quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Reflexões para o ano novo


O ano de Lil foi intenso, e não poderia ter sido diferente. A tentativa de mudança geográfica causou um reencontro interno que se consolidou. Descobriu que pode ser feliz em condições adversas e continentes distintos, porque sabe do que gosta, se assume em sua perfeita imperfeição e se respeita assim. Redescobriu que pode amar ainda mais o próximo porque ama a si mesma. Jargões a parte, na maturidade balzaquiana, 2014 trouxe realização interna e expressão desta em conquistas profissionais. Agora aceita sua outra cidadania de braços abertos, enfim.

Espera de 2015 mais romance pois agora se vê pronta pra isso. Que a saúde e a paz prossigam por aqui. Vem com tudo 2015, eu te quero!

O ano de Loris foi ano de mãe. Ano de ajeitar a vida. Mudar de cidade, adotar um gatinho (felino mesmo viu?), dedicar ao trabalho, cuidar da saúde (que deu um sustinho agora no fim do ano) e de sua filha de 3 aninhos que cresce e lhe dá rasteiras estratégicas no quesito: "me educa direito, mãe!"... Romances ainda em suspenso. Três anos sem romance é muito tempo, convenhamos...então, dá-lhe terapia! Retomando o trato da cabecinha para conseguir abrir o coração pra quem virá. E virá. Porque sozinho a gente não vive. Esperando que esse 2015 venha manso, cheio de amor, paz e saúde para viver o que tem de melhor nessa vida!

Déia teve um ano cheio de mudanças: deixou para trás tudo o que tanto amava e se aventurou, sozinha, em outra Estado para cursar seu doutorado. Teve que reaprender a viver em comunidade (pois mora em uma casa com mais 9 pessoas!), a lidar com a solidão, com as frustrações e a ter paciência com as manias alheias. Ela também chorou de saudade, ficou doente diversas vezes, sentiu muito medo e, mesmo assim, seguiu em frente. Déia encerra 2014 com a sensação de dever cumprido e com muito orgulho de si mesma e espera que em 2015 ela continue tendo coragem para seguir em frente de peito aberto e com um sorriso no rosto, apesar de quaisquer dificuldades que possa vir a ter.

Samira teve um ano cheio de trabalhos e movimentos em busca de um futuro melhor. Fez planos, desfez uns, concluiu outros, tirou férias, se aborreceu com o trabalho, com o namorado, ingressou num curso on line de inglês para acabar com seu preconceito, voltou a comer chocolate após um ano inteiro de renúncias e TPMs infernais, viajou, voltou, viajou de novo, conheceu 4 países diferentes, apresentou 4 trabalhos em congresso internacional, palestrou, fez as pazes, velejou, enjoou de Sampa, recebeu a família e muitos amigos em casa, visitou outros, sentiu falta da babilônia, fez 3 anos de namoro e que venham mais e mais, entrou na academia e agora trabalha no seu primeiro artigo científico e vem pra 2015 cheia de planos e com um frio na barriga para concluir o mestrado e fechar mais uma etapa de trabalho. E pra vida pessoal que venha o que for melhor.

Renata foi outra balzaca que teve um ano muito intenso: amou e se amou ainda mais, viajou, voltou à escola e fez um curso de um mês no exterior quando conheceu pessoas e lugares incríveis. Desapegou de muitas coisas, no rumo lento e constante ao minimalismo. Se decepcionou não com a Copa do Mundo, mas com a atitude das pessoas na Copa e nas eleições... Para 2015 deseja muita luz, muita sabedoria e muita força para todos, temos muito trabalho pela frente!

Andreia nem sentiu 2014 passar (e nem parou muito para pensar sobre...). Este ano foi de muito trabalho e de crescimento, sobretudo pessoal. Andreia é mais ela mesma, mais independente, mais feliz. Fez algumas escolhas e algumas renúncias (o que não é fácil).  Espera, assim,  ter encontrado um bom caminho para tornar seus sonhos realidade (em 2015, de preferência). Sorte e sucesso a todos, é isso o que esta balzaca deseja.

Mariana teve um ano mucho-loko, de luta, coragem e altas aventuras! O maior sentimento no momento de gratidão - apesar das tempestades, o saldo é positivo!
Para o ano que vem chegando ela pretende retomar os estudos (mesmo que de forma autônoma) e ouvir cada vez mais a própria natureza!

Gabriela encerra esse ciclo de 2014 com um sentimento profundo de gratidão. Foi um ano suado e a sensação é de ciclo encerrado, trabalho cumprido. Muitas oportunidades, novos aprendizados, maravilhosos amigos conquistados e amizades preciosas preservadas (até uma das balzacas daqui ela conseguiu encontrar!). Também consegue agradecer àquelas necessárias pedras no caminho, q mesmo que pesadas, foram essenciais para subir um degrau. Agradece a vida por provar, vez em sempre, que a gente não tem o controle de tudo, que nossa caminhada pode mudar de rumo repentinamente, mas que OK, tendo fé, se anda e se chega a lugares deliciosamente improváveis e inesperados. Está feliz por ser o que é, por estar onde está e exercitar o desafio de viver no aqui e no agora, aproveitando o presente que é se viver no momento presente. E diretamente de Cuzco, Peru, deseja que venha 2015 com cheiro de livro novo, um livro em branco prontinho para ser escrito, com cada vez mais sabedoria, por cada um de nós! Atravessemos!!!!

