quarta-feira, 13 de maio de 2015

Extermínio de fadas

“ (...) Em guerra lutando por paz...” (Moska)

Andei parafraseando Peter Pan nas redes sociais outro dia, na postagem seguinte: “Cada vez que você posta uma indireta ou entende que uma postagem neutra de alguém é uma indireta para você, uma fada fica doente.”

Claro que era para fazer graça e claro que isso foi uma (in)direta elegante e divertida. Mas o que afinal eu quis dizer com isso?! Quem se importa com as fadas?


Eu sempre acreditei em e admirei fadas. Tenho uma tatuada, de uma brincadeira permanente de final de adolescência. Fadas para mim representam a possibilidade de poder fazer o bem (além de um símbolo de feminilidade). E acredito que todos podemos ser fada, basta querermos, mesmo sem varinha de condão ou pó de pirlimpimpim. Admiro muito as pessoas fadas. Aquelas que doam um pouco do seu tempo para ajudar ou apoiar os outros. Além da tatuagem, tenho uma fada de carne e osso também, o maior exemplo de ser humano que alguém pode ter! Sabe aquela pessoa que mesmo com o mundo caindo a sua volta não esmorece e ainda tem sempre uma palavra linda e um abraço apertado (e emocionado) para dar para a gente? Essa é a tia Zita.

Quando digo que uma fada fica doente, quero dizer que esse tipo de comportamento desrespeitoso e expositivo machuca pessoas boas. Leia-se pessoas boas aquelas que tentam fazer o bem para si mesmas, vivendo em paz e fazer o bem para os outros, transmitindo paz. Ei, fazer o bem muitas vezes é se afastar de alguém também!

Desde criança nunca aceitei bem a exposição, seja minha ou de outras pessoas. Choro com a minha, nó na garganta com a de outros. Essas indiretas disfarçadas, em que todo o resto da sua rede em comum de amigos sabe exatamente de quem se está falando. Postagens com o intuito de criticar ou ridicularizar. Violência e agressividade passiva. Tentativa de influenciar outros, violência mais uma vez.

(quanto a mim, ainda se me citasse corretamente poderia aumentar meu h-index!! Dica para a próxima citação: Piovesan, L.A.)

Exposição também é quando se escreve qualquer coisa sobre a vida pessoal de qualquer pessoa, sem a sua autorização. Pode ser amigo, mãe ou o papa, não importa.

Precisamos ser mais civilizados, da mesma forma que na vida real, é necessário ética para usar as redes sociais. Pense trinta vezes antes de postar! Podemos estar fazendo coisas que em outros países ou se o alvo quisesse, poderiam dar em processo!

Sobre exposição ainda, ontem estava pensando (aniversário é uma praga que faz a gente refletir!) em como as pessoas julgam nossa vida pelo que está exposto na rede social. Por exemplo, se na minha timeline só tem o meu cachorro fofo, as pessoas acreditam que nada mais me importa, quando na verdade é uma escolha minha. Eu escolhi postar fotos do meu cachorro fofo para fazer os outros sorrirem. Meu amor, meus afetos, meu trabalho e minha vida eu divido se e com quem eu quiser. Sou bem egoísta em relação a minha vida – da mesma forma que se me pedirem um pedaço do meu quindim! 

Peço clemência! Parem de maltratar as fadas, elas não merecem essa agonia! Esse mundo tão do avesso não pode ficar sem fantasia, ilusão e esperança. Depois a fada vira Malévola e ninguém sabe o porquê!

Luciana escreve as quarta e é uma boba que sofre com a exposição da sua pessoa  e chora por isso, até hoje. Ela tem considerado um afastamento maior da rede social a fim de manter a ternura e a lucidez, embora pudesse perder vários tesouros e boas inteirações com isso.

2 comentários:

Unknown disse...

Só as fadas pra serem suaves. Bravo !!! Fantasia, esperança, ternura e lucidez! Pra não esquecer do senso de espaço ao qual todos temos direito, limitado pelo início do espaço do outro! Parabéns pela reflexão.

Unknown disse...

Obrigada prima! Eu fico pensando, será que se as pessoas que expõem outras soubessem que fazem elas sofrem, continuariam fazendo? Se a resposta for sim, me preocupo mais ainda!

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