na cidade de Santa Maria onde, lamentavelmente, mais de 200 pessoas morreram, vítimas de um incêndio ocorrido em uma boate.
Não se preocupem que não abordarei mais detalhes além dos que a mídia, tão habilmente, vem explorando. O que inspirou esse post não foi a tragédia em si, mas sim as mais diversas reações que ela suscitou nas pessoas.
Não foi surpresa alguma quando hoje, no fim da tarde, entrei no Facebook e me deparei com uma timeline cheia de posts a respeito. É óbvio que, dada a gravidade do ocorrido, muitos comentários surgiriam.
Contudo, fiquei estupefata, ao me deparar com "brincadeiras" (de péssimo gosto) referentes à tragédia, com comentários irônicos e descabidos, com compartilhamentos de fotos com imagens de mortos e/ou feridos e, pasmem, até mesmo com reclamações relativas a cancelamentos de shows e partidas de futebol em sinal de luto pelo ocorrido!

Simplesmente não consigo acreditar que algum ser humano consiga compartilhar frases do tipo:

"Gaúcho não gosta tanto de churrasco? Deve estar se deliciando com o cheirinho de carne assada."

"Esses jovens todos morreram porque não estavam no caminho do Senhor."

"Por favor,parem de fazer tanto drama! Morre gente todos os dias e ninguém faz esse dramalhão todo."

"Quer ir a uma boate? Conheço uma em Santa Maria que pega fogoooo"

"Churrasquinho de carne bem novinha... Alguém se habilita?"

"Só eu tô de boa com os torresmos de santa Maria?"

"Quer bronzeamento grátis? É só sair para boates em Santa Maria. você sai de lá pretinho, pretinho..."

"Milhares e milhares de pessoas morrem todo dia. Ataque cardíaco, acidente de carro, homicídio E pouquíssimos ligam. Daí quando é esse tipo de coisa todo mundo se comove de repente..."

"Inacreditável que um estado inteiro entre em luto e cancele até jogo do timão só por causa de um churrasquinho"

Eu fico simplesmente pasma com esse tipo de pessoa!
Sinceramente, não acho que alguém deva ser hipócrita e demonstrar um pesar que não sente. Se você não se sentiu afetado pela dor alheia, ok, sem problemas. Mas daí a ser cruel a coisa é bem diferente.
Qual a necessidade de disseminar crueldade em um momento em que muitos sofrem sua perda?
Que tipo de ser humano se compraz do sofrimento alheio?
Sinceramente, sinto vontade de chorar quando penso no quanto o ser humano consegue ser frio e cruel...





Déia escreve aos domingos e sente o coração pequenininho, não somente por estar de luto pelas vítimas e familiares desta triste tragédia, mas também por constatar o quão mesquinhas certas pessoas podem ser...

domingo, 20 de janeiro de 2013

Sanguessugas

São nos momentos mais difíceis de nossas vidas que percebemos quem são as pessoas que verdadeiramente se importam conosco.

A maior parte das pessoas com as quais nos relacionamos sequer estão interessadas em saber se estamos bem ou não. Querem apenas visualizar um sorriso em nosso rosto a qualquer hora e simplesmente desaparecem quando percebem que o sorriso pode nem sempre estar lá.

"Curiosamente", essas mesmas pessoas também são aquelas que sempre nos procuram quando precisam de alguma coisa. 

Elas nos procuram quando brigam com a família, com o namorado (a), com algum amigo... Elas pensam em nós quando estão com algum problema no trabalho, algum problema financeiro, ou quando precisam de um ombro amigo.

Contudo, essas mesmas pessoas, quando perguntam "e aí, tudo bem com você?" não estão realmente interessadas na sua resposta. Elas esperam dos outros total atenção e consideração com seus problemas, porém são incapazes de agir da mesma maneira.

Elas vão sugando tudo o que você puder lhes dar e jamais oferecem alguma coisa em troca. 

Não se importam em saber se você precisa de ajuda, de carinho, de consolo, de um simples abraço... 

São pessoas que somente se aproximam quando VOCÊ tem algo a lhes oferecer. Elas sabem que, por vezes, você está atravessando fases ruins e, "misteriosamente" ficam ocupadas demais até para mandar um e-mail dizendo "oi, passei para saber como vão indo as coisas...". 