O ano de Gisele foi... bem, ela mesma conta como foi: Este não foi o ano em que, finalmente, senti que estou pronta, que “cheguei lá” profissionalmente. Não consegui trabalhar na empresa dos meus sonhos, nem me tornar a empresária dos meus sonhos. Não terminei minha pós, nem escrevi o livro que está prontinho, na minha cabeça. Este não foi o ano em que fiz grandes viagens, conheci lugares inesquecíveis ou fiz muitos novos amigos. Não perdi aqueles quilos odiosos, não voltei para a academia, não li os livros que me aguardaram, com cheirinho de novos, na prateleira. Este não foi o ano em que fui a shows, ou fiz grandes projetos de costura, ou fiz os armários da cozinha. As camisas e os saltos ficaram no armário, a maquiagem, abandonada, e os cabelos, quase sempre presos em um rabicó. Este ano não namorei muito, não fui ver todos os filmes que quis, nem fiquei à toa com meu bem o tanto quanto gostaria. Este, porém, foi o ano em que nasceu minha filha e, com muito menos, me tornei muito mais... Mais mulher, mais esposa, mais amiga, mais preocupada com outra pessoa, mais alegre, mais risonha, mais tranquila, mais maravilhada com a vida, mais amor, mais em paz. 2014 foi o ano em que me tornei mãe, em que me multipliquei. Este foi o ano que me fez novamente feliz. Gisele Lins, mãe da Olivia, deseja um 2015 cheio se simplicidades e felicidades para todos.

domingo, 28 de dezembro de 2014

Sempre em frente, apesar de.


2014 foi, para mim, um ano de grandes decisões, de desacomodação, de enfrentamento dos medos, de superação de desafios, de realização de um grande sonho, de conquista de novas amizades. Mas também foi um ano de afastamento, de solidão e de saudade intensa.

Iniciei o ano me mudando para outra cidade, em outro Estado, para cursar meu doutorado. Isso foi, para mim, uma conquista imensa, pois há anos sonhava estar aqui nesta universidade onde agora estou, sendo orientada por esse meu atual orientador.

Essa mudança implicou ter que abrir mão do convívio cotidiano com meu esposo (convívio, esse, maravilhoso), do convívio com meu pai e meu irmão, do convívio com meus amigos queridos e, é claro, do convívio com os alunos que tanto amo.

Aluguei um quarto e fui morar em uma casa com quatro pessoas desconhecidas, com hábitos completamente distintos dos meus e com suas manias próprias. Não tive uma boa adaptação nesta casa e somente após quatro meses encontrei outro lugar para morar. E mesmo já tendo passado há tempos da fase da adolescência, fui morar em uma República Estudantil (quase toda de pós graduação)! Se chama República Cassino. Somos em 10 pessoas na casa. Eu e mais nove homens! Sim, eu sei que pode parecer loucura, mas foi a melhor coisa que poderia ter acontecido. Encontrei, finalmente, um lar e uma família. Esses meninos são como se fossem meus irmãos e eu os amo muito. E esse novo convívio ajudou um pouco com a solidão (que era muito grande) mas, com certeza, não abrandou a imensa saudade que me acompanhou ao longo de todo ano.

Apesar de ter aberto mão de todas essas coisas e de ter sentido muita saudade, foi um ano maravilhoso. Aprendi muitas coisas novas, conheci pessoas especiais, viajei muito, fiz novos amigos, recomecei a praticar esportes, convivi com novas culturas, e, de bônus, ainda passei o ano todo recebendo, vez ou outra, mensagens carinhosas de ex-alunos, dizendo o quanto fui importante e o quanto sentem saudade. Foi um ano de muito estudo e de muitas leituras, mas também de gostosas risadas, de bons filmes e, é claro, de algumas bebedeiras.

Se eu me arrependo de, em 2014, ter deixado tudo para trás para seguir meu sonho? Nem um pouquinho! Faria tudo outra vez! E mais outra! E outra ainda, se fosse necessário!

Tudo na vida passa tão depressa! Não quero, jamais, permitir que meus medos, dúvidas e inseguranças me paralisem.  É claro que eles sempre estarão presentes, mas acredito que eu posso sempre seguir em frente, ainda que apavorada! E foi isso que fiz em 2014. Segui em frente, apostando naquilo em que acreditava, apesar de todos as dificuldades.


Déia escreve aos domingos e espera, em 2015, seguir sempre em frente, superando todas as dificuldades e vivenciando ardentemente tudo o que a vida lhe oferecer de bom.

Escadaria da Faculdade de Educação da Unicamp. Vocês conseguem imaginar, meninas, o prazer que dá subir  uma escadaria dessas??? :)

Alguns membros da minha família aqui de Campinas. Uma pena que não estão todos presentes.

Alguns amigos maravilhosos que fiz por aqui e que levarei para a vida toda.
Mais amigos queridos que conquistei e que me acompanharam em uma excelente viagem.

Mas como a gente sempre volta para quem ama, essa foto é um lembrete da presença sempre constante do meu esposo em minha vida e da alegria de compartilhar com ele os bons momentos. Como esse, em que visitávamos nossa afilhada Gigi, nosso presente, nossa "Princesa de Fogo".

