quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Música do dia

É meio estranho, mas ultimamente eu tenho ouvido muitas músicas que sempre ouvi mas nunca tinha parado para pensar no significado.
Não sei que momento é esse, mas tenho pensado muito no que é que a pessoa que escreveu aquilo estava pensando enquanto escrevia.
Nesse contexto, a música do dia é "Your House", da Alanis, que deixo com vocês junto com a pergunta: O que é que ela estava pensando???

"Your House"

I went to your house
Walked up the stairs
I opened your door without ringing the bell
I walked down the hall
Into your room
Where I could smell you
And I shouldn't be here, without permission
I shouldn't be here

Would you forgive me love
If I danced in your shower
Would you forgive me love
If I laid in your bed
Would you forgive me love
If I stay all afternoon

I took off my clothes
Put on your robe
I went through your drawers
And found your cologne
Went down to the den
Found your CD's
And I played your Joni
And I shouldn't stay long, you might be home soon
I shouldn't stay long

Would you forgive me love
If I danced in your shower
Would you forgive me love
If I laid in your bed
Would you forgive me love
If I stay all afternoon

I burned your incense
I ran a bath
I noticed a letter that sat on your desk
It said "Hello love, I love you so love, meet me at midnight"
And no, it wasn't my writing
I'd better go soon
It wasn't my writing

So forgive me love
If I cry in your shower
So forgive me love
For the salt in your bed
So forgive me love
If I cry all afternoon

Milena acordou sem inspiração pra escrever e com essa música na cabeça.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Tensão Pré Janeiro

Janeiro é um mês danado! Quanta conta para pagar!? É assombroso! Mal começa dezembro, mês de festa e alegria (pelo menos para uma boa parte da população) e o medo do janeiro vem junto. Podemos chamar de tensão pré janeiro – TPJ. É moda! 

Quem de vocês guarda um tantinho do 13º salário para as despesas inevitáveis de janeiro? Não vale mentir... É fato que pouca gente opta por reservar parte do 13º ou juntar uma graninha durante o ano para não cair na areia movediça do janeiro. IPTU, IPVA, DPVAT, ZFJKDJC, MNREINA, enfim, são tantas siglas e $$$$$$ que a maioria prefere nem saber o que significa essa tralha toda. 

A situação se agrava quando se trabalha em uma empresa camarada, como eu, e o 13º e o salário de dezembro adiantam para que as pessoas fiquem mais felizes no natal. Felizes e nem sempre inteligentes. Tem gente que torra tudo comprando presente para a família toda, amigos, etc e esquece que aquela grana tem de durar 40 dias ou mais. Heeeeinn!? Quarenta dias? Sim, nesse caso a próxima graninha só sai no final de janeiro ou início de fevereiro, vai saber... 

Aprendi a poupar com a minha mãe. Ainda não pago todos esses Isssss da vida (hei de pagar em breve), mas sei perfeitamente o que fazer para pagá-los e ainda ter fôlego para respirar em Janeiro. Minhas aulas de economia doméstica (com mamãe) foram produtivas. 

Lá se vai janeiro levando consigo muita tensão. Para muitos a situação $ só se normaliza em março e olhe lá! 

Angel defende o planejamento financeiro familiar. Esse hábito pode evitar atoleiros financeiros, pitis grandiosos e divórcios.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Cotidiano

Anastácia acordou, como sempre, às seis da manhã. Olhou no relógio com esperanças de ainda lhe restarem alguns minutos para que pudesse dormir mais um pouco. No entanto, após constatar o fato de que eram realmente seis, ela se levantou. Foi ao banheiro, ainda sonhando, tropeçou num dos gatos, pegou o leite, sentou a mesa. Tomou café, e teve a impressão de ter comido mais do que tinha vontade, sentiu uma moleza devido ao que havia acabado de comer e se lembrou novamente de sua vontade de dormir mais um pouco. Não podia, havia trabalho a se fazer, contas a serem pagas, desejos para serem consumidos, em fim, tinha que ganhar a vida. Escovou os dentes e vislumbrou uma espinha em seu queixo – ótimo, perfeito, nada melhor do que isso para começar a segunda-feira!! Espremeu, piorou. Sentou-se no computador, deu uma olhadela para os artigos aguardando por serem traduzidos e sentiu uma preguiça descomunal. O fim de semana tinha acabado de dar-lhe adeus e já ansiava pela chegada do próximo. Anastácia estava cansada, começou a trabalhar. 

sábado, 24 de janeiro de 2009

Desisto

Quem viu no meu e-mail essa palavra nas últimas semanas a fio pode ter tido a impressão errada. Realmente desisti, mas isso não é ruim, não! Explicarei:

Sempre tive algumas tendências que acabam facilitando que eu me irrite com certas coisas, me decepcione com outras. Como tentar ser sempre o mais responsável possível, evitar deixar os outros na mão. Um exemplo disso é este próprio blog; só encarei ser fixa quando me senti em condições e dificilmente “furo”, só mesmo em casos extremos. Sou assim em todos os aspectos da minha vida.

Mas acontece que acabo esperando que os outros também pensem assim. E, obviamente (e que bom), as pessoas são diferentes.

Então, desisti.

Desisti de me irritar com atrasos. Com irresponsabilidade. Com pessoas que deixam seu trabalho para os outros e levam a glória para si. Com descaso. Com desrespeito.

Desisti.

Não que eu tenha passado a concordar com tudo isso, mas achei melhor investir minha energia em formas de ser cada vez melhor e de evitar depender destas pessoas para qualquer coisa. E quando isso for impossível, desisti de me irritar. Não tenho mais energia pra isso.

Desisto.