São raras as pessoas que, percebendo que você não está bem, lhe estendem a mão e ajudam a segurar a barra. São raras as que, de fato, se preocupam com você. E estas poucas são aquelas que, independentemente de você estar em um bom ou mau momento, estarão sempre ao seu lado. 

As demais pessoas, infelizmente, são apenas as "amizades sanguessugas" que permeiam nossas relações.




Déia escreve aos domingos e está nauseada por perceber a quantidade de "amigo (a) sanguessuga" que existe mundo afora...

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

101 em 1001


2013 começa inspirado aqui no blog! Texto coletivo, balzaca nova, assuntos bem pessoais que a gente divide com vocês e um pouquinho de indignação da parte da Carla, mas quem de nós nunca...não é? Se o ano todo for assim, vamos precisar de mais gás! Mas vai ser uma beleza!
O meu ano começa com mais uma novidade. No final de 2012, eu, viciada assumida em listas, meio que fiquei obcecada com um desses projetinhos que rolam por aí: o 101 em 1001, ou Day Zero Project. Em geral esses projetos não me abalam, mas esse ficou na minha cabeça. Ele consiste basicamente em listar 101 coisas realizáveis, mas que demandem um certo esforço, para serem feitas em 1001 dias (quase 3 anos). Podem ser viagens, cursos, atividades físicas, projetos de arte, literatura...qualquer coisa!
Volta e meia eu ia lá no dayzeroproject.com e dava uma espiada nas listas; ficava viajando nas coisas que eu já quis fazer, nas coisas que gostaria de fazer, ver, aprender...
“Ah, mas e precisa de lista pra isso? Vai lá e faz!”. É, em geral é assim. E fiquei me questionando do porque eu ter focado na ideia. Penso que ter um prazo para fazer as cosias, ajuda a realmente fazê-las. E também que ADÓURO riscar coisas de listas, então seria uma motivação extra! Também é uma forma de direcionar as ações para aquilo que se quer fazer; às vezes surge um tempo livre (isso eu ouvi dizer que existe, mas como é de fonte segura, boto fé) ou uma oportunidade, e a gente meio que esquece essas vontades e sonhos. Algumas coisas ficaram para uma próxima lista! Ter a lista ajuda a direcionar a energia e usar o tempo pra fazer aquilo que a gente tem vontade.

“Mas eu nem sei se tem 101 coisas que eu quero fazer!” Olha, eu achei fazer a lista super divertido, fiquei vários dias mexendo nela, trocando idéias, vendo as listas alheias, relembrei de coisas que eu queria ter feito, foi bem legal.
“E se eu não conseguir ou mudar de ideia?”. Beleza, ninguém é escravo de nada, né? O processo é que é o interessante, se não fizer tudo, se mudar alguns itens, mesmo assim acho válido.
Me questionei bastante, e acabei falando tanto da lista que uma amiga também fez a dela (obrigada, Coral!). Agora é tocar as 101 coisas, e terminar até 29/09/2015! Talvez eu me encoraje de publicar a minha lista por aqui, mas quando fizer alguma coisa mais significativa, eu conto como foi.


Renata começa 2013 com uma longa e divertida lista para riscar vários itens! Alegria!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Tempo, tempo, tempo…

Pensando sobre o poder renovador que uma boa segunda-feira tem e fugindo do senso comum inverso de “odeio segundas-feiras”, me peguei mais uma vez refletindo sobre o tempo. Tenho uma relação muito particular com o tempo. Fico horas e horas pensando sobre ele, que quando me dou conta, já se passou tanto... tempo! 

Dias atrás estava viajando, uma viagem incrível e uma realização iniciada: minha primeira viagem internacional. Comecei por perto, Peru e Bolívia, países que me surpreenderam. Coisas lindas, para se ver, para se estar. Foi quando por lá, me vi sem saber se era domingo ou se era segunda, se era 1ͦ ou 30. E o melhor: tive o prazer de saber de que tanto fazia. Ah, essas maravilhas da atemporalidade que a vida nos agracia vez ou outra.. Todo dia é dia, todo tempo é tempo! Uma sensação libertadora de se estar no tempo sem se estar. 

