segunda-feira, 30 de maio de 2011

Intolerâncias

Nada mais intolerante do que a intolerância. Não sei o porquê, mas o preconceito, a intolerância, seja ela religiosa, sexual, profissional, me incomoda mais do que outros atos também horríveis e criminosos.

Senti muito isso quando lecionava, e via alunos zombando de outros, e até de professores, por causa da cor de suas peles, ou por suas crenças, ou por comportamentos que não eram aqueles que a sociedade considera normais. Creio que esse é problema; ninguém entende que a palavra normal significa limitado por uma regra, por uma norma. Assim, aquele que não é normal deveria ser aquele que não é limitado pelas normas. É livre. Mas o preconceito transforma essas pessoas em marginalizadas, ou seja, forma da norma, à margem da sociedade.

Nas duas últimas décadas, a bola da vez da intolerância tem sido a profissão de professor. O professor vem sofrendo desrespeito, desvalorização, descrédito, agressões, críticas, e a sociedade pouco se importa, e até ajuda a humilhá-lo, a diminuí-lo. O professor é julgado e condenado pela falta de educação, respeito e limites de crianças e adolescentes, cujas famílias entregaram toda a responsabilidade pela formação aos professores.

Com isso, sofro ainda mais. Venho de uma família que já está na terceira geração de professoras. Isso significa que esta família viu a imagem do professor passar de mestre a carrasco, e não conseguiu se defender. Hoje, a classe de professores sobrevive, em meio às críticas, à desvalorização, ao descaso, ao abandono da realidade violenta da sala de aula.

Assim, em meio à uma sociedade cada vez mais individualista e preconceituosa, deixo esse desabafo, que não adianta nada ,mas não podia mais conter.

Tania desabafou, como faz em alguns momentos nesse blog, pois não suporta tanta intolerância pelo que não deveria haver.

2 comentários:

P.S.L. disse...

Vou ser o primeiro a comentarrr hsuahsua.

Assim, eu sempre acreditei muito na figura do professor. pra mim ele era sagrado. Sofri muito na escola. Bullyng. Já faz tempo eu descobri que os professores são pessoas normais e que eles tem todo o direito de cometer falhas e de não gostar de alguns alunos. Mas é decepcionante descobrir isso. Mais ou menos como saber que papai noel não existe.

Vamos discutir mais a respeito okei? ;O)

http://umgurientregurias.blogspot.com/

Andréia B. Borba disse...

Tânia, querida, faço minhas as suas palavras...
É muito triste ver o quão desvalorizados nós, os professores, somos.
E, além da desvalorização, ainda é jogado sobre nossos ombros a culpa pela falência do sistema educacional. Pura demagogia...
Adorei o desabafo!
Bjs!
Déia

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