 

Enquanto Renata tenta essa nova forma de levar a vida, o tempo passa. No próximo sábado ela já vai ter feito 20 pela última vez. Que sabe tudo isso seja efeito da maturidade? Será?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O dia em que o mundo (quase) parou

Lá vem ele, o cavaleiro negro, carregando no nome as origens muçulmana e queniana, para tomar posse do mais importante cargo político daquela que já foi um dia a grande potência mundial: Barack Hussein Obama. No púlpito, presta o juramento que ali também prestou Abraham Lincoln, inclusive sobre a mesmíssima Bíblia (Estado laico?) e passa, oficialmente, a carregar a responsabilidade pela salvação do mundo. Na melhor das hipóteses, passa a representar o início de uma Nova Era. 

Comparado a Lincoln, responsável pelo fim da escravidão nos Estados Unidos, Barack Obama inquestionavelmente carregará pelos próximos anos um grande peso. Ao aceitar a comparação com um líder da grandeza do primeiro presidente republicano eleito, mais ainda, ao declaradamente inspirar-se nele, Barack Obama traz para si um enorme desafio. A pergunta que não quer calar: será Barack Hussein Obama um Presidente à altura de Abraham Linconl? A História se encarregará de me responder esta pergunta.

As palavras proferidas em seu discurso de posse são de fato fortes. Palavras de alguém que parece ter os pés no chão. Mas será? Obama admite: o juramento é feito em meio a nuvens carregadas e tormentas violentas. O mundo está novamente passando por uma transformação profunda. O correr de olhos na cronologia dos fatos mais importantes da História ocidental – corrija-me, Tânia, se eu estiver enganada – permite a previsão de momentos de crise, crises estas nunca evitadas. Como a crise pela qual passamos agora.

Em 1929 houve uma crise de superprodução. Ações de empresas de produção industrial e agrícola valorizaram-se absurdamente, estimulando a especulação. Papéis sem lastro circulando descontroladamente Estados Unidos afora e a quebra da Bolsa de Nova York acabou realmente deprimindo meio mundo (desculpem o trocadilho – foi inevitável). Vindo como um milagre, o New Deal foi a luz no fim do túnel e, entre mortos e feridos, houve quem se salvasse. Tanto é que cá estamos nós provando que a História é feita de ciclos. Quase cem anos depois da Grande Depressão, outra crise. Desta vez, uma crise que se iniciou no mercado imobiliário norte americano e acabou desaguando no mesmo mar de 1929: crise de super crédito, ou de títulos vulgarmente conhecidos como “sem fundo”. Novamente a falta de lastro. O calote do século. E olha que o século mal começou. O que consola é que tudo leva a crer que crises assim só acontecem uma vez a cada cem anos mais ou menos. Em 1929, o mundo via esperança em Franklin Roosevelt, outro Presidente que fez História. Outro peso nas costas de Barack Obama.

Foi além de seu discurso Barack Obama: citou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e suspendeu os julgamentos em Guantánamo um dia após sua posse. Será esta determinação um indicador de um mundo mais civilizado? Melhor, de um mundo mais humano? Sob o escudo da defesa da liberdade, os Estados Unidos declararam guerras, prenderam, torturaram, mataram. Parece-me que a defesa da liberdade é um grandessíssimo engodo: o moto-gerador sempre foi a ganância, a fome de poder e aí veio o terror. Como lutar contra quem se dispõe a morrer por sua crença, por uma ideologia, por coisas que não são mensuráveis e não têm preço? É, Barack, herdaste mais um desafio. Creio que mais difícil que resgatar a economia mundial. Só espero que, vitoriosa a “guerra contra o terror” – apenas para se considerar uma hipótese – não se instalem outros Guantánamos e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão volte a ser só um quadro na parede.

Eu poderia passar a noite inteira relacionando trechos do discurso de posse do atual Presidente norte-americano a passagens da História ocidental – hoje mundial e globalizada -, muitas vezes verdadeiras aberrações egocêntricas (e sempre atendendo a interesses financeiros) daqueles que um dia detiveram o poder. Vietnã, Afeganistão, Kwait, Iraque. O comunismo, coitado, já era. Quer ser comunista? Vai nessa, azar o seu. Mas deixe os monges de Burma serem mortos por lutarem por liberdade, lá não tem petróleo mesmo! Deixem os palestinos serem massacrados por Israel por causa do Holocausto, a despeito de esta nova guerra santa já ter matado quase três vezes mais palestinos do que judeus foram mortos. Mas não vou fazer isto. Vou simplesmente ler mais uma vez o discurso do homem a quem foi imputada a responsabilidade por consertar o mundo, por promover a paz mundial, a união dos povos, a divisão de riquezas, a igualdade social. E vou guardar. Quero reler daqui a alguns anos. 

Acho que as pessoas estão colocando nos ombros deste homem uma carga pesada demais. Estão subtraindo-se à sua própria responsabilidade. E tenho pra mim que ele erra ao buscar declaradamente ser um grande líder, ao comparar-se com nomes históricos, ao aceitar tamanho encargo. Grandes líderes não são forjados desta maneira. Grandes líderes não são forjados. Grandes líderes simplesmente o são. E ainda não houve tempo para sabermos se Barack Hussein Obama será um grande líder ou apenas o Super-Homem do New Deal, com uma nova roupagem, para tentar recuperar a auto-estima do povo norte-americano. A História já nos mostrou que a busca pela recuperação da auto-estima de um povo pode ter conseqüências desastrosas. Mas tenhamos fé, tenhamos esperança. Afinal, são sentimentos exclusivamente humanos. E não nos esqueçamos de que o ser humano erra, mas só não erra quem não faz.

Laeticia têm fé e esperança, não em um presidente que não escolheu, de um país onde não vive, mas de que com o passar do tempo as pessoas terão consciência de todos dependem uns dos outros e se tornarão pessoas melhores, para um dia serem dignas do título de humanas.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Padrões

Andei notando que nos últimos anos, o meu padrão para algumas coisas começou a mudar, e mudar muito. Será que é normal? 

