Você aí que é intolerante, que nem pensa antes de soltar um palavrão ou chamar os outros de imbecil - boçal é um adjetivo bem usado, retardado também.
Você aí que combina coisas só para apagar o fogo. No calor do momento. Que não honra seus compromissos - uma das coisas que ainda admiro na minha terra é que “falou tá falado”, sem precisar de papel ou autenticação em cartório – “no fio do bigode” mesmo.
Você aí que conta histórias de pessoas que não conhecemos e nem queremos conhecer - sabe aquelas pessoas que uma palavra é um estopim para uma história que não queremos ouvir?
Você aí que é injusto, que não ouve as versões de um fato e tira suas conclusões, colocando culpas onde resolveu que elas cabem.
Você aí que fala de pessoas, julga, julga, julga. E não percebe que as pessoas são bem mais interessantes do que o que você concluiu delas!
Você aí que é irredutível, que jamais muda de opinião e que não se interessa por outras opiniões, afinal já tem a sua! Existem tantas opiniões ricas por aí e você perdendo!
Você aí que não dá valor a quem te estende a mão. Que não é grato, nem a sua vida, nem a quem passa nela.
Você aí que não admite a espiritualidade alheia, que julga sua crença superior a qualquer outra.
Você aí que se acha superior pela sua sexualidade. Que não aceita a diversidade. Que curte “Orgulho de ser qualquer coisa”.
Você que não enxerga o que importa atrás das cores por cima de uma foto.
Você que não se arrisca, nem em argumentos. Que prefere bancar papagaio.
Você aí que sente ódio e rancor e propaga.
Você aí que nem sabe o que é amor e pensa que pode decidir até quem o outro pode ou não amar.
Você aí que não escuta, não lê, mas fala, fala, fala e escreve.
Você aí que só se preocupa com o perímetro ao redor do seu próprio umbigo.
Você aí que não percebe que para fazer algo não é necessário acabar com a fome da África – se tirar os olhos do perímetro do umbigo vai ver que muita gente precisa de ajuda logo aí ao lado. Bora?
Você aí que acredita que uma causa é mais importante que a outra, como se não pudéssemos lutar por mais de uma ao mesmo tempo. É só se mexer da cadeira para começar a fazer algo acontecer. Um simples movimento é necessário – e isso eu lhe asseguro, não é o movimento de desqualificar a causa alheia! Isso só é gasto de energia na direção contrária – mau uso de energia. Dê as pessoas a licença de lutar pelo que elas quiserem, "fazendo o favor"!
Você aí que é machista, racista, homofóbico, mas não admite, por que é feio.
Luciana escreve as quartas e às vezes duvida da inteligência das pessoas. Aí ela acaba duvidando da sua própria inteligência, pois não consegue entender o pensamento de algumas pessoas. Conclusão: o ser humano, onde se inclui, é burro pra caramba!