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Ano novo

Fim de ano é aquela época em que a gente sabe que nada realmente acaba e começa, é simplesmente uma troca simbólica de calendário, porque nossa cultura estabelece que seja assim.
Mas, na prática, é aquela época em que a gente se comporta como se fosse o fim do mundo, em que sentimos o peso de tudo o que queríamos ter feito até o dia 31/12, não fizemos (e, sejamos francos, não faremos) e agimos como se não fosse possível mais colocar tudo em dia.
Aí a ficha vai caindo, vamos adiando algumas metas de um ano para outro, finalizamos alguns projetos e entramos no ano novo cheio de esperanças. Eu pessoalmente uso esse recesso de fim de ano para começar a agenda nova, caderno novo, balanço do ano anterior e organizo novos planos. Mas confesso a vocês que isso está mais relacionado ao meu chamado “inferno astral” já que meu aniversário é em janeiro. 
Tirar um tempo para colocar suas coisas em ordem é bem legal, mas não precisa ser uma vez ao ano, não precisa ser no fim do ano calendário. Nessa época as pressões são tantas que pode ser que essa análise seja feita apenas por fazer, da mesma forma que a gente come 7 grãos de uva e come lentilha (eca). Esse processo é válido se for interno, se for legítimo, se for seu. Em qualquer época. Como dizia Carlos Drummond de Andrade, ao nos dar uma “Receita de Ano novo”:

Para ganhar um Ano Novo 

que mereça este nome, 
você, meu caro, tem de merecê-lo, 
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, 
mas tente, experimente, consciente. 
É dentro de você que o Ano Novo 
cochila e espera desde sempre.




Renata já deu início à construção do seu Ano Novo. 
E você? Conta pra gente seu ritual de ano novo.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A fila

Cenário: fila de lancheria em aeroporto. Persongens: eu, narradora, interpretadora e crítica. Moça 1: a indignada. Moça 2: a desligada. Personagens secundários: mais de 10 pessoas na fila, poucos atendentes na lanchonete.
A história: dias atrás eu estava na fila de uma lancheria num aeroporto. Eu pressuponho que a grande maioria das pessoas que se dispõem a enfrentar uma fila dessas está a: com fome, pois sabe que vai pagar um preço abusivamente mais alto do que o produto vale e b: deve estar com pressa, pois ninguém está lá à toa, mas sim esperando seu voo.
Então, sendo eu uma pessoa nessa dupla situação de fome e pressa, pacientemente esperando na cada vez mais lenta fila, não pude deixar de ouvir a conversa e alto tom que as duas moças travavam logo atrás de mim. A moça indignada com uma companhia aérea que não queria deixá-la embarcar por motivos dos quais não tive conhecimento. A moça b concordando com tudo: que absurdo! Que absurdo! Realmente, que absurdo!
A moça a contou todo seu caso, como botou banca na situação, sendo grosseira e ameaçando os funcionários que, por fim, deixaram-na embarcar. Até aí tudo bem, uma história nada inédita, algum erro de sistema, seiláoque. Mas a moça, não satisfeita em alardear como tinha botado banca, me sai com um: só porque a Dilma ganhou, vai virar tudo putaria.
Peraí. Para tudo. Rebobina a fita que não entendi. Acho que a Matrix deu erro.
Mas, passado o susto, percebi que foi isso mesmo que ela disse. Eu não sou pró-Dilma (nem de perto) mas o que uma coisa tem a ver com a outra, Daphne, minha filha?
A moça a seguiu seu discurso sobre como esse país é uma m$%¨& e continua a piorar. Que tem coisas nesse país que não dá pra aguentar e essa coisa toda. Nessa altura eu já tinha adquirido meus produtos alimentícios a preço de ouro e não via a hora de pegá-los no balcão, me afastar de tanta ignorância e comer rapidinho antes que começasse o embarque.
Vocês já devem ter previsto o fim da história: a moça indignada com a putaria que tá virando “esse país” furou a fila na MINHA FRENTE! Para tudo de novo! Moça, há 5 segundos você estava falando sobre falta de educação, sobre os problemas “desse país”. Na moral, acho que os maiores problemas desse país se dão por esse tipo de atitude.
Vocês estão se perguntando: e aí, Renatinha? O que você fez? Deu um sermão? Mandou um “presta atenção”? Deu puxão de cabelo? Não, gente. Eu ando com tanta preguiça de gente assim, que nem me dei ao trabalho de falar com a moça. Acho que a reação dela ia me decepcionar ainda mais. No fim das contas, a atendente que tava atenta às movimentações da fila me atendeu por primeiro.


Renata escreve às terças e se indigna todos os dias.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Mulheres!