FESTA: na época em que eu era estudante o meu conceito de festa era muito diferente do meu conceito de hoje. Naquela época, três pessoas e uma garrafa de pinga barata eram sinônimos de festa. Hoje em dia não, de maneira nenhuma, a bebida parou já faz alguns anos de entrar no meu critério de festa. Festa pra mim é comida, comida boa, comida bem feita. Bons amigos. A bebida vem em ‘terceiro plano’. Pode ser vinho, um coquetel. Dependendo até uma cervejinha. Bom, mas se tiver que escolher entre beber ou ir de carro. Vou sempre escolher ir de carro. Antigamente eu sempre ia escolher beber, preferia ir a pé, pegar um ônibus do que ir de carro e não beber (beber e dirigir NUNCA foram uma opção), porque festa pra mim era beber.  Agora a minha escolha é quase sempre o conforto do meu carro. Ir pra casa quando eu bem entender. Sem ter que esperar nada nem ninguém. E como bônus não tenho ressaca no outro dia. Que maravilha! 

DORMIR: Meu padrão de dormir também mudou muito. Dormir agora é na minha cama e somente na minha cama. Nada de sofá, colchonete, dividir cama com amiga. Faço tudo possível pra sempre voltar para casa. Nada melhor do que acordar na casa da gente, depois de uma noite de festança.

FÉRIAS: Passei a categorizar férias de duas maneiras, férias-visita e férias-férias. Férias-visita é quando a gente viaja pra visitar alguém, um parente, um amigo. Hoje em dia pra mim esse tipo de férias tem que durar somente alguns dias. Um fim de semana prolongado, por exemplo, daí você viaja somente para curtir aquela pessoa. Perfeito. Agora férias-férias é quando a gente viaja somente para relaxar,não preocupar com nada nem ninguém, de preferência num hotel ou casa alugada. Come fora quase todo dia. Afinal cozinhar nas férias de jeito nenhum. 

NOITE: Sair na noite, digo na ‘balada’ não é mais uma opção para essa aquariana de quase 30 anos. Depois de várias tentativas frustradas ao longo dos últimos anos, acabei abolindo as noitadas. Hoje prefiro um programa light, restaurante, cinema, café, um barzinho. Ao então na verdade só fazer um programa bem legal durante o dia, esquiar (no inverno), fazer uma caminhada na floresta (na natureza), andar de bicicleta, piquenique, piscina/lagoa (dependendo da época do ano). Então depois de ter gasto bem durante o dia aí só pedir uma pizza e assistir um filme. 

Liz está prestes a fazer 30 anos e anda ficando preocupada, a memória não é mais a mesma e o seu nível de caretice andou aumentando exponencialmente nos últimos anos. Será que está começando a caducar? 

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Direitos e Deveres de uma Mulher de 30

Uma Mulher de 30 tem o dever de:

Dizer o que pensa, não importando as circunstâncias.

Andar apenas com quem tem vontade e não ver/ convidar/ fazer sala/ sair com ninguém por obrigação.

Cuidar do corpo, usar anti-rugas, salto alto e maquiagem, mas não ficar escrava de nada disso (assim como a Mulher de 40, 50, 60, 70, 80, 90...).

Não se importar com o que os outros pensam ou falam de si.

Saber do que gosta.

Fazer o que gosta, e mudar tudo, começar de novo, revolucionar sua vida se ainda não faz o que gosta.

Saber dizer não com classe e ênfase.

Saber fazer cafuné, massagem e pelo menos um quitute culinário.

Ter um pretinho básico que emagreça uns 3 quilinhos.

 

Uma Mulher de 30 tem o direito a:

Sorrir, apenas, quando não quiser responder a uma pergunta.

Andar descabelada com a segurança de quem acabou de sair do melhor salão da cidade.

Fazer manicure toda semana.

Recusar o que não quer, agradecendo, mas sem ter que dar explicações.

Usar uma roupa velha, que nem combina com a ocasião e deixar uma mulher de 20 admirada de sua classe.

Dirigir mal, sem se importar.

Resolver que quer aprender a tocar piano ou a fazer sites na Internet, e fazê-lo.

Achar vantagens em estar em casa, com uma garrafa de vinho e uma amiga ao invés de numa balada.

Escolher a cor do seu cabelo, quando tirar férias e quando (e se) quer ter filhos.

Agarrar o ficante, namorado, namorido ou marido quando bem entende, sem ter que se preocupar com o que ele vai pensar, e sabendo que ele vai adorar.

Pechinchar ou pagar uma fortuna por qualquer coisa, em qualquer lugar, dependendo de seu humor.

Arrasar numa lingerie ousadíssima sem dar a mínima para a celulite.

Passar o domingo inteiro de pijama lendo.

Querer viver outros 30 sendo exatamente como tem vivido, agora com a vantagem de saber exatamente quem ela é.

 

Gisele Lins escreve aqui às quartas. Hoje com zero de inferno astral (ufa!).

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Minha menina

Ela parece um tantinho comigo sim. É linda! Não sou tão linda quanto ela. As crianças, além da beleza natural, têm a beleza infantil, a pureza. A minha menina está crescendo, evoluindo, me surpreendendo a cada dia. 

Dia desses estávamos deitadas e eu a admirar a beleza dela. Não resisti e disse “Bebe, sabia que você é linda!?”. E então veio a resposta que toda tia gostaria de ouvir “É porque eu tenho o cabelo cheio de cachinhos igual ao seu titia...” Ah, parem e digam pra mim se isso não é motivo para um sorrisão regado de algumas lágrimas de orgulho e felicidade!? 