Por outro lado, e voltando ao assunto de início, não se pode negar o poder renovador de uma bela segunda-feira. Renovador e resolutivo. Ou de um bom novo ano, novinho em folha, com cheiro de agenda nova (meu fetiche), agenda vazia e limpinha. Só esperando as velhas, ou melhor, as novas listas por virem (também fetiche). 

Recentemente fizemos um post coletivo aqui, sobre nossas resoluções para esse ano. Nem preciso dizer que adorei a ideia, já que adoro lista e adoro traçar metas e objetivos (embora tenha me proposto nesse mesmo texto “planejar fazer menos planos”...). Mas como disse nossa balzaca Renata, os objetivos têm uma boa função de nos ajudar a direcionar nossa energia para o que no momento é prioritário para a gente. Afinal, para que perder energia – e tempo – à toa? 

A máxima de que tempo é dinheiro faz muito sentido, já que precisa-se de tempo para se realizar algo. Então, realizar metas – plausíveis – deve ser uma questão de tempo. Tempo é algo que quando se quer, tem, concordando mais uma vez com Renata (adorei e me identifiquei muito com algumas partes do texto “Simplicidade”), que diz vir “aprendendo que o tempo é da gente e quem quer fazer algo arruma tempo, prioriza, abre mão de outras coisas”. Além disso, complemento: tempo é agora. O tempo voa e não para e esse foi o subtítulo do meu texto de estreia aqui, à propósito! E hoje é segunda-feira, preciso ir, porque tenho muita coisa pra realizar pela frente, e alguns itens para riscar da agenda... 







Oração Ao Tempo 
(Caetano Veloso)


És um senhor tão bonito 
Quanto a cara do meu filho 
Tempo tempo tempo tempo 
Vou te fazer um pedido 
Tempo tempo tempo tempo... 


Compositor de destinos 
Tambor de todos os ritmos 
Tempo tempo tempo tempo 
Entro num acordo contigo 
Tempo tempo tempo tempo... 


Por seres tão inventivo 
E pareceres contínuo 
Tempo tempo tempo tempo 
És um dos deuses mais lindos 
Tempo tempo tempo tempo... 


Que sejas ainda mais vivo 
No som do meu estribilho 
Tempo tempo tempo tempo 
Ouve bem o que te digo 
Tempo tempo tempo tempo... 


Peço-te o prazer legítimo 
E o movimento preciso 
Tempo tempo tempo tempo 
Quando o tempo for propício 
Tempo tempo tempo tempo... 


De modo que o meu espírito 
Ganhe um brilho definido 
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios 
Tempo tempo tempo tempo... 


O que usaremos pra isso
Fica guardado em sigilo 
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo 
Tempo tempo tempo tempo... 


E quando eu tiver saído 
Para fora do teu círculo 
Tempo tempo tempo tempo 
Não serei nem terás sido 
Tempo tempo tempo tempo... 


Ainda assim acredito 
Ser possível reunirmo-nos 
Tempo tempo tempo tempo 
Num outro nível de vínculo 
Tempo tempo tempo tempo... 


Portanto peço-te aquilo 
E te ofereço elogios 
Tempo tempo tempo tempo 
Nas rimas do meu estilo 
Tempo tempo tempo tempo...





Gabriela continua planejando esperar o tempo passar devagar. Mas sabe que, para isso, também não precisa paralisar! Afinal, a semana acabou de começar... Ah, e falando em tempo, hoje Gabriela faz três anos de namoro! 


domingo, 13 de janeiro de 2013

Das ausências...


A Menina olha ao redor e percebe que sua vida, no momento, está repleta de saudades.

Ela percebe que, onde antes haviam risos e flores, hoje restam apenas espaços vazios...e lágrimas. 

Ela anda pelos cômodos da casa em busca de memórias de um tempo que já se foi. 

Ela fita os olhos dos fantasmas daqueles que um dia habitaram sua vida e seu coração e sente apenas o vazio a crescer cada vez mais dentro de si. 

E a Menina, então, subitamente, se dá conta do quanto sua vida está transbordante... de ausências... 









Déia escreve aos domingos e busca, dentro de si, força e inspiração para superar momentos difíceis que assolam sua vida.



sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Fio do Poste


Uma amiga me convidou para escrever no blog, e confesso que, a princípio, eu pensei que não teria nada a dizer. No fim aceitei, para treinar minha redação e, aos trinta anos, todo mundo tem algo a dizer. Por isso, aqui estou eu! Por favor, não criem tantas expectativas, afinal, sou apenas uma veterinária de 30 anos, à beira de tentar a prova do mestrado e de um ataque de ansiedade, tentando sair da crise.

