sábado, 22 de agosto de 2020

Histórias (não só) da infância

As histórias contadas para as crianças, geração após geração, não apenas conectam essas gerações umas nas outras, como também passam lições de vida, a tal " moral da história". Desde criança gosto das palavras...das histórias, contadas oralmente e das histórias escritas. Hoje em dia ouço podcasts, mas na infância uma das melhores atividades da escola era, sem sombra de dúvida, a hora do conto! Lembro que minha professora da pré escola lia diariamente um trechinho de um livro "enorme" e eu amava esse momento. 
Lembro com uma sensação de orgulho quando a bibliotecária desistiu de tentar me fazer reler os livros "para os pequenos", e finalmente me liberou para a retirar livros da "ala dos grandes"! Lembro de algumas histórias que me marcaram, como a da cigarra e da formiga. Eu oscilava entre achar muito injusto que a cigarra passasse frio e achar que era resultado de ela não ter se preparado (esse era o enfoque dado quando eu ouvia essa história, um aviso pra nunca pararmos de trabalhar...). Mesmo assim, eu não conseguia achar certo que uns tivessem conforto e outros, nada. Porém não conseguia expressar e discutir sobre esse dilema, assim como tantos dilemas da infância, e guardei ele. 
Quando percebi que a cultura também é importante, e não apenas o trabalho, eu lembrei muito dessa história da cigarra e da formiga. Será que a formiga não aproveitava as canções da cigarra? Será que elas não tornaram a labuta mais leve? Será que ela não poderiam ter cooperado, cada uma fazendo seu melhor e ajudando-se, mutuamente? Não sei como foi, e nem qual a melhor solução, mas penso que pelo diálogo entre cigarras e formigas, e pelo reconhecimento de que trabalho braçal, cultura e lazer são importantes, podemos escrever uma nova história. Você tem alguma história da infância que te marcou? Conta pra gente. 

Renata escreve esporadicamente por aqui, e tem dias de cigarra e dias de formiga.

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