A melhor dos últimos meses foi que ela cochichou sobre um tal Breno. “Quem é esse Bebe?” “É um menino da minha escola titia, ele gosta de mim.” “E você, gosta dele?” “Gosto!” Falou bem baixinho para o pai não ouvir, pode!? A minha menina, que nem completou cinco anos, já falando em meninos, paquera, esse amor infantil que é lindo... 

Valha-me Deus, como o tempo voa! 

Outro dia mesmo a vi sair da barriga da mãe, chorando com toda vontade. E agora... 

É como eu sempre digo, quem precisa de filhos se tem por perto sobrinhos lindos e pouco santinhos? Criança santa é enfadonha, irreal. Bom mesmo são os naturalmente “encapetados”, birrentos, arteiros e felizes, principalmente aos olhos das tias. 

Angel orgulha-se de sua menina e vê alguma coisa de si mesma nela, além dos cachinhos: uma meiguice (que é mais visível nas crianças), uma carência, o olhar.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Minha irmã, meu São Francisco de Assis

Quando criança já era assim, presença constante dos animais. Em nossa casa sempre tivemos vários, por vezes inúmeros e diversos. Minha irmã e meu pai sempre foram os mais apegados, os mais cuidadosos, enquanto eu, gostava mesmo era de fazer experimentos. Lembro-me de minha irmã no jardim com os braços abertos e olhos fechados, não sei ao certo se cantava alguma música conhecida ou se era alguma espécie de cântico em língua por ela mesma inventada, fato é que o intuito era encantar passarinhos, sim. No entanto e para ela infelizmente, essa técnica só funciona mesmo em filme. Mas ela nunca se deu por vencida e tenta, teimosamente, ensinar gato a não comer passarinho, galinha a não comer as verduras e a cachorro enterrar suas necessidades fisiológicas. É, ela sempre foi assim, quando nosso cágado (um tipo de tartaruga que gosta de ficar na água) transbordou da piscininha e se perdeu pelo jardim adentro, ela chorou, quando os coelhos procriaram tanto ao ponto de deixar todos enlouquecidos e foram distribuídos entre amigos e vizinhos, ela também chorou, quando nossos infinitos gatos pegavam passarinhos, também, e até hoje ela é assim. O mais engraçado é que ela atraí animais perdidos e abandonados, outro dia foi a vez de um filhote de andorinha. Ao ir na rua comprar pão, me volta com o pão, claro, e um minúsculo filhote de andorinha, segundo ela, estava caído na calçada. Bom como já é de se esperar, temos gaiolas vazias em casa, no caso desses incidentes acontecerem, usualmente cuidamos do pobre pássaro e depois o libertamos saudável e feliz. Mas esse coitado, talvez por ser tão pequenino, talvez devido a queda, não resistiu e no dia seguinte estava lá, duro, caído, no chão da gaiola. Ela veio chorando ao meu encontro, o passarinho morreu. Ela sempre foi assim, e sempre será, meu São Francisco de Assis. 

 

Acontecido na semana passada, me fez pensar nesse conto. Ao mesmo tempo que me sinto feliz por existirem pessoas assim, gostaria que minha irmã sofresse menos com as leis naturais da natureza.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Culto, Crença, Religião, Fé

Nossos preconceitos muitas vezes não nos permitem ver o que há de bom nos outros. Embora eu não seja adepta da idéia de que sempre existe algo bom, mesmo em acontecimentos ruins, acredito que, pelo menos de vez em quando, precisamos rever nossos conceitos. 

Fui recentemente a uma cerimônia de casamento de culto evangélico. Adianto que a cerimônia foi maravilhosa. Acontece que muitas pessoas têm resistência à cerimônias de casamento, e ainda mais a cultos evangélicos. Eu mesma sou um pouco assim. Mas era o casamento de um amigo, e seria absurdo deixar de ir por questão de crença. Fui. O casamento foi longo, com cerca de duas horas de duração, e muita fala do Pastor. Mas, em nenhum momento, senti que o tempo demorou a passar. Pelo contrário, pareceu mais rápido do que ocorreu. Não houve discurso apelativo, nem tentativa de converter ninguém, nem preconceituoso. O discurso foi sim religioso, mas sem caráter exclusivo de determinada crença. Foi bonito por isso mesmo. 

Ao fim do casamento, descobri que algumas pessoas, amigas do casal, não compareceram ao casamento, e que deveria ser pelo fato de ser cerimônia evangélica. Ora, mas que amizade é essa? Confesso que não entendo como, vivendo em um país em que convivem geralmente tão bem várias religiões, há pessoas que não respeitam a crença alheia, e ainda tentam fazer desse lugar um Oriente Médio. Até onde aprendi, toda religião tem problemas, pois ela é constituída por homens, e homens erram, inclusive ao interpretar documentos sagrados. Como todas as pessoas, tenho meus preconceitos, e são muitos, mas tento não me excluir do mundo, nem ferir outras pessoas por causa deles. Mesmo que a cerimônia não tivesse sido bela, ainda assim eu a assistiria por consideração e amizade, e porque penso que as crenças não podem afastar as pessoas. Elas deveriam uni-las, independente da religião. 

Não podemos nos separar em grupinhos, cada um achando que tem razão e que os outros são errados, e acreditando viver de acordo com os mandamentos de Deus. Isso é o absurdo. Embora eu não defenda uma determinada religião, e encontre coisas boas em muitas delas, respeito quem segue sua crença, desde que não prejudique outras. Vivemos num país com liberdade de crença. Então, precisamos aproveitar essa liberdade, e aprender com ela que liberdade é respeito! 

Tania tem mais preconceitos do que deveria, mas não permite que seus preconceitos guiem sua vida completamente a ponto de esquecer a importância de suas amizades.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Cabeça nas nuvens

Sabe aquela sensação de andar com a cabeça nas nuvens? Adoro!

