Antagonizando a Renata (sem querer e com peso na consciência, é claro), eu sou o
oposto do minimalismo. Já escrevi aqui sobre o meu “problema” com compras.
Também já escrevi aqui sobre o meu vício criativo. Corte e
costura, scrapbooking, caligrafia, forração francesa. Tudo isso me faz muito
feliz. E infelizmente me transforma em uma acumuladora.
Daí que cerca de 3 meses atrás alguém me avisa que teremos
que nos mudar temporariamente porque a nossa casa de seis (isso mesmo SEIS)
quartos vai passar por uma reforma.
O destino? Um apartamento de 3 quartos.
PÂNICO
TERROR
AFLIÇÃO
Minha primeira reação foi escrever para todas as minhas amigas
perguntando quem é que tinha um quartinho vazio que eu pudesse alugar como
depósito.
Sério gente. Meu quarto mede 20m². E ele é muito mais um
ateliê do que um quarto.
Três amigas minimalistas (ou quase), mas com casas grandes,
ofereceram-me o precioso espaço. A Gisele até disse que eu poderia montar meu ateliê
na casa dela, para não correr o risco de entrar em síndrome de abstinência!
Aí veio a segunda fase trágica... o encaixotamento.
A idéia era separar tudo em 3 categorias: coisas para levar
para o apartamento x coisas para guardar x coisas para me desapegar.
4 semanas depois o resultado pode ser resumido assim:
. tenho muita roupa, mas uso a maior parte delas durante 1
ano.
. tenho muitas bolsas, nécessaires, bags, ecobags, malas e mochilas.
Não uso a maior parte delas, mas elas são lindas. O que fazer, José?
. tenho 6 pares de galochas. Todas lindas e fashion. Me abracem?
. tenho tecidos para costurar sem intervalo por umas 3 ou 4
aposentadorias. Preciso parar de trabalhar logo.
. tenho caixinhas, molduras e outras coisinhas de MDF para
forrar até enjoar.
. tenho aviamentos suficientes para montar um pequeno
armarinho.
. tenho material escolar suficiente para montar uma grande
papelaria ou loja de scrap.
Tudo isso me faz feliz.
E ocupa muito espaço.
E me faz feliz.
A terceira fase é viver no apartamento. Dividir quarto me
obrigou a exercitar certo minimalismo, mas garanto que não estou nem perto de
conseguir me mudar com 2 malas.
10? Talvez. 2? Nunca.
Voltar para a casa após a reforma e trazer tudo de volta
será o próximo grande desafio.
Até lá, quem sabe eu não consiga me desapegar de uma ou duas
bolsas... um ou dois pares de galochas... uma ou trinta e cinco canetas?
Ou isso ou vou virar um capítulo de Acumuladores.
Milena escreve aqui muito, muito esporadicamente.