Nas últimas semanas eu recebi um link (várias vezes, de várias fontes) de um vídeo. Em geral, não assisto, mas como ele veio indicado por pessoas que considero bastante, resolvi assistir. Ele mostra uma mulher andando na rua em Nova Iorque, vestindo roupas bem básicas, e retrata o assédio que ela sofre dos homens. Vocês devem ter visto, mas segue ele aqui: https://www.youtube.com/watch?v=b1XGPvbWn0A. Eu procurei o vídeo original, mas tem várias versões com legenda (não que precise de legendas, mesmo para quem não entender as palavras, para sentir o que está acontecendo).
Eu vi o vídeo. Uma vez só. Me revolta o estômago. Principalmente porque sei exatamente o que é estar nessa situação. Qualquer mulher deve ser capaz de entender esse sentimento, de nojo, de raiva e de medo, em alguns momentos. o vídeo já teve mais de 14 milhões de acessos, segundo eu li no site da BBC (http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/10/141028_video_cantadas_rb)
Por curiosidade macabra eu resolvi olhar alguns comentários que esse vídeo gerou, numa publicação no Facebook. Gente, aí sim eu fiquei mal! MAL! Para mim é TÃO óbvio que esse tipo de atitude é errada, imoral e não pode ser admitida, sem exceções! Quando eu comecei a ler os comentários (nos quais eu acho que as pessoas colocam sua opinião verdadeira, pois não há filtros nem olho no olho) eu fiquei mal de verdade. Homens e mulheres justificando, concordando e reforçando a atitude masculina.
Argumentos como “tem mulher que faz de tudo para aparecer” são os mais recorrentes. Deixa eu falar uma coisa: tem mulher que faz tudo para aparecer, sim. Tem homem também. E não é por isso que eles merecem ser agredidos.
Mas a moça do vídeo em discussão não mostra nenhuma que leve a entender que ela quer “aparecer”.  Ela está caminhando na rua. Com roupa básica, normal, com a qual ela pode estar indo para qualquer lugar. Em que tipo de mente doentia isso dá direito de alguém agredir, perseguir, falar o que quiser? E mesmo que ela estivesse com roupa curta, decotada, transparente, pelada! Nada disso dá o direito aos homens de agredi-la. 
Tenho pena de mulheres que se colocam do lado dos agressores, pois acredito que elas também sofrem agressões como as do vídeo e outras, mas se submetem, e ainda não perceberam sua submissão. Tenho pena de homens que se colocam do lado dos agressores, pois não percebem que justificando esse tipo de atitude, eles expõem suas mães, irmãs, namoradas ao mesmo tipo de agressã. Agressão essa atribuída à falta de auto controle masculino, como se homens não tivessem moral, consciência, auto controle e polegar opositor.
Se algum cara quem ler isso estiver em estágio de evolução e tiver dúvidas se age de forma inapropriada (leia-se: como um fdp), fica uma dica: se você não gostaria que fizessem com sua mãe ou com sua irmã, é errado. Não faça. Outra dica: há uma diferença enorme entre elogio e assédio, e não, as mulheres não saem na rua para ouvir seu assédio. Lembre-se que mulher é mulher. Todas temos direito de andar na rua com segurança, todas temos direito de vestir a roupa que quisermos, todas temos direito de ir a festas e qualquer outro lugar e nos sentirmos seguras, todas temos direito de ser mulher. Eu quero um mundo onde ser mulher não seja justificativa para alguém me agredir. Onde minha filha possa vestir o que ela quiser, ir aonde ela quiser, com quem ela quiser, e se sentir segura.
Onde cada mulher de qualquer idade, opção sexual, cor, profissão, estilo...qualquer mulher, possa ser o que é sem que isso a coloque em risco.
O texto ficou longo, e quem me conhece sabe que tenho muito mais a dizer sobre isso, mas fico por aqui. Espero que quem não ainda não assistiu, assista o vídeo. Pense, se coloque no lugar da mulher e das mulheres que conhece, das mulheres que não conhece...e reflita sobre sua própria atitude.


Renata é mulher, mãe de mulher, e sonha com um mundo onde gênero, raça, origem, nada seja justificativa para agressões. E para fazer desse sonho um mundo de verdade, tenta provocar um pouquinho a evolução de pensamento de quem ela encontra por aí.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

A ruga


Eis que após semanas de trabalho pesado, sono perdido, dores de cabeça e estômago, dias sem curtir o sol e noites sem curtir a lua, ela apareceu. 

Sim, eu sei que rugas não surgem de uma hora para a outra. Começam a se formar quando nossa pele começa a se formar. Mas essa é diferente. Não é como as “linhas de expressão” que já me acompanham há tanto tempo que nem me lembro se um dia elas não estamparam minha cara. 

Não, ela é diferente. De repente, sem aviso nenhum, aproveitando um período de distração em que o único objetivo de eu me olhar no espelho era ver se não tinha comida no dente, apareceu marcando a minha testa de fora a fora. Tão funda que temo me perder dentro dela se me atrever a explorar. Sabe Deus o que ela guarda. Ela é tão grande que quando me olho no espelho ela é a primeira coisa que eu vejo, acho até que ela se projeta para frente um pouquinho, como se estivesse estufando o peito. Será que ela está expandindo? Um buraco negro bem no meio da minha testa! Com tantos lugares nessa galáxia...

Nunca fui (e não pretendo me tornar) obcecada pela juventude ou pela minha aparência. Mas fiquei abalada com esse acontecimento. Não sei ainda se foi porque ela apareceu sem eu nem perceber, o que indicaria que tenho dado pouca atenção a mim mesma. 

Ou se realmente é o lance de estar ficando velha (ou madura) que me incomoda...

O fato é que estou pensando num nome para ela, para ver se isso facilita a nossa relação, que tende a ser bastante duradoura.


Renata aceita sugestões para nomear sua mais nova companheira de viagem. Também aceita indicações de cremes próprios para peles balzaquianas.




terça-feira, 16 de setembro de 2014

Assinatura de emails


De uns tempos para cá, encuquei de botar reparo na assinatura do email das pessoas. 

Sim, é claro que eu leio o conteúdo (na maioria das vezes) mas é tamanha a variedade de estilos e informações presentes nas assinaturas que eu acredito seriamente que haja uma especialidade acadêmica dedicada exclusivamente a esse assunto. Investigando a subjetividade e as motivações por detrás daquelas palavrinhas na assinatura padrão (ou não). Vocês já colocaram reparo nisso? Já pensaram na assinatura de vocês?

Alguns tipos saltam mais aos olhos, como os com desenhos, claro. Ainda mais se o desenho não tem absolutamente nada a ver com o assunto do e-mail ou com o cargo da pessoa. Veja bem, não falo de logotipos (meu e-mail profissional carrega o logotipo, obrigatoriamente, e isso até ajuda na comunicação). Falo de desenhos, mesmo. O que a pessoa quer mostrar? Que ela é divertida? Quer amenizar o tom sério do e-mail? Como quando a gente xinga alguém e coloca um =) logo depois.

