domingo, 20 de abril de 2014

Das pequenas ressurreições

Para aqueles que são cristãos hoje é um dia interessante. Não pela montanha de chocolates que possivelmente estarão consumindo nesse exato momento, mas sim porque supostamente lembram-se de que alguém que morreu para salvar-lhes os pecados ressuscitou.

Para aqueles que não são cristãos, penso que também há algo interessante a ser pensado no dia de hoje. E isso diz respeito à questão da ressurreição. E, por favor, antes de você desistir da leitura pensando tratar-se de um post religioso, saiba que minha reflexão não terá absolutamente nada de religiosa, ok?

A palavra ressurreição, para quem não sabe, tem origem no termo latino ressurrectio, que significa, literalmente, o ato de ressurgir, de voltar à vida.

E isso, invariavelmente, me faz pensar sobre a imensa quantidade de vezes em que morro e ressuscito todos os dias.

Morro quando alguém que amo sofre, quando alguém que amo parte, quando alguém que amo simplesmente já não me ama mais...

Morro quando vejo a esperança se acabar, o sonho definhar, a alegria desaparecer...

Morro quando a saudade vem sufocar meu peito, a tal ponto que a respiração falta e as lágrimas abundam...

Morro quando amargo uma decepção, quando minhas expectativas se frustram, quando a ansiedade me consome...

Enfim, morro de diversas maneiras, dia após dia.

Contudo, na mesma intensidade com que morro diariamente, também ressuscito a cada momento!

Ressuscito no sorriso de quem amo, no abraço apertado dos amigos e familiares, no carinho de meus alunos...

Ressuscito na mensagem inesperada que alguém envia dizendo que sente minha falta, na empolgação de uma nova descoberta e, inclusive, no ronronar do meu gato quando acariciado...

Ressuscito quando alcanço algum objetivo, quando engasgo de tanto gargalhar, quando sinto o aroma de pipoca recém estourada, de café fresquinho, de grama cortada...

Ressuscito infinitas vezes todos os dias!

O filósofo Heráclito de Éfeso, há mais de 2500 anos atrás, já dizia que tudo flui, tudo muda constantemente, tudo se transforma!

Nada permanece o mesmo.

Inclusive nós!

Que possamos, então, celebrar nossas mudanças, nossas transformações, enfim, nossos devires!!

Portanto, FELIZ RESSURREIÇÃO PARA TODOS NÓS!!!


Déia escreve aos domingos e deseja que todos possam ser como a Fênix que, apesar de morrer, ressurge de suas próprias cinzas!


Um comentário:

Anônimo disse...

Coisa mais linda esse texto! Me fez pensar nas muitas vezes em que enfrentamos dificuldades mas ressucitamos...

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