Minha mãe sempre me dizia: “Não fique igual a mim. Seja independente e sociável”.
Confesso que não assimilava muito bem quando era criança, mas aquilo ficou como um mantra na minha memória. Nunca julguei que ser igual a ela fosse ruim. Pelo contrário. Sempre admirei muito sua dedicação com a gente. Foi por ela ser do jeito que é, que somos uma família.
Outro dia li uma postagem num blog que falava sobre uma reportagem, dessas revistas direcionadas ao público adolescente, que estaria influenciando o comportamento de meninas. Uma coisa meio assustadora do tipo: qual a opinião dos meninos a respeito das meninas que são para ficar e as meninas que são para namorar.
Mudar a cultura de um povo é possível, mas demora “mil anos” pra acontecer. Infelizmente a nossa cultura tem essa base machista de objetificação da mulher. E com todas as mudanças que aconteceram até hoje, estamos vivendo uma fase de objetificação dos homens também, vamos combinar né gente? A coisa tá meio “objetificante” demais!
Daí uma coisa que me incomodou foi: - em que estágio de evolução estaremos, quando a minha filha for adolescente (ela tem 2 aninhos)!?
Mas será que isso é mesmo uma coisa para se preocupar? Qual a influência dessas revistas ou outros meios de comunicação na cabeça da minha filha?
Bom...por isso falei da minha mãe no início. O mantra dela me serviu de escudo. Ela talvez não tivesse ideia, mas estava fazendo uma revolução em uma cabeça. A minha cabeça. Que não se deixou influenciar por nada das coisas ruins que chegaram até a minha cabeça de menina.
Pronto! Livre do incômodo estágio de evolução das outras meninas, entendi que a minha menina vai precisar de alguns mantras pra continuar ser a pessoinha descolada que já se anuncia.
LorisB. se preocupa em ser. E anda se adaptando a essa tarefa tão prazerosa de ser mãe.