Outro que tenho visto bastante é aquele que traz tanta informação que nem precisa abrir o Lattes da pessoa, tá tudo lá: desde a data de nascimento até o time preferido. Às vezes, a assinatura é maior que o corpo do e-mail. Será que isso demonstra a proporção da importância entre cada coisa? Assinatura X conteúdo?

E tem os ocupados. Tão ocupados que a assinatura deles é a inicial do nome. Como nos filmes americanos, em que as pessoas se chamam pelas iniciais: ei, R, por favor, avise N que T está aqui! Isso para mim quer dizer: “estou tão ocupado que não vou me dar o trabalho de escrever meu nome todo (nem mesmo abreviado) e não sei formatar uma assinatura padrão que poderia facilmente deixar minhas assinatura mais simpática”. Pode ser que a mensagem que eles querem mandar seja outra, mas daí já não sei.

Renata segue escrevendo esporadicamente e tentando entender essa maluquice da comunicação na era da modernidade.






segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Eu não visto 38, e daí?


Ao longo dos meus 33 anos eu nem consigo mais lembrar quantas dietas eu fiz. Já passei aos 100 quilos algumas vezes. Me senti um lixo em ambas. Sofria porque estava gorda, comia pra me sentir melhor, engordava mais, me sentia um lixo, comia mais e o ciclo nunca acabava. Na loucura adolescente tomei anfetamina. Já fiquei sem comer carboidrato. Me sentia era feia, horrorosa e diferente. 

Todo dia sites, revistas, tv tem uma reportagem sobre alguém que se tornou vitorioso e iluminado e perdeu 40 quilos e agora é feliz. Eu gostaria que os sites, revistas e tv dedicasse a mesma quantidade de páginas sobre pessoas que tem graves distúrbios alimentares como anorexia e bulimia como dedicam àquelas que “mudaram de vida” porque emagreceram. Eu gostaria que eles escrevessem sobre os riscos dos suplementos alimentares como escrevem sobre os riscos do açúcar. Mas principalmente, eu gostaria de ver pessoas acima do peso deixando de serem tratadas como doentes. Quando uma pessoa está emagrecendo ela só recebe elogios. Muitas delas conseguiram isso de forma nada saudável. Gente magra também perde o fôlego porque é sedentário. Gente magra não necessariamente é saudável, não necessariamente come bem e cuida da saúde. Ela é só magra.

Na verdade, eu queria sites, revistas e tv mais honestos. Quantas daquelas mulheres mais felizes e magras não sofrem com distúrbios? Ou por anos estão se matando com remédios para emagrecer? 

Eu sigo lutando contra a balança e meu metabolismo lento (de quem passou dos 30) de quem toma 50mg de hormônio pra hipotireoidismo por dia. Mas eu hoje me acho bonita, coisa que não me achava aos 15 anos, mesmo vestindo mais que 46. Também tenho consciência bem maior sobre a minha saúde, meu bem estar. Nado, faço RPG, tento me manter tranquila, comer as coisas que me fazem bem, sem paranóia. Sou mais leve, em todos os sentidos.






Mariana escreve esporadicamente e atualmente se sente leve, bonita e saudável! Mas mesmo assim não consegue comprar um biquíni que caiba no seu corpo e no bolso ao mesmo tempo. Enxerga no espelho e sente no corpo bem menos do que a balança lhe diz - e ainda assim é feliz pra dedéu!

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

O lado bom de errar

Intuição de mãe não falha. Falha. Sou a prova disto. Desde que descobri minha gravidez tinha uma certa intuição a respeito do sexo do meu bebê. Não falei pra muitas pessoas, mas algumas pessoas sabem disto. E ontem fiz uma ecografia e (finalmente! Como demora pra chegar este dia) descobrimos o sexo da nossa joia preciosa! É uma MENINAAAAAAAA!!

Meu amor, saiba que a mamãe errou sim! A vida toda desejei ter uma menina pra encher de lacinhos, maquiar, fazer trança, colocar roupas frufruzentas. Mas quando me descobri grávida, talvez pra não criar nenhum tipo de expectativa, imaginei: é um menino. E sabe o que de bom aconteceu com tudo isso? Aprendi, silenciosamente, a ser mãe de menino. Imaginei mil vezes os diálogos que teria com ele, nossos jogos de futebol e lutinhas no tapete da sala. Imaginei como seriam nossas conversas sobre o amor, sobre a vida, sobre integridade, sobre respeitar as mulheres e não tratá-las como objetos. Decidi que iria aprender (na marra!) a gostar de azul e que montar um quarto de menino poderia ser tão encantador quanto montar um de menina.

Todo mundo sempre me disse “tu tem cara de mãe de menina”. É, eu tenho sim! Mas o dia em que Deus resolver me presentear com um menininho lindo, terei aprendido como ser mãe dele, e terei aprendido com você filha! Tu nem veio ao mundo ainda e já me ensinou uma grande lição, e eu só posso te amar a cada dia mais e mais.