Não como metáfora pra estar distraída, esquecida. Disso eu não gosto. Mas falo mesmo de manter a cabeça nas nuvens! De observar, de curtir cada tom, cada movimento, cada raio de sol que passa por entre elas. De chegar ao ponto de se sentir mais feliz e até de respirar melhor ao ver uma nuvem rosada pelo pôr-do-sol.

Vou listar algumas vantagens e ver se ganho mais adeptos, porque a minha filha já se rendeu:

- você sempre terá uma postura legal, porque você deve deixar a cabeça ligeiramente erguida para acompanhar as nuvens;

- sua criatividade vai aumentar escandalosamente, para poder descrever os movimentos e as cores e as pequenas mudanças que acontecem nelas;

- você nunca mais vai achar um dia ruim, porque mesmo nos mais nublados ou chuvosos, elas estão emoldurando o céu só pra gente poder observar;

- você vai descobrir que existem muitos mais tons de rosa, vermelho e laranja do que você já havia imaginado;

 

Bom, virando adepto ou não, garanto que você nunca mais vai abrir uma janela ou sair na rua do mesmo jeito, sem dar ao menos uma olhadinha pro céu. E quanto mais olhar, mais vai se admirar do balé colorido que as nuvens apresentam praticamente todos os dias, salvo raras exceções. E vai ter certeza de que milagres existem!

 

Renata consegue, em meio às suas não férias de muito trabalho, ter momentos de grande prazer observando as nuvens, ainda mais quando o faz com alguém querido. Espera que vocês tentem. E gostem também!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

TUDO é made in China

Sou consumista. Quem não é?! A novidade é que basicamente tudo o que consumo hoje em dia é made in China. 

As xícaras do café são made in China; a decoração de Natal, da árvore aos apetrechos mimosos, é  made in China; a sombrinha desses tempos chuvosos é made in China; as luzinhas de Natal são made in China; muitos presentes dados, presentes recebidos; o forro da mesa, os enfeites da estante, anjinhos, porta-retratos, enfeites de cabelo e demais miudezas infantis...tudo é made in China! Uma febre!!! 

Se você ainda não se deu conta dessa invasão, experimente passar a ler as etiquetas. Aquela tal de “produzido na zona franca de Manaus” já era. A moda agora você já sabe: made in China! 

Tudo quanto é empresa foi para lá! Bons negócios? O que se ouve  é que a mão de obra made in China é mais em conta, que se trabalha mais por menos. Bom, não vou me aprofundar nesses aspectos econômico-trabalhistas, prefiro ficar com os produtos que nos chegam, mesmo porque eles estão sempre de passagem. 

Só no mês de dezembro precisei comprar três sombrinhas. Todas quebraram. As lindas e coloridas xicrinhas sempre perdem as alças. Minha vizinha sempre compra pisca-pisca a mais, pois um nunca dá para enfeitar a janela  o mês de dezembro inteiro. Tic-tacs para os cabelos da Maria Fernanda compro aos montes, não apenas porque ela perde muitos, mas principalmente porque eles quebram ou se soltam facilmente. 

Não se trata apenas de lamúrias  de dona de casa, mas reclamação de uma pessoa física consumista (como já confessei ser) e que gosta de coisas baratas sim, mas de qualidade. Paciência... 

Bom, do jeito que a coisa anda , aliás, corre, a economia chinesa avança. Uma grande potência, sem dúvida! Fico pensando aqui com os meus botões ( a maioria deles mad...) se o próximo presidente do mundo vai ser made in China... 

Vanessa, aqui, esporadicamente.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Poesia

"Venham amigos
Não é tarde para procurar um mundo mais novo
Minha meta é navegar além do pôr-do-sol
Embora não tenhamos a força que antigamente movia céu e terra
O que nós somos,
nós somos uma boa índole e corações heróicos
enfraquecidos pelo tempo, mas fortes na vontade
de lutar, procurar, encontrar
e não hesitar"  - Lord Alfred Tennyson

Sempre que leio esse poema me lembro de como eu gosto de poesia.
É um sentimento parecido com o meu gosto pela música, embora infinitas vezes mais brando.
A cadência tem que ser suave para que prenda minha atenção, e se não tiver rima, melhor.

Milena acha que versos são para poucos escreverem. Mesmo sabendo que jamais será uma poetisa, escreve aqui às quintas.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Inferno Astral

Então, chegue logo sexta-feira, porque será um dia a menos para a vida maravilhosa que eu sei que terei num futuro nem tão distante.

Futuro onde festa se vende como festa, e não com nomes próprios (Batizado, Casamento, Aniversário) que possuem a mágica de quintuplicar orçamentos dependendo de sua nobreza. Onde não me olham com cara de pena porque quero casar com um vestido camisola, que me permita dançar muito, e não com um vestido bolo com cinco saias de armação, que me tornará uma princesa ridícula e engessada. Futuro onde casar de cabelo solto e pés no chão, possa sim representar o despojamento que eu acredito que mereça um “sim, nós nos viemos nos agüentando e queremos continuar felizes juntos, por opção”, o invés de representar o absurdo do século.

Futuro onde não é necessário ligar para a ouvidoria de um tele-qualquer para agradecer pelo bom serviço, pois o bom serviço, e não o roubo, o desrespeito, a mentira, o descaramento, a exploração, é que deveria ser o padrão.

Futuro onde não se espera três horas para um atendimento no pronto-socorro, quando se tem plano de saúde, e trinta horas quando não se tem.

Futuro numa cidade onde quem presta qualquer serviço sabe que levará doze dias para ficar pronto, e não dois, e ainda assim vai preferir dizer a verdade a conquistar um cliente com algo que certamente não vai cumprir. Futuro numa cidade onde as coisas não funcionem das nove às onze e das duas às cinco, e onde, para qualquer coisinha a ser resolvida, não seja necessário pelo menos cinco tipos de documentos, assinados por pelo menos três pessoas, em quatro vias, e com validade de um dia.

