domingo, 12 de junho de 2011

Sobre vivenciar um "eu te amo". . .

Como hoje é dia dos namorados, decidi escrever acerca de um tema, por vezes, muito banalizado: o amor.
Tenho a nítida impressão de que, a cada dia, mais e mais pessoas falam “eu te amo” o tempo todo e para qualquer um sem, no entanto, realmente vivenciarem essas palavras.
É possível, ao olhar ao redor, perceber casais de namorados que não se respeitam, mas que permanecem juntos por conta do suposto “amor” que os une. É possível perceber casais que, há tempos, não tem o menor interesse um pelo outro, mas que se mantém fisicamente lado a lado porque, vez ou outra, um deles diz as “três palavrinhas mágicas”.
Tais coisas fazem com que eu fique me questionando: Será que um simples “eu te amo” é suficiente para que duas pessoas possam permanecer juntas e felizes? Será que, para sentir-se amado, basta apenas que o outro proclame essas “três palavrinhas mágicas”?
Não para mim!
Eu acredito que amar requer muito mais do que caras e bocas, olhares oblíquos e piscadelas sensuais... Requer muito mais do que beijos apaixonados, sexo acrobático e declarações de amor eterno...
E, por falar em declarações, em minha opinião, palavras são apenas palavras que, sozinhas, não significam coisa alguma.
Eu acredito que amar alguém requer demonstração de sentimento. E quando falo em demonstração, não me refiro a grandes arroubos apaixonados, tampouco a presentes caríssimos. Quando falo em demonstração de amor, me refiro às pequenas ATITUDES do dia-a-dia.
Você demonstra seu amor, por exemplo, quando, apesar do frio, levanta da cama no meio da madrugada para aquecer a bolsa de água quente do companheiro que está com os pés gelados.
Você demonstra seu amor quando decide acordar 10 minutinhos mais cedo para levar café na cama para o outro – mesmo que o tal “café na cama” seja apenas uma xícara de café com leite e um pãozinho amanhecido – apenas pelo prazer de vê-lo sorrir preguiçosamente.
Você demonstra seu amor quando, ao perdoar alguma falta, não fica remoendo a mágoa e guardando-a para ser jogada na cara do outro na primeira oportunidade.
Você demonstra seu amor quando aceita o outro como ele é, com suas qualidades e defeitos. E, mais que isso, quando você procura enaltecer as qualidades e “esquecer” os defeitos.
Você demonstra seu amor quando, ao perguntar ao outro como foi seu dia, ouve-o atentamente e compartilha de suas pequenas alegrias e frustrações.
Você demonstra seu amor quando respeita o outro, quando respeita seus momentos de solidão e de introspecção sem ficar constantemente perguntado o que está acontecendo e se há algum problema.
Você demonstra seu amor quando, ao discordar do outro, não o faz erguendo a voz e impondo sua opinião, mas apresentando suavemente seus argumentos e objeções.
Você demonstra seu amor quando consegue realmente colocar-se no lugar do outro antes de agir, de emitir algum julgamento, algum comentário sarcástico, ou, até mesmo, antes de soltar alguma frase do tipo: “Viu? Eu avisei...”.
Você demonstra seu amor quando suas atitudes realmente expressam um genuíno interesse e preocupação pelos sentimentos e pensamentos do outro, pelos seus problemas, pelas suas angústias, pelos seus medos, pelas suas conquistas, pelas suas alegrias, pelos seus sonhos.
Enfim, para mim, amar alguém requer esforço, dedicação, tempo, investimento psíquico e emocional e, acima de tudo, requer ATITUDE.

Déia escreve aos domingos e, neste Dia dos Namorados, espera que todos possam perceber que um “eu te amo”, sozinho, não significa coisa alguma...

17 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Déia!

Já há de muito, penso sobre o amor, sobre a relação em amar o outrem, como um puro e narcísico amor a si próprio. Desta forma, se vê também em Caetano quando pronuncia ser o ciúme pura vaidade.

Eu te amo... como assim?! Por respeitar-me, pela minha amizade ou pelo meu corpo?!

Contudo, afirmo que o verdadeiro amor é a reunião dos três, e mesmo que um deles falir o eterno amor será mesmo e fundamentalmente o respeito ao amor próprio!

Bjs
Sérgio (o filósofo mineirim...)

Anônimo disse...

Adorei ler esse post hoje! Perfeito.
Selma.

Andréia B. Borba disse...

Olá Sérgio! Olá Selma!

Sérgio, querido, de fato amor-próprio é fundamental sempre!
Que bom revê-lo por aqui...
Abraços, Déia


Selma, querida, fico muito feliz que você tenha gostado do texto!
Bjs, Déia

Sérgio disse...

Olá Déia!



A menina é fogo rsrs.

É por isso que tenho uma teoria. Não devíamos, nunquinha, dizer prá alguém: “Eu te amo”. Antes devíamos conseguir passar uma vida ao lado da pessoa ‘amada’ fazendo tudo o que você diz no seu post, multiplicado por...Então, no fim da vida – antes de morrer (acredito que antevemos tal momento) – chamaríamos nosso(a) amado(a), seguraríamos sua mão, olharíamos cândida e ternamente dentro dos seus olhos, trocaríamos o sorriso mais doce, guardado ao longo da vida para essa hora e então com os olhos em lágrimas e o coração em júbilo, só e finalmente diríamos: “Eu te amo.” E nosso amado(a) daria um pequeno sorriso, concordando e dizendo também, “Eu te amo”. Aí fecharíamos os olhos calma e sem medo de partir e morreríamos sabendo que brevemente iremos nos encontrar novamente, por uma lei universal de que os semelhantes se atraem.