Aprendi a ser mãe de menino. Já nasci sabendo ser mãe de menina. Imagino agora como será a nossa relação, minha princesa. Unhas pintadas, maquiagem, meus sapatos desfilando em pezinhos minúsculos, meus colares num pescocinho infantil, pulseiras espalhadas pela casa. Conversas sobre coisinhas de mulheres, dieta, primeiro amor. Nós duas falando mal dos homens (tá, a gente tem que se divertir também né?). Filmes de comédia romântica, contando juntas as calorias de um saco de pipocas. Sei que nossa vida cor de rosa não será sempre um mar de rosas, mas ela será doce e teremos muita paciência uma com a outra. Quero que você possa se espelhar em mim, confiar em mim em todos os dias da sua vida. Que sinta vontade de me contar teus segredos, que queira me ouvir. Que nossos olhos brilhem ao olharmos uma para a outra.

Eu te amo filha! Obrigada por me mostrar que “errar” pode ser, às vezes, tão doce!


Andri escreve às sextas-feiras e não poderia estar mais feliz do que está agora.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Do preconceito ao... preconceito

Semana passada minha cidade natal apareceu no Fantástico. Não, não é motivo de orgulho, mas de vergonha alheia e preocupação.
Para dar um pouco de contexto, um dos maiores orgulhos de grande parte (friso que não são todos) dos moradores de Caxias do Sul é sua descendência italiana. Nunca entendi o porquê. As pessoas valorizam e buscam sua origem longínqua na Itália, viajam para lá ver os “parentes” e se declaram italianos. Para mim, quem nasce no Brasil é brasileiro. Aliás, para mim e para a Constituição Federal, mas enfim...cada um cada um.
Dito isso, se entende que foi uma cidade construída por imigrantes, que não se encontravam na melhor das situações no seu país de origem. Fizeram uma viagem sofrida até o Brasil, encontraram uma realidade diferente da que estavam costumados: a língua, as pessoas, os recursos. As falsas promessas. E muitos prosperaram, deixando como legado o sobrenome que ainda tem forte ligação com a Itália.
Isso foi no final do século XIX, muito tempo se passou, muitos outros imigrantes e migrantes chegaram ao Brasil, ao Rio Grande do Sul e, sim, a Caxias do Sul. Lecionei lá por muitos anos, e sempre fiquei impressionada com a quantidade de pessoas de diversos lugares do país que escolhia a fria (em vários sentidos) cidade para morar. Muitos chegaram ao sul como mão-de-obra para a construção civil, que não era encontrada no local. Outros porque tinham amigos e parentes vivendo lá, e achavam que poderiam recomeçar suas vidas. Outros porque enfrentavam uma situação tão ruim que perderam o medo e o apego e decidiram arriscar.
Recentemente, um novo movimento de imigração vem surgindo, de pessoas vindas de países como Haiti, Bangladesh, Gana e Senegal, numa das maiores ondas de imigração registradas no país. A situação se repete: pessoas chegam com esperança de uma vida melhor, mais segura, com mais dignidade; encontram outra terra, outra hábitos, outra língua, outro clima. Encontram portas abertas mas também encontram muitas portas fechadas. Encontram o “nós” e o “eles”, numa dicotomia impossível de conceber. A reportagem do Fantástico divulgou o que quem mora ou circula pela cidade de caxias do Sul já tinha percebido: o preconceito.
Argumentos falhos e mentirosos tentam dar suporte a ideias absurdas de exclusão, tão levianos que nem vale a pena repetir aqui. Quem tiver interesse, pode acessar a matéria e fazer sua própria análise.Não vou ser preconceituosa e dizer que toda a população pensa assim, até porque, felizmente, não acredito nisso. Mas queria tanto que tais pessoas pusessem a mão na consciência, se vissem no espelho, usassem um pouco do cristianismo que é tão difundido na cidade, para ver os imigrantes como o que são: pessoas. Gente. Igual aos moradores, igual aos migrantes, igual aos demais imigrantes... gente! Tem gente feia, bonita, magra, gorda, alta, baixa, negra, branca, amarela, cor de rosa (como os próprios “gringos” quando voltam da praia), gente honesta, desonesta, chata, divertida.... gente de tudo o que é tipo. Mas é tudo gente. Sem preconceitos.

 


Renata sente orgulho de muitas coisas da sua terra natal. E espera que a tal onde migratória sirva para ensinar essa pequena lição para algumas pessoas, sobre empatia, compaixão e preconceito. 

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Colorir a alma da gente

Festival Internacional de Folclore acontecendo aqui na minha cidade, Nova Petrópolis. Oportunidade única para conhecer outras culturas, gente diferente e ao mesmo tempo essencialmente igual a nós. Estava há pouco sentadinha ao sol do começo da tarde, curtindo o horário de folga e assistindo algumas apresentações. Todas lindas e contagiantes, mas eis que surge no palco o Grupo Compagnie de Danse Pom’kanel de Martinique. Martinica é uma ilha que fica na América Central e foi colonizada pelos franceses. Isso foi o que aprendi sobre este lugar. Mas existem aquelas informações que os livros didáticos não trazem e que somente nossos olhos são capazes de nos mostrar com perfeição.

Quando eles sobem no palco, a energia se espalha em poucos segundos. Você tem vontade de dançar junto, é impossível ficar parado. Suas roupas coloridas, suas peles negras, são um espetáculo à parte. Dançam o tempo todo sorrindo, transmitem nos olhos o que sentem e o que sentem é inexplicável através de palavras. Desejo que como eu, as pessoas que moram ou estão de passagem por nossa cidade tenham se permitido o prazer de deleitar seus olhos por meia hora que seja, com tamanho espetáculo.

A apresentação por si só, já teria me bastado para muitas horas de alegria ao relembrá-la. Mas como sou daquelas pessoas que gosta de tirar sempre uma lição de tudo o que acontece, cá estou eu, refletindo para saber o que, além do prazer gratuito que a arte proporciona, esta apresentação de dança pode me ensinar.