Começarei contando um fato que aconteceu comigo e que me incentivou ainda mais a procurar a terapia e a policiar mais meus pensamentos nas coisas boas:

Depois de ter uma crise de ansiedade, com medo de morrer antes da hora (sei que não devia pensar nessas coisas e, por isso, já estou na segunda sessão de terapia), fui conversar com meu pai, num jantar numa pizzaria próximo à casa de uma amiga, onde as mesas ficam no meio da rua (o local é importante pelo que contarei mais adiante). Disse a ele que estava me sentindo meio mal pelo mundo todo, por eu ter uma vida boa, com uma família boa, e que, naquele momento, eu estava tendo uns pensamentos não muito positivos e blá, blá, blá. Foi nessa hora, bem no meio do meu desabafo, com choros e tudo mais, que a gente ouviu um barulhão, e, de repente, um fio de energia que estava no poste se soltou e caiu quase do nosso lado, bem em cima de uma menina que saia da pizzaria! Parece até piada ou um conto desses improváveis, mas acreditem, foi verdade. Parei de chorar na mesma hora, e ainda bem que o fio estava sem energia e não machucou ninguém. Mas assustou todo mundo! Acho que meus pensamentos não eram tão negativos assim, pois poderia ter ocorrido algo muito pior e, para evitar que essas coisas aconteçam, eu estou indo à terapia e controlando eles. Agora, só coisa boa na cabeça! A terapia tem me ajudado e hoje eu recomendo a todo mundo. Não é fácil ter trinta anos, pelo menos, não pra mim.


Samira estreia aqui desejando boas vibrações e que mundo melhore já que ele não acabou.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Simplicidade

O primeiro post de 2013 aqui no blog foi um texto escrito a várias mãos, com nossas resoluções para esse ano. Não que necessariamente a pessoa precise ter alguma; ou precise esperar o primeiro de janeiro para tê-las. Isso é bem pessoal e ouvi opiniões de diversos lados, todas com bons argumentos. Creio que é uma questão pessoal, mesmo. Para mim, funciona usar o final do ano (e início do inferno astral, dizem) para fazer um balancete do ano que passou e pensar em metas para o seguinte. Não que eu viva para atingi-las somente, ou que faça um plano infalível do Cebolinha e me atenha a ele. Mas gosto de ter objetivos, e esse exercício ajuda a direcionar a energia para o que elenquei como prioridade. Imprevistos acontecem, mudo de ideia, supero algumas coisas, mas as metas têm seu papel.
As minhas resoluções para 2013 se baseiam, todas, na simplicidade. E lendo as das outras meninas aqui no blog, vi que as delas também acabam falando disso, de uma forma ou outra. Falam de levar uma vida mais simples, mais leve, de dedicar um tempo para as pequenas coisas, e que realmente importam. Dar atenção aos amigos, à família, a nós mesmas.
Eu venho aprendendo que o tempo é da gente, quem quer fazer algo arruma tempo, prioriza, abre mão de outras coisas. Falta de tempo é uma desculpa que a gente inventa, muitas vezes, pra gente mesmo.
Também venho aprendendo (vi na retrospectiva 2012 que foi um ano de aprendizados) que a vida é simples, a gente é que complica.
Tem muita coisa pra fazer? Começa por alguma; delega; abre mão de algo não essencial. Tem dúvidas? Indecisão é quando a gente sabe o que quer, mas acha que devia querer a outra coisa. É só escolher com quais consequências quer viver. Tem problemas? Todos temos; é praticamente sinônimo de estar vivo. Lide com eles; resolva ou assuma.
Parece fácil, falando assim. E acredito que até seja! É que estamos acostumados a nos apegar aos problemas, a complicar, a procrastinar, a reclamar...
Em 2013 vou continuar o que comecei em 2012, ser mais minimalista, mais seletiva, mais simples, mais serena. Isso traz uma gostosa sensação de liberdade.