Um abraço,

Sérgio

PS: Grato, pela gentileza em comentar alguns posts no meu site.

--

Visite: http://twitter.com/poemasecontos

Andréia B. Borba disse...

Minha nossa, Sérgio!
Seu comentário deixou-me momentaneamente muda.
...
Coisa mais linda isso!
Penso ser desnecessária qualquer colocação adicional de minha parte. Você simplesmente disse tudo.

Quanto aos comentários em seu site, é um prazer!

Abraços querido!
Déia

Anônimo disse...

OI Déia! Eu amo esse cantinho aqui e visito sempre. O post hoje foi mais que perfeito. Como você escreveu : "...mais e mais pessoas falam “eu te amo” o tempo todo e para qualquer um sem, no entanto, realmente vivenciarem essas palavras."
Frase mais certa não há. É necessário demonstrar, viver esse amor.

Sérgio...esperar até i fim para só então pronunciar " eu te amo "´pode ser tempo demais. Pode não dá tempo.
No texto da Déia, ela brilhantemente mencionou aquelas pessoas que usam a frase " eu te amo" de maneira banal, sem sal e açúcar, só por falar, sem sentimentos mais fortes, sem realmente viver a força dessa frase.
Não se deve dizer eu te amo pra qualquer um. Mas ao viver esse amor, além da gentileza, carinho, ternura, pronunciar um "eu te amo" pra quem de fato merece faz bem. Bem pra quem ouve, bem pra quem fala e bem pra relação.

Malú.

Sérgio disse...

Olá Malu!
Concordo com você rsrs, mas como imagem poética vou manter a cena em que os dois reafirmam o "Eu te Amo" no fim da vida e a certeza que quando encontramos um amor assim,como disse a Déia num post outro dia, que Alegria! Mas confesso que a idéia de um Amor prá vida toda me emociona (acho que tô ficando velho mesmo KKKK), mas o Vinícius - também poeticamente - já mostrou que a eternidade pode ter uma duração e que ela também pode ser bela, enquanto dure.
Então, não vou discordar nem de você nem do poeta nem de mim mesmo (como bom mineiro rsrs).
Um abraço,
S.
--
Visite http://twitter.com/poemasecontos

andreia disse...

Eu te amo...

Doces palavras, muito idealizadas, é verdade, e muitas outras vezes desprovidas de sentimentos verdadeiros... Ou cercadas por mentiras...

Demonstrar é essencial, concordo...

Mas receber um "eu te amo" da pessoa amada, pra mim, seria o melhor de todos os presentes!

(sim, já tive "eu te amo's" verdadeiros, numa eternidade findada... saudade dessa sensação...)

Continuo sonhando com um dia assim, um "eu te amo" romântico e verdadeiro, de surpresa...

Ah,esse meu lado sonhadora...

beijos,
andreia

Andréia B. Borba disse...

Ola Malú, Sérgio e Andréia!

Malú, querida, que coisa boa saber que vc gosta aqui do nosso cantinho! Ele certamente é feito com todo carinho do mundo...

Sérgio, querido, tenho que concordar com você que, como imagem poética, o "eu te amo" pronunciado quase ao último bater dos cílios ficou sensacional...

Andréia, querida, sem dúvida alguma é maravilhoso ouvir um "eu te amo" da pessoa amada... Eu seria maluca se discordasse disso... Contudo, para mim pelo menos, ele às vezes é desnecessário, pois as atitudes já demonstraram isso há tempos.
Quanto ao seu lado sonhadora, continue cultivando-o... Sonhar faz um bem danado à vida...

Um grande beijo a todos! Déia

Sérgio disse...

Olá!

Déia, adorei o "quase ao último bater dos cílios" KKKKK
Mas tudo começou com meus devaneios após ler seu texto de domingo rsrs, o que quer dizer que, em última instância, a culpa disso tudo foi sua rsrsrsrs. Brincadeira! Foi sandice minha mesmo. Bom, pelo menos vi o que estava escondido sob camadas e camadas do meu inconsciente sobre minha visão de amor, rsrs.

Malú! Graças a Malu e seu amor de verdade verdadeira.

Um abraço,

S.

Andréia B. Borba disse...

Bem, Sérgio, a expressão "quase ao último bater dos cílios" parecia ser a mais adequada ao seu quadro poético... Hehehehe!
Eu tinha certeza que vc gostaria. :-)
Abraços,
Déia

disse...

voce disse tudo... concordo...
de q vale palavras vazias?

Andréia B. Borba disse...

Oi Rô, tudo bem?
Sim, realmente, palavras vazias sempre ficam pelo caminho, voando com o vento...
Bjs querida!
Déia

Sérgio disse...

Olá Déia!
É. A menina parece ser conhecedora mesmo da "la nature humaine"...rs.
Inté,
S.

Andréia B. Borba disse...

Quem dera, Sérgio querido, quem dera...
Bjs.
Déia

Anônimo disse...

Só descordo uma coisa com o meu xará - não existe a natureza humana...

o filósofo mineirim...

Andréia B. Borba disse...

Oba! É impressão minha ou presenciarei uma discussão filosófica entre xarás?
;-)
Abraços aos Sérgios.

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