Aprendi com este povo tão simpático que levar a vida sorrindo realmente é o melhor remédio. Que devemos nos permitir conhecer nosso corpo e usufruir dele da melhor forma, pois é um instrumento de comunicação, ele realmente fala, mesmo quando nos mantemos calados. Aprendi que ser cordial é uma virtude. Que as cores transmitem energia. E, principalmente, aprendi que não importa se falamos o mesmo idioma, a linguagem da música e do sorriso é universal.


Eu, que andava tendo uns dias meio down, estou decidida a sair na rua e puxar papo com um estranho, quem sabe a pessoa maravilhosa que posso acabar conhecendo? Esqueçam vocês também aquele papo de mãe “não vá falar com estranhos”, e falem. Falem com todos que cruzarem seus caminhos, permitam-se! A felicidade não vem para quem fica em casa se lamentando. Ela está na rua, nos lugares e situações mais inesperadas.

Andri escreve às sextas-feiras, vai ali bater um papo cabeça com o primeiro estranho que aparecer e já volta

Créditos da Imagem: Mauro Stoffel

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Navegar é preciso


Há muito tempo sem passar por aqui, estava ensaiando um texto sobre a importância do trabalho. De quanto ele dignificava o homem, de quanto ele nos fazia bem, etc. e tal. Estava bem feliz com minhas conquistas profissionais, numa fase muito boa para "negócios". Ficava indignada com algumas amigas e conhecidas que tinham largado mão de sua vida profissional, para se dedicarem exclusivamente aos filhos, marido e o lar. Me perguntava: como isso seria possível, em pleno século 21?? E não cansava de repetir: “Meu Deus, como me realizo no trabalho, como me sinto bem sendo útil, sendo reconhecida, fazendo mil coisas ao mesmo tempo...” E dá-lhe aparecer e aceitar proposta de trabalho. Eis que.... "bum"! Estafa, crise aguda de estresse, ansiedade, e a coisa toda. 

Mas enfim, não vim aqui para entrar nos detalhes do problema, que só quem já teve uma crise dessas para saber do punk hard que é. Nem para descrever como saí dela. Vim falar que navegar é preciso. 

Largar tudo, se desconectar, dar um breack para os comerciais.. Pura questão de saúde. Viajar, passear, namorar mais, falar besteira, dançar, ouvir música... Tudo isso é tão fundamental quanto o trabalho. 

Na verdade, penso que, no caso de viajar, uma coisa está ligada a outra. Claro, se você não tem o privilégio de nascer em berço esplêndido ou ter um maridão que lhe sustente (e também para quem não tem problema com isso, o que não é o meu caso, particularmente). Sempre falei que trabalho para poder viajar. Não é para ter carro do ano, casa luxuosa, bolsa e roupa cara. É para botar o pé na estrada e desbravar, se encantar, contemplar. Não há um ano em que eu não viaje, mesmo sob indignação da família, que insiste para que eu “me firme”. Mas cada um sabe onde seu sapato aperta.

E o meu sapato aperta quando começo a me obcecar demais pelas tarefas cotidianas, quando perco o sono e aí. ... Deus ajude! Me descobri workholic e nunca imaginei. E olha que o coração vai bem, não é fuga de um relacionamento ruim. É vício mesmo. Freud ou Jung com certeza explicam!! Rs.. 

Enfim, é daqui que vos falo, fazendo exatamente o que mais amo: ouvindo música, escrevendo ( bem vinda de volta inspiração), de dentro de um avião, rumo a Venezuela. Porque sim, navegar é mais que preciso: é vital!




Gabriela voltou das férias, segue trabalhando com moderação e já planejando a próxima estação!







terça-feira, 5 de agosto de 2014

Vaquita

Tenho andado sumida do blog (e de outras áreas da vida, mas que não vêm ao caso nesse post), principalmente, porque priorizei trabalho nesses últimos tempos. Tive visita da família e isso também recebeu bastante do meu tempo. 

Nas últimas semanas estou fazendo um curso na Carolina do Norte, Estados Unidos, sobre conservação marinha. Tenho muitos assuntos para contar! Há um grupo bem diversificado, com alunos de graduação, mestrado e doutorado. E há também um grupo internacional, formado por estudantes e/ou profissionais, de 21 países, onde me encaixo.

Quero falar das diferenças e similaridades culturais; de como foi estar aqui na final da Copa; das perguntas que fazem sobre o Brasil; mas o assunto que não sai da minha cabeça e que eu quero que vocês saibam é a vaquita.

Leram certo: v-a-q-u-i-t-a. 

“WTF?” vocês devem estar pensando. Calma e senta que lá vem história.

A vaquita é simplesmente o cetáceo (ordem que inclui as baleias e golfinhos) mais fofo do mundo! Ela é pequeninha, foi descoberta na década de 50 (isso é muuuito recente) e vive em um só lugar do mundo: na parte norte do Golfo da Califórnia. Dentre TODOS os lugares do mundo! Isso quer dizer que existe só uma população de vaquitas. Tá, e aí? Por que não paro de pensar nelas? Existem bichos fofos e bichos raros aos montes.


O fato é que se estima que existam 97 vaquitas no mundo. Se vocês tem dúvida se leu certo, eu repito noventa e sete animais. Só. E a maior ameaça é a pesca com rede de emalhe que visa capturar outra espécie ameaçada (um peixe chamado totoaba), cuja captura é proibida. E adivinha por que as pessoas pescam totoaba? Por que uns caras lá na China usam a bexiga dela como um ingrediente valioso.