Futuro onde ninguém se acomoda por chegar à conclusão de que não vale a pena, onde todo mundo põe a boca e exige dos outros o mesmo tanto que dedica de si, e que no fim, se tenha resultados com isso.

OK, vai, futuro numa casa bem parecida com a que eu vivo hoje, com a Pantufa e pelo menos mais um cão para fazer companhia para ela. De preferência com uns dois ranhentos correndo na grama, fazendo eu e o Sr. Puko rirmos muito. Neste futuro podemos também estar em casa sem fazer nada, mas sabendo que eu não fomos ao teatro, ao cinema, a um dentre os cinqüenta botecos de que gostaremos, à balada com aquela banda legal, à casa dos amigos que estão fazendo um churrasco, simplesmente porque nós é que não quisemos ir, e não porque nada disso estivesse lá.

Um futuro comigo mais tranqüila, sem saber que estômagos e articulações existem, onde ando de bicicleta na praia, vou para a academia porque gosto e tenho uma espreguiçadeira divina, com almofadões de tecido listrado em azul marinho e branco, ao lado da espreguiçadeira do Sr. Puko, pra discutir estratégias para os desafios que teremos, pra ler de chapéu os vinte livros por ano que quero voltar a ler, pra fazer cafuné, pra planejar as férias na Índia, pra escrever cartas à mão para os amigos de longe, como sempre gostei e há tanto não faço.

Um dia a menos para um futuro onde se anseia por aniversários e nunca se diga que não se agüenta mais.

Gisele Lins escreve aqui às quartas-feiras, a dois dias de se tornar verdadeiramente uma mulher de 30. Que seu inferno astral fique logo para trás.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Brincadeira do tempo

Anastácia acordou com a sensação de não saber exatamente onde estava, em qual cama, qual quarto, qual casa, tudo lhe pareceu ao mesmo tempo semelhante e diferente. Teve a impressão de estar perdida no tempo, de um salto se levantou, pois tinha a certeza de estar atrasada, já era segunda de manhã, trabalho, banho, café da manhã, tudo, atrasado. A pressa foi tanta que tropeçou no chinelo, trombou no armário, vestiu a meia do lado contrário, não comeu e saiu. Se sentiu como o Chapeleiro Maluco, o coelho de Alice no País das Maravilhas, ou seria do Mágico de Oz? Não tinha tempo para pensar sobre isso, mas sabia que era um coelho atrasado. Entrou no carro, prendeu a saia na porta, deu partida na ignição, no painel viu o relógio, conferiu, olhou de relance, não entendeu, achou que estava tendo mais uma alucinação, olhou novamente e concluiu, não se sabe se aliviada ou se fula da vida, era domingo, dia 31 de janeiro de um ano qualquer.  

Acontece com todos, aconteceu comigo, não sei se dormi demais ou de menos, mas dessa vez estava atrasada mesmo.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Adivinhações e Promessas de Ano Novo

Primeiro dia do ano, alto verão, muito sol, férias e eu na Bahia. Que mais poderia eu almejar? Comida, bebida e boa companhia. Tem também. E assim fomos nós para um restaurante chiquetésimo da Praia do Morro usufruir da generosidade da vida.

Devidamente acomodados num ambiente lindo e fresquinho de ar condicionado (invenção dos deuses, fala sério!!), pedimos nossos belisquetes e alquinhos (álcooiszinhos fica feio, né?) e pusemo-nos a praticar o mais agradável dos esportes: falar da vida alheia. É claro que falando assim pode ficar parecendo que somos pessoas ruins, de mau coração, reles fofoqueiros. Mas que atire a primeira pedra aquele que nunca se pegou observando as pessoas e criando verdadeiras epopéias imaginárias. Basta um estimulozinho e pronto.

Foi bem fácil começar o jogo de suposições.  A Juma Marruá estava sentadinha numa mesa bem em frente à nossa. Quero dizer, sentadinha à mesa. E olhem que o varão que acompanhava a moçoila não era de se jogar fora. Alguém se lembrou que a Juma Marruá é uma das vítimas preferidas daqueles e*cro*os do Pânico e que ela havia, segundo uma revista destas que traz informações sem as quais não poderíamos seguir vivendo em paz, dado uma resposta curta e grossa naqueles sem o que fazer. Bastou um único pedido de autógrafo pra começarmos a especular quão chato deve ser você estar afim de jantar num lugar tranqüilo e namorar um pouquinho, mas ter que passar a noite dando autógrafo pra fã. Até porque, convenhamos, qual a finalidade prática de um autógrafo? Concluí que deve ser encher o saco do coitado, no caso, coitada: a Juma Marruá, que comeu igual pato e foi embora rapidinho.

Papo vai, papo vem, estávamos lá, bebericando nossas caipis/chopes e eis que adentra o recinto um casal, digamos, exótico. Um cinqüentão (quase sessentinha) de shorts de jogar tênis, camisa pólo listrada e cara de quem tinha muitos euros na conta bancária que, temos certeza, sequer se abalou com a crise financeira mundial. Naquele bolso, sim, tínhamos certeza, a crise estava sendo só uma marolinha!! Já não podíamos dizer o mesmo da acompanhante do sessentinha: a moça não parecia que ia ficar só na marolinha. Devia ter no máximo uns vinte anos e era bem bonita a rapariga. Mas via-se de longe que não havia freqüentado a Socila: que maquiagem é esta, minha filha?!! Alguém se esqueceu de contar pra moça que a gente estava na praia. E aí a coitadinha gastou um quilo de base e pó facial pra ficar com uma cara de porcelana que não tem nada a ver com mar, areia, sol, sal e suor.