Renata deseja que todos possam se inspirar, respirar com gosto e levar uma vida mais simples.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Resoluções de Ano Novo


Andreia evitará reclamações cotidianas, fechará sua boca para palavras negativas, e para a comida em excesso. Em 2013 quer uma vida simplificada e muito feliz, rodeada de amigos, de amor, de carinho, de aconchego e de gatos, os de quatro patas, e um de duas, com muitos entendimentos e nenhuma confusão. Ah, Andreia também quer a paz mundial e o fim do aquecimento global.

Em 2013 Lilian quer um amor e uma cabana. Sonhou grande demais e agora trabalha mais do que gostaria por causa do que sonhou. Uma cabana há 500m dos seus amores, com vista para praia, mordomo, cozinheiro e um carinha que cuide da piscina. Eu não disse que eu sonhava demais? Qual era mesmo a minha meta para 2013?

Mariana também evitará reclamações cotidianas como Andreia e também quer um amor e uma cabana como Lilian (aliás, que definição boa hein?). Vai usar batom vermelho e andar mais de peito aberto - no sentido postural e sentimental. Livre, a leveza é o mantra.

Em 2013 Déia fará mais exercícios físicos, comerá menos doces, passará o fim de semana de pernas para o ar (sem se preocupar), ficará mais tempo com seu amor, sua família e sua gatinha e tentará evitar que os contratempos da vida a abalem tanto.

Em 2013 Gisele quer mais gratidão, mais alegria, mais casa cheia de família, de amigos, de amor. Quer mais telefonemas, e-mails, skypes, facetimes, bilhetes, blog e cartas. Quer mais conversa fiada, mais fazer nada junto, mais cumplicidade, música e cantar baixinho. Quer mais aconchego, pernas entrelaçadas, abraços e mãos dadas. Quer mais alôs, mais "e aís?", mais gargalhadas. Quer se surpreender com as mesmas paisagens e curtir mais chegar em casa, descobrir mais um cabelo branco, rir da mesma piada, encontrar feliz as mesmas pessoas. Em 2013 chega de sombras, de "tenho-ques", de coisas, de nãos. Chega de medo, de pressa, de cobranças, de expectativas, de luto. Em 2013 a Gi quer MAIS. MUITO MAIS. Mas desta vez MAIS DO MESMO, mais da mesma Gi, a Gi de verdade. 

Em 2013 Gabriela quer ver mais o tempo passar, passar devagar, para não ter que chegar no fim dele e se indignar: "2014, já?!?". Planeja não fazer tantos planos e quer buscar o desafio quase sobre-humano de viver e estar mais no AGORA, porque cada vez está mais certa que todo o mais é ilusão. Na agenda (da qual não se separa, só quando viaja, a que substitui por um bloco de notas) já estão anotados: consertos ínfimos (mas incômodos) na casa, mexer mais no quintal e nas plantas (quem sabe uma horta?), atividade física (prazerosa, pode ser?), comer menos carne e beber menos cerveja, meditar mais. Além disso, trabalhar sobre medida, namorar muito mais, viajar sempre que der. Abraçar mais árvores, passear mais com os cachorros, dançar mais, muito mais. Um banho de chuva quando puder, um passeio na rua, mais encontros de nutrir a alma com os poucos e bons. Menos ansiedade, mais respiração, menos remédios, mais florais, menos intolerância, mais amor e mais paixão!

Laeticia espera conseguir administrar melhor o seu tempo e, quem sabe, conseguir fazer coisas simples do dia a dia como retornar ligações e emails particulares, trabalhar menos, dar a atenção merecida à sua família e aos seus amigos, desacelerar mais e viajar mais ainda; espera conseguir continuar se alimentando melhor, frequentando a academia, emagrecendo e seguindo em frente com o Projeto 36 com 65. Mas acima de tudo, Laeticia espera continuar sendo muito, muito feliz!!!

Renata quer um 2013 mais leve, com menos preocupação e mais leveza, mais pureza e serenidade. Jura que vai emagrecer, se livrando não só dos quilos a mais, mas também de outros excessos (mas talvez ainda não esteja pronta pra se livrar do drama). Em 2013 simplicidade é o lema. Vai apreciar ainda mais o pôr do sol, a lua cheia, o beijo estalado no rosto, cheiro de café e o sorriso gratuito. Vai ler, viajar, cantar e se mexer, sem deixar de lado tudo o que realmente importa.

 
E vocês, o que esperam de 2013? 


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