terça-feira, 10 de novembro de 2009

Máscaras ou o Zorro e eu


Se você observar as pessoas, ou se observar a si mesmo com certo distanciamento, vai perceber que o uso de máscaras é muito mais freqüente do que parece.
Claro, quando o Zorro usa sua máscara, mesmo que esconda apenas uma partezinha do rosto, todo mundo vê. E aquele pedacinho de pano faz com que ele assuma uma postura que não ousaria ter de outra forma.
Existem máscaras cosméticas, efêmeras, mas que resultam em efeitos muito mais internos do que externos, em minha opinião. E sua utilização segue um ritual de auto cuidado e até de auto estima que é muito importante.
Ao esqueci as máscaras de proteção, usadas por profissionais, customizadas e banalizadas em tempos de gripe A., mas que protegem a saúde e a integridade física de quem se expõe a riscos na sua atividade profissional.
Há quem use máscara por diversão, como fetiche, como parte de fantasia em carnavais e festas. Cobrem parcialmente ou totalmente o rosto, mas mostram o que há por dentro, consciente ou inconscientemente, do mascarado em questão. As máscaras protegem, divertem, escondem e revelam.
E, claro, há máscaras que ninguém vê, mas que se usa. Para esconder um sentimento, para assumir uma postura mais adequada à determinada situação. Fazemos uso freqüentemente delas e, muitas vezes, sem nem perceber. A máscara da indiferença, pra cobrir um coração partido. A máscara da arrogância, pra cobrir a insegurança. A máscara com um sorrisinho amarelo, pra cobrir a inveja. A máscara da agressividade, para cobrir a fragilidade. A máscara de sorriso colgate, pra cobrir a tristeza. A máscara para cílios, para cobrir a noite passada aos prantos.
Eu percebo que quando estou professora, sou mais teatral, mais palhaça, porque isso me ajuda a ajudar as crianças a aprenderem mais. Em situações tensas, uso uma máscara de calma e autocontrole, que sempre me ajuda a resolvê-las.
E tudo isso é bom, pois me ajuda a transitar melhor em situações diversas.
O problema das máscaras é quando se perde a noção de qual máscara se está usando. Quando viram falsidade, esconderijo. Quando ninguém sabe qual é o seu verdadeiro rosto. Quando se é diferente com cada pessoa, em cada situação. Quando dentre todas as suas máscaras está o seu verdadeiro rosto, e você não o reconhece.

Renata escreve aqui às terças. Às vezes mascarada, às vezes não.

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