Gente, me digam que não sou só eu que não me conformo que vamos levar a vaquita à extinção porque uns caras gostam de comer bexiga da totoaba! Pelamordedeus! Detalhe: uma bexiga dessas podem valer até 10 mil dólares na Ásia. Esse é o preço de uma espécie?

O governo do México está tentando reverter a situação, mas não é algo fácil: fiscalização, monitoramento, educação, incentivos... todo mundo sabe que não é fácil. Mas se não for feito algo AGORA, não tem mais volta. 

http://www.ecologiaverde.com/campana-para-proteger-a-la-vaquita-marina-el-mamifero-marino-mas-amenazado-del-mundo

E é isso que não me sai da cabeça: a vaquita, a totoaba, a ganância, a ignorância, a extinção. Se alguém tá pensando: tá, e eu com isso? Queria dizer que estamos todos ligados. Que o produto que a gente consome tem uma história e que cada passo dessa história tem consequências. Que a gente tem que se informar, tem que fazer escolhas melhores (de produto, de caminho, de candidato, de vida), tem que assumir que é problema nosso.



Renata segue pensando na vaquita e não sabe se sente mais pelas 97 vaquitas que estão literalmente à beira da extinção ou pelos 7 bilhões de seres humanos que podem levar a tantas outras espécies, inclusive a si mesmos, à extinção...



segunda-feira, 28 de julho de 2014

Sobre a Copa


Polemizar tem sido minha especialidade. E não será diferente neste texto. Dessa vez, o assunto é a Copa do Mundo no Brasil, e o comportamento dos brasileiros. Ainda que eu tente não emitir opiniões de cunho político, há momentos em que fica inevitável. Ainda assim, vou tentar expressar minha opinião, sem que ela seja político-partidária. Se isso ocorrer, não me importo que discordem, mas peço respeito, porque é bom, e todo mundo gosta!

A Copa do Mundo acabou de acontecer no nosso país, e, em geral, tudo ocorreu da melhor forma, sem grandes problemas! Aliás, foi um evento maravilhoso, que mostrou sim que o brasileiro sabe se portar, sabe receber bem todas as pessoas, de todas as partes do mundo, e sabe fazer festa! Disso quase todos já sabiam, mas, por motivos que não são os mencionados pela mídia, houve quem fizesse cara-feia para a Copa, quem ficasse contra, e, o pior, quem torcesse contra. E, torcer contra não é contra a Seleção Brasileira, mas contra a Copa, contra o próprio país. Você não acha feio? Eu acho!

Eu acho uma atitude feia porque cada um pode ter sua opção política, pode ser a favor ou contra governos e partidos, pode se manifestar, pois estamos numa democracia (conquistada com muita luta, e que deveria ser valorizada!). Entretanto, somos todos brasileiros, e, mesmo quem não torce pelo futebol da Seleção, deveria torcer pela sua nação. Torcer para a Copa ser um evento lindo, para os turistas gostarem daqui, e quererem voltar, para mostrar para o Mundo que o nosso povo é educado, é respeitoso, e é festeiro. Torcer para que seja consertado o que estiver errado, para que possa melhorar o que estiver ruim. 

Acho uma atitude feia, porque tem um monte de gente que sai do país a cada Copa, para torcer pelo Brasil no exterior, mas resolveu ficar de mal justamente no ano em que a Copa é em casa! Acho feio porque não vemos outros povos torcendo contra sim mesmos, ainda que haja problemas em todas as nações. Isso só aconteceu no Brasil!

A Copa foi um sucesso porque parte do povo, povo mesmo, não foi contaminada pela onda de mau-humor que foi instalada neste país nos últimos meses. Uma onda que resolveu reclamar da Copa anos depois do Brasil ter sido eleito país-sede para o evento. Uma onda que não procura saber de outras fontes de informações, e recebe qualquer informação midiática como verdade absoluta. Uma onda de mau-humor que resolveu quebrar tudo o que vê pela frente, sem motivo, só por raiva. 

Ainda bem que, mesmo amedrontando alguns turistas, a maioria deles veio, se divertiu, e saiu com uma boa imagem no nosso país! Ainda bem que pusemos as bandeiras nas janelas, nos carros, no corpo, para mostrar que torcemos pelo Brasil!



Tania continua se preocupando com opiniões mal-formadas, e mal-informadas, que estragam a imagem do Brasil, e não contribuem em nada para melhorar este país!








domingo, 27 de julho de 2014

Se conselho fosse bom...



Já diz a tão conhecida máxima: “se conselho fosse bom ninguém dava, vendia”... Porém se você realmente me permitisse lhe dar um conselho, seria o seguinte:
Jamais mendigue a atenção de quem quer que seja.
Não faça esforços hercúleos para estar próximo a alguém que prefere qualquer outra coisa à sua companhia.
Não invente desculpas para prolongar uma conversa desnecessária apenas para manter a outra pessoa por perto.
Não crie pretextos para encontros forçados apenas para dividir alguns momentos com alguém que não quer ficar perto de você.
Não faça chantagem emocional acreditando que poderá comover alguém que já não se importa com você.
Não force a barra, não insista, não se humilhe.
Entenda que existem muitas pessoas que apreciam sua companhia e que querem ficar ao seu lado por livre e espontânea vontade.
Valorize quem está ao seu lado porque lhe quer bem e não por simples força do hábito.

Déia escreve aos domingos e deseja, de coração, que as pessoas aprendam a valorizar-se.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...