Logo de cara o sujeito fez uma grosseria sem tamanho: passou a mão no celular e disparou a ligar. Infelizmente havia um blindex impedindo que meus ouvidos de cachorro interceptassem o diálogo. Devia ser trabalho, pela cara de tédio da mocinha. Chegaram nossas casquinhas de siri e pusemo-nos a divagar sobre quão frustrante é pedir uma casquinha de siri em Minas quando, D REPENTE – momento merchandising – surge o garçon, visivelmente contrariado, e deixa sobre a mesa do casal exótico UMA PORÇÃO DE BATATINHAS FRITAS!!! Epa, epa, epa! Tem gente que não sabe pedir, viu? Com tanto camarão e peixe aqui, vai comer batata frita lá na zona, disse alguém.

Estava explicado o óbvio! O serviço que já tínhamos certeza que a rapariga prestaria não incluía bate papo. E lá ficou o sessentinha grudado no celular enquanto a mocinha devorava batatas fritas como quem come camarão empanado e olhava em volta com cara de tédio. E nós fazíamos uma ginástica mental imaginativa para adivinhar o que significaria aquele cenário (se bem que tava mais pra massagem relaxante mental do que pra ginástica).

“Acho o cúmulo da indelicadeza duas pessoas sentadas numa mesa e uma delas grudar assim no celular!!” “Mas ali não há vínculo de afinidade, só prestação de serviços.” “Certamente bate papo não está incluído no pacote.” “Ah, mas mesmo assim, puta ou não, ela está sendo vítima de uma senhora falta de educação deste cara.” “Gente, mas como que vocês sabem que ela é garota de programa?” “É garota de programa sim! Olha lá pra você ver!”

Todos olharam e viram quando chegou o filé com fritas da menina. Como é que pode alguém comer DUAS PORÇÕES DE BATATA FRITA tendo tanto camarão disponível, meu Deus? “E se ela for alérgica?” “Pobre é foda, tem alergia de camarão; mas chuchu, angu e vagem com ovo desce que é uma beleza!!” “Que alergia que nada, rapaz! Isto é desculpa porca de quem não tem bolso pra comer camarão!”

Continuamos neste papo altamente instrutivo (a orelha da menina devia estar pegando fogo) quando, D REPENTE – mais um momento merchandising – a marafona de porta aberta (sim, já havíamos decidido a profissão da pobre coitada) chama o garçon, pede a conta, PAGA e diz pro sessentinha: olha, fulano, até sem vergonhice tem limite!! Cansei de pagar suas contas e não merecer sequer educação da sua parte! Você fica aí, pendurado nesse telefone, eu aqui, comendo batata frita pra ver se pelo menos uma aberração destas chama a sua atenção e você não desprega a orelha dessa porcaria!! Cansei!! Qualquer hora vai ter gente achando que a puta aqui sou eu!!!

 

Laeticia incluiu na lista de promessas de ano novo parar – pelo menos tentar – parar com suas adivinhações de meia tigela.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O que não pode faltar no natal na família Oliveira

Muitas mulheres. Muitas mesmo. E todas falando ao mesmo tempo, sem exceções. É o resultado obtido quando se coloca juntas, um uma mesma cozinha 4 gerações de mulheres com o dom da comunicação. E sim, todas ficam na cozinha. Se espremendo enquanto provam a comida que ainda está sendo feita. Contando histórias do tempo do onça. Bebendo e rindo muito. 

Homens na sala assistindo TV. O volume fica no máximo, claro, e mesmo assim eles não conseguem ouvir n-a-d-a. O som das mulheres na cozinha se sobrepõe muitas e muitas vezes mais. Ocasionalmente um deles se arrisca a ir até o santuário da gastronomia. Apenas para se arrepender imediata e amargamente. 

Creme de milho. Farofa doce com muita, muita pimenta. Farofa salgada com muita, muita pimenta. Porco assado. Frango assado. Salada de folhas praticamente intocada. Salada de maionese. 

Sobre essa última é necessário abrir um parênteses, porque eu tenho certeza de que a família inteira sentiu profundamente a falta de um tio que não está mais entre nós durante o preparo da salada de maionese. Foi o primeiro natal da minha vida onde não separamos uma porção sem maionese para ele. Não fisicamente, de qualquer forma, já que nosso pensamento certamente guardou uma porção. 

Ainda tem mais, é claro. Amigo secreto, troca de presentes, almoço no dia seguinte, já que a ceia é feita para alimentar umas 5 famílias do tamanho da nossa, e a sensação do dever cumprido. Afinal, só é Natal uma vez por ano, não é? 

Milena escreve aqui às quintas. Todos os anos passa o natal na casa da avó, como num dejàvu, que se torna cada vez mais prazeroso.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Adiós Juanita

É triste e doído, meu Kazinho vermelho, mas é chegada a hora de dizermos adeus.

Oficialmente você passou tão pouco tempo sendo meu, dois aninhos, apesar de eu te conhecer desde que você nasceu. Por seis anos antes você me levou por aí, mas como o carro da mamãe, e não o meu.

No dia em que eu fui te buscar, para uma mudança de 1600km, no entanto, nos vimos como se fosse a primeira vez. Eu me apaixonei de novo, e logo tu pudeste sentir o que te esperava. Já tínhamos feito duas mudanças, e outras viriam. Até hoje ninguém acredita no que tu foste capaz de carregar quando viemos para cá, incluindo eu e Sr Puko. Tu representas muito para mim, meu Moranguinho, minha Joaninha. Foste uma grande conquista, um sonho realizado, um grito de independência, um rito de passagem para minha nova vida, além da libertação das lombas infernais desta cidade onde hoje moramos. Juntos conhecemos praias, cachoeiras, canaviais, novas cidades, pavorosas ou interessantes. Tu me levaste por aí com meus amigos, meu amor e me abraçaste em momentos de alegria e de dor. Tu foste castigado num sábado chuvoso quando não vimos o sinal vermelho, mas logo voltaste são e salvo para casa, nos ensinando a valorizar a vida. Choramos juntos quando teu irmão, filho do Sr Puko, faleceu no ano passado, salvando nossas vidas no acidente em BH.

