sexta-feira, 30 de abril de 2010

Por Uma Vida Menos Ordinária

Segundo o Aurélio, ordinário é: “Que está na ordem usual das coisas; habitual, useiro, comum. Regular, costumado, freqüente. De má qualidade; inferior. De baixa condição. Medíocre”.

As últimas semanas de trabalho tem sido difíceis. Eu estou infeliz com o meu trabalho, assim como a grande maioria dos meus amigos de trabalho. Sim, no meu trabalho eu não tenho colegas, tenho amigos. Poucos, mas tenho. E porque o trabalho tem tanto peso no regimento de nossas vidas? Eu que sempre defendi a idéia de que devemos fazer o que se gosta, trabalhar com o que lhe dar prazer, me vejo (como protesto) trabalhando com uma camisa escrita em letras garrafais “a estupidez não tem limite”, me sentindo engessada, algemada.

Porque mesmo precisamos trabalhar? Ou melhor, porque o trabalho tem tanto peso em nossas vidas pra sociedade? Quando você conhece alguém num bar, quando é apresentada a mãe de alguém, quando chega em lugares que desconhecemos, sempre lhe fazem a mesma pergunta: o que você faz? Essa pergunta poderia estar ligada a um hobby, ao seu tempo livre, ao seu fim-de-semana. Mas não, as pessoas querem saber com o que você trabalha!

Ou essa lógica definitivamente está errada, ou definitivamente estou ficando louca! Não concordo! Porque ninguém pergunta o que eu sinto, o que eu penso? Porque ninguém se interessa por isso! E eu, lamento.

Ando me perguntando... pra que mesmo eu trabalho? Ok, trocamos horas trabalhadas por um salário no fim do mês. Caramba! Quem foi que inventou o dinheiro? E se eu jogasse tudo pra cima e saísse por aí? Sou habilidosa, sei fazer várias coisas! Poderia ganhar um dinheirinho aqui, outro ali, apenas pra me deslocar de um lugar pro outro e me alimentar! Mas não, todo mundo se mata de trabalhar, colecionando tendinites, dores musculares, dor de cabeça e pesadelos por um ano pra receber o sensacional prêmio: as férias!

Não existe um meio termo? Ou você é hippie e punk ou é apenas um escravo do sistema? Deve haver! Me considero inteligente, esclarecida. Vou botar a cachola pra funcionar e hei de achar uma solução.

Torço pra que essa solução apareça logo, pois o inverno vem se aproximando. Pro inverno desejo pra mim e a todos nós, aconchego, cobertor de orelha e muita conchinha nessa vida! Mas alguém tem que pagar o aluguel e conta de água e luz né?

Mariana não quer ser nem tão formiga, nem tão cigarra. Em busca de sabedoria ela segue pelo caminho do meio, aprendendo a não trabalhar tanto feito formiga e a se divertir um pouco como a cigarra.

4 comentários:

Ich, Hausfrau disse...

Faço das suas palavras, as minhas palavras... tbem acho que a sociedade impõe certas coisas que nem sempre são as que nos fazem felizes... o resultado é vivermos constantemente sob estresse... eu tbem queria ter coragem de pedir demissão e buscar um estilo de vida menos cansativo... enquanto a coragem não chega, vamu empurrando com a barriga! abs

Advokete disse...

Fico feliz por saber que não estou sozinha. Larguei o Direito, busquei outra vida. Pensei antes, mas mesmo assim sabia que me julgariam maluca. Mas tentei assim mesmo. Fui pra outra área e me deparei novamente com uma realidade ainda mais cruel: prazos, metas, concorrência desleal, um puxando o tapete do outro. Um horror. Muito stress, fico com medo de adoecer de novo. Chego a pensar em voltar pro Direito. Não sei qual rumo tomar. Já pensei em estudar moda, que amo, mas aí falta coragem pra recomeçar de novo. Porque já recomecei uma vez e sei que não é fácil. Acho que a mudança tem mesmo que estar é dentro da gente :-) É aquilo que já disse antes: vivo em crise, no eterno dilema de querer ser uma coisa e ser obrigada a ser outra. Don't give up, Mary e conte sempre comigo!

Anônimo disse...

Um, existe sim outro caminho. Na verdade, existem outros caminhos. A vida é muito... Bom, a vida é a vida, e se tem um monte de enfadonho e cruel, também tem um monte de maravilhoso. E não tem que se iluminar, não tem que fazer 10 anos de ioga, não tem que... Sei lá. A única coisa que eu sei de você é esse post que acabei de ler só porque tá no "google reader" de uma amiga então não tenho a menor idéia do que você precisa ouvir, mas saiba que o maravilhoso é possível sim, e é possível agora, não tem condições nem segredos, e quem dá o primeiro passo é você.

Esperança!

Marco disse...

NOssa eu me li neste texto, como eu pensava há algum tempo atrás. Sim, entre o céu e a terra existe o caminho do meio. Como diria Buda: Se esticar demais a corda arrebenta, se afrouxar demais ela não toca. O caminho certo é o caminho do meio. Acho que o processo começa quando você descobre, não exatamente o que quer fazer, mas o que NÃO quer mais fazer. É um primeiro passo. Mas o problema é a grande zona de conforto em que nos colocamos por uma segurança financeira no fim do mês. Poder a gente pode. Mas de fato queremos assumir os riscos da mudança? Gostei muito do texto.

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