Segundo o Aurélio, ordinário é: “Que está na ordem usual das coisas; habitual, useiro, comum. Regular, costumado, freqüente. De má qualidade; inferior. De baixa condição. Medíocre”.
As últimas semanas de trabalho tem sido difíceis. Eu estou infeliz com o meu trabalho, assim como a grande maioria dos meus amigos de trabalho. Sim, no meu trabalho eu não tenho colegas, tenho amigos. Poucos, mas tenho. E porque o trabalho tem tanto peso no regimento de nossas vidas? Eu que sempre defendi a idéia de que devemos fazer o que se gosta, trabalhar com o que lhe dar prazer, me vejo (como protesto) trabalhando com uma camisa escrita em letras garrafais “a estupidez não tem limite”, me sentindo engessada, algemada.
Porque mesmo precisamos trabalhar? Ou melhor, porque o trabalho tem tanto peso em nossas vidas pra sociedade? Quando você conhece alguém num bar, quando é apresentada a mãe de alguém, quando chega em lugares que desconhecemos, sempre lhe fazem a mesma pergunta: o que você faz? Essa pergunta poderia estar ligada a um hobby, ao seu tempo livre, ao seu fim-de-semana. Mas não, as pessoas querem saber com o que você trabalha!
Ou essa lógica definitivamente está errada, ou definitivamente estou ficando louca! Não concordo! Porque ninguém pergunta o que eu sinto, o que eu penso? Porque ninguém se interessa por isso! E eu, lamento.
Ando me perguntando... pra que mesmo eu trabalho? Ok, trocamos horas trabalhadas por um salário no fim do mês. Caramba! Quem foi que inventou o dinheiro? E se eu jogasse tudo pra cima e saísse por aí? Sou habilidosa, sei fazer várias coisas! Poderia ganhar um dinheirinho aqui, outro ali, apenas pra me deslocar de um lugar pro outro e me alimentar! Mas não, todo mundo se mata de trabalhar, colecionando tendinites, dores musculares, dor de cabeça e pesadelos por um ano pra receber o sensacional prêmio: as férias!
Não existe um meio termo? Ou você é hippie e punk ou é apenas um escravo do sistema? Deve haver! Me considero inteligente, esclarecida. Vou botar a cachola pra funcionar e hei de achar uma solução.
Torço pra que essa solução apareça logo, pois o inverno vem se aproximando. Pro inverno desejo pra mim e a todos nós, aconchego, cobertor de orelha e muita conchinha nessa vida! Mas alguém tem que pagar o aluguel e conta de água e luz né?
Mariana não quer ser nem tão formiga, nem tão cigarra. Em busca de sabedoria ela segue pelo caminho do meio, aprendendo a não trabalhar tanto feito formiga e a se divertir um pouco como a cigarra.