Não, não penses que estou te abandonando. Apenas te respeito e quero te dar um descanso. Outras duas mudanças e mais de trinta mil quilômetros vieram nestes dois anos que estivemos juntos, e ainda muito há por vir. Tu mereces ser de uma adolescente que só vai te levar para a balada com as amigas e passear com o cachorrinho, mas vai te dar um pouco de sossego. Além disso eu e o Sr Puko precisamos agora de um carro maior, que vai ser nosso carro, o carro da família, e não mais só meu ou só dele.

Estás de sapatos novos, e lindo como sempre, e eu vejo teu esforço para me convencer de que tu és bom: quase dezessete quilômetros por litro na estrada? Eu sei que tu és maravilhoso, meu querido, mas pode descansar um pouco agora. Pensa no lado bom: na tua casa nova tu não poderás mais ser um estrangeiro, vão te naturalizar deste lugar e tu vais fazer muito mais amigos! Tá bom, tá bom, eu não conto pra ninguém que teu coração sempre vai ser gaúcho, e estará comigo. Você irá por toda a vida no meu coração. Adeus querido, obrigada por tudo, seja muito feliz.

Gisele Lins escreve aqui às quartas-feiras (ok, ok, quase todas as quartas-feiras). Vende sua tetéia, seu primeiro carro, um Ka vermelho 2001 maravilhoso e inesquecível =(.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Bora pro Teatro!?

Nas férias escolares, dificilmente aparece um bom filme no cinema. É tempo de filmes infantis. Nada mais justo com as crianças. E nós, adultos!? Bem, eu não curto muito desenhos animados, então mal vou ao cinema nessa época. 

Aqui em BH, temos a grande vantagem de janeiro ser o mês oficial do teatro. Aliás, não só janeiro como fevereiro também. Em 2009 já é a 35ª edição da Campanha de Popularização do Teatro e da Dança. Nesse evento, várias peças de teatro adulto e infantil e espetáculos de dança são apresentados nos teatros da capital mineira a preço popular. Nesse ano todos os espetáculos têm ingressos a R$10,00. Serão 116 apresentações (75 de teatro adulto, 33 de teatro infantil e 8 espetáculos de dança). Dessas apresentações, 52 são inéditas. Vale dizer que as reapresentações (deve ter espetáculo em cartaz há mais de 10 anos) são tão ou mais procuradas que as montagens inéditas. De 05/01 a 08/03 ninguém por aqui poderá reclamar de programação cultural. E nesse evento todas as apresentações são de qualidade indiscutível.

A Campanha é organizada pelo Sinparc – Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais – e é considerada o maior evento de teatro do Brasil. Que orgulho gente!

Considero teatro um programa para o ano inteiro, porém devo admitir que não assisto aos espetáculos que quero por falta de grana, algumas vezes. E assim deve acontecer com muitas pessoas. Então essa é a hora mineirada! Bora pro teatro!? 

Quem se animar em outros estados, vem pra cá! Em uma semaninha dá pra ver muita coisa legal. Vocês não terão motivos para arrependimento. 




Angel adora teatro. E adora também a Campanha de Popularização do Teatro e da Dança que acontece todos os anos aqui em BH! 

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Preocupação

Se no singular ou plural
Constante em nossa mente
No dia-a-dia
Nos faz querer resolver tudo de uma só vez
Nos faz pensar mais vezes
Muda nossa rota
Nossas escolhas,
Nossa respiração
E uma vez resolvida
Alivia o coração.

Alguns dizem que faz parte da vida
Outros de nossas ações
Mas a bem dizer o que queríamos mesmo
Era que ela nem existisse
Principalmente
Quando estamos padecendo por uma destas
Que mais cedo ou mais tarde
Sabemos
Se resolverá
Por bem ou por mal.


Que passem e passarão.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Fim/começo de ano

Vocês já repararam que tem gente que acha que fim de ano é fim do mundo? Neta época se compra de tudo, se come de tudo, se bebe de tudo, cada coisa com as devidas consequencias.
As pessoas entram em um transe e acabam se excedendo em vários aspectos.
Como a mulher que grita com a caixa do super na véspera do ano novo. Como o rapaz que dá entrevista dizendo que dirige embriagado e mostra a garrafa de uísque com menos do que a metade e se orgulha de dizer que bebeu sozinho.
Como o prefeito que não foi reeleito que fecha a prefeitura sem organizar os serviços básicos, como coleta de lixo, mesmo com a praia lotada.
Como o pessoal que deixa como oferenda a Iemanjá nao só flores e velas, mas garrafas, copos e todo o lixo que produzem e não se importam a ponto de fazer outra coisa que não abandonar na areia.
Não que eu esteja começando o ano novo indignada, mas sim, um pouco preocupada.
Via de regra, tenho optado por ver o lado brilhante das coisas e das pessoas, mas não posso deixá-lo ofuscar este outro lado.
 
Renata espera que as pessoas tenham mais calma, mais respeito e sejam mais felizes, não só em 2009.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Atendido

Isso não é propriamente um texto...
É um agradecimento.

Exatamente a um ano atrás eu olhava para o céu e fazia um pedido aos espíritos do ano novo.
Um pedido que me libertaria.
Um pedido que me permitiria respirar a plenos pulmões novamente.

Um pedido que foi atendido.

Milena agradece com todas as forças por perceber que existe algo maior do que nossa insignificância, e deseja que todos os seus pedidos sejam também atendidos.
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