sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Síndrome do Pequeno Poder

Então! Não é que depois de tanta ralação me surgiu uma oportunidade bacana de trabalho? Mas você não estava feliz no antigo trabalho, menina? Eu tava. Quer dizer, eu confesso que estava começando a me enjoar. Sabe quando bate aquele sentimento de que “aqui já aprendi tudo que tinha pra aprender”? Foi isto. Como diz meu marido, eu sou agitada demais! Vai dando um tempo de rotina e eu começo a pirar. Preciso de novidade, preciso aprender coisas diferentes. E meu antigo emprego, que eu tanto gostava, estava mesmo me cansando. A oportunidade surgiu no melhor momento: eu já começando a dar sinais de evidente cansaço, mas antes de minha produtividade começar a cair. Era a hora de dizer hello e goodbye. Mais uma vez.

Aproveitei a oportunidade e mudei de emprego. Estou aqui há apenas dois meses e vejo que tenho muito o quê aprender. O trabalho é gostoso, me deixa ansiosa, e é diferente. Portanto, me exige mais. Ainda fico muito insegura de saber até onde posso ir. Tem gente que acha que eu virei chefe. Mas não é bem assim. Continuo tendo que me equilibrar na corda bamba. Vai gostar de viver assim, perigosamente!! É, eu gosto mesmo!!

Mas o fato é que tenho uma grande responsabilidade nas mãos. Tenho que produzir através de outras pessoas agora. Antes eu dependia basicamente de mim mesma. Muitas vezes minha antiga gerente só ficava sabendo da minha venda quando eu avisava que o contrato já estava assinado. Agora é diferente. Primeiro porque ainda não conheço as pessoas – a parte difícil. Segundo, porque elas também não me conhecem – a parte ainda mais difícil! Pra me ajudar, vim de uma empresa concorrente daquela onde trabalham as pessoas de cujo resultado eu dependo para bater minhas próprias metas. E a disputa é acirrada. Tipo Fla x Flu, Grenal, Galo x Cruzeiro, só pra dimensionar. Então, contra mim o fato de que, quando a equipe de vendas me olha, vê o concorrente!!! Uma delícia, né, gente? Porém, a meu favor, minha disponibilidade pra cooperar com todos. Acho que estou indo por um bom caminho. Pelo menos com o corpo de venda!!

Infelizmente parece-me que a diretoria da equipe de vendas ainda me olha e vê o concorrente... Por algumas vezes já tive a impressão de que tentavam abertamente boicotar meu trabalho. Tive que interromper uma apresentação para todos os gerentes, pedir a palavra e dizer a todos que tinha sim trabalhado na empresa x, que tinha aprendido muito lá, tinha muito orgulho de ter trabalhado lá, mas que a empresa x fazia parte do passado e que eu estava ali para trabalhar junto com todos, com o mesmo objetivo. Com os gerentes, creio, já deu uma aliviada. Mas com a diretoria tá mais complicado. A equipe de vendas é uma empresa tecnicamente nova, porém, experiente. Mas O CARA não tá lá mais. Não para todos poderem ver. Então o resultado da equipe anda muito insipiente. Não sei se por algum tipo de receio, ou porque querem fazer uma espécie de “surpresa”, tenho tido dificuldades até pra conseguir informações sobre o processo de pré-vendas. Complicado. Tenho rezado muito pedindo a Deus pra eles calarem a minha boca com um excelente resultado!! É o que têm me prometido o corpo de vendas.

Porém, a diretoria – aliás, parte dela - me parece dominada por um sentimento que sabiamente uma amiga denomina de “a síndrome do pequeno poder”. A pessoa exercia uma função idêntica à minha antiga função. Ou seja, era trabalhador braçal que valia caquinha igual eu mesma. Aí a empresa muda de dono e de nome, muda o nome do cargo do fulano e ele começa a chutar a canela de quem passa! A pessoa quer é mandar e ser obedecida, sem um pingo sequer de razoabilidade. Eu mando, você obedece!! Trash é que eu realmente não estou acostumada a lidar com gente assim. Acho que vaidade só não é mais feio que inveja. No final das contas, vai todo mundo pro buraco mesmo, né?

E eu ainda tenho pra mim que, bem lá no fundinho, a pessoa que sobe na gilete e começa a achar que pode deve ter a auto-estima no chão!! Neste caso particular, eu até entendo a pessoa se sentir um cocô porque, vem cá, baixinha, gordinha, ficando careca, feinha, aculturada e longe de ser rica, o quê nos resta para apreciar?!!

Well, fato é que, uma vez chutada minha canela, a reação foi, confesso, meio desproporcional: voadora na jugular!! Nunca vi poste mijar em cachorro!! E não sou eu que vou dar uma de cachorro mijado nesta altura da vida!!


Laeticia ficou muito reflexiva depois da voadora na jugular, pensando se não estará também sendo acometida pela síndrome do pequeno poder.

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